Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/08/2015 23h59
DERROTA ACACHAPANTE

            Posso dizer que hoje, sem nenhum exagero, sofri uma derrota acachapante para a gula. Hoje foi dia de hidroginástica, então nada melhor do que iniciar o dia com uma boa proposta para educar o corpo. Exercícios físicos pela manhã e controle alimentar durante o dia. Cheguei da hidroginástica e depois do banho tomei um pouco de vinho, com duas finalidades: a primeira como elemento de purificação da corrente sanguínea, evitando acumulo de colesterol nas paredes dos vasos; a segunda imaginar de forma mística, a aplicação da lição de Jesus quanto beber o vinho como uma forma simbólica de beber o seus sangue para absorver a pureza da Sua alma.

            Dessa forma saí do apartamento de forma confiante no controle alimentar durante todo o dia. Estava determinado a fazer isso. Imaginava que só iria me alimentar à noite, após a reunião da AMA-PM, durante o lanche que nós estávamos levando.

            Tudo seguia como eu imaginava até a tarde, depois que terminei os atendimentos no consultório. Estava me dirigindo para o apartamento e a ideia era trabalhar nos documentos que estavam espalhados à espera de organização, até as 19h quando iniciaria a reunião. Lembrei que iria passar em frente a padaria e que lá existia uma boa opção de petiscos e que eu poderia levar alguns. Incrível como essa ideia se instalou e passou a prevalecer. Não me lembro de ter resistido a ela. Simplesmente ficou reverberando na minha cabeça enquanto eu dirigia. Já estava programado em parar o carro na padaria e levar o que existisse de salgado para comer antes da reunião. Parei o carro e entrei na padaria. Fui logo ao setor da comida mantida em banho Maria. Vi diversos tipos de sopa, carne de sol frita com cebola e o frango a passarinho. Não me contive em escolher uma dessas opções. Escolhi todas!

            Cheguei no apartamento carregado, carne, frango, sopa, pão, bolo... sem nenhuma resistência coloquei tudo sobre o balcão da cozinha e liguei o micro-ondas. Enquanto esquentava ia comendo. Nenhuma lembrança do que havia planejado no início do dia vinha à minha mente. Comi tudo que trouxe, não deixei nada guardado para o dia seguinte. E eu sabia que, caso eu comesse com moderação, ficava muita alimentação para ser guardada e usada em outro dia.

            Mais tarde, após o término da reunião, mais uma vez fiz uso da alimentação sem controle. Comi mais uma vez a sopa que foi levada e também achocolatado, bolo, batgut, etc. estava me sentindo farto. Mesmo assim, na volta, ainda parei na farmácia e comprei picolés e sorvete à vontade. Cheguei ao apartamento carregado dessa maneira e fui logo para a cama, coloquei o apoio para assistir a televisão enquanto chupava os picolés... chupei dez!!! além disso, ainda chupei uma garrafinha de caldo de cana que eu mantinha guardada há semanas.

            Depois de toda essa proeza realizada, foi que fiz a reflexão do que eu havia me determinado fazer e o que terminei por fazer. Vi toda a engenharia da mente em anular um propósito inicial em função de adquirir um prazer corporal. Imaginei então que seria dessa forma toda a pressão que os dependentes sofrem para recair em suas dependências, mesmo estando altamente determinados na abstinência. Abriu uma compreensão dentro da minha mente do que está acontecendo no cérebro dos dependentes que também usam os seus cérebros na busca de prazeres, assim como o meu. Felizmente o meu não está sensibilizado por uma substância química, mas está sensibilizado pela alimentação, que também é uma forte fonte de prazer, assim como o sexo. Devo entrar nessa engenharia da mente, usando a própria mente com essa finalidade. Parece uma atuação de espionagem, onde a minha consciência, monitorada por meu espírito é o agente que vai comandar essa operação. Irei ter mais atenção à esses aspectos nos próximos desenvolvimentos da minha luta contra a gula, contra os interesses do corpo que usa a mente em busca do prazer trazido pelo alimento ou pelo sexo.  

            Sim, sofri uma derrota acachapante para a gula, mas por outro lado, descobri um padrão usado pelo corpo no uso da mente para atingir os seus propósitos. Talvez essa descoberta me leve a algo bem importante no campo das dependências. Se algo já foi publicado nesse sentido, eu não tenho conhecimento. Devo colocar todo esse pensamento de forma organizada e didática no papel.  

