João registrou em seu Evangelho (4:34) que Jesus tinha dito aos apóstolos: “A minha comida é fazer eu a vontade daquele que me enviou, e cumprir a sua obra”.
Eu, como discípulo do Cristo, seguidor do Evangelho como Ele ensinou, alego a boa disposição de satisfazer os ditames celestiais. Mas, como coloquei ontem na minha oração do mês ao Pai, entrego-me a ociosidade em momentos que deveria fazer a vontade do Pai. Desrespeito em algumas ocasiões às sagradas noções da fé, dizem algumas pessoas que também procuram fazer a vontade do Pai e veem meu comportamento.
Sei que ainda sou fraco espiritualmente para resistir os apelos da carne, os instintos do Behemoth. Pelo menos eu sei quem é meu principal adversário nessa jornada. Prevejo o que ele pode fazer e não consigo resistir à contento. Não consigo evitar a força que me obriga, assim como também obrigou a Paulo, que confessou que muitas vezes fazia o que não queria, dentro do seu compromisso de seguir e ensinar sobre Jesus. Quando as forças inferiores triunfam dentro de mim, sinto o peso na consciência, e sei que não consegui obedecer às ordens do Pai.
O Pai está à espera do meu sucesso, sonda o meu coração para ver o grau de impureza que ainda permanece dentro dele, que me impede de ver com clareza as coisas divinas e obedecê-las.
Não adianta eu colocar no papel tantos projetos que vêm à minha consciência, se eu não concretizo é um projeto morto. O que me consola é que sinto o Pai perto de mim, que me passa instruções, então, com certeza espera por mim, pois Ele não expressa seu poder divino à esmo.
Jesus é o meu grande exemplo. Ele afirmou que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e realmente cumpriu a sua tarefa, que é muitíssima maior que a de qualquer um dos meus irmãos, inclusive a minha. Comparado a minha tarefa colocada pelo Pai em minhas mãos, com a tarefa do Cristo foi muito mais complexa e dolorosa, a minha parece um passeio pela praça.
Não é só o desejo de fazer a vontade do Pai que parece ser igual para as pessoas de boa vontade. A questão básica é concluir a obra que cabe a cada um. Não é interessante eu vir aqui neste diário e plantar um texto parecido com esta a cada dia, enquanto as tarefas sociais que sei são importantes para respaldar os projetos que estão sendo citados nos diversos textos.
O Pai, naturalmente, guarda planos indevassáveis acerca de cada filho. Ele deve ter um plano para mim que pode ser bem diferente daquele que imagino ser. Por isso é imprescindível que eu coopere na objetivação dos propósitos divinos. Compreendo que é lamentável o abuso à vontade de Deus, ficando distraído dos trabalhos que me compete.
Tenho consciência de toda essa fragilidade espiritual que ainda possuo, que não consegue por em prioridade a vontade do Pai. Tenho capacidade de afirmar as lições do Mestre, atuando como monitor dentro de uma escola do Evangelho, mas é importante que eu desenvolva a ação necessária para afirmar o conteúdo que transmito.
Pai, estou aqui mais uma vez para falar contigo. Venho vestido com meu uniforme de batalha, mas envergonhado. Não consigo ficar no front dos combates. A batalha está encaniçada, as forças do mal estão avançando o quanto podem para subjugar a humanidade e deixar todos sob o domínio do mal. Este se apresenta com palavras doces, de ética, justiça e solidariedade para com os excluídos, mas por trás fomenta o ódio de grupos, de raças e até de gênero. Criaram um vírus que atingiu todo o planeta, evitam que as pessoas façam o tratamento precoce e exigem que tomem a vacinação que foi feita de forma acelerada, sem nenhum cuidado com as consequências e que pode ser a forma de controle remoto de todos que a usarem. Sigo a intuição que Tu me destes Pai, e os conselhos de colegas médicos e pessoas de boa índole, não atendi o chamado para a vacinação. Vejo a cada momento a exigência que fazem para que todos sejam vacinados, as consequências que dizem que farão se isso não acontecer, de não poder viajar, não entrar em locais públicos, enfim, não sair de casa, não receber pagamentos, quem sabe... ser eliminado? Porém, vejo o que está acontecendo com muitos dos que foram vacinados, reações estranhas e infecções recorrentes com o mesmo vírus que deviam estar protegidos.
Sigo, Pai, procurando seguir Tuas instruções em todos os aspectos da vida, familiar, profissional, espiritual. Sei que posso errar, interpretar de forma errada alguma instrução que recebo. Por isso te peço, Pai, dá-me sabedoria suficiente para que eu consiga distinguir o joio do trigo, para que eu não seja envolvido pelas falsas narrativas acreditando estar de posse da verdade. Que eu tenha humildade de reconhecer quando estiver numa trilha errada, que eu possa sentir os Espíritos Santos que estão seguindo também a Tua vontade e que procuram me auxiliar nas minhas dificuldades.
