Esse poema de Rui Barbosa, escrito e lido em discurso no Senado Federal em 17-12-1914, tem uma impressionante atualidade com os dias de hoje. Poderia ser escrito hoje, sem mudar nenhuma palavra.
Sinto Vergonha de Mim.
Sinto vergonha de mim,
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim,
por ter feito parte de uma era,
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser,
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade”
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás
e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem- se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”
Esta é uma crítica que atinge todos nós, que assistimos tantas iniquidades em nome da justiça e outras demais virtudes, que na prática estão sendo enxovalhadas e humilhadas, quando não eliminadas de nosso convívio.
Sim, Rui, seu poema ainda ecoa em nossos corações deixando ruborizada de vergonha a nossa coragem e sentido de fraternidade.
Frente a situação caótica em que pessoas com cargos públicos, mas com comportamento antiético e imoral querem deixar o Brasil, uma carta do Cel. Av Paggiaro, que circula na net, traz muitos esclarecimentos para nossas reflexões.
A decisão do TSE, ontem, definitivamente, entregou os destinos do Brasil nas mãos das Forças Armadas, quer gostem ou não.
Com esse processo aberto no TSE, vão destituir o presidente com base nas narrativas absurdas que eles mesmos inventam e sustentam. Tudo já devidamente coordenado com a "banda podre do Congresso" e todos sob o controle do STF que "assumiu o comando do Brasil".
A CPI aprofundará as arbitrariedades e as três instituições mencionadas se alternarão nos assédios e afrontas ao Presidente, a ministros e militares, para humilhá-los e desmoralizá-los perante a população.
Partiram para o golpe final.
Não estão preocupados com as manifestações nas ruas, pois não acreditam que transitem do pacifismo para a violência. Estão convictos que suas canetas serão suficientes para neutralizar as armas.
As redes sociais serão ainda mais censuradas e tirarão o Presidente delas, como fizeram com Trump.
Renan já iniciou a perseguição aos poucos órgãos de imprensa que não atacam, diuturnamente, o Governo.
A democracia está moribunda e não há mais tratamento institucional possível, pois, o STF não aceita o presidente escolhido pelo povo e decidiu tirá-lo, de qualquer jeito.
Nesse contexto, somente as Forças Armadas podem restaurar a ordem e o equilíbrio institucionais. E se não o fizer, o Brasil será devolvido à comuno-cleptocracia e caminhará para o mesmo destino trágico de Venezuela e Argentina.
Elas não têm mais opção. São as únicas instituições não contaminadas que têm poder para evitar a falência da democracia. Se não agirem, se omitem. E a omissão significará apoio ao golpe comuno-cleptocrático, mesmo que essa não seja a intenção. E, logicamente, não é.
Se não agirem, passarão para a Historia como responsáveis pela tragédia que se abaterá sobre o Brasil. O povo lhes deposita completa confiança e nelas enxerga seu último bastião na defesa da liberdade.
Tanques na rua, então? Governo militar?
Seria um erro. Entendo que um firme posicionamento público contra o golpe, acompanhado da desconsideração e desobediência a intimações e determinações judiciais inconstitucionais teria amplo apoio popular e os deixaria sem ação e desmoralizados. Veriam que canetas e mentiras têm limitações.
Haveria pressões internacionais?
Certamente. Mas seriam suportáveis e desmobilizáveis mediante plebiscitos, investigações de corrupção e pronta reformulação e reestabelecimento do Legislativo e Judiciário em padrões civilizados.
Quando Chamberlain aceitou a anexação da Tchecoslováquia por Hitler, Winston Churchill fez a seguinte declaração: "Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra".
As Forças Armadas não podem cair em semelhante armadilha. Se não se posicionarem firmemente para "garantir a democracia", estarão consolidando ditadura nas mãos de Lula, que foi "reabilitado pelo STF" justamente para isso.
Não se trata de defender Bolsonaro, mas de defender o Brasil.
E nossas Forças Armadas sempre defenderam o Brasil contra ameaças externas e internas.
Cel. Av Paggiaro
Excelente posicionamento, com o resgate de um passado recente, quando a covardia e pseudopacifismo entregou tantos países frágeis nas mãos carniceiras do nazismo, lembra que nós, brasileiros honestos e de boas intenções, com cargos públicos, não podem deixar o país se destroçar sob a caneta dos malvados infiéis.