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em 06/08/2015 às 23h59
 
05/08/2015 23h59
RESTAURA MINHA CASA

            A história mostra a missão que muitas pessoas receberam do mundo espiritual para realização no mundo material. Foi assim com Paulo de Tarso e também com Francisco de Assis. Com relação a Francisco encontro nas “Fontes Franciscanas e Clareanas” o seguinte relato:

            E porque o servo do Altíssimo não tinha nestas coisas nenhum mestre a não ser o Cristo, a clemência deste ainda, como acréscimo, visitou-o na suavidade da graça. Pois, num certo dia, saindo a meditar no campo, ao andar por perto da igreja de São Damião, que devido a excessiva velhice ameaçava ruir, e como – instigando-o o espírito – tivesse entrado nela para rezar, prostrado diante da imagem do Crucificado, enquanto rezava, ficou repleto de não pouca consolação do espírito. E, como com olhos lacrimosos estivesse atento à cruz do Senhor, ouviu com seus ouvidos corporais uma voz vinda da própria cruz que dizia por três vezes: Francisco, vai e restaura minha casa que, como vês, está toda destruída! Francisco, a tremer, como estivesse sozinho na igreja, fica estupefato por ter ouvido tão admirável voz e, percebendo com o coração a força da palavra divina, fica fora de si, entrando em êxtase. Voltando finalmente a si, prepara-se para obedecer, recolhe todas as forças ao mandato de restaurar a igreja material, embora a principal intenção da palavra se referisse àquela igreja que Cristo adquiriu com seu sangue, como o Espírito Santo o instruiu e ele depois ele depois revelou aos irmãos. – Levantou-se, portanto, munindo-se com o sinal da cruz e, tendo tomado tecidos para vender, dirigiu-se apressado à cidade que se chama Foligno; e aí, tendo vendido as coisas que levara, o feliz comerciante, depois de receber o preço, deixou o cavalo em que então montara; e, voltando para Assis, entrou reverentemente na igreja de cuja restauração recebera o mandato, prestou a devida reverência ao sacerdote pobrezinho encontrado  ali, ofereceu o dinheiro para a restauração e para o uso dos pobres e pediu humildemente que lhe fosse permitido morar com ele por algum tempo. O sacerdote aquiesceu quanto à permanência dele, mas, por temor dos parentes, não recebeu o dinheiro, que o verdadeiro desprezador de dinheiro, atirando-o a numa janela, vilipendiou como a um pó abjeto.

            Esta foi a experiência espiritual de Francisco quanto ao recebimento de sua missão na Terra. Mesmo não tendo alcançado o foco da ordem que recebera, a qual ele pensava que era restaurar fisicamente uma igreja, mas tarde ele compreendera que a sua responsabilidade frente ao Criador seria restaurar a moralidade ética da igreja, a humildade, a fraternidade.

            Como todos que procuram se sintonizar com Deus terminam por encontrar em algum momento o sentido de sua vida, uma espécie de missão, que pode até não ser tão explícita como aconteceu com Paulo e Francisco, mas com certeza, alguma ideia do que deverá fazer surgirá em sua consciência. Comigo não aconteceu uma experiência pontual como nos exemplos citados, mas no decorrer da minha vida foi se instalando uma ideia com paradigmas diferentes, mas bem alicerçados que fizeram eu ter a compreensão que estou seguindo no caminho que Deus deseja para mim.

            O meu projeto ou missão tem seguimento no que Jesus ensinou (amar e construir o Reino de Deus) e tendo como exemplo a determinação de Francisco e Paulo, pois ambos seguiram com coragem e determinação o que deveriam fazer. Essa restauração da Casa de Deus passa pela construção da família universal, onde cada pessoa passa a ser o templo do Divino, sem necessitar de igrejas ou legislações humanas para isso acontecer. A Lei de Deus presente na consciência de cada um é quem irá determinar o comportamento individual e social.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/08/2015 às 23h59
 