Sei que a Guerra Espiritual está atingindo um ápice que nunca tinha acontecido com tanta intensidade, que o comando do Cristo precisa de soldados competentes no enfrentamento do mal, da ignorância. Sei que alcancei um bom preparo intelectual e espiritual que Tu me forneceu, Pai, mas necessito operacioná-lo à contento, para que sirva à finalidade para a qual foi feito.
Sei que tenho dentro de mim o potencial para realizar tudo que pretendo fazer. O que preciso é determinação para focar com exclusividade nas minhas metas para cumprir o objetivo. O Behemoth de 7 cabeças continua mantendo controle considerável sobre meu comportamento, a tal ponto de eu me identificar com Paulo, quando ele dizia que não fazia o que pretendia, e sim o que procurava evitar. E vejo bem que comparado comigo Paulo tinha uma determinação férrea. Isso mostra a força que esse monstro energético criado por Ti, Pai, dentro de nós é de uma força descomunal.
Estou agora, Pai, frente a Ti, fardado para a batalha e com os emblemas do Cristo, mas sentado sobre minhas convicções, enquanto a batalha estronda ao meu redor.
Que soldado sou eu? Que filho sou eu? Cheio de convicções e boa vontade, mas sem ação efetiva. Sei que bastaria determinação para que eu me preparasse e saísse agora mesmo de onde estou em busca da ação que se faz necessária. Raciocino dessa forma, mas a cabeça do Behemoth da preguiça diz num estonteante silêncio: Fica onde estás, vai comer, relaxar e sentir os prazeres que a vida oferece... por que se martirizar?
E a quem obedeço? Ao filho energético que o Pai criou para projetou para proteger o veículo corporal pelo qual meu espírito iria aprender e fazer a Tua vontade, Pai, mas o que acontece? Obedeço a ele e não a Ti. Sei que devo domesticá-lo para ele não sair dos limites dos seus objetivos, mas ele termina sendo o meu domador, o meu espírito passa a fazer a vontade dele e não a do Pai. Apesar de ter toda essa consciência.
Portanto, Pai, será que ainda mereço a Tua bênção? Pelo menos em função da minha sinceridade?
Após 2.000 anos dos ensinamentos do Cristo quanto a construção do Reino de Deus, devemos ser capazes de aplicar as lições dentro de nossa realidade social. Ele ensinou que este Reino de Deus começava a partir de nós mesmos, com a limpeza dos nossos corações da sujeira do egoísmo. Agora, tanto tempo passado de evangelização, já devemos estar preparados para trazer o Reino de Deus de dentro de nós para o meio social. Nós, que limpamos os nossos corações e que nos consideramos cidadãos deste Reino, seremos os construtores, qualquer que seja a nossa posição social.
Eu, estou dentro da Universidade, sou professor com a responsabilidade de pesquisar todas as formas de trazer benefícios para a humanidade, quer seja no campo científico ou tecnológico; quer seja nas disciplinas biológicas ou humanísticas. Assim, observando as diversas ideologias no campo sociológico que defendem o melhor caminho para a felicidade humana, vejo os ensinamentos do Cristo como o mais promissor. Pode não ser uma decisão unânime, mas cada acadêmico tem o direito e o dever de expressar sua opinião e defendê-la com argumentos verdadeiros, sem falsas narrativas ou tendenciosidades.
Irei encontrar a melhor fonte dos ensinamentos do Cristo dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, pois foi a entidade criada pelo próprio Cristo e se difundiu pelo mundo, através da evangelização, procurando manter a tradição do que foi ensinado, apesar de toda a tendência de reformas que a modernidade exige.
Elaboro desde 2019 um projeto de Extensão Universitária com o propósito de encontrar caminhos para efetivar com mais eficácia esse projeto de Reino de Deus. Neste ano consegui a aprovação da terceira edição do projeto, mas fiquei paralisado dentro da crise que ocorre dentro da Igreja Católica. O Ensino tradicional está sofrendo uma transformação radical, invertendo a pirâmide hierárquica que tem no topo o próprio Cristo e como seu vigário o Papa. Agora, o planejamento de ações não vem do Cristo através do clero e para o povo; está sendo invertido, o povo é quem se reúne de forma democrática e faz o direcionamento que o clero deve cumprir. Fiquei muito tempo observando a quem eu deveria consultar agora para trazer as diretrizes de como construir o Reino de Deus, ao clero ou ao povo organizado de forma democrática?
