Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/05/2016 23h59
PUXÃO DE ORELHA

            Acordei hoje sem nenhum motivo com dor no ouvido. Eu que não lembro há quanto tempo senti uma dor desse tipo. Fiquei a matutar qual seria o motivo. Não era uma dor constante, acontecia sempre que eu fazia algum movimento com a cabeça. Claro, deve ter um motivo fisiopatológico para essa ocorrência, mas como considero tudo que acontece comigo como uma ação direta de Deus em minha vida querendo me ensinar alguma coisa, fiquei atento. Com essa perspectiva logo vim a saber o que Deus queria me dizer ao fazer a leitura diária do livreto “Encontro diário com Deus – 2016” e que trazia um pequeno texto escrito por Inácio Dantas da seguinte forma:

            “Ajude quem lhe estende a mão. Ninguém de bom senso pede ajuda desnecessária. Somos uma massa cósmica em constante evolução e transformação. Infortúnios pode acontecer com qualquer um, para isso basta estar vivo. Ascenção e queda são fases da vida que podem afligir fortes e fracos, reis e plebeus. Riqueza e saúde são vicissitudes instáveis, são forças que podem extinguir-se de repente, como a faísca de um raio no espaço... ninguém no mundo está imune! Todos estamos suscetíveis a viver um momento de carências, de privações de toda ordem. Ajude. Com isenção de interesse. Tão somente pelo grande ato de ver alguém reerguer-se do pântano das necessidades. Assim, hoje, quem erguer uma pessoa caída, amanhã por ela poderá está sendo erguido.”

            Pronto! Com essa leitura caiu a ficha. Mais uma vez Deus me chama a atenção sobre a prática da caridade, com um verdadeiro puxão de orelhas. Por isso a dor que acordei sentindo, por isso o autor do texto, Inácio Dantas, atuando como instrumento do Pai, o escrevera a algum tempo para hoje, comigo, servir como a palavra de Deus.

            Em diversas ocasiões neste diário, tenho colocado minhas dificuldade na prática da caridade, cujo protótipo dessa dificuldade é ajudar as pessoas que ficam nos semáforos a limpar para-brisas dos carros. Sistematicamente evito dar qualquer tipo de ajuda a essas pessoas e coloco como motivo uma série de argumentos. Mas sempre estou refletindo de alguma forma diferente, e mesmo com tantos argumentos em contrário, decido ajudar a quem me pede. Mesmo assim isso não se realiza. É como aquela parábola que Jesus ensinou dos dois filhos que recebe determinada ordem do pai. O primeiro diz que vai fazer e não faz; o segundo diz que não faz, e termina por fazer. Jesus explica que o mais correto com o pai é aquele que disse que não faria, mas reflete e faz o que é solicitado. O outro que aparentemente se mostra obediente, mas que com o decorrer do tempo não demonstra essa obediência, é o criticado pelo Mestre. Pois eu sou este tipo até agora. Entendo a mensagem do Pai quanto a prática da caridade, digo a Ele que vou fazer como foi ensinado, mas não realizo o que prometo.

            Por isso entendo o “puxão de orelhas” com destaque para a frase: “ninguém de bom senso pede ajuda desnecessária”. Eu posso até colocar na mente os argumentos negativos, mas devo considerar a sabedoria dessa lição e aplicar a bússola comportamental que Jesus ensinou: se eu estivesse no lugar dessa pessoa, o que gostaria que fizessem comigo?

            Se eu fosse essa pessoa que pede estaria com certeza dentro de uma dessas duas condições: não estar com o meu senso saudável, ou ter realmente necessidade. E em ambos os casos é justificável a ajuda. Então, por que pensar e concluir que com o próximo é diferente? Que ele tem um bom senso, ou não tem necessidade e que tão somente quer se aproveitar da minha bondade transformada em bobeira?

            Não, estou errado! Mais uma vez reconheço a sabedoria do Pai a me orientar, e até com certa ênfase desta vez, e mais uma vez prometo no fundo da consciência que irei cumprir sua vontade. Mesmo porque já começo a sentir os efeitos da minha desobediência, e gosto muito do meu ouvido apenas percebendo os sons da Natureza.

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em 06/05/2016 às 23h59
 
05/05/2016 23h59
SUSTENTADORES DE AÇÃO

            O trabalho na Associação de Moradores da Praia do Meio segue evoluindo, mas com uma dificuldade que está sempre presente: a falta de sustentadores de ação. Quer dizer, pessoas que assumam determinado projeto e perseverem nele até a sua realização.