04/08/2015 23h59
CÓDIGO MORAL

            A Amherst College é uma universidade privada americana com custo anual para o aluno de 70 mil dólares, valor superior inclusive a Harvard. Aconteceu uma palestra feita pelo indiano Dinesh D’Souza, cuja resposta à intervenção de um aluno é importante reflexão, pois se aproxima do pensamento do também indiano Mahatma Gandhi, de forte contexto espiritual:

            INTERVENÇÃO DO ALUNO

            Eu ainda estou esperando uma resposta para a minha pergunta... a respeito da desigualdade que eu falei sobre, envolvendo o departamento de estado, ou seja, uma riqueza que foi distribuída e é uma riqueza documentada. Assim como a riqueza produzida ou roubada, por meio da escravidão também está documentada. Nós temos números demonstrando exatamente quanto foi tomado, dinheiro que de certa forma poderia ser devolvido, mas se você diz que é impossível devolver esse dinheiro, porque seria muito difícil rastrear, teríamos que dar dinheiro a tribos africanas, e para linhagens que não existem mais, sem problemas. Mas precisamos entender que ainda não resolvemos a injustiça que foi perpetrada, e se admitimos que ninguém... que ninguém tem direito a absolutamente tudo que nossos ancestrais roubaram, então também teremos que admitir que atualmente existem pessoas que se beneficiam do fato que seus avós e bisavós lucraram por meio desse sistema imoral. E a maneira de lidar com isso é oferecer uma rede de segurança social que garanta que todos possam prosperar. Eu termino aqui.

            RESPOSTA

            Sim... Bem... O núcleo do sistema americano... Isso responde a sua pergunta diretamente... é que... o que podemos fazer a respeito dos desvios éticos do passado? E aqui temos duas opções. Há duas opções: a primeira opção é estabelecermos direitos iguais perante a lei. Essa foi a solução do movimento dos direitos civis. Havia descriminação baseada na raça; havia hierarquia racial... Vamos parar! Vamos tratar as pessoas de acordo com o conteúdo do seu caráter... Direitos iguais perante à lei.

            A outra opção, a que você está defendendo, você poderia chamá-la essencialmente de: “Vamos corrigir em nome da história”. “Vamos corrigir em nome da história”. Vamos tentar descobrir quem são as pessoas sob posse de bens roubados e retorná-los. Agora, a primeira coisa que estou tentando dizer é que esse é um princípio profundamente controverso, porque na verdade envolve destruir a liberdade de uma sociedade livre. Você teria que (sendo franco), se fôssemos levar isso à sério, ir até as casas das pessoas e tomar suas coisas, tomar seus móveis, tomar seus carros... Você não parece ter os colhões pra fazer isso. Você não tem a auto-confiança moral para fazer você mesmo!  Talvez, se eu estivesse advogando um princípio de justiça social, e querendo aplicá-lo a toda sociedade, antes de persuadir todo mundo... Digamos que eu seja um cristão e acredito que todos deveriam dar 10% do seu dinheiro para ajudar os pobres. E digo: querem saber? “A Bíblia diz isso... A Bíblia diz aquilo”. “Todos deveriam dar 10% do seui dinheiro para ajudar os pobres” e alguém me pergunta: “Dinesh, você está dando 10% do seu dinheiro?” E eu respondo, na verdade, não... Mas eu dei umas aulas de reforço... E você responde: “Espera aí, você não está defendendo isso?” “Você não está dizendo que existe um dever moral em fazer isso?” “Antes de nos convencer, faça você mesmo.” E você responde: “Eu não acho que deva fazer isso porque a sociedade é muito complexa, então não preciso fazer a menos que todo mundo faça.” Não! Se você acredita nisso, que você faça isso. Uma vez que você tenha feito, talvez voce nos impressione e talvez possa nos convencer de que nossa riqueza também é indevida. Mas você não consegue fazer isso... E não estou tentando acusar todo mundo de hipocrisia, só você! Porque... porque...Foi você... foi você que disse: “Eu sou o beneficiário de um privilégio ilegítimo”. Então você seria um excelente ponto de partida, porque eu estou perguntando: “Se você reconhece ter a posse de bens roubados, por que você não está disposto a devolvê-los? Então é fundamentalmente assim que enxergo sua caridade, como aquela piada do cara na guerra civil. “Estou muito feliz em sacrificar... Eu sacrifiquei três primos pela guerra”. “E estou pronto para sacrificar meu cunhado.” Essa é basicamente sua ética. Você quer uma justiça social paga pelos outros, mas você não está disposto a pagar, esse é o problema! É esse o problema dos esquerdistas que marcham em nome da justiça social enquanto protegem seus próprios privilégios... Lembra do que você disse? Todos nós precisamos sobreviver. É sério? Voce precisa estar em Amherst pra sobreviver? Você não precisa estar na Amherst pra sobreviver! Você precisa estar em Amherst para ter um benefício! Você precisa estar em Amherst porque aqui você está tendo oportunidade que a maioria não tem. Então, se você diz que acredita em oportunidades iguais, você é um hipócrita! Porque você está aproveitando uma oportunidade indisponível para outras pessoas. Mas para você, essa hipocrisia é totalmente justificada porque você está “militando” em nome dos pobres. Mas se você é realmente contra “privilégios”, esta Faculdade é um privilégio! Então há uma evidente hipocrisia e você nunca vira seu espelho moral para si mesmo e diz: “O que eu estou fazendo a respeito?” Esse é o meu ponto. Para você a sociedade tem que agir antes de você para forçar o seu código moral.