O tempo que gastei nessas reflexões, observando textos, lives, aulas e palestras nas redes sociais, me trouxe a convicção de que eu devo trazer para o centro dessa discussão as pessoas que defendem o tradicionalismo dentro da Igreja Católica, pois é aí que existe as propostas originais do que é e de como alcançar o Reino de Deus. Algumas pessoas e instituições que defendem o tradicionalismo da Igreja Católica, considero importante fazer o convite, como por exemplo: Padre Paulo Ricardo, Frei Tiago de São José, Instituto Plínio Correia de Oliveira e Centro Dom Bosco.
O meu papel nesta tarefa não é de religioso, mas de acadêmico interessado em saber como fazer o meio social sensibilizado pelas lições do Cristo se mobilizar com mais eficácia para esta construção do Reino de Deus. A proposta será montar uma mesa redonda online, dentro do evento de Extensão Universitária, onde haja um expositor colocando por 30 minutos como poderemos fazer este Reino no meio social. Após a exposição, ficaria 45 minutos para discussão ao redor da mesa dos convidados, com os inscritos para o evento se manifestando através do chat. Após o debate, ficaria 15 minutos de conclusões. O evento teria continuidade 15 dias depois sendo trazido para debate os questionamentos trazido pelos inscritos, de forma livre, respeitosa e principalmente, trazendo contribuições que possam aperfeiçoar o que foi defendido.
O livro de Huberto Rohden (1893-1981) “O Sermão da Montanha”, traz trecho que se aplica bem à atual crise que a Igreja Católica enfrenta nos dias atuais.
O Sermão da Montanha convida o homem para abdicar definitivamente do seu velho ego pecador, despojar-se do “homem velho” e revestir-se do “homem novo”, da “nova creatura em Cristo, feita em verdade, justiça e santidade”. Isso, inegavelmente, um convite para o homem se deitar sobre a mesa de operação e sofrer uma operação cirúrgica, sem anestesia de espécie alguma, suportando todas as dores necessárias para que o novo homem crístico possa nascer sobre as ruínas do velho homem luciférico.
E é precisamente por causa dessa inevitável sangria que as sociedades iniciática procuram contornar essa dolorosa operação cirúrgica e consolam os seus adeptos com teorias e técnicas menos cruéis, prometendo-lhes um “parto sem dores” e uma entrada no reino dos céus por alguma secreta portinhola dos fundos. Acham que, na Era Atômica e Cosmonáutica, em que o homem viaja de avião a jato, e não mais em canoa ou carro de bois, também o ingresso no reino dos céus deva ser modernizado; essas praxes obsoletas do primeiro século do cristianismo, como aparecem no Evangelho do Nazareno, acham eles, perderam a razão de ser. Vamos, pois, ingerir comodamente alguns comprimidos de “magia mental” ou “ritualismo esotérico”, a fim de entrarmos suavemente e de contrabando nesse reino da felicidade, e não mais pela “porta estreita e caminho apertado”, como queria o profeta de Nazaré. Hoje, se ele voltasse, dizem eles, o Cristo não mais repetiria as palavras cruas do Sermão da Montanha, mas se adaptaria ao estágio da nossa civilização e mostraria aos homens o modo de viajar ao céu de Pullman (escritor britânico) e em cabine de luxo...
“Condutores cegos conduzindo outros cegos...”
Eis a previsão de Huberto Rohden que se cumpre perfeitamente em nossos dias, e que ele já estava observando em seus dias. Isso é o que está promovendo a atual crise da Igreja Católica que se configura como a maior crise de todos os tempos, desde que foi formada a Igreja Primitiva. Tudo indica que a modernidade que foi colocada para dentro da Igreja tenha sido a fumaça de Satanás que hoje está invertendo a hierarquia deixada por Cristo. As orientações vindas de Deus para serem cumpridas de forma hierárquica a partir do Papa, está sendo invertida para que o povo, democraticamente, é quem construa as orientações, coletivamente, e que o Papa deve seguir. O atual Papa Francisco, intoxicado por essa fumaça que penetrou no corpo clerical deste o Concílio Vaticano II, procura fazer com que essa nova Igreja surja sobre as ruínas da primeira. Agora, o “velho homem” não necessita passar por dolorosas cirurgias morais para alcançar o reino dos céus. Ele mesmo pode construir uma estrada nova, dentro da Nova Ordem Mundial, sob o comando do Anticristo, e entrar nesse paraíso prometido.
Será que essas novas estratégias, relegando as lições do Cristo, levarão ao mesmo paraíso, à proximidade com o Pai?
