Qual a integração que existe entre esses três termos?
Medicina é a arte de cuidar da pessoa, quer seja nos aspectos preventivos, curativos ou paliativos. O exercício da medicina quando bem aplicado, responde a uma vocação inata de servir ao ser humano que padece de algum transtorno, físico ou mental.
Saúde é o que esperamos manter durante a vida nas diversas dimensões que funcionamos: físico, mental, social e espiritual. O físico corresponde ao bom funcionamento dos trilhões de células que possuímos, organizados nos diversos órgãos e sistemas do nosso corpo. Dentre esses, o cérebro é o mais sofisticado, pois a partir dele surge as funções mentais superiores que podem sofrer transtornos físicos, psicológicos e sociais, originando as doenças mentais.
Espiritualidade é o termo mais abstrato, foge do nosso contato físico e da percepção, para a maioria das pessoas. Felizmente, reconhecemos hoje a sua importância para saúde: bem-estar físico, mental, social e espiritual.
Para entrar no tema da Espiritualidade que é o nosso foco, temos que aprender inicialmente sobre a dimensão espiritual, onde a vida real se processa. É dito vida real, pois na dimensão material, o corpo físico tem uma existência fugaz. Logo após o nascimento e passar pelo amadurecimento, chega a velhice e a deterioração de todas as funções até a chegada inevitável da morte, falência do corpo físico.
Para muitos, considerados materialistas, a falência do corpo físico, a morte, termina com a vida da pessoa. Este é um engano devido a nossa ignorância, da presença intercambiável da dimensão material e espiritual. Este é o objetivo deste curso, desmitificar o mundo espiritual, mostrando sua realidade através de fatos e da lógica. Mesmo que a pessoa nunca tenha tido contato material com essa dimensão espiritual, mas pelos fatos que são apresentados e pelo raciocínio lógico, podemos confirmar essa realidade e procurar ajustar o comportamento e as habilidades que estamos adquirindo, ensinando e aprendendo a cada dia.
O primeiro passo neste aprendizado, é reconhecer as dimensões do corpo humano, pois nessa dissecação iremos encontrar sete estágios, desde o corpo físico até o corpo espiritual. Iremos entender, desde os estudos orientais da Ioga e da Rosa Cruz, como se dá essa integração do espírito ao corpo físico e a sua permanência na vida após a deterioração do corpo com a morte. Iremos entender que a instância que sedia a vida é a consciência, expressão dos corpos mentais superior e inferior.
Conheceremos a instância que faz a conexão do espírito com o corpo, o períspirito, que permanece vivo com a bagagem mental dos conhecimentos e sentimento e passa a existir no mundo espiritual. Daí, dessa dimensão espiritual, o espírito pode fazer comunicação com as pessoas físicas, os chamados médiuns, que são operacionalizadas pelo espírito, mesmo que a pessoa não tenha a consciência dele.
Finalmente, conhecer o processo evolutivo em ação tanto no mundo material quanto no espiritual, se torna a meta final do estudo. Compreenderemos as necessidades do corpo expressa pelos instintos e gerando o egoísmo, e compreenderemos as necessidades do espírito, de cumprir as leis morais, de saber quais as consequências físicas e mentais caso essas leis sejam desobedecidas, gerando as doenças em sua origem.
O profissional capacitado dessa forma, se torna mais eficiente na sua arte de cuidar das pessoas doentes, entendo a etiologia material e espiritual de suas mazelas.
“Um homem que não se dedica à família, jamais será um homem de verdade”. Esta é uma frase do filme “O Poderoso chefão”, 1a parte. É um filme interessante, pois fala do comportamento marginal da máfia italiana, mas, por outro lado, realça os valores positivos da família.
Lembro também dos ensinamentos de Jesus para criar o Reino de Deus, com base na família universal. Chegou a dizer que seus pais e irmãos biológicos não eram sua família, e sim aqueles que fazem a vontade do Pai.
Com essas informações, por onde decidirá o nosso racional caminhar? Querendo fazer a vontade de Deus? Querendo ser dedicado à família, mas qual família? Biológica ou espiritual? E por quais métodos irei demonstrar minha dedicação à família que escolher? Legais ou ilegais? Éticos ou antiéticos? Morais ou imorais?
São diversas dúvidas que irão necessitar da bússola comportamental que Jesus nos forneceu: amar ao próximo como a nós mesmo.
Cada pessoa deve observar as circunstâncias de sua vida, a dimensão material e espiritual onde vivemos e aprendemos, as lições vindas dos diversos mestres, da ciência e tecnologia, reconhecer a nossa paternidade espiritual única e decidir pelo caminho mais lógico, racional e efetivo para seguir no processo evolutivo com mais pragmatismo em direção ao Pai.