            Em cada reunião da Associação, geralmente chegam ideias boas e até alguém fica responsável por elas, mas na reunião seguinte esse assunto não volta à discussão e termina sendo esquecido. Poucas são as pessoas que se comprometem e procuram cumprir o combinado através das dificuldades do cotidiano.

            Fico a pensar... Jesus veio nos ensinar o Evangelho do Amor, não para ficar somente à nível de pensamentos, de aplaudirmos a coerência que ele nos traz, mas que possamos promover dentro de nós a transformação necessária e em seguida transformarmos a sociedade para o Reino de Deus. Mas, todo o esforço que fazemos com mais clareza, é retransmitir essas lições a um número cada vez maior de pessoas ao redor do planeta. Algumas ouvem e procuram se transformar, outras ouvem e não tem interesse ou condições de refletir sobre... são como aquelas sementes da parábola, que caem nas pedras, nos espinhos, à margem da estrada ou em terrenos áridos; não conseguem germinar ou prosperar.

            Então deve ser mais ou menos assim. As pessoas que chegam às nossas reuniões possuem um coração com essas características: terreno árido, beira de estrada, espinhos, pedras... e terreno fértil. Apenas quem tem no coração essas características de fertilidade é quem irão fazer germinar a semente e prosperar na prática as lições do Cristo. São com essas pessoas em número reduzidíssimo que iremos tocando nossos projetos! São os sustentadores de ações.

            Não importa a idade, o sexo, a cor da pele ou a ideologia política ou religiosa, se está sintonizada com a justiça e a verdade irá procurar fazer a vontade do Pai, considerando a família universal e cada ser próximo como irmão, mesmo que pense, em outros campos, radicalmente diferente. Se realmente se considera filho de Deus, e irmão de toda a criação feita pelo Pai, principalmente os seres humanos, irá tolerar o pensamento diferente do outro, entender as razões do próximo sem abdicar das suas, e procurar com racionalidade, sem extremismos de qualquer natureza, onde está a verdade.

            Dessa forma teremos os sustentadores de ações na causa do Pai, mesmo que tenham ideias diferentes em outros aspectos, estarão sempre harmonizados na luta para a construção do Reino de Deus. Evitarão colocar nos espaços coletivos deste trabalho evangélico, argumentos que firam os sentimentos dos companheiros. Nesse sentido cada um deve fazer a censura prévia daquilo que deseja dizer ou escrever: isso é um fato verdadeiro? Não estou disseminando preconceitos meus ou de outrem? Isso vai fazer bem ou mal a quem ler? Vai atender a vontade do Pai? É isso que vou escrever ou falar o que eu gostaria de ouvir ou ler? Vai ajudar a descobrir a verdade ou perpetuar a mentira?

            Sei que encontrar um consenso no meio de tantas interrogações se torna um pouco difícil e muito mais, à medida que somos orgulhosos e prepotentes, imaginando que parte da verdade esteja exclusivamente conosco e o outro mergulhado na ignorância. O sentimento correto para evitar deslizes comportamentais para com o próximo, é a humildade. Reconhecer que todos nós estamos em busca da verdade e de corrigir equívocos e injustiças, e que o próximo pode estar mais próximo da verdade do que nós. Agindo dessa maneira, o tempo, conduzindo a lógica e a coerência, vai nos apontar os desvios que possamos estar dentro dele e assim corrigir nossa rota, e sustentar com mais firmeza o trabalho que o Mestre ensinou e que Deus espera a realização.

 

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em 05/05/2016 às 23h59
 
04/05/2016 23h59
FOCO DE LUZ (101)

