Muitos caminham hipnotizados à margem da consciência, vivendo trágicos espetáculos íntimos, remontando sempre ao passado. Essas pessoas passam pela vida hibernados espiritualmente, autoflagelam-se e estão apagados para a liberdade.
Inúmeros infelizes obstinados na ideia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego, quando desafivelados do “carro físico”, envolvem sutilmente aqueles que se lhes fazem objeto da calculada atenção e, auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço (vingança), infinitivamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo.
Quando estamos no mundo astral passamos por experiências na erraticidade associadas às diversas vivências que estão registradas em nosso psiquismo que formam uma impressão no perispírito coerente com a elevação ou não dos nossos pensamentos. O renascimento pode acontecer de forma coercitiva de acordo com as evocações mentais, as ideias extravagantes nos centros mentais e que exalamos no astral. Essa situação pode nos deixar em semi-transe e as extravagâncias podem se enovelar a cada dia, enrolados nas cordas do próprio desequilíbrio.
Quando atingimos esse nível, estamos mumificados em espírito, dignos de compaixão, crendo apenas no poder da posse material, desprezando a Justiça, zombando da verdade, vivendo para nós próprios e esmagando as esperanças alheias. Olhando ao redor, podemos ver muitas pessoas com esse perfil, zumbis espirituais, apesar de máscaras (personas) de civilização e cristandade.
Pode ser observado um jogo de hipnose entre encarnados e desencarnados, que dormiram enquanto na carne, na inconsciência da verdade, e se machucam, agridem e punem reciprocamente, petrificando os sentimentos e enregelando o coração. Renascem prisioneiros de si mesmos, depois de aflições punitivas em relacionamentos conflituosos, obsessivos, vividos antes e depois do berço.
Há quatro tipos de obsessões que são: 1. De desencarnado para encarnado, que é a mais comum; 2. De desencarnado para desencarnado, que acontece nas trevas do mundo astral, uma verdadeira hipnose; 3. De encarnado para desencarnado, que acontece pelo apego e pelo ódio; e 4. De encarnado para encarnado, na forma de inveja, ciúme, egoísmo, etc.
Para fugir dessa hipnose relacional e coletiva é importante a prática da Justiça dentro de nosso comportamento. Disciplinar o querer para conduzir com equilíbrio o que temos. Corrigir o ambicionar para viver longamente o que possuímos. Respeitar o direito alheio frente ao próprio direito.
Na realidade o que Deus pede de nós se resume a: “Praticar a Justiça, amar a Misericórdia e andar na Humildade com Deus” (Miqueias, 6:8).
É importante a compreensão da transitoriedade do corpo físico, que devemos meditar nele como um carro que dirigimos, aplicando as mesmas regras de conduta que observamos no trânsito, pois nada passa ignorado à consciência individual que representa a consciência divina em nós.
Se tivéssemos a consciência plena do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Todos possuímos o patrimônio mental onde está registrado todos os atos, aspirações e cuidados que desenvolvemos. Não adianta praticar o engano, a fraude, pois podemos passar despercebido diante de todos, mas sempre estaremos desnudos perante nós mesmos.
O Dr. Lorusso quando aborda o conceito de Saúde Mental diz o seguinte: “É o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem contudo perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro.”
A meta da Justiça aplicada a nós mesmos é acomodar o coração, harmonizar o pensamento, aceitar as dificuldades, disseminar otimismo e entusiasmo, mesmo que chova sobre nossa cabeça incompreensões e apupos.
Segundo Shannon A. Moore, “a meta é reparar o dano ocorrido e restaurar relacionamentos entre indivíduos e comunidades de modo a criar uma sociedade mais civilizada. Justiça Restaurativa está preocupada em ‘tornar as coisas tão corretas quanto possível’ para todas as pessoas.”
Mas, agir com Justiça tem suas consequências. Os vivos-mortos não nos compreenderão; os hipnotizados não alcançarão os nossos esforços; os hibernados estarão mentalmente distantes; os atormentados demorarão lá atrás; os precipitados não terão tempo de refletir; e muitos irão querer nos esmagar na ânsia louca de prosseguir na busca de coisa nenhuma.
Lembremos do texto áureo encontrado em 2Co. 6:14 – “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a Justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?”