Seguindo tais orientações, reajustei o meu comportamento e paradigmas. Antes eu estava casado com uma mulher, seguindo o ritual da igreja católica, com a perspectiva de viver dentro da fidelidade conjugal até o fim dos meus dias, respeitando todas as exigências da família nuclear.
Considerando a importância da vinda de Jesus entre nós, para nos ensinar sobre o amor e como construir o Reino de Deus, colocando em prática o Amor Incondicional e deixando em segundo plano o amor condicional, tive que, por implicação lógica, deixar de dar prioridade a família nuclear e priorizar a família universal; tive que deixar de dar prioridade ao amor condicional e priorizar o amor incondicional; tive que deixar de dar prioridade ao parentesco carnal, sanguíneo, genético, e passar a priorizar o parentesco espiritual, com aquelas pessoas que se identificam com as lições de Jesus e querem fazer a vontade do Pai.
Com esta mudança dos meus paradigmas, terminei saindo dos padrões culturais da sociedade em que estou inserido. O amor que passo a exercer ao meu redor não é exclusivo de alguém, pelo contrário, é inclusivo, sempre seguindo a bússola de não fazer ao próximo o que não quero para mim. Assim, posso interpretar as informações do filme que citei no início e os exemplos práticos que Jesus deixou com total coerência racional.
A dedicação à família exaltada pela máfia realmente é positiva, mas não segue a bússola comportamental do Mestre, de não fazer ao próximo aquilo que não quero para mim. Quando ele diz que faz uma proposta irrecusável para alguém fazer um favor ou um negócio, coloca a pessoa numa condição que ele não queria para si. Deixa de seguir o Caminho orientado pelo Cristo.
A lição que o Cristo deixou de que sua parentela biológica não são seus parentes prioritários, e sim aqueles que fazem a vontade do Pai, mostra que as iniquidades que algum parente consanguíneo possa fazer no prejuízo do próximo, não devem ser seguidas nem confirmadas como boas. Devemos deixar esses perversos de lado e ficar junto daqueles que procuram fazer a vontade do Pai, que não mentem, que não se corrompem, que são fieis ao que aprenderam sobre a Verdade e procuram praticar, seguindo o Caminho do Cristo, em busca da qualidade de Vida que o Pai nos deu em potencial.
Ser discípulo do Cristo, tanto hoje quanto nos primórdios do cristianismo, parece ser algo muito fora da cultura onde estamos inseridos. Para os judeus parecia um escândalo, como alguém de origem plebeia, um simples carpinteiro poderia ser o Messias prometido, o filho de Deus como ele dizia? Para os gregos e demais gentios, parecia uma loucura, pregar a divindade de uma pessoa que morreu crucificado no meio de dois ladrões e que teve o mistério de ressuscitar de entre os mortos.
A vida moderna, com suas realidades pragmáticas, termina fazendo algo paradoxal, criando comunidades religiosas do Cristianismo, pregando a grandeza dos princípios ensinados por Jesus nas próprias ações diárias da maioria dos indivíduos.
O homem que se internou pela oratória vibrante dos discursos, sem atos correspondentes à elevação da palavra, expõe-se, cada vez mais, ao ridículo e à negação.
Há muitos séculos prevalece o movimento de filosofias utilitaristas. E, ainda agora, não escasseiam orientadores que cogitam da construção de palácios egoísticos à base do magnetismo pessoal e psicólogos que ensinam publicamente a sutil exploração das massas.
É nesse quadro obscuro do desenvolvimento intelectual da Terra que os aprendizes do Cristo são expoentes da filosofia edificante da renúncia e da bondade, revelando em suas obras isoladas a experiência divina dAquele que preferiu a crucificação ao pacto com o mal.
Novos discípulos, por isso, vão surgindo, além do sacerdócio organizado. Irmãos dos sofredores, dos simples, dos necessitados, os espiritistas cristãos encontram obstáculos terríveis na cultura intoxicada do século e no espírito utilitário das ideias comodistas.
Há quase dois mil anos, Paulo de Tarso aludia ao escândalo que a atitude dos aprendizes espalhava entre os judeus e à falsa impressão de loucura que despertava nos ânimos dos gregos.
Os tempos de agora são aqueles mesmos que Jesus declarava chegados ao Planeta; e os judeus e gregos, atualizados hoje nos negocistas desonestos e nos intelectuais vaidosos, prosseguem na mesma posição do início. Entre eles surge o continuador do Mestre, transmitindo-lhe o ensinamento com o verbo santificado pelas ações testemunhais.