Interessante fazer essa reflexão sobre a conduta proposta pelos dois concílios promovidos pela Igreja Católica. O primeiro concílio que vamos verificar neste texto é o Concílio de Trento que foi iniciado em 1545. Esta convenção defendiam e praticavam a prerrogativa da Igreja de ser uma firme defensora da Verdade contra os esforços da paixão humana para defender os erros e propaga-los, para apresentá-los como os únicos que deveriam dirigir a conduta humana, como salvadores e regeneradores da sociedade. Os membros da Igreja participantes deste Concílio, tinham a clara compreensão que em tais circunstâncias, de defender e propagar os erros, não podiam ficar calados, e realmente não fizeram silêncio, reprovando energicamente a interpretação teológica protestante.
No entanto, o Concílio Vaticano II, convocado em 1961, não teve esta mesma preocupação de identificar e reprovar os erros. Pelo contrário, a ideia que passou a ser defendida, por iniciativa do próprio Papa da época, João XXIII, é que não seria acusado ninguém, o erro não seria considerado. Isto é, estaria cometendo erro quem não defendesse esse novo posicionamento. Aqui está, uma bifurcação ideológica: a Igreja do Concílio de Trento e a Igreja do Concílio Vaticano II. Enquanto a primeira está ligada ao tradicionalismo, as lições que o Cristo deixou, a segunda Igreja está ligada ao modernismo, às conquistas humanas científicas, tecnológicas e ideológicas. Quem está correta das duas? A primeira gerou o Catecismo Romano que foi considerado um preciosíssimo livro, monumento perene da solicitude da Igreja pela instrução religiosa do povo cristão, distinguida pela solidez. Esta se descobre e se manifesta nos argumentos que emprega para demonstrar cada uma das verdades propostas à fé. Coloca os artigos de fé pelos testemunhos da divina Escritura reconhecidos como clássicos por todos os apologistas cristãos e mestres da ciência divina. Demonstra como a fé da Igreja Católica está em conformidade com as sagradas Escrituras. Demonstra a Verdade católica, ensinando sua origem, e ao mesmo tempo refuta as falsas afirmações da heresia protestante.
Dessa forma o protestantismo, que não reconhecia outra verdade que não fosse a da Escritura, pela mesma Escritura era obrigada a confessar a Verdade, que com tanto aparato pretendia mostrar e pregar como falso e errôneo.
Este Concílio de Trento, através da publicação do Catecismo Romano, faz uso das Escrituras para demonstrar as verdades do catolicismo, que sendo lido atentamente é reconhecido como o mais sábio, ordenado e completo compêndio da palavra de Deus.
Como, então, um segundo Concílio que sem cumprir a nobre tarefa de contestação dos erros, pode elabora um catecismo que substitua o primeiro? Não é uma proposta incoerente? E a incoerência não faz o diagnóstico da presença da Mentira? Se tal catecismo substituto é produzido e divulgado, não é ele a ferramenta do seu mentor, a fumaça de Satanás? Apesar de todos os seus termos, bem sintonizados com o ideal cristão, mas na sua essência existem erros acatados como corretos. Os padres da Igreja, principalmente o Sumo Pontífice, o sucessor de Pedro, não podem cometer a quarta negação à Cristo.
A mentira á a principal arma do demônio, a essência do mal, do egoísmo, e que, por paradoxal que seja, habita dentro de nós como um monstro chamado Behemoth, criado por Deus (Bíblia, livro de Jó), para cuidar de nossa existência material, da sobrevivência do nosso corpo. Portanto, podemos imaginar que a Verdade vem das esferas superiores, do divino, enquanto a Mentira vem de nossas entranhas instintivas, identificadas pelo egoísmo.
A Igreja Católica Apostólica Romana que foi criada por inspiração do Cristo, tendo Pedro como primeiro dirigente. Tem a missão de levar os ensinamentos do Mestre no tempo e no espaço, criando as condições a partir da limpeza do nosso coração, de construir a família universal, o Reino de Deus.
Sendo a missão do Cristo materializada até hoje com a missão da Igreja Católica, abre-se um campo de batalha entre a Mentira e a Verdade, entre o egoísmo e o altruísmo, entre o anticristo e o Cristo. Podemos ser enganados pela Mentira desde o berço, pois a inteligência do egoísmo é força natural dentro da mente animal, inclusive a humana. Devemos encontrar os fatos e argumentos que mostram a incoerência e hipocrisia da Mentira. Somente assim podemos tomar uma posição coerente com nossos propósitos, se tem a intenção de servir à Mentira ou a Verdade.