Em 04-05-16, as 19h, na Escola Estadual Padre Monte, teve início mais uma reunião do Projeto Foco de Luz e AMA-PM, com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo; 02. Silvana; 03. Maria Queiroz; 04. Luci; 05. Ana Paula; 06. Edinólia; 07. Radha; 08. Netinha; 09. Rosário; 10. Francisco Rodrigues; e 11. Costa. Após a primeira meia hora de conversas aleatórias foi lido o texto evangélico com o título “Na Propaganda”, um frase de Jesus escrita por Lucas no seu evangelho (17:23). Em seguida foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada pelos presentes. COMUNICADOS: Maria Queiroz informa que a reunião dos pais está marcada para a sexta feira dia 13-05-16, as 10h e sobre as atividades propostas para a festa de São João dentro da Escola. Rosário confirma que no dia 13-05-16, com o apoio dos membros da associação que possam comparecer, principalmente a academia pré-militar e os curumins, estará presente na reunião de pais para dar início aos trabalhos voltados para a comunidade escolar. Também entrega os panfletos feitos pelo advogado Adriano quanto ao serviço voluntário na área jurídica, que poderá ser iniciado após a reunião de pais que irá ocorrer na próxima semana. Quanto a questão do CNPJ ela orienta que seja consultado o Dr. Adriano para ver os prazos de lançamento do Edital para ser promovido de forma rápida uma nova eleição e ata de fundação da Associação. Francisco confirma que estará presente na reunião de pais trazendo o projetor para ser projetado um vídeo que abrirá a participação da Professora Rosário. Paulo informa sobre os ofícios da semana que foram encaminhados, inclusive o de utilização da escola Olda Marinho e do uso da entrada do Hospital Universitário pela Rua do Motor, para aquelas pessoas com necessidades especiais. Edinólia informa sobre a reunião que participou no colégio Padre Monte para a organização da festa do São João junto com Maria Queiroz e com as diversas atividades que irão ser realizadas dentro da escola. Não foi definido como seria a festa na comunidade e o bingo previsto verificou-se que não há tempo útil para a sua realização. Foi discutido que a Associação não poderia arcar com despesas de festas como aconteceu na festa do Natal. Paulo diz que a festa pode ser feita sem custos para a Associação, desde que exista uma equipe envolvida. Ficou de ser vista essa possibilidade junto a Costa e Damares. Nivaldo diz da importância de ser feita reuniões na Escola Olda Marinho, pois envolve mais a comunidade nas atividades que serão realizadas. Mesmo que a AMA-PM não faça mais reuniões regulares naquele espaço, deve ser mantido sua utilização com reuniões específicas para tratar de determinados assunto, assim como ser mantido os diversos grupos com aulas de música ou outras similares. Ana Paula lembra que apesar do novo local da reunião ser mais distante, as pessoas que estão presentes são aquelas que sempre se envolvem nos trabalhos propostos pela Associação. As 20:30h a reunião foi encerrada e Costa conduziu a oração do Pai Nosso, posamos para a foto coletiva e degustamos o lanche oferecido pela Escola.

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em 04/05/2016 às 23h59
 
03/05/2016 23h59
ENQUANTO HOUVER AMIZADE

            Considero a amizade o patamar das relações fraternas, a base onde circulam os cidadãos do Reino de Deus. O primeiro degrau na escalada humana em direção à angelitude, obedecendo sempre a Lei do Amor.

            Por isso achei interessante um texto que encontrei na internet e que reproduzo aqui na íntegra:

            “Um professor perguntou, certa vez, a um de seus alunos qual era o significado da palavra amigo. O menino não soube de pronto responder. Ficou por alguns momentos em silêncio e, por fim, repetiu a palavra amigo separando devagar as sílabas.

            O professor, porém, insistiu: vamos! Responda-me. Que significa a palavra amigo?

            Ao fim de dois ou três minutos, então, o jovem respondeu:

            - Penso que amigo é uma pessoa que nos conhece perfeitamente, sabe da nossa vida e, apesar de tudo, ainda nos quer muito bem!

            - Bravo! – exclamou o mestre – eis uma resposta que me parece simples e perfeita. Um dos tesouros mais preciosos na vida é a boa amizade! – terminou dizendo ele com vibração.

            - A amizade redobra as alegrias e reparte as penas em duas metades. A amizade é um raio de sol que ilumina a vida. Não há rosto por mais imperfeito, nem espírito por mais sofredor, que um relâmpago da verdadeira amizade não possa tornar encantador. A amizade é um sentimento raro; só são capazes de senti-lo aqueles que são capazes de inspirá-lo.

            - Eis as palavras do escritor Malba Tahan, elevando à sublimidade este laço bendito que nos une ao próximo. Talvez apenas a arte, tocada pelo condão da espiritualidade, consiga trazer em versos pronunciáveis, o que a amizade significa para o espírito.

            - Eis um poema de autor desconhecido:

            “Pode ser que um dia deixemos de nos falar

            Mas enquanto houver amizade,

            Faremos as pazes de novo

            Pode ser que um dia o tempo passe

            Mas, se a amizade permanecer,

            Um do outro há de se lembrar.

            Pode ser que um dia nos afastemos,

            Mas, se formos amigos de verdade,

            A amizade nos reaproximará.

            Pode ser que um dia não mais existamos,

            Mas, se ainda sobrar amizade,

            Nasceremos de novo, um para o outro.

            Pode ser que um dia tudo acabe.

            Mas, com amizade construiremos tudo novamente,

            Cada vez de forma diferente,

            Sendo único e inesquecível cada momento,

            Que junto viveremos, e nos lembraremos para sempre.”

            A dádiva de um coração amigo é sempre acolhida com benevolência. Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.

            A amizade pura é uma flor que nunca fenece.