            Mais algumas perguntas?...

            Perfeito!!!

            Coloquei logo a carapuça na minha cabeça, pois também critico a sociedade, na forma de formar as famílias nucleares e assim perpetuar o egoísmo e violência ao longo do tempo. Defendo a família universal como base para a construção do Reino de Deus, um reino de paz, justiça e fraternidade, como Jesus ensinou.

            Felizmente não cometo o pecado do rapaz que fez a intervenção. Eu procuro praticar o que defendo, mesmo pagando o alto preço de morar sozinho e mal compreendido por muitos. Mas o que defendo tem a força da minha prática, eu pratico o que defendo. Aplico com destemor a lição que o Gandhi deixou: sou a mudança que quero ver no mundo!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/08/2015 às 23h59
 
03/08/2015 23h59
FOCO DE LUZ (63)

            Reunião do dia 30-07-15, às 19h, com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo 02. Edinólia 03. Graça 04. Osmar 05. Lucy 06. Radha 07. Miriam 08. Marlene 09. Ana Gomes 10. Nivaldo 11. Silvana 12. Ana Paula 13. Ezequiel 14. Luzimar 15. Davi 16. Naire 17. Clarisse e 18. Francisco. Foi lido como preâmbulo a “Prece do Acolhimento” de São Pedro Crisólogo, o santo do dia. Foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada com a inclusão de Graça que estava presente na atividade da Igreja e não foi citada. INFORMES: Osmar diz que já está funcionando o curso de karatê e que já tem 18 alunos; Silvana pergunta pelo curso de humantá (?) e que precisa de professor; Washington e Marlene informam que fizeram convites aos barraqueiros e que não se fizeram presentes. Diz reforçado por Davi que existe uma ameaça da retirada das barracas da beira da praia pela Prefeitura; Edinólia lembra do pagamento da contribuição pelos sócios para viabilizar as despesas que estão surgindo com as crianças; Graça  e Alba ficaram de organizar as mães que tivessem interesse na criação de um clube de mães dentro da associação; Graça informa que foi muito boa a integração da Associação com a Igreja, principalmente no dia da caminhada pela Paz com os cartazes organizados; Francisco lembra da necessidade de ser viabilizado um local para o funcionamento da sede provisória da Associação, uma vez que Luzimar diz que não vai ser possível no local da sua sorveteria devido o pequeno espaço; Luzimar informa que foi no cartório e que vai ser necessário refazer todo o trabalho para a legalização da Associação, segundo os critérios que o cartório forneceu. Francisco pediu a documentação para ser tentado da forma que o advogado Adriano instruiu e caso não seja possível, então os documentos voltarão para que Luzimar proceda as correções e providências necessárias; Francisco diz da necessidade de voltarmos a secretaria de Educação para tentar viabilizar os recursos necessários para apoiar os trabalhos que já estão sendo realizados pela associação. Também disse da possibilidade de criarmos uma oficina de construção de aquários com a instrução de um funcionário da Petrobrás; Ezequiel falou sobre o interesse da TV câmara fazer uma matéria sobre o trabalho da Associação de Moradores e falou sobre um acidente que aconteceu com uma das crianças do futebol e que precisa de apoio odontológico. Francisco ficou de falar com uma amiga odontóloga que trabalha na Cruzada dos Militares para ver esse encaminhamento. Às 20:30h a reunião foi encerrada e Luzimar conduziu a oração do Pai Nosso e logo em seguida uma oração do coração. Todos posamos para a foto oficial e concluímos com a confraternização em torno do lanche trazido por Edinólia.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/08/2015 às 23h59
 
