Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.
Os jesuítas chegam aqui em 1549, junto com Tomé de Souza, governador Geral nomeado pelo rei de Portugal que vem entre os jesuítas aqui para o Brasil. Só que muito antes deles chegarem já havia aqui uma presença religiosa muito curiosa entre os indígenas. É aquilo que João Paulo II chama de Celina verb, sementes da verdade, e que podem estar presentes naqueles que vivem de boa vontade e de consciência reta.
A ignorância pode eventualmente até salvar, dizem que é o oitavo sacramento, a Santa Ignorância, que acaba salvando, quando a ignorância é invencível. Quando é culposa é outra história.
Já havia um relato dessas terras atlânticas na Idade Média. Se nós pegarmos as lendas de São Brandão, que era um monge irlandês que narrou algumas experiências místicas que ele teve que indica a existência de terras atlânticas a oeste que chama de Hi Brasile, ou Brazil, ou Hi Brasil. Ele usa essas três expressões para falar dessa ilha e é a tradução no dialeto que era falado pelos bárbaros na Irlanda, que nessa época ainda existiam bárbaros não catequisados. A influencia dos dialetos era muito grande, e Brasil significa Terra Afortunada, Terra Abençoada.
São Brandão fala que existia uma ilha atlântica e dá as coordenadas geográficas de onde ela ficaria. Essas coordenadas geográficas coincidem com a nossa Terra de Santa Cruz. Muitos tratam como lenda essa narrativa de São Brandão, mas seus biógrafos não tratam como lenda e sim como experiências místicas e que Nosso Senhor manda que São Brandão estenda a capa dele. É um hábito monástico, que ele estenda sobre o mar e que navegasse sobre a própria capa e que foi conduzido a lugar que ainda não conhecia o nome de Nosso Senhor e ele deveria vir até esse lugar. São Brandão disse que viaja até a ilha fortunata, a Terra Fortunata. Ele diz o que havia aqui, o que fazer e como viver.
Esta narrativa é importante pois fortalece a natureza espiritual do Brasil desde o seu descobrimento, antes da data oficial de 1500. A tradução de Brasil por Terra Abençoada é pouco conhecida. Eu mesmo nunca ouvi falar disso nos meus diversos anos de escola formal. Foi passado como realidade uma invasão de pessoas interesseiras que vieram roubar nossas riquezas e escravizar nossos índios. Acredito que a busca e a ênfase nos aspectos positivos dos descobridores, do que se estava falando da nossa Terra na Europa, de toda ênfase espiritual que estava presente nos ideais dos descobridores, poderia que daria ao nosso imaginário atual uma melhor robustez histórica e orgulho de pertencimento a tudo que ocorreu no passado e que temos a obrigações de conduzir no presente em direção ao futuro, isto é, manter a missão que espiritual que se abriu desde o início para a nossa Terra. Por isso é bem compreensível quando chegam informações do mundo espiritual dizendo que o Brasil será a pátria do Evangelho e o coração do mundo.
Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.
Fui fazendo esse percurso da pesquisa histórica e descobri que, literalmente, eu descobri o Brasil. Descobri que o Brasil verdadeiro tem raízes muito sólidas, muito profundas, raízes católicas que depende a identidade atual do Brasil. Essa confusão que nós vivemos no campo político, no campo espiritual, no campo moral, em tudo isso se deve ao desconhecimento das raízes, da fundação daquilo que inspirou o Brasil.
Quando nós falamos da História, falamos da pré-história e falamos da história antiga, média, moderna, contemporânea, e aqui vou fazer um pouco da pré-história do Brasil. A presença católica na história do Brasil, existe antes da chegada do Evangelho aqui. Mas como isso é possível?
Sim, nós temos uma pré-história religiosa do Brasil e isso não pode ser negado. Essa pré-história religiosa do Brasil, onde está? Ela está nas cartas do padre Manoel da Nóbrega aos superiores da companhia de Jesus em Portugal.
As cartas do padre Manoel da Nóbrega são preciosíssimas porque elas narram algumas noções e alguns conceitos que os indígenas já possuíam.
Agora o mais curioso são alguns relatos que o padre Manoel da Nóbrega vai recolher dos indígenas. E isso foi algo assim não tão imediato a chegada dos portugueses, um pouco antes de 1500.