Aparecem dificuldades, sarcasmos e conflitos. O aprendiz fiel, porém, não se atemoriza. O comercialismo da avareza permanecerá com o escândalo e a instrução envenenada demorar-se-á com os desequilíbrios que lhe são inerentes. Ele, contudo, seguirá adiante, amando, exemplificando e educando com o Libertador imortal.
Mesmo que no mundo ainda encontremos a prevalência do mal sobre o bem, sabemos que o ritmo da evolução é no sentido do fortalecimento do bem, e nós, discípulos do Cristo, gingados como loucos pela massa egoísta, somos o sal da terra, o reflexo da luz que recebemos do Messias.
Não tinha atentado ainda para uma atitude frente à multidão. Pensava no povo, de forma genérica. Não deixa de ter um bom paralelo. Mas quando Jesus diz: “tenho compaixão da multidão” (Marcos, 8:2), de repente o termo adquire um sentido maior. Os espíritos verdadeiramente educados, que sabem das leis de Deus e procuram cumpri-la, se percebe como criatura no meio de tantas outras criaturas, humanas ou não, e sentem o sentido da fraternidade com todos, com a multidão.
Raros homens, no entanto, compreendem esse imperativo das leis espirituais. Estão mais voltados para suas necessidades individuais, cumprindo com rigor o imperativo biológico da sobrevivência, da lei do mais forte. Geralmente, dentro das possibilidades terrestres, meramente instruído na cultura do mundo, o homem esquiva-se da massa comum, ao invés de ajuda-la. Em outras circunstâncias, se aproxima da massa com falsas promessas para que depois de eleito possa desviar os recursos coletivos para os seus bolsos ou de seus amigos e familiares. Explora-lhe as paixões, mantém-lhe a ignorância e costuma roubar-lhe o ensejo de progresso. Traça leis para que ela pague os impostos mais pesados, cria guerras de extermínio, em que deva concorrer com os mais elevados tributos de sangue. O sacerdócio organizado, quase sempre, impõe-lhe sombras, enquanto a filosofia e a ciência lhe oferecem sorrisos escarnecedores.
Em todos os tempos e situações políticas, conta o povo com escassos amigos e adversários em legiões. Vejamos o que acontece hoje no mundo e principalmente no Brasil, com a pandemia do COVID-19 que nos aflige. Governantes sem nenhum pudor praticam decretos abusivos, contra a liberdade da massa, proíbem medicamentos que podem resolver o problema e trazer a cura precoce dos doentes. Não importa a quantidade de mortos em suas consciências, parece que eles não possuem, pois é na consciência que está a lei de Deus.
Acima de todas as possibilidades humanas, entretanto, a multidão dispõe do Amigo Divino. Jesus prossegue trabalhando, como governador da Terra tem como objetivo deixar fluir a lei de evolução para todos, inclusive para o planeta. E aqueles renitentes no mal, que não querem ouvir nem obedecer a voz do Cordeiro de Deus, esses serão obrigados a deixarem este planeta e continuarem suas existências em orbes mais primitivos, mais adequados aos seus padrões vibratórios.
Ele, que passou no Planeta entre pescadores e proletários, aleijados e cegos, velhos cansados e mães aflitas, volta-se para a turba sofredora e alimenta-lhe a esperança, como naquele momento da multiplicação dos pães.
Lembro que sou parte integrante dessa multidão terrestre, e que tenho necessidades como qualquer um dos meus irmãos. Se eu não puder ajudar, por meios materiais e espirituais a quem mais necessita, não posso prejudicar a ninguém, quer esteja próximo ou mais distante.
O Senhor observa o que faço. Não devo roubar o pão da vida de ninguém; pelo contrário, devo procurar multiplicá-lo.
O livro “A Marca da Besta”, de autoria de Ângelo Inácio através do médium Robson Pinheiro, nos traz importantes informações sobre as providências que estão sendo realizadas no mundo espiritual com respeito ao que se passa conosco, aqui no plano físico. É preciso que tenhamos esse conhecimento para que possamos refletir com mais eficiência.
- Gostaria de ouvir algo sobre a ascendência moral de Jesus, conforme muitos espíritos mais esclarecidos nos relatam. Como entender que somente ele tem o poder de interferir no sistema de vida dos chamados daimons?
Jamar pareceu meditar um pouco antes da resposta; por certo, hauria inspiração a fim de organizar os pensamentos em torno de um tema de muitas e complexas implicações.
