Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/11/2014 18h38
SEXTA FEIRA FATÍDICA

            Há exatos 1981 anos, 33 anos atrás, Jesus estava expirando na cruz por volta deste horário. O céu escureceu, a terra tremeu e o povo apavorado tentava escapar do que não imaginava que estava acontecendo.

            Hoje, em plena época moderna, sei desses acontecimentos pelos diversos livros que leio de diversas fontes. O esforço do Mestre Jesus nos três anos de intensa atividade messiânica, foi coroado com o supremo sacrifício de ter suportado com estoicismo toda tortura bárbara que lhe impuseram até o desenlace fatal na cruz.

            Por mais que eu estude Suas lições e queira me aproximar dEle assim como qualquer aluno faz e o mestre deseja, eu sei que não conseguirei absorver nem 10% do ensinado e demonstrado sobre a capacidade de amar, de tolerar, de perdoar e de resistir a dor da incompreensão do mundo ao redor.

            Faço essa reflexão agora, ao terminar o consultório e ver que o esforço que faço com o desempenho do trabalho e na aplicação das lições do Mestre estão muito distante do que foi ensinado e demonstrado. Primeiro pelo direcionamento. O Mestre direcionava suas ações ao foco de Sua missão, os interesses do mundo ficavam em segundo ou terceiro plano. Nada dos interesses do mundo material conseguia fazer com que ele se desviasse do caminho. O meu direcionamento ainda está do lado material, por mais que eu tenha adquirido a consciência da importância do mundo material e que é a ele que eu devo me reportar dentro de uma hierarquia de valores. Os compromissos que assumi dentro do mundo material impede que eu faça esse direcionamento total para os interesses do mundo material, de abrir mão de meus bens materiais e simplesmente sair no mundo em busca da minha destinação espiritual. Sei que esse comportamento nômade de Jesus, caminhante das estradas sem nenhum valor nos bolsos, eu não conseguirei fazer. Mas talvez não seja isso que o Mestre queira. Ele fez assim naquela época porque assim era necessária, essa lição do Amor Incondicional nenhum homem ainda tivera. Ele é quem devia sair assim pelas estradas a falar dessa energia superior em todo o Universo, que se equipara a essência do próprio Deus. E todas essas lições deviam ter um fecho especial, pois senão podia cair no esquecimento após a sua morte. Então o sacrifício que o levou à cruz era um item que já estava no planejamento de sua missão. Teria que ser um espírito muito valoroso para assumir e cumprir tão árdua tarefa. Hoje ao lembrar da cruz, ao passar por uma sexta-feira como esta, tudo vem à mente com muita clareza e um apelo muito grande para colocar em prática essas lições que o Mestre deixou e assim que eu possa contribuir para a construção do Reino de Deus.

            Com essa compreensão entendo que o Mestre espera que eu não siga exatamente os Seus passos; Ele espera que eu aplique as lições que foram deixadas e construa os relacionamentos coerentes com o Reino de Deus. Então, tenho que me relacionar com o sexo feminino dentro de uma perspectiva reprodutiva para que eu seja um elemento funcional dentro dessa sociedade e não somente um emissor de lições, como foi o Mestre. No momento que todos fizerem assim, o Reino de Deus surgirá no meio da humanidade, a família universal ficará estabelecida e a harmonia será a tônica de todos os relacionamentos.

            A sexta feira fatídica serve apenas como um farol dentro de nossas lembranças, para jamais esquecer o esforço do Mestre em nossa educação espiritual.

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em 07/11/2014 às 18h38
 
07/11/2014 00h59
FOCO DE LUZ (27)

            Em 06-11-14 foi realizado mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz com a participação das seguintes pessoas: 1) Edinólia, 2) Radha, 3) Paulo Henrique, 4) Nivaldo, 5) Cíntia, 6) Paulo Góis, 7) João Batista, 8) Francisco, 9) Ana Paula, 10) Diamagô, 11) Damares, 12) Ezequiel e 13) Marília. Foi lido como preâmbulo o texto intitulado Tende Calma, que teve o seguinte teor:

            “TENDE CALMA “E disse Jesus: - Mandai assentar os homens. (João, 6:10)”