02/08/2015 00h01
INFORMES DE DEUS

            Acredito que o Pai tenha percebido todo o meu arrazoado no texto de ontem, quanto a minha forma de relacionamento com Ele e as críticas que recebo ou posso receber das pessoas em função disso, e assim deixou programado com a Sua onisciência para que eu tenha tido oportunidade de ter acesso dentro de minhas leituras habituais esse texto escrito nas “Fontes Franciscanas e Clareanas” e que reproduzo um trecho logo abaixo, relacionado com a experiência de Francisco de Assis:

            “E Francisco, com relação a si próprio, ignorava até então o projeto de Deus, porque, distraído pela vontade do pai para as coisas exteriores, bem como submerso nas coisas inferiores pela corrupção de origem natural, ainda não havia aprendido a contemplar as realidades celestes nem se acostumara a degustar as divinas. E, porque o sofrimento infligido dá compreensão ao que ouve espiritualmente, pousou sobre ele a mão do Senhor e a mudança da mão do Altíssimo, afligindo o corpo dele com longas enfermidades, para adaptar-lhe a alma à unção do Espírito Santo. E, tendo recuperado as forças do corpo, como houvesse comprado - como de costume – vestes elegantes, encontrou um cavaleiro certamente generoso, mas pobre e mal vestido; comiserando-se com piedosa afeição da pobreza dele, tendo-se despido, imediatamente o vestiu, de modo que em um único serviço realizou um duplo dever da piedade, pelo qual cobriu a vergonha de um cavaleiro nobre e aliviou a penúria de um homem pobre.”

            Vejo com muita clareza essa espécie de diálogo que o Pai realiza comigo, um diálogo que nunca tive com o meu pai biológico. Parece uma incoerência, o pai biológico que deveria está bem próximo de mim, de eu ser capaz de ouvi-lo, vê-lo, tocá-lo... e mesmo assim isso não aconteceu comigo. O que lembro dele é uma imagem muito vaga, eu tinha cerca de quatro anos... balançava numa rede e ele chegava com uma revista debaixo do braço. É uma imagem tão vaga que parece ser uma espécie de fantasia que desenvolvi na minha mente.

            No entanto, com o meu Pai espiritual não tenho essa sensação de distância ou até de inexistência. O meu Pai eu consigo senti-lo, como senti ontem ao ir para a hidroginástica, nos quatro pontos cardinais, por todos os meus canais sensoriais. Também percebo quando ele fala comigo com uma lógica e encadeamento de ideias inatacáveis. Pois vejamos só, tão logo Ele percebeu as minhas reflexões e preocupações quanto o que podiam falar de mim, porque eu digo que falo com Ele, que Ele me envia o texto sobre Francisco que fala justamente disso, no trecho que deixei sublinhado, que fala contemplação e degustação das coisas divinas.

            Dessa forma estou plenamente compensado pela falta do meu Pai biológico, não tenho nenhuma culpa a jogar sobre ele. Certamente ele tinha um papel a desempenhar comigo, como se fosse um teste que eu teria de passar, para ver como seria minha reação à sua ausência. Serviu tanto para testar a minha reação a esse tipo de abandono que sofri, quanto também não desenvolver culpa por ter me afastado dos meus filhos e por motivos mais nobres; e não foi um abandono como eu sofri, foi apenas um afastamento que promovi em seus devidos tempos a cada um deles, mas todos sabem que podem contar comigo em qualquer momento, como na realidade contam até hoje. E talvez, na engenharia do Pai, eles tenham que passar por esse tipo de experiência, para sentir na pele como é a vida de filho de um precursor da família universal que um dia será instalada na Terra.       

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/08/2015 às 00h01
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