É visto que em toda guerra existem abusos dos dois lados. Quando a guerra envolve um grupo terrorista que ataca de forma objetiva, criminosa e covarde a civis, como aconteceu no 7 de outubro em Israel, pessoas que estavam festejando, crianças, velhos e mulheres de forma indiscriminada, é um comportamento que extrapola o sentido de humanidade fraterna e passa para o de humanidade animal associada aos interesses predatórios, ao Behemoth bíblico.
Essas pessoas fogem da área do ataque levando consigo várias pessoas de todas as idades, de todas as condições físicas, de todas as nacionalidades, para servirem de escudo humano, dentro da cidade em que habitam, Faixa de Gaza, e que já transformaram todos os seus habitantes em perpétuos escudos humanos.
Se tirarmos por um instante os óculos dos “direitos humanos” e colocarmos os óculos dos “direitos divinos” iremos ver a realidade com mais clareza.
De um lado, um bando de animais, com roupas e armas disfarçadas, entrincheiradas em canais subterrâneos de onde administram seus armamentos e manipulam os escudos humanos que estão na superfície. Animais que sugam os recursos humanos de várias outras pessoas que trabalham diuturnamente na superfície, em todos os países, para garantir a sobrevivência e que nem imaginam que parte do seu suor vai para a manutenção desses animais. Pior ainda, os recursos e poder acumulados de forma iníqua pelos animais, garantem um sistema de cooptação das pessoas mais fragilizadas moralmente, passam para a doutrinação nas escolas e mídia, incutem falsas narrativas no idealismo jovem e na sociedade ignorante, que passam a defender, sem saber e sem querer entender, seus próprios predadores.
Do outro lado temos um exercito formado da comunidade das pessoas atacadas. Um exército sintonizado com os valores espirituais, uniformizados, com armas visíveis, que usam no cotidiano seus próprios recursos e sempre estão desenvolvendo ações benevolentes ao redor do mundo, tanto individual como coletivamente. Esse exército tenta resgatar os reféns e derrotar esse grupo terrorista que sobrevive nas sombras. Se depara com a maior arma que eles têm para se defender: os escudos humanos. Com isto eles evitam os disparos das armas de quem são agredidos e ainda passam para o mundo a imagem distorcida dos confrontos para alimentar as falsas narrativas.
Fica aqui a questão: como solucionar esse impedimento dos escudos humanos? Vamos fazer uma análise da situação. Vamos colocar uma lupa racional na situação, sair do coletivo e chegar ao individual. Vamos imaginar o animal com o escudo humano frente ao soldado armado. Ele não pode disparar sua arma, pois elimina o animal, mas também elimina o refém. Nesta situação, o animal cria condições de atacar e matar o soldado, e tantos surjam dentro da mesma condição. A vitória parece ser clara a favor do animal. A única forma de alcançar a vitória pelo soldado, é que ele dispare a sua arma, elimine o animal, mesmo que a consequência seja a eliminação também do refém, do escudo humano.
A questão é a guerra entre dois oponentes, quem está na linha de tiro pode ser atingido. Se um dos lados coloca voluntária e estrategicamente um civil na linha de tiro, como um escudo humano, a culpa pela eliminação desse escudo não é de quem atira, pois este é o objetivo dele na guerra contra o opositor que tem à frente. A culpa é de quem colocou e usa como defesa tal escudo humano.
Mas vamos colocar a questão de forma mais íntima, espiritual, como é a forma mais adequada ao nosso racional, como membro da família divina e que defendemos a fraternidade universal.
Jesus nos ensinou uma bússola comportamental para agirmos dentro da fraternidade universal, expressando o amor incondicional dentro dos diversos tipos de relacionamentos: Fazer ao próximo aquilo que queremos ser feito a nós. Para esta bússola funcionar, eu tenho que me colocar na condição do outro e querer para mim o que eu estou prestes a dar a ela. Então, se eu sou um soldado armado na guerra contra o animal que acabou de fustigar selvagemente a minha comunidade, e ele se apresenta com um escudo humano para não ser atingido, eu devo me colocar no lugar dessa pessoa que serve de escudo humano e perguntar para mim mesmo: eu quero ser destruído dessa forma para que esse animal não continue com seus atos de barbaridade?
Minha resposta é sim.
