Estou voltando a este tema, com a perspectiva espiritual, devido a importância de compreendermos melhor essa importante fase da história, com os conhecimentos do professor Nelson Ribeiro Fragelli e a contribuição do Instituto Plínio Correia de Oliveira.
Essa nova ordenação, vinda da Revolução Francesa, negava a ordem estabelecida na França milenar. Esta ordem milenar começou a se desenvolver no ano 496 com a conversão do primeiro rei de França, Clóvis.
Essa conversão foi programada pelos grandes apóstolos que agiam na França. Os grandes bispos, os grandes sacerdotes, e em particular a sua conversão foi preparada por São Remígio. Ele via em Clóvis, um bárbaro pagão, um homem que poderia se converter. Um homem com boas inclinações. Fez com que ele se casasse com uma cristã, com uma católica que mais tarde foi canonizada como Santa Clotilde.
São Remígio deixou a cidade onde ele vivia, cidade de Reims, e foi para o centro da França, Borgonha. Pediu ao pai dessa princesa, que não quiseram o casamento, nem o pai nem a provável noiva. Como uma cristã poderia casar com um homem sem religião, com um bárbaro? Mas, tutelados por São Remígio, eles aceitaram e o casamento se fez.
Clotilde, na oração, na argumentação junto ao seu marido, moderando, controlando, falando a ele a respeito de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Nossa Senhora, levou-o a abrir-se um pouco mais à ideia cristã do catolicismo.
Até que em 496, na batalha de Tolbiac, Clóvis como um guerreiro cercado por seus inimigos, ameaçado de morte, de extermínio do seu exército, ele se volta para o céu e diz: “Oh Deus de Clotilde! Se Tu existes realmente me dê a vitória”.
Assim, ele obteve a vitória e retornando à sua casa, a capital do seu reino, do seu povo, ele pede o batismo. Foi aí que se deu a conversão da França. Seus nobres, seus generais, já eram cristãos. Já tinham se convertido pela ação dos apóstolos que operavam em França.
Este relato mostra a importância dos apóstolos de Cristo que se espalharam pelo mundo como foi orientado, para espalhar, evangelizar, a nova ideologia, para implantar uma nova ordem no mundo. Foi criada a figura do bispo, o sucessor dos apóstolos, para cada vez mais influenciar, orientar e ensinar sobre o Reino de Deus que poderia ser instalado na Terra a partir dos nossos corações. O trabalho honesto e sintonizado com o Cristo desse bispo, São Remígio, foi a ponta-de-lança para a criação de uma nova ordem na Europa, com reis católicos que obedeciam a orientação transcendental cristã. Mesmo que entre os bispos e até os próprios papas tivessem aqui e acolá o predomínio egoísta do Behemoth, mas a tradição dos ensinamentos cristãos era preservada. O que seria necessário era essa correção dos excessos egoístas mostrados por alguns protagonistas cristãos, mas não derrubar uma ordem de potencial magnífico e trocar por outra de potencial tão maligno.
Estou voltando a este tema, com a perspectiva espiritual, devido a importância de compreendermos melhor essa importante fase da história, com os conhecimentos do professor Nelson Ribeiro Fragelli e a contribuição do Instituto Plínio Correia de Oliveira.
A Revolução, portanto, violenta, tendo derrubado a Monarquia, estabeleceu uma nova ordem, se é que podemos falar de ordem, uma nova ordem social, oposta violentamente àquela que durante um século e meio tinha prevalecido na França, e feita da França um país líder no Ocidente.
Todos conhecem as excelências da arte francesa, da culinária, a moda, as canções dos compositores... todos esses foram frutos dessas instituições inspiradas pela Igreja Católica e que deram um fruto que deixou o mundo admirado pela monarquia francesa. O povo francês não se distinguia da monarquia.
Uma nova ordem social e política, por exemplo: o que é uma nova ordem? A ordem monárquica, a ordem anterior era baseada na família.
A família é uma instituição. A Revolução Francesa introduziu o divórcio. Sabe-se que ainda não podendo estabelecer a lei do aborto, os revolucionários franceses mais ativos praticavam o aborto. Eles chegavam ao incesto, porque eles queriam uma negação total da ordem católica estabelecida na sociedade francesa.
A escola, o ensino era monopólio da Igreja católica e com toda a justiça. É preciso formar as consciências ainda crianças, jovens, preparando-os para enfrentar as vicissitudes da vida em família, da vida como um participante, um construtor do seu povo, no caso da grandeza de França.