            Sei que esse texto está fora de compasso em alguns trechos, mas tirando os erros de concordância e da compreensão dos personagens, o conteúdo sobre a amizade é perfeito e eu não poderia, por ver esses erros minúsculos, deixar de transmitir tão maiúscula mensagem.

            Que a flor da amizade sempre exale dentro de mim o seu perfume, nas horas mais difíceis, onde as emoções incendiadas tendem a carbonizar a razão; que o recanto protegido do meu coração, jamais deixe chegar qualquer chama nociva a flor que dentro dele cultivo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/05/2016 às 23h59
 
02/05/2016 23h59
UM TESTE DE DEUS?

            Cada vez mais me conscientizo que estou tentando fazer a vontade de Deus, apesar de reconhecer as minhas inúmeras dificuldades que retardam ou impedem o que é preciso fazer. Sei que estou no caminho coreto, apesar de criticado por tanta gente, e isso parece ser uma incoerência, pois dizem que a voz do povo é a voz de Deus.

            Essa máxima popular merece um estudo a parte, pois seria a vontade de Deus o povo ter votado para soltar Barrabás e crucificar Jesus? Seria a vontade de Deus o comportamento nefasto dos sacerdotes do templo para incriminar um inocente?

            Por outro lado, tudo que acontece no mundo tem a permissão de Deus, até os atos mais criminosos. Cada qual é quem deve verificar o que é certo e errado e evitar entrar por caminhos errados. Jesus estava fazendo a sua missão, estava no caminho certo. Barrabás e os sacerdotes entraram em caminhos equivocados, foram de encontro à lei do Amor, e por isso tem que pagar o preço. Barrabás já estava encaminhado para pagar a sua dívida aqui mesmo entre os homens. Os sacerdotes fogem do castigo com uso de artifícios falsos, mentirosos, fogem da lei dos homens, mas não conseguem escapar da lei do Amor.

            Cada um que esteja sintonizado com o Criador, passa a receber intuitivamente as suas instruções nos momentos mais difíceis, ou então é testado naquilo que pretende seguir.

            Foi isso que aconteceu comigo quando estava na rodoviária de Caicó, esperando o transporte para voltar para Natal. Estava lendo justamente o livro de Joana de Angelis que adotei para fazer o curso de psicologia do autodescobrimento na Cruzada dos Militares Espíritas. De repente fica perto de mim um senhor, aparentemente embriagado e que fica a olhar o livro que eu estava lendo. Não me incomodei, e continuei com minha leitura. Ele achou pouco por estar visivelmente interagindo comigo na leitura do livro, mesmo que eu não dissesse nada, e passou a apontar diretamente as linhas de leituras do livro, impedindo a minha visão. Fiz um gesto de aborrecimento e afastei o livro do alcance dos seus dedos. Ele disse apenas que gostava de ler. Eu não respondi nada, retirei um texto religioso que tinha dentro do livro e dei para ele sem dizer nada. Ele se afastou um pouco, ficou olhando para o texto que eu lhe dei, não sei se estava lendo.

            Voltei a minha leitura e prestei atenção ao conteúdo do que eu estava lendo, justamente nesse momento:

            “... O indivíduo tranquilo, porque portador de confiança em si mesmo, não se atormenta quando enfrenta situações novas e desafiadoras, agindo com serenidade, sem a preocupação exagerada de parecer bem, de fazer-se detestado, de eliminar o outro ou de sobrepor-se a ele... É natural e espontâneo, aberto aos relacionamentos interpessoais, respeitador das ideias e condutas do outro, embora não abdicando das suas próprias nem as mascarando para agradar, ou exibindo-as para impô-las...”

            Eis minha leitura. Vejo isso muito claro como um teste que Deus colocou para ver se eu, que vou dar aula sobre esse tema, estou pronto para aplicar seu conteúdo no meu comportamento. Acredito que eu não tenha sido muito falho no meu contato interpessoal com esse estranho, com uma situação nova. Acredito que eu não poderia ser mais fraterno, pois havia identificado uma possível embriagues nesse próximo. Se isso fosse verdade, o meu gesto fraterno não iria trazer nenhum benefício para ele e talvez fosse prejudicar ainda mais o meu esforço para aprender como dar uma boa aula no dia designado. O ponto falho é que eu não confirmei com uma tentativa de interação mais direta, se ele estava de fato embriagado como eu estava pensando. Talvez nesse ponto eu tenha sido falho mesmo, pois se ele não estava tão embriagado como eu pensava, poderia ter colaborado com ele de alguma forma, e talvez ele tivesse me ensinado algo que o Pai tinha mandado ele dizer... quem sabe?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/05/2016 às 23h59
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