Jesus, ao ser indagado por um jurista sobre qual seria o mandamento mais importante, recebeu a seguinte resposta, segundo o relato feito em “O Livro de Urântia”, pg 1901.
“Não há senão um mandamento, que é o maior de todos. E este mandamento é: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, o Senhor é um; e tu amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, toda a tua mente e toda tua força’. Esse é o primeiro e o grande mandamento. E o segundo mandamento é como o primeiro; na verdade brota diretamente dele, e é: ‘Tu amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum outro mandamento maior do que esses; sobre esses dois mandamentos se apoiam toda a lei e os profetas.
Quando o jurista percebeu que Jesus havia respondido, não apenas de acordo com o mais elevado conceito da religião judaica, mas também com sabedoria à vista da multidão reunida, ele julgou que, como prova de coragem, valia mais que ele louvasse abertamente a resposta do Mestre. E então ele disse: “Na verdade, Mestre, tu disseste bem que Deus é um, e que não há nenhum além dele; e que amar a Deus no fundo do coração, com todo entendimento e força, e também amar ao semelhante, como a si próprio, é o primeiro e grande mandamento; e nós concordamos que esse grande mandamento é muito mais importante do que todo holocausto e sacrifício”.
Quando o jurista respondeu assim prudentemente, Jesus, olhando-o de cima, disse: “Meu amigo, percebo que não estás longe do Reino de Deus”.
Ter esse conhecimento e praticar é como um passaporte para o Reino de Deus. Mas, se é difícil ter esse conhecimento pleno de Deus e respeitá-lo na forma de amor, mais difícil é fazer essa extensão do amor ao próximo. Podemos aceitar a lei teoricamente ao ler um texto ou ouvir uma pregação, mas daí colocar em prática a todo momento com as pessoas com as quais interagimos, é a grande dificuldade. Não é que sejamos hipócritas por agir assim, pois me tenho como exemplo.
Aceito todos esses ensinamentos do Cristo como verdadeiros e me coloco à disposição para fazer a vontade do Pai. Mas, na maioria dos meus relacionamentos esse compromisso não assume a minha consciência de imediato. Mesmo que eu não pratique o mal, mesmo assim não sou capaz de praticar o bem que poderia fazer, considerando o amar ao próximo como a mim mesmo.
Porém, reconheço tudo isso e estou disposto a fazer a correção dos comportamentos errados, destoantes da lei, e burilar as arestas frágeis do meu espírito para que ele gerencie o meu corpo conforme a minha consciência decidiu.
Esta será a base do meu comportamento tanto dentro de minhas possibilidades de ação como o conteúdo dos meus ensinamentos que serão tão mais fortes quanto mais estiverem ancorados em minha prática cotidiana. Isso implicará com certeza no fortalecimento da família universal, que é a base para a construção do Reino de Deus, a partir do nosso coração e na formação da coletividade.
Boa madrugada Pai, mesmo sabendo que este cumprimento não tem nada a ver com o Senhor. Como posso desejar bondade para quem é a essência da bondade, do amor? Mas o Senhor sabe que faz parte da cultura em que estou inserido, esse tipo de cumprimento quando abordamos alguma pessoa, mesmo que seja o nosso pai. Mas tenho uma pergunta importante, que sempre joga dúvidas na minha consciência. Quero saber se continuo no Caminho correto que o Mestre Jesus ensinou, de fazer a Tua vontade e deixar a minha vontade em condição subordinada. Eu me pego arquitetando planos para atender os desejos da carne, mesmo que eu tenha o cuidado de não trazer prejuízos para quem se envolve comigo. Mas o tempo que gasto ocupado com essas elucubrações e até comportamentos, não tiram o foco de cumprir a Tua vontade e não a minha?