Encontrei na internet a entrevista de Bill Moyers a Joseph Campbell, publicada em 02-11-2019, com 7.145 visualizações, que achei interessante reproduzir partes neste espaço, para refletir junto com meus leitores neste momento em que o Brasil tem na presidência uma pessoa considerada como mito. Será que Joseph Campbell fará alguma associação moderna com o nosso caso Brasil e reflexos no mundo?
BM – A poesia alcança a realidade invisível.
JC – Alcança aquilo que está além do próprio conceito da realidade. É o que transcende qualquer pensamento. É o que o leva até esse lugar e dá uma linha de conexão com o mistério que você é. Os mitos conseguem isso. Conseguem mesmo! Segundo a forma usual de se pensar a religião cristã, não podemos nos identificar com Jesus, temos que imitar Jesus. Mas dizer: “Eu sou Deus” como Jesus disse, para nós seria blasfêmia. Entretanto, no Evangelho de São Tomé, Jesus disse: “Quem beber da Minha boca se tornará como Eu sou, e Eu serei ele.” Isso é budismo! Todos somos manifestações da consciência de Buda, só que não sabemos disso. A palavra “Buda” significa “aquele que despertou”, vem de “Buddh”, despertar. Despertou para o fato de que ele era a consciência de Buda. E todos nós temos que fazer isso. Despertar para o Jesus que há dentro de nós. Isso é blasfêmia, segundo o pensamento usual do cristianismo. Mas é a essência do gnosticismo e do Evangelho de São Tomé.
BM – E o Céu, o objetivo ambicionado pela maioria das pessoas, está também dentro de nós?
JC – O Céu e o Inferno dentro de nós, assim como os deuses. Essa foi a grande intuição dos Upanishads da Índia já no século 9 a.C. Todos os deuses, todos os céus, todos os mundos, estão dentro de nós. Eles são sonhos ampliados. E o que são sonhos? São manifestações em forma de imagens das energias do nosso corpo em conflito. E tudo isso é mito. O mito é uma manifestação em imagens simbólicas, metafóricas das nossas energias internas. Mobilizadas pelos órgãos do corpo em conflito entre si. Este órgão que quer isto, e o outro quer aquilo. O cérebro é um dos órgãos.
BM – Quando sonhamos, pescamos num vasto oceano de mitologia.
JC – Que vai cada vez mais fundo. E você pode acabar todo enrolado com complexos e coisas assim. Mas você está em pé na beira do abismo. Lembro-me sempre de um provérbio polinésio... “Em pé sobre uma baleia, pescando sardinhas.” Estamos em pé sobre uma baleia. A base do nosso ser, é a base do nosso ser. Voltados para fora, vemos todos esses problemas, mas dentro de nós, nós somos a fonte de todos eles. É esse o grande ensinamento místico.
Estas palavras ditas por Jesus, “Vós sois deuses”, trazem um grande significado que deve nortear minha vida, meus objetivos, minha motivação. Jesus tem autoridade que reconheço, de dizer tal afirmação e eu considerar como verdadeira. Então, eu sou Deus? Entendo essa condição como uma potência dentro de mim. Entendo que fui criado, em essência, como espírito, simples e ignorante. Venho perambulando pelo mundo material em busca de conhecimentos e sabedoria. Desde o reino mineral, passando pelo vegetal até atingir o reino animal e a condição humana, ponto em que me encontro. Percebo agora que, como fui criado imagem e semelhança de Deus, simples e ignorante, devo usar da minha individualidade e do livre arbítrio para ir em busca dos conhecimentos e sabedoria necessária para me aproximar do Pai e me incorporar a Ele. Nesse sentido, sou Deus. A minha consciência desperta para essa realidade, não que isso seja uma verdade agora, que eu seja Deus agora. Mas o meu despertar faz com que eu dirija todas as minhas energias nesse propósito de me aproximar do Pai. Isso não é tão rápido. Quanto tempo, quantas reencarnações já passei para alcançar o ponto evolutivo onde estou situado. Dentro do reino animal, mas com um cérebro privilegiado capaz de entender o que Cristo ensinou, de acatar a vontade de Deus como minha e deixando os desejos egoístas em segundo ou terceiro plano.
O despertar espiritual não implica que eu esteja fazendo tudo que é necessário para alcançar o nível angelical de aproximação com o Criador. Percebo que minha mente está mais associada aos critérios materiais, que o pensamento está mais sintonizado com interesses mundanos, pois até a oração que o Cristo falou da sua importância, não consigo ainda fazer com regularidade. A importância do despertar é para servir de foco consciencial para promover essa hierarquia mental dentro da minha cognição.