            Esta passagem do Evangelho de João é das mais significativas. Verifica-se quando a multidão de quase cinco mil pessoas tem necessidade de pão, no isolamento da natureza. Os discípulos estão preocupados. Filipe afirma que duzentos dinheiros não bastarão para atender à dificuldade imprevista. André conduz ao Mestre um jovem que trazia consigo cinco pães de cevada e dois peixes. Todos discutem. Jesus, entretanto, recebe a migalha sem descrer de sua preciosa significação e manda que todos se assentem, pede que haja ordem, que se faça harmonia. E distribui o recurso com todos, maravilhosamente. A grandeza da lição é profunda. Os homens esfomeados de paz reclamam a assistência do Cristo. Falam n’Ele, suplicam-lhe socorro, aguardam-lhe as manifestações. Não conseguem, todavia, estabelecer a ordem em si mesmos, para a recepção dos recursos celestes. Misturam Jesus com as suas imprecações, suas ansiedades loucas e seus desejos criminosos. Naturalmente se desesperam, cada vez mais desorientados, porquanto não querem ouvir o convite à calma, não se assentam para que se faça a ordem, persistindo em manter o próprio desequilíbrio.”

            Foi explicada essa passagem do Evangelho como a preocupação que Jesus tinha na alimentação do espírito, que a reprodução do pão tinha um sentido espiritual para alimentar todos que iam à procura do Mestre com fome desse tipo de alimento. Pode também ser interpretado como um trabalho de solidariedade, onde todos colocaram dentro daquele cesto o que traziam consigo e daí todos foram saciados. Por fim, pode ser entendido como um ato miraculoso de Jesus na multiplicação dos pães e dos peixes, acima das leis da Natureza. Todas essas explicações trazem como base o esforço do Cristo para ensinar a Lei do Amor, da solidariedade, da verdade. O resto são apenas detalhes, como a multiplicação de bens materiais como pães e peixes.

            Após a leitura do registro da reunião anterior que não foi apontado erros ou omissões, foram feitos os seguintes informes: 1) A equipe responsável pelo acompanhamento do pedido de benefícios para a Praça Maria Cerzideira ainda não foi até a prefeitura; 2) Radha diz que não foi possível a reunião com a direção da Escola Olda Marinho, pois a diretora não pode ficar dentro do horário. Foram comprados junto com Cíntia itens de recreação e o tecido para a confecção dos coletes para a escolinha de futebol. Cíntia, Radha e Edinólia ficaram de acolher as crianças e abrir novas atividades como Evangelização de jovens e adultos, Recreação, Alfabetização de jovens e adultos e Reforço escolar, contando com o apoio dos pais e da direção da escola. Cíntia sugere e foi aceito que seja feito um informativo específico das atividades que estão sendo feitas com as crianças para ser divulgado nos estabelecimentos comerciais. Cíntia também volta a lembrar de investirmos na campanha de filiação de novos membros como forma de fortalecimento da Associação.  Paulo colocou as providências que está sendo tomada para a confecção de carnês para regularizar a contribuição dos sócios de forma mais objetiva. 3) Nivaldo coloca que a questão do conserto na escola depende do contato com a diretoria, pois implica em secar a caixa d’água para corrigir os vazamentos. 4) O jantar do dia 25-12 ainda está indefinido na sua programação, mas Paulo garante que existe condições de sua realização com as doações que podem ser conseguidas. 5) Edinólia volta a lembrar das doações para o bazar que podem ser entregues nas quintas feiras no horário das reuniões, aos interessados. 6) Foi colocado a necessidade de ser visto o caso de Evandro e de Marília de forma fraterna e técnica, como forma da Associação mostrar sua solidariedade dentro da comunidade. As 20:30h sem outros assuntos encerramos a reunião com o Pai Nosso introduzido por Cíntia e feito a foto para o Whatsapp. 

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em 07/11/2014 às 00h59
 
05/11/2014 16h19
PROPOSTA À REVISTA VEJA

            Como refleti no texto anterior, sempre estou recebendo intuições de caráter positivo, ligadas ao esforço do Bem, que acredito estarem vindo do Pai ou de prepostos enviados por Ele.