Duarte Coelho que era um navegador português, chegou aqui ainda na década de 1490. Chega aqui, mas não foi notificado porque Portugal não tinha condições ainda de ter uma colonização. Em 1494 quando foi celebrado o Tratado de Tordesilhas. Dois anos após a descoberta da América, já estava previsto que Portugal teria direito à parte do território. Isso já era previsto, tem documentos anteriores a 1500 que são reportados, mas não é ainda declarado.
Os espanhóis chegam ao território brasileiro antes dos portugueses. O primeiro território brasileiro a ser pisado pelos europeus foi o Cabo de Santo Agostinho. Foi alcançado lá em Pernambuco pelos espanhóis e não se chamava Cabo de Santo Agostinho. Ele foi batizado de Cabo de Santa Maria de la Consolacion, Nossa Senhora da Consolação. Mas depois acabou prevalecendo Santo Agostinho.
Existem muitas narrativas sobre a descoberta do Brasil, do que acontecera antes de 1500. Formo o meu raciocínio com todas essas narrativas, procurando descartar o que é incoerente do ponto de vista dos fatos registrados. Mesmo assim, tem muitas variáveis e por enquanto vou colecionando narrativas para chegar a uma construção mais sólida da realidade do passado aplicado aos dias atuais.
Construí na minha mente
Usando a imaginação
E de Deus a permissão
Um paraíso decente
Nele a vida é com amor
Sem nenhuma exclusão
Não há nele excomunhão
Mesmo alguém sentindo dor
Nele todos são irmãos
Do berço à tumba fria
Como sinceros cristãos
Mas, que tristeza que sinto
Pois tudo que eu mais queria
Era provar que não minto.
Antonino era uma pessoa caridosa, procurava seguir o caminho reto que sua consciência, cheia de valores, apontava como importante.
Colocava muita ênfase na caridade, havia aprendido em lições que recebeu por algum tempo que passou em Centro Espírita, que fora da caridade não há salvação.
Ele se considerava, portanto, uma pessoa que por boa índole, já fazia caridade até naturalmente, mas sempre colocava no ato, racionalizações se estava sendo correto ou cometendo algum erro.
Por exemplo, quando ele dirigia e chegava crianças pedindo uma ajuda, apesar dele ter as moedas que eram pedidas, ele ficava a pensar que aquela moeda poderia ir parar nos bolsos de algum adulto mau intencionado que colocara aquela criança para explorar a caridade das pessoas, fazendo um bom saldo no final do dia, do qual pouco a criança recebia. Ou então aquele pedinte estava querendo fazer saldo necessário para a compra de alguma droga que mantivesse o seu grau de dependência, de escravização àquela situação. Em ambos os casos a sua racionalização impedia o ato de caridade. Isso o deixava sempre em conflito consigo mesmo, pois aquela pessoa poderia ser um verdadeiro necessitado e ele ter feito uma injustiça com os seus princípios.
Um dia ele resolveu colocar o seu poder de racionalização à prova, frente os atos de caridade. Juntou todas as moedas que poderia dar naquele dia num saquinho e saiu disposto a entregar todas para a pessoa que a sua lógica considerasse como a pessoa mais pobre.
Saiu a pé para ter a oportunidade de fazer um raciocínio mais profundo daqueles que pediam alguma coisa. Viu crianças conduzidas no colo por seu pai ou mãe, mostrando suas necessidades; viu aleijados mostrando suas mazelas; viu adolescentes limpando para-brisas de carros e estendo a mão ou fazendo sinal para boca de que estava com fome; viu adultos procurando vender pipocas ou agua mineral com suas caixas de isopor encardidas... em tudo e todos eles colocava o mais alto grau de considerações racionais que pudesse classificar entre todas qual a pessoa mais pobre.
Não tinha chegado a uma conclusão quando ouviu à distância uma pessoa pedindo votos num carro luxuoso encimado com um potente autofalante. Ele se aproximou e conseguiu ver uma pessoa bem vestida, com o microfone na mão. Reconheceu que era o governador do seu Estado que estava cercado de pessoas distribuindo os seus santinhos, adesivos e programa de governo. O candidato pedia os votos e garantia que iria fazer escolas, hospitais, dar bolsas de estudo, bolsas família, bolsa gás, casa própria, emprego, carro... as promessas saiam de sua boca acompanhadas por gestos vigorosos e de honestidade e de acusações aos seus adversários de todos adjetivos negativos que pudesse aplicar.