Compreendo filho, as tuas dúvidas. Fico satisfeito contigo, no sentido que não duvidas da minha existência, e sim daquilo que tua consciência aponta como prioridade em fazer a minha vontade. Sei que qualquer ação que você desenvolve sempre coloca o amor em primeiro plano, sem submete-lo a preconceitos ou barreiras ideológicas estranhas à minha vontade. Sei que você reconhece as três áreas de fragilidade que se expressam em tua mente e que pode desviar do caminho que se dirige à mim. São a preguiça, a gula e a libido. Sei que você se preocupa com as três, sabe dessas dificuldades, principalmente com a libido, por desperdiçar um tempo precioso que poderia ser dedicado a mim. Mesmo você se sentindo culpado, com certa razão, de não ter um desempenho melhor nessas três áreas, sei que você está fazendo o seu melhor. Sei também que essas três áreas das quais você sofre o impacto, foram criadas por mim, junto com mais quatro, totalizando as sete cabeças do monstro energético que está dentro de ti. Sei que a libido é bem exacerbada, mas observo o controle que tu faz. Percebo que apesar de gostar de viver na companhia de alguém, está disposto a ficar sozinho, se não encontrar ninguém disposto a tolerar a forma de pensar e de se comportar, como você procura esclarecer no início de qualquer relacionamento. Sei que você sofre pelas companheiras que mesmo sabendo como você pensa e que não vai mudar, pois o que você faz está sintonizado com a minha vontade, então não vejo falhas nesse sentido. Você poderia até ser mais incisivo na aplicação desse comportamento que sua consciência aponta, mas vejo você tímido, sem colocar com mais veemência aquilo que sua consciência permite. Então, vejo sua culpa por outro ângulo, não que você está exagerando na busca desses relacionamentos afetivos, e sim está limitado pela timidez, introspecção. Seja mais impetuoso, é o meu conselho.
Sim, Pai, também reconheço minhas dificuldades para onde apontas. Procurarei ser mais eficaz.
Sei que sou um filho biológico. Nenhuma pessoa capaz de usar a racionalidade pode evitar essa conclusão. Mas, quem é meu pai biológico e onde ele se encontra? Sei pelas informações dos meus parentes, minha mãe principalmente, o nome dele, onde morava e o que fazia. Sei detalhes de sua vida e o motivo da minha mãe ter se separado dela quando eu tinha por volta dos 5 anos. Separou e mudou de cidade, indo morar em outro município, perto de minha avó materna. Por dificuldades na minha educação e subsistência, minha mãe deixou eu morando com minha avó. Não tive mais oportunidade de ver meu pai, ele não me procurou, eu não sabia onde ele estava ou como chegar até ele, se quisesse. Sua lembrança foi apagada da minha memória, os poucos momentos que tive contato com ele nessa tenra infância, não consigo resgatar conscientemente os registros. Mas sei que ele existe. Hoje ele está desencarnado, o que aconteceu quando eu tinha 17 anos. A sua consciência agora existe na dimensão espiritual, mas continuo sem acesso a ele.
Jesus me ensinou através do trabalho dos seus apóstolos e discípulos, que também possuo um Pai espiritual, o Criador de tudo que existe, inclusive nós, seres racionais capazes de registrar sua existência de forma lógica, cognitiva, mesmo que nenhum órgão dos nossos sentidos materiais acuse Sua presença.
Assim, compreendo que formo dois tipos de família, uma biológica, consanguínea, e outra espiritual, ideológica. Ambas, devido a atuação respectivas desses dois pais, o biológico e o espiritual. Nenhum desses pais eu percebo com meus sentidos físicos, só posso identifica-los com o meu potencial cognitivo, racional. Ambos estão na dimensão espiritual, da qual todos viemos e para a qual todos voltaremos.