Este é um conceito de difícil construção, apesar da ajuda do apóstolo Paulo nesse sentido. Ele explicava a nova criação contrastando com o “velho homem”, que se corrompe por desejos enganosos. Essas pessoas ignorantes da existência de Deus e de Sua vontade sobre a nossa, se deixam guiar pelos instintos egoístas associados ao Behemoth e não tomam nenhum conhecimento de que sua verdadeira essência é espiritual, criada por Deus.
Este é o dilema do homem velho. Vive aqui na Terra, na dimensão material, sem saber que existe uma dimensão espiritual de onde viemos, que existe um Pai criador de tudo nos universos, que somos seus filhos e que devemos fazer a Sua vontade como a forma evolutiva de se aproximar da essência divina da qual tivemos origem.
“Velho homem”, pois assim é que fomos criados, desde a origem, dentro da ignorância, quando nosso racional ainda não tinha capacidade de refletir sobre essa origem divina, éramos conduzidos totalmente pelos instintos, com intuição sempre presente de que existia alguma força além daquela explicada por nossos sentidos.
Evoluímos por milênios sempre conduzidos pelo Behemoth, desde quando agrupados nas cavernas planejávamos nossos rituais de sobrevivência, tanto nas estratégias de caça quanto na forma de aplacar a fúria dos seres superiores, místicos, espirituais, e atrair para nós as suas benesses. Mesmo que existisse entre nós, com o avançar dos anos, pessoas de racional mais sintonizados com a real formulação dos caminhos da vida e dos valores morais que existiam dentro de alguns deles. Vimos surgir assim diversas escolas de sabedoria, filosofia, bem próximas de ensinar os caminhos de Deus, mas bem longe de ser organizada a família de Deus, reconhecendo a paternidade divina e a fraternidade universal.
Deus, na condição de Pai e com a obrigação moral de ensinar aos seus filhos presos na ignorância, providenciou a vinda de um dos Seus filhos mais evoluídos nesse sentido, para vir até nós com essa missão: ensinar sobre a paternidade divina e a fraternidade universal. Esta foi a missão de Jesus.
Jesus teria que explicar a existência desse “velho homem”, que vive dentro da dimensão material construindo diversas formas de reinos, que se digladiam nos bastidores e nas campinas, com armas de todos os modelos, em busca de um poder temporal tão amplo quanto possível pela força dos guerreiros, próprio para ser exercido pela figura energética do Behemoth.
Depois que a pessoa tem o conhecimento da Verdade, passa a saber qual o Caminho mais apropriado para entrar na Vida eterna, esta que está mais ligada à evolução espiritual. Todos que recebem, aceitam e praticam essa nova forma de comportamento, deixam o “velho homem” para trás, aquele dominado pelo Behemoth, e passam a constituir a Família de Deus, que precisam conviver num reino diferente desses estabelecidos na Terra, e sim em um novo reino, um Reino de Deus.
A Gazeta do Povo publicou um artigo do jornalista Jonas Rabinovitch que vale a pena reproduzi-lo para nossa reflexão.
A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL JÁ COMEÇOU
Jonas Rabinovitch
23/01/2024 08:00
As batalhas antigas eram curiosas: os soldados tinham uniformes coloridos e galantes, alguns tocavam tambor ou corneta, outros seguravam bandeiras. As tropas se alinhavam no campo de batalha vendo o inimigo. Ao receber ordens, atacavam. A guerra era transparente e sangrenta. Hoje, a guerra ainda é sangrenta, mas perdeu sua transparência. A Terceira Guerra Mundial, por exemplo, já existe, mas é gradual, hipócrita e indireta. Em um mundo globalizado e altamente conectado, conflitos mundiais são a regra, não a exceção. Muitos historiadores confirmam que a Segunda Guerra Mundial foi uma continuação da Primeira, depois de um intervalo de 20 anos. A Primeira Guerra Mundial foi causada pela competição por mercados, expansionismo e nacionalismo; a Segunda Guerra Mundial adicionou três fatores: o nazifascismo, o comunismo e as democracias ocidentais. O comunismo da União Soviética acabou se unindo ao capitalismo americano e europeu para derrotar um mundo nazifascista.