Este foi o motor da Revolução Francesa, estabelecer uma nova ordem social com base nos princípios da igualdade, liberdade, fraternidade. Ninguém de bons princípios poderia negar esses três princípios. Por trás deles tinham algumas atitudes condenadas pela igreja católica e defendida pelos revolucionários, como o divórcio, citado neste trecho do estudo. Usando a minha mente aberta e livre de qualquer amarra ideológica, acredito que o divórcio é de utilidade social. E também não vejo contradição com os ensinamentos do Cristo. Da mesma forma poderiam existir outras atitudes com o mesmo perfil e isso sim, na minha compreensão, trariam benefício à sociedade com a nova ordem a ser instalada. Acontece que o princípio da Fraternidade foi brutalmente solapada e um banho de sangue aconteceu por toda a nação. Os novos poderosos também solaparam os outros dois princípios e a liberdade da divulgação da verdade como ela aconteceu até hoje a humanidade não tem essa oportunidade. Felizmente, com o advento da internet, pessoas que têm na mente a verdade, podem publicar os acontecimentos reais e chegar até nós, capazes de refletir com liberdade e ver a coerência do que está sendo dito em contraste com o que nos foi ensinado.
Estou voltando a este tema, com a perspectiva espiritual, devido a importância de compreendermos melhor essa importante fase da história, com os conhecimentos do professor Nelson Ribeiro Fragelli e a contribuição do Instituto Plínio Correia de Oliveira.
Os acontecimentos atuais aqui no Brasil nos levam a considerar de modo mais aprofundado o que se passa com o povo, com o público.
Hoje, as relações internacionais são muito mais próximas, se fala na mundialização.
Pensando no Brasil, somos levados a pensar em outros países. Aquilo que teve origem em outros países, o que acontece em outros continentes, reflete no Brasil.
Para melhor compreender os acontecimentos aqui no Brasil, desta reação conservadora, o estudo da Revolução Francesa é muito apropriado.
Falar em estudo seria exagerado, considerar um estudo. São considerações a propósito desse acontecimento, chave na história do mundo.
Estamos há 233 anos da Revolução Francesa.
O que é um acontecimento chave? É aquele que abre a porta que dá para corredores diversos do acontecer humano e que explica uma situação. Que explica as condições em que se encontra um país.
Revolução Francesa, esse nome ficou. Revolução diz bem, é uma explosão violenta, e assim foi a Revolução Francesa. Muito derramamento de sangue, não só dos reis, mas também de bispos, sacerdotes, do povo que foi quem mais morreu. O povo simples, os camponeses da França.
A Revolução Francesa foi um movimento profundamente anticristão, anticatólico. E este povinho, os camponeses, aqueles que na cidade eram sapateiros, empregados domésticos, carpinteiros, etc. Estes que conservaram a fé de um modo muito vivo e a Revolução não podia admitir que eles continuassem a existir. Era preciso exterminá-los.
Eles não tinham a ilusão de exterminar todos, mas era preciso, matando muitos, como mataram milhões, amedrontar o resto, de tal modo que eles não permanecessem com as suas ideias. Que eles abandonassem a fé.
Houve leis proibindo a prática religiosa. A pratica religiosa na França era enormemente, unicamente, a prática religiosa católica.
Este tema se tornou central na minha compreensão da história, que serviu para ressignificar os meus paradigmas. Antes eu seguia o que a escola ensinava, os benefícios sociais trazidos pela Revolução Francesa, na defesa da Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Como eu poderia imaginar, criança, adolescente e até adulto, esses três termos tão importante para a vida em sociedade, estavam sendo usado de forma perversa, ilusória e destruidora de uma outra forma de construção social que tinha como base as lições do Cristo? Hoje, com a maturidade, 69 anos, tendo corrido 233 anos dessa revolução, que contribuiu tanto para minha militância por longos anos em partido de esquerda (PDT), é que vim descobrir o quanto estava sendo enganado. Da mesma forma que é importante o conhecimento do mundo espiritual para compreender a melhor forma de agir e seguir a evolução saudável em que todos estamos inseridos, também é importante discernir dentre todas as narrativas que existem ao nosso redor, qual a que carrega mais carga de verdade, para que não entremos em desvios que prejudiquem a nossa vida e dos nossos irmãos.
Hoje, segundo domingo de agosto, é comemorado como o dia dos pais. Quem tem o seu pai procura uma forma de lembrar, física ou remotamente. Quando existem problemas de relacionamento, conflitos não resolvidos, essa lembrança pode não ser expressa.
Apesar de me considerar um discípulo do Cristo, o embaixador do Amor, mesmo assim desenvolvi conflitos que terminam respigando nos filhos. E, paradoxalmente, conflitos que surgiram devido a minha decisão de seguir com a maior fidedignidade as lições do Cristo, do Amor Incondicional, de construir a família universal, o Reino de Deus. Essa decisão fez com que eu mudasse meu paradigma de vida de amar com exclusividade para amar com inclusividade, para que fosse ajustado o meu comportamento não às regras do casamento, mas as regras do Amor Incondicional.
Isso fez com que minhas companheiras com as quais eu gerei filhos, não conseguissem seguir tal caminho e me expulsassem de suas vidas. Esse fato, sem a devida explicação, me coloca como o vilão, que abandona sua família em busca de prazeres carnais.