Alcançando essa compreensão que possuo 2 pais, um pai biológico e outro espiritual, um que foi capaz de me gerar e também aos meus irmãos aos quais todos conheço, com a participação de minha mãe, e outro Pai que foi capaz de me gerar e toda a criação, tanto esta que tenho conhecimento ou aquela que não tenho ideia que possa existir; um pai que teve necessidade de me deixar abandonado nos braços de minha mãe, e outro Pai que sempre está presente ao meu lado, orientando o meu livre arbítrio para o melhor Caminho, para conhecer a Verdade e alcançar a Vida eterna perto dEle... a quem deverei maior obediência?
Parece bastante obvia essa resposta. Foi o que aconteceu com São Francisco da cidade de Assis, na Itália. Quando ele percebeu a importância do Pai espiritual em sua vida, decidiu contra toda a racionalidade, deixar de lado a riqueza que o seu pai biológico sempre lhe proporcionou e seguir a vontade do Pai espiritual. Observamos isso acontecer com várias pessoas ao longo da história, independente do lugar físico onde elas estejam, do pensamento religioso em que estejam inseridos. A vontade do Pai espiritual, que deseja que todos os seus filhos tenham sucesso com a ajuda mútua entre eles, a fraternidade do amor incondicional, a família universal, é essa que os seus filhos mais conscientes e obedientes procuram obedecer. Dessa forma eles podem ir de encontro aos princípios culturais da coletividade e até mesmo os desejos de sobrevivência e sucesso material que o Ego procura desenvolver.
Sei que agora, na dimensão espiritual que o meu pai biológico se encontra, ele pode estar arrependido dos seus erros e tentando corrigir da forma que pode, mas jamais essa influencia que ele pode ter sobre mim pode se comparar com aquela que o meu Pai espiritual exerce, inclusive de o considerar como um irmão que em determinado momento teve a responsabilidade de me gerar materialmente e teve a oportunidade de colaborar com meu desenvolvimento.
Estamos dentro de uma batalha ferrenha, na guerra espiritual que se arrasta há milênios. A grande arma do adversário é a mentira, que constrói falsas narrativas, cobre a verdade dos fatos e ilude a consciência dos bons, da mesma forma que atrai as más intenções dos ignorantes, mesmo que esses sejam doutores e possuidores de altos cargos, acadêmicos, jurídicos ou eclesiásticos.
A natureza intrínseca desse conflito interno que possuímos dentro de nós, é a natureza animal pela qual é caracterizada o corpo biológico e a natureza angelical pela qual nosso espírito tem a necessidade de atingir. O corpo deve ser preservado para manter a sua existência no plano material e servir ao projeto evolutivo do espírito. Para isso acontecer, o Criador nos construiu com um “monstro” energético que a Bíblia denomina como Behemoth, capaz de influenciar a mente e motivar o nosso comportamento em direção ao egoísmo. Este trabalho do Behemoth deve ser disciplinado a nível mental pelo espírito. O egoísmo não pode ser tão forte a ponto de prejudicar os interesses evolutivos do próximo, que tem também possui os mesmos objetivos nossos: evoluir o espírito em direção à angelitude. Por isso o Mestre Jesus foi enviado pelo Pai para nos ensinar sobre a nossa paternidade divina, que todos somos irmãos, que devemos agir fraternalmente, usando a bússola comportamental de fazer ao próximo aquilo que desejamos ser feito a nós.
Esses princípios fraternos são considerados positivos e necessários, quando examinados pela mente livre de pedágios ideológicos. Agora, a mente aprisionada, voluntaria ou involuntariamente por princípios ideológicos, contrários a ideologia cristã, não irá aceitar o comportamento fraterno nem a paternidade divina que o origina. Porém, como o senso comum está mais sintonizada com os princípios cristãos, é importante que os adversários usem a arma da mentira para disfarçar o que eles realmente pensam e modificar a verdade dos fatos. Essas pessoas que passam a agir assim, mostram que escolheram viver pelo lado animal, são como lobos em busca de presas para garantir a sua sobrevivência, do clã familiar e dos amigos que pensam como eles. Mas não podem se mostrar como realmente são, pois isso iria afastar suas presas, as ovelhas sedentas de um bom pastor. Então, esses lobos se apresentam como bons pastores, interessados no bem-estar das ovelhas. Oferecem migalhas do que possuem, mantém a ignorância ao redor e os frutos ruins que produzem ou estão escondidos ou manipulados para terem uma boa aparência.