Dentro deste contexto, é inevitável que uma das responsabilidades principais da Igreja Católica, de todas aquelas que a compõem, seja a de apontar os erros, corrigi-los e apontar os caminhos da Verdade, da vida, como Jesus demonstrou com o próprio sacrifício até o auge na cruz.
Caso a Igreja não cumpra essa importante função cristã, divina, de denunciar os erros e passe a aceitar os erros no corpo da Igreja, então esta irá se deteriorar, perderá sua função cristã e a Mentira terá assim o caminho desimpedido para a vitória do Anticristo, como observamos hoje, em pleno século 21, cinco séculos após a construção do Catecismo Romano inspirado pelo Concílio de Trento convocado em 1545.
O Concílio Vaticano II, convocado em 1961, evitou exercer essa importante função de apontar erros e corrigir a Mentira. Dessa forma, membros da Igreja Católica passaram a aceitar as falsas narrativas da Mentira, se fortalecendo ao passar das décadas, e com isso desvirtuar os ensinamentos do Cristo, abrindo espaço para o Anticristo reinar dentro da própria Igreja que no passado era a sua principal opositora.
Paulo advertia em Efésios 4:32, que devíamos ser, uns para os outros, antes de tudo, benignos. Às vezes temos, antes de tudo, grandes projetos na cabeça, mas esquecemos de ser benignos com o próximo que está próximo, e de todos o mais próximo somos nós mesmos.
Eu tenho um projeto grandioso, chegando as raias da megalomania, de participar na construção do Reino de Deus, como se eu fosse um construtor já suficientemente habilitado. Um projeto que abrange o mundo todo. Mas será que estou sendo benéfico com quem está próximo, a partir de mim, como Paulo advertia?
Paulo dizia que grande massa dos aprendizes do Cristo se queixa da falta de oportunidade de operar grandes serviços no mundo. Eu sei que tenho essa oportunidade, só falta para mim os atributos internos de coragem, inteligência rápida e sabedoria, para tocar para frente no ritmo adequado esse projeto. Mas não posso esquecer da advertência do Paulo, de ser benéfico com quem está próximo. Fazendo esta auto avaliação, reconheço que estou cumprindo o que Paulo e o Cristo esperam de mim. Por outro lado, também não estou desgostoso por não ter obtido cargo de alta relevância, de não ter o meu nome na grande imprensa.
Não menosprezo o valor das pequenas tarefas, pois sei que fazem parte do meu projeto grandioso. Procuro ter um gesto de boas maneiras, um sorriso fraterno e consolador. Procuro melhorar a minha assistência na sede e fome de quem precisa, sem julgamentos a priori, de ficar calado ante o mal que é divulgado por inocência ou ignorância, que não comporta esclarecimentos imediatos, ofertar com amor um livro santificante, proferir uma sentença carinhosa, talvez o transporte de um fardo pequeno que esteja ao meu alcance. Faço a sugestão do bem, a tolerância em conversações fastidiosas, os favores gratuitos de alguns reais, a dádiva espontânea, mesmo que humilde, a gentileza natural, e tudo isso, acredito, cumpre as exigências do Mestre, mesmo que muitos não as levem em justiça e consideração.
Mas não importa a cegueira de quem recebe. Que pode significar a malevolência das criaturas ingratas, diante do impulso afetivo dos bons corações? Muito provavelmente em outros tempos, posso ter sido igualmente cego e perverso para com o próximo, talvez com o próprio Cristo, com esses que me podem ter dispensado todos os obséquios, pequenos e outros tão grandes como o Mestre fez?
Agora, não posso me mortificar porque não apareço nos cartazes enormes do mundo como um grande benfeitor da humanidade. Isso iria trazer angústia ao meu espírito e um desvio do caminho que me aproxima do Pai, tanto agora quanto no futuro.
Tenho que ser benevolente com todos que me rodeiam e comigo mesmo. Não posso menosprezar os servicinhos úteis. Neles repousa o bem-estar do caminho diário para todos que se congregam nas tarefas da construção do Reino de Deus, mesmo que sejamos um simples peão nessa labuta.