Encontrei um diálogo no filme “Santo Agostinho”, veiculado pela plataforma Lumine, que nos mostra uma forma firme de lidar com a corrupção.
Secretário – O Ciríaco está aqui.
Agostinho – O Ciríaco?
S – Sim, o mercador de cereais. Os navios dele vão para Roma, para o Egito, para a Grécia, até os portos da Gália.
A – Sim, eu o conheço. Deixe-o entrar.
Ciríaco – Saudo-lhe e lhe desejo muita prosperidade.
A – Obrigado, mas a prosperidade não é preocupação para mim.
C – Você tem sorte. Preciso dizer que da nossa parte sempre lhe poupamos este tipo de preocupação.
A – Não entendo.
C – Fico constrangido por ter de lembrar. Sempre ajudei a sua igreja, os seus presbíteros, sacerdotes, sempre viajaram gratuitamente nos meus navios.
A – Sou-lhe muito grato por isso. Foi seu pai, um pagão sábio e honesto que estabeleceu este costume sem pedir nada em troca.
C – Sempre respeitei a vontade de meu pai. É verdade que sou pagão e que conservo em casa as estátuas dos deuses que meus antepassados trouxeram de Roma para África, mas sabe que eu respeito a sua religião.
A – Sim, eu sei.
C – Fico feliz que fale isso, porque quero lhe pedir um favor.
A – Se veio por isso, estou à sua disposição.
C – Bem, o vigário imperial de Cartago vai enviar trigo às milícias mercenárias acampadas nas costas espanholas. Outros transportadores estão disputando este negócio. Uma palavra sua, uma carta sua seriam de grande ajuda para vencer a empreitada.
A – Mas não entendo do seu negócio.
C – Basta que fale a verdade ao vigário, que eu sempre respeitei a igreja, o império cristão, e os bispos cristãos são honrados pelo império.
A – E então?
C – Uma carta sua...
A – Uma carta para fechar um grande negócio, combinar uma negociata!
C – Sim.
A – Continue.
C – Se escrever a carta, eu...
A – O que quer dizer?
C – Quero dizer que posso ajudar você e a sua comunidade.
A – Não. A riqueza e o comércio estão bem longe dos meus interesses. Minha vocação é fazer entender a palavra de Deus a todos os que querem ouvir. Hoje você tem muitos navios e muitos bens. Amanhã, a morte tomará tudo de volta e você vai se apresentar diante de Deus. As contas que prestará lá não serão as do seu comércio. Desculpe, mas não posso fazer o que me pede.
C – Por um lado entendo, por outro não entendo você. Reflita. Se mudar de ideia, mande me dizer. Peço só que escreva, dizendo que eu respeito a igreja.
A – Não insista Ciríaco, você sabe que não vou mudar de ideia.
O comportamento de Santo Agostinho, um pecador que se converteu a fé católica, no dá com esse diálogo o que um homem cristão pode colaborar com a ética, evitando os convites para a corrupção, mesmo que isso seja muito sutil. Aparentemente, não custaria nada Agostinho fazer a carta dizendo a verdade, que o interessado era uma pessoa que respeitava e até ajudava a igreja católica, agora bem conceituada no governo romano. O que o pai do empresário fazia de ajuda à igreja católica, dando passagens gratuitas nos seus navios, o filho agora quer condicionar a uma troca de favores. Seria um tipo de pagamento, o que Agostinho recusou, muito acertadamente. Se ele tivesse feito a carta, estaria associando o trabalho cristão com lucros comerciais, em detrimento de quem poderia oferecer o serviço com melhores preços para o Estado, para o cidadão que paga impostos. Isso ficou muito parecido com o que aconteceu no Brasil, quando o filho de um empresário passou a fazer acordos criminosos, com corrupção massiva com os chefes do Estado brasileiro da época. Prejuízo este que até hoje estamos pagando, tanto com juros e dinheiro emprestado que não foi devolvido, como militantes que foram colocados em pontos estratégicos e que até hoje continuam favorecendo as iniquidades, com toda sorte de desvios da ética e moralidade.
Um texto tirado de “Mr QUAC Produções” que merece ser reproduzido e refletido...
Alguns de nós envelhecemos de vez, porque não amadurecemos. Envelhecemos quando nos fechamos à novas ideias e nos tornamos radicais. Envelhecemos quando o novo nos assusta.
Envelhecemos também quando pensamos demais em nós mesmos e nos esquecemos dos demais.
Envelhecemos se deixamos de lutar.
Todos nós estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o Tempo.
A vida só pode ser compreendida se olharmos para trás. Mas só pode ser vivida se olharmos para a frente.
Na juventude aprendemos; com a idade compreendemos.