Fico a pensar que foi devido a isso que Jesus evitou ter uma companheira, que gerasse filhos. Iria ter o mesmo problema e sua missão não seria cumprida. Mas, Ele já tendo cumprido a sua missão, resta a nós seus discípulos colocar em prática. E isso implica em formar famílias, mas com o sentido da universalidade e não da exclusividade, da nuclearidade.
Onde nós estivermos devemos considerar a todos como irmãos, a fazer ao outro aquilo que desejamos seja feita a nós, e também o seu inverso, não fazer ao próximo aquilo que não queremos seja feito conosco. Este é um tipo de bússola comportamental na qual tenho dirigido a minha vida. Isso implica que eu posso encontrar pessoas que seguindo esses princípios eu desenvolva afeto mais profundo e que possa chegar até a intimidade sexual, até a geração de filho. As minhas companheiras, até o momento, não conseguem suportar tal situação, forçando que eu, mesmo tendo explicado toda minha forma de pensar e agir, tenha que fazer omissões desses fatos trazem sofrimento a elas e indiretamente também a mim.
Este talvez seja um pálido reflexo da família universal que tento construir com minhas ações. No dia dos pais estar sem a presença de nenhum dos meus filhos ao meu lado. Talvez alguns dos cinco me façam algum cumprimento remotamente.
Por outro lado, minha casa pode estar cheia de pessoas que considero entre elas, filhos espirituais, até netos espirituais, e todos os presentes, como irmãos. E nenhuma dentre elas com apelo sexual, todas com princípios espirituais.
Assim, para mim, tem mais sentido eu comemorar este dia como o “dia do Pai”. É a Deus como Criador de todos nós que estou comemorando, sentindo que estou fazendo como um filho obediente, a Sua vontade.
Lembro mais uma vez a lição do Mestre, quando seus parentes se aproximavam e ele foi avisado e respondeu: “Quem é minha família?... Todos aqueles que fazem a vontade do Pai.” Mostra eu devemos cuidar e respeitar os parentes, mas nossa responsabilidade maior é como Pai maior, ao qual devemos fazer a Sua vontade.
O Mestre foi enviado pelo Pai para nos livrar da Ignorância. Saber que todos somos filhos dEle e que por isso somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai espiritual.
Da mesma forma que queremos que nossos filhos biológicos sigam nossos conselhos, a nossa vontade, assim devemos seguir a vontade do nosso Pai espiritual.
Podemos tergiversar sobre a vontade dos nossos pais biológicos, pois eles são seres humanos como nós, cheios de erros como nós. Por isso podem estar enganados sob sobre determinado assunto, mesmo tendo mais idade e experiência de vida, e mais condições para ter mais sabedoria.
O Pai espiritual não possui nenhum traço de ignorância. Ele é a sabedoria absoluta. Acontece que a Sua vontade não é expressa por uma voz produzida pelos lábios ou por qualquer aparelho eletrônico. Sua vontade surge em nossa mente por meio das intuições. Em seguida, a consciência analisa e decide conforme o livre arbítrio que podemos usar para cumprir ou não essa vontade do Pai.
Este foi o papel de Jesus como instrutor. Falar da existência do Pai e que ele nos criou simples e ignorantes para que pudéssemos aprender com a experiência pessoal, sem a Sua intervenção em nosso livre arbítrio. Esse aprendizado não deixará de ser realizado por ninguém, mesmo que alguns sejam mais rápidos e outros mais lentos. Todos chegaremos à perfeição, à proximidade com o Pai.
O Pai espiritual está sempre presente ao nosso redor e dentro de nós, como uma centelha divina que recebemos no ato da criação do nosso espírito.
Sabendo dessas informações e querendo ser obedientes ao Pai como o Cristo foi, devemos ajudar a espalhar esta luz de conhecimentos que recebemos e retirar os nossos irmãos que estão mais próximos da ignorância.
Isso não deixa de ser uma cruz para nós que colocamos a prioridade de nossas vidas no mundo espiritual, onde quase todos ao nosso redor têm a prioridade de suas vidas no mundo material.
A perfeição que o Pai demonstra está no mundo espiritual. A dimensão material onde agora nos situamos é apenas um campo de treinamento, de testes, para o espírito de vida eterna evoluir usando um corpo biológico, temporário.
Quando ficamos desvinculados dos interesses egoístas do corpo biológico temporário, da dimensão material onde ele se encontra, entramos em conflito com os irmãos que permanecem fixos na dimensão material, que não compreendem ou não aceitam as responsabilidades prioritárias vindas do mundo espiritual.
Nisso constitui a nossa cruz. As pessoas que não conseguem entender ou não querem seguir a vontade do Pai, criam uma série de reações raivosas e vingativas dispersando a semente do amor que sofre sob rajadas de ódio.
O Mestre fez questão de acentuar que isso iria acontecer em todos os tempos, e foi assim que ele foi crucificado de forma tão humilhante e perversa por aqueles a quem veio ajudar.
Esta é a nossa cruz também, sofrer e ser humilhado por aqueles a quem tentamos ajudar e amar.