Antonino passou a considerar o que aquela pessoa tão bem vestida, culta, inteligente e poderosa, estava ali, naquela praça a pedir votos a tantas pessoas bem mais humildes que ele, e que muitas das promessas que ele fazia jamais podia cumprir. Interessante é que em todas as pessoas necessitadas que ele viu e considerou até aquele momento, todas eram humildes e pediam a pessoas que aparentavam teriam mais posses. Mas essa pessoa era o inverso, ele tinha mais poder e condições financeiras e pedia a quem tinha menor condições o direito de administrar o dinheiro que todos pagavam, quer sejam ricos ou miseráveis. A simples moeda que um pedinte daqueles que ele viu, recebia de alguém, e ele fosse à padaria comprar um pão, parte desse valor terminaria caindo nos cofres do Estado que iria ser administrado pelo Governador.
Antonino sabia que este Governador já era considerado rico, fez sua fortuna depois que assumiu o cargo e todos sabiam dos inúmeros processos de corrupção que ele era acusado. Mesmo assim continuava no afã de permanecer no cargo. Os seus desejos de alcançar cada vez mais poder, mais dinheiro, mais bens, era incontrolável.
Antonino não teve mais dúvidas, ali estava a sua pessoa, a mais necessitada pois seus desejos de possuir era bem maior de que todos aqueles que viu... chegou perto do carro, estendeu a mão e entregou o saquinho de moedas ao político. Um assessor recebeu, olhou para dentro, viu as moedas, olhou para Antonino que se afastava, e coçou a cabeça sem entender.
Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.
Muito cedo comecei a notar uma coisa. Que era ensinado que a Igreja na época feudal controlava tudo, que fazia churrasco de hereges, etc. Eu via os santos medievais, São Bernardo de Clavaral, Santa Edwiges, Santa Isabel da Hungria, agora, essa Idade Média que se escuta na escola, não fazia conexão. O que eu lia das vidas dos santos, não estava batendo. Alguém está mentindo, só que eu não sabia de onde vinha o erro.
Essa dúvida foi crescendo. Um dia fui movido pela raiva. Quando eu estava dentro do Seminário e ouvi o professor de História da Igreja dizer que Lutero deveria ser venerado pela Igreja, pela grande obra reformista que ele fez.
Ouvir isso da boca de um padre, dentro da minha aula de história, dentro do seminário, me deixou com raiva. Desci até a biblioteca do seminário e fui baixar tudo que tivesse nas prateleiras, que estavam todas cheias de poeira, mostrando que eram intocadas durante anos, acredito que depois do Concílio Vaticano II ninguém teve mais interesse nesses estudos.
Comecei a ler e por acaso descobri que o fundador da congregação onde eu estava era o sujeito que tinha comentado os erros dos reformadores protestantes. Santo Afonso tem um tratado inteiro sobre isso. Percebi também que no seminário tem uma prateleira gigante, inteira, sobre Santo Afonso.
Fiz o propósito de ler tudo dentro de um ano, e consegui. Ninguém sabia mais do que eu naquela época, pois eu li tudo. Era até curioso, pois até os padres tiravam dúvidas comigo. Era até estranho, o pessoal não lia o que escrevera o pai espiritual da congregação.
Também passei por essa experiência de me aprofundar nas leituras quando adolescente. Não por raiva como aconteceu com o professor Raphael, mas por necessidade. Eu era sozinho, sem a convivência dos irmãos pois fui criado por minha avó materna, pelas dificuldades que minha mãe tinha de acolher tantos filhos. A minha companhia passou a ser livros e principalmente os gibis, revistas em quadrinhos. Foi aí que a minha imaginação foi crescendo cada vez mais nos princípios da justiça, do amor e do heroísmo. Fazia duelos na fantasia com tampas de garrafa, onde ficava torcendo pela vitória do bem sobre o mal, mas era incapaz de alterar o resultado quando não convinha aos meus interesses. Acredito que essa fase foi bem amis importante que os momentos da escola, pois devido a minha timidez e introspecção eu não consegui me enturmar convenientemente com os colegas. Mas os frutos das minhas leituras facilitaram o meu aprendizado e os meus projetos de vida, contribuindo para eu chegar ao ponto que estou.