Devemos meditar e agir. Prosseguir com o espírito alentado e alentando, com o coração amante e amando, vivo e atuante para a vida imortal. Apesar das sombras e de tudo, banhados e revigorados intimamente pelo sol do Amor total.
Sigamos Jesus, o Bom Pastor, compreendendo a necessidade de fazer esforços para nos modelar conforme Ele, tornando-O o nosso Caminho para a Verdade e a Vida, construindo o Reino de Deus dentro de nós mesmos.
Jesus foi tanto positivo quanto educativo quando afirmou: “Quando se vos disser que o Reino de Deus permanece ali ou acolá não acrediteis, porque, em verdade, o Reino de Deus está dentro de vós.”
Não esqueçamos que a consciência está ligada aos débitos, assim como a sombra está ligada ao nosso corpo.
Podemos viver dentro de um turbilhão mental, como se estivéssemos dentro de areia movediça das atrações fáceis. Quanto mais nos mexemos mais nos aprofundamos. Essas atrações fáceis podem ser representadas por drogas, prostituição, suborno, etc.
Não podemos perder o equilíbrio ou a responsabilidade moral dentro dessas facilidades. Temo que meditar bastante sobre onde estamos, o que nos sucede, as tentações, e com toda energia desenvolver o vigor moral.
A meditação é uma ótima ferramenta para examinar nossos atos e obter benefícios: traz harmonia para nossas vidas; melhora a atenção e a memória; equilibra as emoções; aumenta a imunidade; reduz o estresse e a depressão; regula a taxa cardíaca; aumenta a felicidade. Assim, a meditação é um dínamo poderoso em nossas vidas.
A postura completa e tradicional para se meditar compreende sete pontos: a boca relaxada com a ponta da língua encostando entre o céu da boca e os dentes de cima; o queixo formando um ângulo reto com o pescoço; as mãos no mudra da meditação, uma mão repousa sobre a outra com as palmas para cima; o olhar fixo e relaxado, olhando para baixo; os ombros afastados; coluna vertebral ereta; as pernas cruzadas na base adamantina, o pé esquerdo sobre a coxa direita, depois o pé direito sobre a coxa esquerda. São condições mais apropriadas para a prática da meditação, mas cada pessoa pode desenvolver mais tarde uma postura mais personalizada.
A meditação tem o poder de anular as sombras e pesadelos de nossas vidas, de aumentar a produtividade, evitar insucessos e erros constantes. A meditação é uma amiga fiel que corrige com bondade e esclarece com humildade.
Quando estamos dispostos a falar com Deus na oração, sempre existe os dois momentos importantes e que devem ser conjugados: a oração propriamente dita, quando falamos o que queremos ao Pai, um pedido, agradecimento, um louvor..., e em seguida o momento de silêncio interno que é a meditação, onde estamos prontos para ouvir o que o Pai quer nos dizer.
Algumas vezes sofremos porque acreditamos que estamos em solidão, mas, meditemos! Verificaremos que existem outros corações mais solitários ao nosso lado. Devemos agir, nos levantar, visita-los e mostrar a mensagem evangélica que sabemos tanto bem fazer aos nossos corações.
O escritor Paulo Coelho escreveu que: “Deus costuma usar a solidão para nos ensinar sobre a convivência. Às vezes, usa a raiva para que possamos compreender o infinito valor da paz. Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono.” Portanto, nós que estamos com Deus no coração, jamais estaremos sozinhos, por isolados que pareçamos estar frente ao mundo.
Podemos também nos considerar enfermos e alquebrados (que caminham curvados, vergados, por motivo de doença, fadiga ou velhice; que demonstra cansaço, abatido), caminhando sem arrimo... Meditemos! Encontraremos próximo de nós, sofrendo maiores tormentos, contemplando em ti a felicidade que dizes não existir. Precisamos agir e nos dirigir a eles e oferecer a fraternidade que sabemos ser a vontade do Criador.
Também podemos imaginar que temos falta de sorte naquilo que fazemos, pensando em tantos sortudos ao nosso lado, conquistando o muito com o pouco que fazem. Meditemos! Enxergaremos corações vencidos que nos invejam o sorriso e a fortuna que afirmamos não ter. Então, devemos agir, levar até eles a compreensão que já temos do Evangelho.
Quando falta sorte, tem que sobrar atitude. O azar morre de medo de pessoas determinadas.