A Terceira Guerra Mundial parece misturar todos os elementos anteriores, com uma grande diferença: não é mais uma guerra entre países, mas entre visões de mundo diferentes. E cada uma delas necessita expandir-se por razões econômicas, todas com o mesmo objetivo: poder. Se a Segunda Guerra Mundial estabeleceu a hegemonia da chamada “civilização ocidental”, a Terceira Guerra Mundial combate isso. E há estratégias inteligentes e financiamentos por trás disso. O mundo parece estar multipolarizado entre pelo menos 4 grupos: 1) civilização ocidental (EUA, Europa, Canadá, Austrália etc.); 2) capitalismos autoritários (China, Rússia); 3) islamismo e seus conflitos internos: sunita x xiita, extremistas x moderados etc.; 4) mercados em países emergentes (África, América Latina, Ásia e Pacífico) oscilando entre “esquerda” e “direita” e vários níveis de repressão ou liberdade.
Nas últimas décadas tivemos uma gradual, visceral e inútil polarização entre “esquerda” e “direita” dividindo o mundo.
Por incrível que pareça, depois da Segunda Guerra em 1945, da queda do muro de Berlim em 1989, do fim da União Soviética em 1991, foi necessário que o economista Milei, presidente da Argentina, fosse em janeiro de 2024 ao Fórum Econômico Mundial em Davos para defender o capitalismo! Notem que o mundo nunca teve outro modelo econômico produtivo que funcione. Gostem ou não do Milei, isso é fato: o capitalismo retirou 90% da população mundial da pobreza extrema. Milei evitou os rótulos “esquerda” e “direita” e preferiu ressaltar o contraste entre o “coletivismo”, onde os meios de produção têm grande controle estatal como China, Rússia e vários países emergentes e o “libertarianismo” do ocidente com economias de mercado livres. Países livres são 12 vezes mais ricos que países reprimidos. Reparem que nos países livres a riqueza se socializa, enquanto nos países reprimidos a riqueza se concentra nas mãos de poucos e vai parar em contas secretas.
Chamem de “choque de civilizações” ou de “guerra fria”, essa rivalidade global continua cada vez mais quente. Há uma aceleração de conflitos que fazem parte do mesmo processo: a invasão da Ucrânia pela Rússia desafiando a OTAN; o bárbaro ataque do grupo terrorista Hamas a Israel, aparentemente motivado por uma tentativa de paz de Israel com a Arábia Saudita; a guerra em Gaza; os ataques do grupo terrorista Hezbollah financiados pelo Irã ao norte de Israel; os recentes ataques de mísseis e drones feitos por rebeldes Houthi baseados no Iêmen, também apoiados pelo Irã, aterrorizando a navegação mundial; a formação de uma frota com dez países organizada pelos EUA para atacar os Houthis no Iêmen; mais de 130 ataques feitos pelo Irã a bases americanas no Iraque desde outubro de 2023.
Esses conflitos armados refletem uma aceleração de disputas geopolíticas: a competição interdependente entre as economias americana e chinesa, a expansão do “capitalismo autoritário” da China e Rússia em busca de novos mercados, a rivalidade entre o Irã de orientação xiita e a Arábia Saudita de orientação sunita disputando a hegemonia islâmica e mundial, o extremismo islâmico do Irã contra os valores do ocidente, entre outros. O fato é que durante disputas internacionais ações de empresas de defesa e segurança cibernética valorizam. Na segunda-feira, após o ataque do Hamas contra Israel no dia de 7 de outubro, as ações das companhias Lockheed Martin, RTX Corporation, Northrop Grumem e General Dynamics experimentaram aumentos significativos nos preços de suas ações. Não há paz mundial que resista a uma indústria bélica global que movimenta US$ 2 trilhões por ano e emprega centenas de milhões de pessoas. O maior empregador do mundo não é a Apple, Walmart, McDonald's ou Coca-Cola, mas o Ministério de Defesa da Índia, que emprega quase 3 milhões de pessoas, seguido de perto pelo Departamento de Defesa Americano e pelo Exército Comunista Chinês.
Mas, semanticamente, a “democracia” venceu. Um dos países mais fechados do mundo, a Coreia do Norte, se chama “República Popular Democrática da Coreia”. A Algéria, Congo, Cuba, Etiópia, Laos, Nepal, Venezuela e outros não são reconhecidos como democracias, mas se chamam de democracias. Ao comentar a Venezuela, o presidente Lula disse que o “conceito de democracia é relativo”. Ele também disse que “tem orgulho em ser chamado de comunista” e “feliz por ter colocado um ministro comunista no STF”. Vemos que o próprio conceito de democracia e nacionalismo não são mais definidos por fronteiras nacionais, mas por uma cartilha de fidelidades ideológicas internacionais.