Os homens são como os vinhos: a idade estraga os ruins, mas aprimora os bons.
Envelhecer não é preocupante. Ser visto como um velho sim, que é.
Envelhecer com sabedoria não é envelhecer.
Nos olhos do jovem arde a chama, nos do velho brilha a luz.
Sendo assim, não existe idade, somos nós que a criamos. Se não crês na idade, não envelhecerás até o dia da sua morte.
Pessoalmente, eu não tenho idade: tenho vida!
Não deixes que a tristeza do passado e o medo do futuro te estraguem a alegria do presente.
A vida não é curta; são as pessoas que permanecem mortas tempo demasiado.
Faça da passagem do tempo uma conquista e não uma perda.
(Acompanha o desenrolar do link com a música melódica “Como han passado lo dias”)
O texto traz muitas frases com sabedoria, mas desperta uma certa confusão, que parece inevitável. Por exemplo, diz que não envelhecemos se adotarmos posturas positivas, conosco e com o próximo, mas noutro verso diz que “nos olhos do jovem arde a chama, nos do velho brilha a luz.”
O autor desenvolve todos os pensamentos desautorizando a existência da velhice em pessoas que seguem a vida positivamente, no entanto, não conseguiu se livrar do termo velho para identificar pessoa velha, mesmo fazendo tudo de positivo.
Trazendo esses pensamentos para minha realidade, verifico que estou dentro da positividade, mas ao me olhar no espelho vejo a figura de um velho. Mesmo que esteja conservado por não ser usuário constante das duas principais drogas, álcool e cigarro, que são tão usadas. Uso todos os benefícios que a sociedade oferece aos idosos sem constrangimento.
A o tempo passou como um raio pelo meu corpo deixando suas marcas. Mesmo que eu não as sinta com desprezo ou revolta, reconheço o bem que ele me trouxe à consciência. Só o reconhecimento da paternidade que Deus tem comigo, isso vale por todas as rugas e transformações que sofri no corpo.
Como habitante deste planeta Terra, encarnado num corpo humano com 69 anos de experiência, compreendo que minha vida está entrelaçada de relacionamentos em todas as direções, alguns positivos outros negativos, gerando amigos e inimigos.
Mesmo que minha tendência, como a tendência da maioria das pessoas, acredito que seja na formação de amigos e evitar inimizades, mesmo assim, por diversas causas, o resultado do relacionamento pode ser uma inimizade.
Essa tendência em criar amigos ou inimigos está bem exacerbada nos relacionamentos dentro dos partidos políticos e suas relações com as comunidades. Cada correlegionário é um amigo e a pessoa que se inscreve em outro partido é um adversário, ou mesmo inimigo. As igrejas que focam nos ensinamentos de Jesus, motivam com a fraternidade e amor universal
A criação de um inimigo ou amigo não é um ato definitivo, para toda a vida. Um amigo pode se transformar em inimigo e vice-versa. Mas, o primeiro movimento que faço nas minhas inter-relações é construir amizades. E isso merece estudos acurados e constantes.
Jesus disse em uma de suas lições para amar o inimigo. Isso não quer dizer que eu deva aderir de pronto à completa união com o adversário no dia de hoje, como Jesus não pôde rir-se com os perseguidores no Calvário, mas ele pôde perdoá-los.
A advertência do Mestre conclamando-me a amar os inimigos, tem profunda significação em todas as facetas que posso examinar, com os instrumentos de análise comum.
Sei que sou devedor de altos benefícios a quantos me perseguem e caluniam. Lembro da minha primeira esposa que tanto bem me fez, que tanta paixão carnal e amor romântico desenvolvemos, e por mudança do meu modo de agir e sentir, ela se achou na obrigação de me expulsar de casa, do seu convívio, vivendo amargamente com essa frustração. Ela se tornou assim um instrumento para que eu aplique essa lição do Cristo, para que eu trabalhe a minha individualidade, compelindo-me a renovações de elevado alcance e que raramente compreendo nos instantes mais graves da experiência. São esses momentos de amar ao inimigo que me indicam a capacidade ou a fraqueza, as deficiências e as necessidades do que devo fazer para estar sintonizado com a vontade de Deus que tenho a intenção de realizar.
Os amigos, em muitas ocasiões, se tornam imprevidentes companheiros, porque contemporizam com o mal para não afetar a relação de amizade. O adversário, o inimigo, por outro lado, não perde a oportunidade de identificar e acusar com vigor a maldade ou erro que estou cometendo ou imaginando fazer, tanto no passado, presente ou futuro.
Pela rudeza do inimigo, pela miopia do bem que continuo fazendo, surge a tendência de me tornar bravo, indignado e jogar na cara todo o bem que faço, mas consigo me conter e fazer devidas reflexões sobre a veracidade ou não de tais acusações.