            Dentro ainda da comoção nacional provocada pelo resultado das eleições, chegou a intuição de que eu poderia contribuir com meus conhecimentos do mundo espiritual e material, das leis evolutivas que se desenvolvem em ambos os planos. Poderia escrever para a editoria da Revista Veja e colocar os meus propósitos de ser um colunista voluntário abordando a temática dos relacionamentos humanos os mais diversos possíveis, mas principalmente políticos, dentro da perspectiva espiritual e do que o Criador espera de nós. Estou trabalhando nessa perspectiva e vou colocar aqui o rascunho do que estou fazendo e que devo enviar até a próxima semana. Caso não seja aceito, posso colocar a mesma proposta para jornais locais.

            “Senhor Editor

            Parabenizo a Revista Veja pela posição corajosa de ir à busca dos fatos e os divulgar sem medo. Este é o papel que deve exercer um veículo de comunicação dentro de uma sociedade democrática, acima dos favores ou retaliações que o poder ameaçado possa oferecer.

            Proponho ser colunista voluntário da Veja com artigos que focalizem os diversos relacionamentos humanos no campo material e com a perspectiva espiritual, sem engajamento político partidário ou religioso.

            Sou de origem humilde, criado por minha avó, já que minha mãe não tinha recursos para me sustentar. Desde cedo aprendi a trabalhar e a estudar, promovido por minha avó. Era uma criança tímida, frequentei boa escola de orientação católica e fui escoteiro. Aos 18 anos saí do interior, Macau-RN, e vim para Natal-RN, servir à Marinha do Brasil, na condição de grumete, aspirante a marinheiro, e se possível continuar os meus estudos. Consegui passar no vestibular para o curso de Medicina e com a ajuda do Crédito Educativo que estava em vigor naquele ano de 1975, consegui sair da Marinha para estudar. Casei no decorrer e conclui o curso em 1980. Fiz pós-graduação pela Escola Paulista de Medicina (atual UNIFESP) e conclui o doutorado em 1985. Fui aproveitado como médico plantonista pela Secretaria de Saúde do RN e passei no concurso para professor da UFRN (Fisiologia) em 1993.

            Além dos estudos acadêmicos – Psicofarmacologia e Dependência Química – passei a me interessar pela atividade política (fui militante do PDT) e pelos estudos espirituais (aprofundei na doutrina espírita).

            Atualmente estou como vice-chefe do Departamento de Medicina Clínica, professor da disciplina de Psiquiatria e responsável pela disciplina Medicina, Saúde e Espiritualidade, todos da UFRN. Também desenvolvo um projeto de extensão Universitária Foco de Luz, que tem como meta desenvolver um comunitarismo cristão na comunidade da Praia do Meio em Natal-RN.

            Dentro desses novos conhecimentos é que pretendo desenvolver raciocínios sobre a nossa forma de pensar, sentir e agir dentro dos relacionamentos humanos e a sintonia que esses devem ter com os propósitos espirituais.

            Segue em anexo três artigos que servem de amostra do trabalho que pretendo realizar.”

            Os artigos que cito como anexo ainda não os produzi. Tenho o rascunho de um, e pretendo fazê-los com a brevidade para permitir na próxima semana enviá-los. E seja feita a vontade de Deus. Estou colocado apenas como um instrumento. 

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em 05/11/2014 às 16h19
 
05/11/2014 00h59
TRABALHO X PREGUIÇA

            Quando procuro realizar as ações necessárias para atingir as minhas metas de vida, vejo que é necessário realizar um trabalho extra. Esse trabalho extra é o que exige um esforço extra do meu espírito para acionar o meu corpo, além da sua rotina laborativa.

            Tenho compromissos materiais e espirituais. Os compromissos materiais foram adquiridos ao longo de minha formação e amadurecimento cognitivo e hoje eles são conduzidos pela responsabilidade. Sei que assumo trabalho extra com vista a obter recursos extras para cobrir novas responsabilidades que vou assumindo comigo e principalmente com terceiros, com os filhos em primeiríssima instância. Foram estes os seres que vieram ao mundo devido minhas ações afetivas e com os quais assumi responsabilidade com os seus projetos de vida sem, no entanto, desviar dos meus próprios projetos de vida.