O grande desafio é implantar um programa de governo eficaz que seja democrático e comunista ao mesmo tempo. Só que isso nunca aconteceu na prática em nenhum lugar do mundo. Comunismo e democracia sempre foram incompatíveis. Detesto rótulos, mas nas últimas décadas tivemos uma gradual, visceral e inútil polarização entre “esquerda” e “direita” dividindo o mundo. Por mais inútil que seja, essa polarização acaba definindo políticas públicas bilionárias que afetam a vida de milhões de pessoas. Como sempre, há ganhadores e perdedores.
No Brasil, por exemplo, polariza-se tudo: vacina contra Covid, agronegócio, estatais, sentenças jurídicas, destino de traficantes e terroristas internacionais, liberdade temporária para presos que escapam e matam, até iniciativas contra a corrupção. Mas a partir do instante em que essa polarização atinge a mídia e as universidades, então não há mais polarização, mas talvez um caminho sem volta para uma unanimidade pouco inteligente. Que “diversidade” é essa que favorece uma maneira única de pensar? Isso é totalitarismo, não democracia.
Imitando o ministro de Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, as narrativas são repetidas até virarem verdade. Por exemplo, acusar alguém ou um país de genocida virou moda. Em 1948, a Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio definiu 5 indicadores concretos para definir genocídio. Qualquer pessoa que use a palavra "genocida" sem compreender isso, demonstra ignorância e preconceito. Segundo esse critério – o único existente – uma lista com pelo menos 50 genocídios na história já foi documentada. O maior foi o Holocausto, uma palavra em grego que significa “sacrifício pelo fogo”. Foi o extermínio sistêmico de 6 milhões de judeus pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Só para entendermos a escala: se na final do campeonato brasileiro fizessem um minuto de silêncio para cada vítima, o jogo só começaria onze anos depois.
No dia 7 de outubro de 2023 tivemos um segundo holocausto em Israel. Há provas concretas, inclusive vídeos feitos pelos próprios terroristas do Hamas mostrando decapitações, assassinatos de bebês, estupros, e mais de 200 civis inocentes levados como reféns para Gaza, inclusive crianças. Qual a resposta de boa parte da humanidade? Silêncio e cumplicidade. Os movimentos feministas fizeram vista grossa para os estupros selvagens. Psicanalistas e cientistas sociais que já escreveram muito sobre o Holocausto, dissecando as raízes do mal, agora estão mudos. A África do Sul se transformou em braço legal do grupo terrorista Hamas e acusou Israel de “genocida” na Corte Internacional de Justiça, tendo sido vergonhosamente apoiada até pelo Brasil e por cerca de 15 outros países, quase todos ditaduras.
Um artigo bem esclarecedor da situação bélica que o mundo vive hoje, de uma forma tão insidiosa que as pessoas que são atacadas, morrem como aconteceu aos milhares na pandemia, e não percebem que estamos dentro desta Terceira Guerra Mundial.
Fulton John Sheen foi um bispo americano na Igreja Católica, conhecido por sua pregação, principalmente na televisão e no rádio. Faleceu em 09-12-1979 e em 2012 o Papa Bento XVI reconheceu o decreto da “Consagração pelas Causas dos Santos” afirmando que ele viveu uma vida de “virtudes heroicas”, passo importante para a beatificação, por isso é chamado de “Venerável”.
A plataforma Lumine, ligada à Igreja católica, está trazendo uma série sobre ele. No primeiro episódio, “O que é o homem”, no final o apresentador disse uma frase que caracteriza o trabalho do Bispo: “não rezamos por uma unidade da religião, mas pela unidade do povo religioso”.
Achei muito interessante esse primeiro episódio e a didática simples que é utilizada. Compreender Deus como a luz que ilumina nossa consciência e que se dermos às costas a Deus, ficamos de frente para a nossa sombra, e quanto mais caminhamos, mais ela se alonga. No entanto, se ficarmos de frente para Deus, para a luz, nossa sombra ficará para trás, sem importância negativa para a consciência.
No entanto, a frase que o apresentador disse que representava o trabalho dele me trouxe reflexões contraditórias.
Ele faz reflexões sobre religiões. Diz que não reza pela unidade da religião, mas ele é um religioso. Ele não quer unidade na sua religião, a católica?
Por outro lado, reza pela unidade do povo religioso. Mas, de que forma esse povo religioso alcançará a unidade? Fora da religião? Dentro de alguma religião?
É este ponto que parece trazer uma forte contradição: como encontrar unidade dentro de uma religião.