Quando meditamos com profundidade, veremos que a Terra é um imenso hospital de almas mais sofredoras que nós, que com os recursos terapêuticos do Evangelho,,. poderás operar a favor delas. Constataremos a máxima evangélica que diz: “Mais se dará aquele que mais der” – Parábola dos Talentos.
Ao ajudarmos, nos sentiremos também ajudados!
É bom praticarmos sempre em nossas vidas, em casa, para nós próprios, “um pequeno curso de Cristianismo Redivivo”: conceder palavras de alento; frequentar templos espirituais; evitar obsessão de pensamentos; despertar para a vida espiritual dentro de nós; orar para pedir força e sabedoria; meditar para agir com acerto.
Meditar no Bem é começar a fruir do Bem desde agora mesmo.
“Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.” – Jesus (Marcos, 7:7)
A atualidade do Cristianismo oferece-nos lições profundas, relativamente à declaração acima mencionada.
Ninguém duvida do sopro cristão que anima a civilização do Ocidente. Cumpre notar, contudo, que a essência cristã, em seus institutos, não passou de sopro, sem renovações substanciais, porque, logo após o ministério divino do Mestre, vieram os homens e lavraram ordenações e decretos na presunção de honrar o Cristo, semeando, em verdade, separatismo e destruição.
Os últimos séculos estão cheios de figuras notáveis de reis, de religiosos e políticos que se afirmaram defensores do Cristianismo e apóstolos de suas luzes.
Todos eles escreveram ou ensinaram em nome de Jesus.
Os príncipes expediram mandamentos famosos, os clérigos publicaram bulas e compêndios, os administradores organizaram leis célebres. No entanto, em vão procuram honrar o Salvador, ensinando doutrinas que são caprichos humanos, porquanto o mundo de agora ainda é campo de batalha das ideias, qual no tempo em que o Cristo veio pessoalmente a nós, apenas com a diferença de que o Farisaísmo, o Templo, o Sinédrio, o Pretório e a Corte de César possuem hoje outros nomes.
Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de acordo com os seus próprios ensinamentos.
ATA AMA-PM E PROJETO FOCO DE LUZ
Em 27-09-17, as 19h, na residência de Paulo Henrique, foi iniciada mais uma reunião com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo; 02. Antônio Sérgio; 03. Nivaldo; 04. Edinólia; 05. José Erinaldo; 06. Mara Dalva; 07. Francisco; 08. João Maria; 09. Mano; 10. João Maria Dias; 11. Ana Paula; 12. Davi; e 13. Leria. Após os 30 minutos iniciais de conversa livre foi dado início à reunião com a leitura e reflexão do texto evangélico, Heresias. José Erinaldo coloca em discussão o trabalho que ele faz com os jovens que desejam praticar o boxe. Nivaldo coloca, com contrariedade, a falta de boa vontade que encontrou na direção da escola com relação as atividades desenvolvidas pela AMA-PM. As reuniões da Associação foram negadas por envolver dias fixos e a escola não ter como garantir essa regularidade. As demais atividades podem ser solicitadas com antecedência à direção da escola. A partir daí foi feito uma reflexão por todos quanto ao nosso trabalho cristão dentro da comunidade. Procuramos servir sem a pretensão de recompensa material, queremos aplicar as lições do Mestre Jesus, amar incondicionalmente. Dessa forma temos a preocupação com o lazer das crianças, com a ocupação do tempo livre em atividades artísticas, culturais, esportivas, etc. dessa forma é importante o apoio de monitores voluntários e de espaços físicos adequados. Encontramos essas dificuldades pelos caminhos, porque, certamente, as pessoas não tem a mesma compreensão do trabalho cristão que é nossa meta. Por motivo de não termos pretensão política ou religiosa, a consciência livre de cada um é que determina o engajamento nesse tipo de voluntariado. Não importa o partido político, o candidato, ou a igreja que cada um colabora ou tem compromisso, o importante dentro da AMA-PM que o trabalho de servir ao próximo seja realizado, se o voluntário desejar logo uma recompensa material, não seja isso impedimento, desde que a pessoa que vai receber o benefício também concorde. As 20h30 a reunião foi encerrada, Edinólia conduziu a oração ao Pai e todos posamos para foto oficial.