            Assumi mais tardiamente compromissos de ordem espiritual, quando descobri a existência do mundo espiritual e sua prevalência sobre o mundo material. Reconheci a liderança cognitiva e espiritual de Jesus e reconheci a coerência dos Seus ensinamentos sobre a natureza do Pai primordial, e a criação de um Reino dos Céus que será viabilizado com o decorrer da nossa evolução.

            Para colocar todas essas perspectivas em andamento são necessários o trabalho da mente e do corpo, através do acionamento da vontade pelo livre arbítrio. Nesse processo me deparo com as necessidades do corpo que não pode trabalhar ininterruptamente, precisa de repouso para recuperar as energias. Surge assim a preguiça associada a essa necessidade e faz o tempo de repouso ficar mais constante e mais prolongado.

            Sei que meus mais severos adversários são aqueles que estão dentro de mim. Todas as forças instintivas associadas ao ego, a instância psíquica que representa os interesses do corpo. A preguiça é uma dessas forças e se opõe ao trabalho que devo realizar para cumprir o que meu espírito decidiu como correto.

            A Bíblia ensina que o próprio Deus descansou no sétimo dia, após ter criado todo o Universo. Isso sinaliza a importância do descanso. Por outro lado, Jesus não obedece aos preceitos hebreus de respeitar o sábado como o dia destinado ao descanso, conforme a interpretação da Lei de Deus segundo eles. Isso coloca na minha compreensão, que o repouso é importante, está dentro da Lei de Deus e tenho que obedecer. Mas devo forçar a realização do trabalho que tenho de fazer o quanto for possível, para não deixar margem de controle para a preguiça sobre mim.

            A conclusão, enfim, que chego nesse momento é que existe uma luta surda dentro de mim com relação ao trabalho que devo fazer e a preguiça que tenta extrapolar a necessidade de repouso do meu corpo. Até agora eu pressinto que a preguiça tem maior número de vitória no prolongamento do meu descanso, do que meu espírito no forçar um trabalho que precisa ser realizado.

            Parece que a forma que o Pai encontrou para me ajudar a vencer essa disputa com a preguiça, é deixar dentro de minha consciência ordens para realizar atividades que necessariamente vai exigir um trabalho. E isso sempre está acontecendo. Algumas vezes essas ordens terminam se diluindo ao longo de minhas atividades e momentos de preguiça, mas logo outras surgem de acordo com as circunstâncias do momento. Claro, se eu deixo essas ordens sempre se dissiparem sem eu as assumir com vigor, isso é uma demonstração da minha fraqueza, e que eu necessitarei de outra encarnação para tentar melhorar essa falha na minha capacidade espiritual. Mas não me darei por vencido, enquanto sentir energias correrem em minhas veias, vou sempre observar as ordens do Pai e procurar empreendê-las sempre que possível, forçando sempre um trabalho extra, até mesmo para compensar o repouso estendido pela preguiça.

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em 05/11/2014 às 00h59
 
04/11/2014 00h59
A LEI MAIOR

            Quando Jesus foi provocado publicamente pelos seus críticos e perseguidores para responder a pergunta de qual seria o maior mandamento da Lei, Sua resposta foi clara e direta:

            “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito (Dt 6,5). Esse é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18).”

            Os fariseus procuravam provar diante do povo que Jesus não sabia interpretar a Lei de Moisés, ou pelo menos que Ele desconhecia a Lei, e que, portanto, não seria uma pessoa digna de crédito.

            A questão que foi colocada era verdadeiramente complicada e respondia a uma preocupação sentida entre os fariseus e os mestres da Lei. O estudo da Lei de Moisés os havia levado a deduzir uma série interminável de preceitos.

            Diante da impossibilidade de relembrar e praticar todos esses preceitos surgiu a ideia de fazer essa pergunta que deixaria Jesus enrolado nesse emaranhado de preceitos onde eles estavam se debatendo constantemente sem chegar a uma conclusão.

            Com a resposta de Jesus, os mestres da Lei ficaram atônitos. Jesus situa a questão em relação às profundas opções. O importante não é saber qual o mandamento mais importante, mas procurar a origem de todos eles.