Cada religião defende um ponto de vista espiritual que considera como verdade. Como existem muitas religiões, isso significa que existam muitas verdades? A lógica nos diz que deve existir uma só verdade, mesmo que se façam derivações a partir dela.
Considero as lições que o Cristo nos trouxe, como a Verdade, como o Caminho que devemos seguir em direção à Vida eterna, na intimidade com o Criador. Talvez esta verdade necessite de algum ajuste para se aproximar da Verdade real e imutável. O pensamento humano operando de forma crítica, sempre imagina condições e situações onde essa Verdade que o Cristo nos trouxe pode ser aperfeiçoada. Daí o motivo para a criação de tantas igrejas, mas todas com o mesmo foco principal que o Cristo ensinou: Deus é nosso Pai e todos somos irmãos que devemos agir com fraternidade.
Neste sentido o Bispo Fulton tem razão, na procura de unidade entre as igrejas cristãs. Acontece que existem outras igrejas que defendem a verdade de outra forma, com outros deuses, com outros caminhos. Nesse caso fica incompatível a busca de uma unidade. Ou iremos para a igreja deles, se considerarmos que eles estão com a Verdade, ou faremos todo esforço racional para demonstrar que a Verdade está conosco, com os ensinamentos cristãos.
Fico muitas vezes encucado com o fato de ver tantas pessoas de bem mergulhadas no meio da maldade social, corrupções, prevaricações, injustiças, perseguições, e não conseguem distinguir o mal do bem. Defendem esses perversos que jogam nas redes sociais as suas narrativas e atacam as pessoas de boa índole que querem fazer, e até fazem, com muita dificuldade, as coisas corretas.
Mas nós, cristãos, que seguimos ao Mestre Jesus, devemos olhar a natureza onde estamos incluídos, onde somos parte de tudo como irmãos, filhos do Criador.
Vejamos numa campina florida, dois insetos que sugam as mesmas flores. A abelha com essas flores, faz o mel, mas a vespa tudo transforma em veneno. Duas pessoas também podem se defrontar com a mesma situação, mas somente uma delas irá aprender a lição de fazer o mel.
Isto faz parte de nosso dia-a-dia. Ocorrem milhares de fatos, se abrem diversos caminhos, e de cada um deles fazemos uma leitura pessoal. Cada pessoa vê num acontecimento um pouco de si mesma. O bondoso perceberá a bondade em seus semelhantes, já o invejoso, maldoso, verá inveja e maldade. As próprias palavras passam por esse crivo. Boa parte do sentido é dada por quem as proferem, a outra metade pela pessoa que as escuta.
Percebi isso com muita clareza na comparação com os dois últimos presidentes de nosso país, com as palavras e atos divulgados pela grande imprensa. As palavras e atos de um, mesmo que contivessem um conteúdo de bondade, de justiça e solidariedade, eram divulgadas por um filtro distorcido para enganar a população e fazer pensar que ali estava uma pessoa ruim, que não merecia o voto de ninguém. Enquanto as palavras e atos do outro, com objetivos de manipulação, de corrupção, de perseguição, essa mesma imprensa deixava passar como positivas, benéficas...
Estes são exemplos dos filtros que usamos para ver a realidade ao nosso redor. Algumas pessoas, como as vespas, usam dos mesmos presentes que Deus nos dá a cada dia, para produzir os seus venenos, pois isso também as fortalece. Acontece que nós, pessoas de boa índole, não podemos usar os mesmos filtros que essas pessoas associadas ao mal usam, e, principalmente, não deixar que as palavras que são veiculadas pelos filtros da perversidade consigam enganar a nossa consciência. Mesmo que as abelhas tenham o seu ferrão e às vezes o use para se defender, não podemos devido a isso deixar de ver a bondade que existe por trás da firmeza e força para defesa. Da mesma forma, não devemos deixar de ver a maldade que existe por trás de palavras melífluas, fantasiadas de bondade e solidariedade.
Apesar de toda essa onda de maldade que no momento cobre a nossa realidade, devemos sempre usar um filtro de bondade para ver tudo do nosso jeito, com o coração puro, associado a verdade, como filhos de Deus que queremos ser.
O mal, de alguma maneira, afeta nossa vida, mas não é a única realidade. Somos cercados de bênçãos, recebemos a dignidade de filhos de Deus e o amor do Pai é para sempre. Este é o horizonte que devemos ter em nossas vidas. Mesmo que estejamos presos ou emudecidos, punidos ou perseguidos, estaremos sempre com a dignidade que o Pai espera de nós.