Dando conclusão ao cumprimento da orientação feita na aula 02 do curso dos Guardiões, irei desenvolver o planejamento da última área: pessoal.
Você tem, por escrito, um planejamento da sua vida profissional, espiritual e pessoal?
Concluirei pelo relato da vida pessoal.
Nasci em Areia Branca-RN, uma ilha salineira. Aos cinco anos meus pais se separaram e fui com minha mãe viver em Macau-RN, outra ilha salineira. Como minha mãe tinha muita dificuldade de sobrevivência, passou a fazer bolos e raivas para garantir a casa, aceitou que eu fosse morar com a sua mãe, Sinina (sinonímica de Severina), minha avó materna. Era uma pessoa rígida, de caráter independente, nunca foi casada, tinha seus companheiros e administrava uma boate, espécie de cabaré, na linguagem coloquial. Eu passei a viver dentro desse ambiente, mas totalmente envolvido com o trabalho e o estudo. Apesar de ser um ambiente com muito sexo e bebidas alcoólicas, eu estava protegido pela mão férrea de minha avó, que deixava a minha ligação acontecer sempre com o trabalho ou com o estudo. Ela morava cerca de um quilômetro distante de minha mãe, mas ocasionalmente eu ia até lá, momento que ficava muito feliz com as brincadeiras com meus irmãos, principalmente com os irmãos por parte de minha mãe, já que ela passou a conviver com outro homem.
Com a idade de 18 anos fui para Natal, a capital do estado do RN para servir à Marinha do Brasil. Passei a morar longe dos meus familiares com muita dificuldades, devido ao meu comportamento introvertido. Procurei ajuda na igreja evangélica, tendo saído de lá por discordar quanto os princípios científicos que eu já considerava como corretos. Consegui passar no Vestibular de Medicina, e deixei a Marinha para colocar um comércio com o dinheiro que recebi, como forma de garantir a sobrevivência dos meus parentes, principalmente da mulher que casei que tinha sobre si a responsabilidade com a sua mãe e irmãos menores, entre eles um deficiente mental.
Ao terminar o curso médico entrei na pós-graduação e conclui o doutorado. Casei com Edinólia, que trabalhava na enfermagem do Hospital Naval de Natal. Ingressei no governo do estado como médico, para trabalhar no posto de saúde do conjunto Santa Catarina, que havia sido entregue a população, tanto o posto como o conjunto. Fui um dos primeiros moradores desse conjunto e cheguei a ser presidente do conselho comunitário.
Foi esse o período que começou a mudança dos meus paradigmas de vida, deixei de viver pela meta do amor exclusivo e passei a adotar o Amor inclusivo, como forma de praticar o Amor Incondicional. Isso transformou o meu casamento de fechado para aberto, e tanto eu como minha esposa poderíamos namorar com outras pessoas. Cheguei a me apaixonar por minha prima, e a minha esposa terminou não tolerando a situação e me expulsou de casa. Fui morar com minha prima, Sônia, e não tínhamos a ideia de casar, pela perspectiva que existia dela me abandonar se eu voltasse a namorar com outra pessoa. Como isso iria acontecer, eu sabia, o casamento não teria sentido. Mas como aconteceu a geração de uma filha, por acidente nos namoros, e eu tive que falar pra ela, pois iria reconhecer a filha como minha, e ela conseguiu tolerar tão forre evento, resolvemos casar. Nessa época eu já estava com 5 filhos: 3 com Edinólia, a primeira esposa; 1 com Sônia, apesar dela também não querer; e agora uma com Marinalva, também acontecido num acidente no namoro.
Finalmente Sônia não conseguiu mais tolerar os meus constantes namoros, inclusive, dormia sistematicamente uma noite fora de casa. No dia que meu filho com ela, Eric, passou no vestibular, e eu fui encontrar com minha filha Adriana, por sentir que ela estava sendo discriminada, isso serviu de gota d’água para ela me jogar para fora de casa.
Fui morar na praia sozinho, inicialmente com a companhia constante de Marinalva e Adriana, mas com as repetidas cenas de ciúme, tive que ficar afastado delas também. Atualmente tenho uma convivência maior com Simone em Ceará Mirim, desde que ela conseguiu comprar a sua casa e foi morar fora da influência da mãe. Desenvolvo uma intensa atividade profissional e espiritual, compreendendo que estou fazendo assim a vontade do Pai.