- A resposta não é tão simples assim, exigindo um pouco de reflexão sobre aquilo que costumamos denominar ascendência moral ou espiritual. Quando, em épocas que se perdem na eternidade, um novo centro evolutivo se formava por meio da atração de elementos dispersos nos espaços, um novo sol ou um novo berço de almas, a consciência cósmica que, mais tarde, viria ser conhecida como Jesus Cristo, reuniu em torno de si os fluidos espalhados pela amplidão. Empregando forças sobre-humanas, liberou energias mentais que provocavam a união de partículas e moléculas, dando origem a extensa nebulosa. Era a nebulosa solar. O senhor do sistema, o Cordeiro divino, irradiou seu poder mental de nível superior e agregou partículas de poeira cósmica dispersas nos espaços intermúndios. Seu magnetismo divino arrastou as moléculas e demais vestígios de antigas estrelas, que se extinguiram e formaram uma composição de elementos que posteriormente constituiria a nebulosa e os mundos nascentes.
“Outras consciências ali se reuniram com ele, no intuito de cada uma dar o sopro de vida que definiria, pelos milênios a seguir, o tipo de vida e as dimensões energéticas do sistema que forjavam.
“Segundo consta nas tradições do mundo espiritual, na borda externa da formidável corona que se formara havia pequenos núcleos que se desprenderam por efeito da enorme pressão interna, do derrame de energia consciencial efetuada pelos arquitetos cósmicos. Eles sabiam que a matéria interestelar não suportaria a incomparável força de suas mentes sábias e explodiria, de tal sorte que os pequemos núcleos seriam lançados na amplidão e originariam a família cósmica, berço de futuras civilizações.
“Uma dessas consciências iluminadas, pairando num tipo de existência inconcebível ainda hoje, incumbiu-se de semear as mônadas divinas ainda quando a nebulosa se encontrava em formação. Eram embriões cósmicos, que deveriam forjar suas potências já no nascimento do sistema e, ali, em algum globo oriundo da explosão, seriam congregados, integrando a comunidade de almas em germe ou o germe da vida que, mais tarde, receberia a luz da razão e a conquista da espiritualidade.
“Reza a tradição do mundo oculto que tais inteligências se reuniam exatamente no centro da nebulosa, local onde as forças titânicas da natureza, em plena expansão, circulavam e irradiavam em torno e sob o comando consciente das inteligências cósmicas que, bilhões de anos depois, seriam chamadas de arcanjos, cristos ou orientadores evolutivos de humanidades.
“Novos surtos de progresso foram suscitados e estimulados, sempre sob o comando dessas consciências siderais, seres cósmicos cuja dimensão em que viviam e vivem escapa à compreensão dos humanos da atualidade.
“Os historiadores do invisível contam que algumas expressões da civilização foram aparecendo, em diversos recantos do mundo Terra. Povos nasceram e morreram; experiências se sucederam em diversos ramos do tronco humano. Em inúmeras ocasiões, foram enxertados na experiência terrestre novos seres de outros orbes, mais experientes, que as descrições frequentemente confundem com deuses e os aclamam heróis. Tudo isso se passou sob os cuidados do Cristo Cósmico, aquele que mais tarde seria reconhecido nos recantos humildes da Galileia como Jesus de Nazaré.
“Desde essas épocas, cujos registros não se encontram nos compêndios da história terrestre, o Cristo tem aconchegado os milhões de espíritos que vêm para a Terra em processo educativo. Uma vez que Ele é a luz do princípio e aquele que albergou as almas falidas nesse mundo em gestação, somente Ele, e mais nenhum outro – nem santos nem heróis, nem mestres nem médiuns -, detém a força moral capaz de enfrentar e conduzir as mesmas almas rebeldes que conhecemos como dragões, as quais um dia Ele próprio recebeu em seus braços, no mundo chamado Terra.
Esta informação coloca a magnitude do ser espiritual que é Jesus, muito distante de nós, mas que tem a humildade de dizer que nós podemos fazer o que Ele faz e muito mais. Isso, considerando o momento atual, é impossível! Mas, acredito que o Cristo estava falando de forma simbólica, colocando o nosso potencial e obrigatoriedade de seguir a lei da evolução condicionada ao tempo. Assim, considerando o tempo e a evolução, podemos compreender que ao passar pelo tempo de experiências que o Cristo passou, e indo além, podemos fazer o que Ele faz agora e muito mais, com o tempo extra que possamos considerar.
Por enquanto, esses espíritos renitentes no mal e também antigos, não se dobrarão frente à nossa vontade, pois eles contam com muito mais experiências e inteligências em função disso. Essa autoridade intelectiva desses seres das sombras consegue eliminar nossa ação de conduzir o Bem, pois ainda não possuímos autoridade moral suficiente.
Deixemos com o Cristo essa responsabilidade e basta a nós que reconheçamos a verdade e não nos deixemos iludir pelas falsas narrativas.