Quando li sobre esse Jesus e resolvi seguir seus ensinamentos aplicando-os em minha vida, vi logo que não poderia esquecer o maior mandamento que o Mestre resgatou do Velho Testamento e deu as cores atualizadas dentro do Amor que Ele viera ensinar.

            Ficou claro para mim que o discípulo de Jesus deve seguir a ética cristã que não pode estar fundamentada em uma complicada lista de preceitos, mas no Amor a Deus e aos irmãos e sem separar os dois “amores”, pois ambos se implicam e se relacionam mutuamente.

            Essa nova compreensão provocou uma reviravolta em minha vida e até hoje sinto os efeitos. Antes eu seguia uma série de preceitos, muito deles com origem nesse cipoal de regras criadas e administradas pelos sacerdotes, e referendadas pelo Estado. Mas no momento que eu coloquei a Lei do Amor em destaque, obedecendo com prioridade a maior Lei como Jesus ensinou, entrei inevitavelmente em choque com os meus relacionamentos mais próximos e com a cultura em geral. O meu relacionamento mais íntimo, o casamento, foi o mais paradigmático. De repente o amor romântico com todas suas variáveis que estrutura desde o início a família nuclear, perdeu força frente ao Amor Incondicional que está na base da Lei Maior.

            Passei a amar Deus sobre todas as coisas, e em todas as coisas. Na Natureza bruta, nos seres vivos. Podia já viver assim uma vida contemplativa. Encarar a face de Deus logo ao nascer do dia com os primeiros raios do sol, caminhar pela praia molhando meus pés descalços nas águas do mar e acariciar as conchas jogadas pelas ondas; ouvir o canto dos pássaros livres nas florestas, nos bosques, nas campinas; alimentar-me com frutos maduros, com sementes, com folhas e me recolher sob o cobertor das estrelas e vigilância da lua, até o novo raiar do dia. Poderia viver assim dia após dia, dentro ou fora de um mosteiro. Eu estaria sempre sintonizado com Deus e feliz em seu regaço.

            Mas tenho que cumprir o segundo item da Lei Maior. Tenho que amar ao meu semelhante como a mim mesmo. Isso me joga inevitavelmente dentro dos relacionamentos humanos e fora de uma vida exclusivamente contemplativa. Não vou deixar de amar Deus acima de todas as coisas e de vê-lO em todas as coisas. Mas agora eu tenho alguém próximo de mim e que devo amar como se fosse a mim mesmo. Não importa os interesses de quem esteja distante de mim nesse momento. Nesse ponto começam a surgir sérias dificuldades. A pessoa que ontem estava próxima de mim e hoje está distante, muitas vezes se ressente pelo mesmo amor que ela teve e que hoje eu dou a outra pessoa. Surge nelas o espectro do amor romântico a exigir, a ressentir, a reagir... nesse mar de emoções descontroladas como ciúme, ressentimento, vingança, surgem as diversas doenças psicossomáticas. Quando percebo que isso está acontecendo com alguém próximo e que a minha presença alimenta na distância esses sentimentos negativos, a minha atitude é de evitar a proximidade com ela em outros momentos, pois minha essência é dar Amor a quem está próximo de mim. Se isso prejudica a terceiros quando esse terceiro está distante de mim, então esse terceiro deve se afastar para não continuar sendo prejudicado, paradoxalmente, com a emissão do meu Amor.

O ideal é que o terceiro se sinta feliz e gratificado por eu está cumprindo essa difícil tarefa de Amar Incondicionalmente, quem quer que seja, em qualquer profundidade, desde que obedeça a máxima de “Não fazer ao outro o que não quero para mim”. Se isso acontece dessa forma, o milagre do Reino de Deus começa a se concretizar, pois a máxima do Cristo acontece: “Quem perder sua vida por minhas lições, conquistará a Vida; e quem não quiser perder a sua vida por cumprir minhas lições, nunca conquistará a Vida.” Os relacionamentos passam a ser cada vez mais amplos no meio da sociedade, com uma verdadeira harmonia, onde a falsidade e a desonestidade de palavras, sentimentos e ações deixam de existir no meio de todos. Alcançaremos a família universal e estaremos vivendo no Reino dos Céus.

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