Este é o nosso trabalho enquanto cidadãos de mente livre das amarras ideológicas. Observar os frutos que são produzidos pelas árvores que se dizem boas, pois só assim poderemos desmascarar os lobos que se apresentam em pele de cordeiros. Não coloquemos o foco em nenhuma ideologia, política partidária ou religiosa. Coloquemos o foco na qualidade do fruto que é produzido, se é boa a sua ingestão para o nosso espírito ou irá fortalecer o egoísmo animal que nos afasta do caminho da divindade, da verdade, da vida eterna, das lições que o Mestre com tanto esforço trouxe para nós.
Ave Cristo! Os que vão viver para sempre te glorificam e saúdam.
Quando se trata de saúde mental, a liberdade que defende seja aplicada a quem sofre de doença mental, transforma-se rapidamente em irresponsabilidade, onde o doente sofre a prisão de sua doença dentro da comunidade, e uma ameaça constante a quem está próximo. Vejamos um texto que circula nas redes sociais que mostra a atitude de um governante, considera por aqui no Brasil como “politicamente incorreta”.
Uma reportagem de ontem do The New York Times abordou a nova estratégia da prefeitura de Nova York para promover o tratamento de pessoas com doença mental que vivem nas ruas da cidade: a internação compulsória.
A estratégia surpreende, entre outros motivos, porque parte de uma administração de esquerda (o atual prefeito de NY é o democrata Eric Adams), corrente política que historicamente tem se oposto a esse tipo de medida.
Até aqui, o alcance do programa de NY tem sido pequeno, já que poucas pessoas foram submetidas ao tratamento compulsório. Mas os resultados têm sido muito bons. Medicados e cuidados pelo tempo necessário, quase todos os pacientes mudaram de vida e passaram a viver em lares.
Mazou Mounkaila, imigrante africano que viveu nas ruas de NY por 10 anos, sofre de esquizofrenia. Por muito tempo, ele acusou o próprio irmão de espioná-lo para o FBI e para a CIA, por exemplo.
Há alguns meses, Mounkaila foi retirado das ruas e tratado em um hospital por 104 dias. Fez três refeições por dia, tomou um banho pela primeira vez em 10 meses, reencontrou o irmão e até uma filha que não via há 8 anos.
Hoje, Mounkaila, 59, mora em um abrigo mantido por uma instituição contratada pela prefeitura. Ele toma medicação - não porque acha que precisa, mas porque não quer desagradar os funcionários da instituição. "A vida é boa", disse para a reportagem. No local em que mora, afirma: "Aqui é melhor do que viver nas ruas".
A iniciativa de NY deveria gerar reflexão em países como o Brasil, em que, por exemplo, a aplicação de uma chamada "política antimanicomial", ilegal e irresponsável, tem sido defendida pelo CNJ inclusive para autores de crimes.
De acordo com uma Resolução do CNJ sobre o assunto, os responsáveis seriam liberados de hospitais de custódia e se submeteriam a tratamento voluntário nos CAPS.
Lembremos que hoje faz uma semana do triste ataque à escola em Cambé, cujo responsável aparentemente sofria de esquizofrenia e já havia tentado crime semelhante - portanto, no mínimo, deveria estar monitorado e sob tratamento compulsório. Nesse assunto, liberdade não é compaixão. Para ninguém.
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Vale a pena perguntar a quem tem um cérebro capaz de raciocinar sem as algemas ideológicas, se uma internação compulsória nesse caso apresentado, que aparentemente retira a “liberdade do cidadão”, é mais perniciosa do que deixar o doente viver a sua doença com a “liberdade” das ruas.