Dando continuidade ao cumprimento da orientação feita na aula 02 do curso dos Guardiões, irei desenvolver o planejamento da três áreas: profissional, espiritual e pessoal.
Você tem, por escrito, um planejamento da sua vida profissional, espiritual e pessoal?
Continuarei pelo relato da vida espiritual.
Minha vida espiritual começou antes do meu nascimento. Como meu parto foi difícil, iria passar pelo canal do parto que estava sendo usado para esse fim pela primeira vez, minha posição de apresentação ao mundo não era das mais fáceis, apresentação cefálica, sem as contraturas uterinas ter força para expulsão de uma cabeça considerável através de um canal estreito. A parteira acostumada a fazer isso nas residências (neste tempo e na minha cidade interiorana não havia a disponibilidade de uma maternidade), tentava com todo esforço, com as próprias mãos, arrastar o meu corpo segurando pela cabeça. Até hoje tenho as marcas dos seus dedos impressos na estrutura óssea do meu crânio. Não tinha jeito, a opção encontrada era ir em busca de um milagre. Lembraram que estávamos em outubro, dia 20, e o santo mais famoso deste mês era São Francisco, santo famoso por seus milagres. Então resolveram fazer a promessa, caso eu me salvasse e a minha mãe, o meu nome seria Francisco das Chagas, lembrando as chagas pelas quais ela tanto padeceu. O “milagre” então ocorreu, eu vim à luz, e como primogênito eu seria dedicado a Deus, uma condição bem mais antecipada que a promessa feita nesta data. Acredito que a nível de espiritualidade ficou definido que eu teria realmente o nome de batismo de Francisco das Chagas, mas o meu compromisso com Deus também teria que ser cumprido e isso dependeria do meu maior nível de conscientização a partir dos anos futuros. A partir dos cinco anos fui criado por minha avó, que apesar de ter uma prática espiritual umbandista, colocou-me dentro de uma escola católica, administrada por um padre que patrocinava um grupo de escoteiros do qual passei a fazer parte. Então, eu tinha frequência à igreja católica e participava das atividades eventuais, como missas e procissões. Foi a partir dos 18 anos, com a minha vinda para Natal para servir à Marinha do Brasil, que passei a questionar a minha prática espiritual e entrei na Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Apesar de ter uma prática espiritual mais forte, havia o confronto com os conhecimento científicos que eu não parava de adquirir com os meus estudos. Chegou a um ponto que eu vi a Assembleia contestar com muita firmeza os avanços científicos que eu achava correto, e decidi deixar também essa agremiação. Mergulhei com mais afinco nos estudos científicos e passei a duvidar da própria existência de Deus, devido ao excessivo conteúdo materialista das doutrinas acadêmicas. Mesmo assim minha curiosidade com o mundo espiritual não se extinguiu, foi quando tive acesso a um livro psicografado do autor espiritual Ramatis, e descobri profundas verdades que o meu raciocínio acadêmico não conseguia destruir. Passei a estudar outros livros desse autor espiritual, quando fui convidado por um colega psiquiatra para estudos espirituais na Associação Médica. Foi quando eu tive oportunidade de estudar o livro dos espíritos e demais obras de Allan Kardec. Vi dentro deles um profundo raciocínio filosófico superior as demais escolas filosófica que eu já tinha tido contato. As resposta do “quem sou, de onde vim e para onde vou” tinham respostas racionais bem mais coerentes do que aquelas escolas que se aventuravam a discutir nesse campo. Vi que a condição para se considerar espírita, era apenas ser uma pessoa que procura ser melhor a cada dia que passa. Como esta era a minha condição, então entendi que eu era espírita, não importava se eu dissesse ser ateu ou ter qualquer tipo de adesão a qualquer tipo de igreja. Então, passei a ser um livre pensador, com acesso a qualquer tipo de igreja, mas compreendendo e tentando aplicar os conhecimentos espíritas, do mundo espiritual, da evolução matéria e do espírito, procurando fazer a vontade de Deus assim como entendo que ele colocou na minha consciência, praticar com firmeza e coerência o Amor Incondicional em busca da construção da Família Universal e assim viabilizar o Reino de Deus, primeiro no coração e depois na sociedade.