Pela complacência dos amigos aos erros que não são apontados, sinto a vaidade e o orgulho se fortalecerem, por meus acertos e virtudes virem à tona, vezes sem conta.
Não posso dizer que eu quero cultivar as inimizades, no entanto tenho que reconhecer que são beneméritos credores quando nos proclamas as faltas. São médicos corajosos que nos facultam corretivos.
É difícil a aceitação de tal verdade, mas é ai que se encontra a razão para o apelo do Cristo: “Amai vossos inimigos”.
Deus aplica a justiça promovendo almas que procuram fazer a Sua vontade, à condição de anjos. Aqui na Terra temos algo parecido. Isso acontece quando os pais de uma criança recém-nascida escolhem um casal de pessoas por sentirem nelas uma boa sintonia com Deus, para serem os padrinhos de seu filho. Isso também é um tipo de promoção, pois essas duas pessoas deixam de ser simples parentes e/ou amigos e se tornam uma espécie de anjos da guarda, encarnados, daquela criança.
Terão a missão de orar por ela, acalmar, cuidar, alegrar, acompanhar e estar ao lado dela em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins.
Terão também de aconselhar e ouvir, e “puxar as orelhas” se necessário.
Terão a missão de colocar o afilhado nas mãos de Deus que lhe dará todas as graças necessárias para que ele siga no caminho da fé que o Senhor o convidou a trilhar. Terão o compromisso de ajudar o afilhado com a palavra e com o exemplo, a viver sua vida cristã dentro da comunidade, com base no mandamento superior que Jesus ensinou, do amor incondicional, de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Terão o compromisso implícito de prover o afilhado do necessário, na falta dos pais.
Os padrinhos são pai e mãe espirituais do afilhado e tem como obrigação auxiliar os pais na sua educação religiosa.
Ao acender uma vela no ato do batismo, os padrinhos assumem publicamente e perante Deus, ser a luz, calor e aquecimento para o afilhado. Ser luz para tornar clara a caminhada da fé do afilhado, e calor e aquecimento para o envolver amorosamente toda vez que for necessário de dar o testemunho do seguimento do Cristo.
Dentro da receptividade alegre e festiva do batismo, os padrinhos terão que dar um presente que tenha relação com o rito celebrado e que será vivido no decorrer da vida. Um presente que seja uma lembrança constante dos padrinhos, mesmo que esses estejam distantes fisicamente, pelas circunstâncias di vida.
Viver os ensinamentos de Cristo desde cedo e ajudar a fazer discernimentos que dão sentido à vida do afilhado, é esta a grande missão dos padrinhos.
Para entender uma pequena parte da grande crise que atinge a Igreja Católica, vou colocar e refletir sobre alguns argumentos colocados por Pedro Affonseca, o presidente do Centro Dom Bosco, na sua aula “Unidade e divisão na Santa Igreja Católica”, que estreou em 26-03-2021 no YouTube, e consta na data de 28-09-21 com 33.531 visualizações, com 3,8 sinais positivos e 71 negativos.
Apoiemo-nos na Sagrada Escritura e olhemos para a primeira traição que Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu na sua Paixão que foi a traição de Judas. Ele era apóstolo, então poderíamos dizer, Judas era um bispo. Um bispo que traiu Nosso Senhor Jesus Cristo. Um Bispo que promoveu um erro. Um bispo que semeou a divisão no seio da Santa Igreja. Todos os Evangelhos falam dessa traição, mas escolhi o Evangelho de São João, a traição de Judas que está narrada no capítulo 13. Logo depois do lava-pés, São João narrará a traição de Judas da seguinte forma.
“Dito isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente. Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me há de trair. Os discípulos olhavam uns para os outros sem saber de quem falava. Um dos discípulos a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao seu peito. Simão Pedro acenou para dizer-lhe. Diz-nos de quem é que ele fala. Reclinando-se esse mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou: Senhor, quem é? Jesus respondeu. É aquele a quem eu der o pão embebido. Em seguida molhou o pão e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse. Então, o que queres fazer, faze-o depressa. Mas ninguém dos que estavam à mesa soube porque motivo ele dissera, pois como Judas tinha a bolsa, pensaram alguns que Jesus lhe falava: compra aquilo de que temos necessidade para a festa, ou dá alguma coisa aos pobres. Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se a sair, e era noite.”
Passagem belíssima. Esse “era noite” é muito significativo. Sinal das trevas as quais Judas tinha se entregado. Escolhi essa passagem de São João porque ele fala de forma muito clara que Satanás entrou em Judas. Ficou muito claro que naquele momento Judas servia ao diabo, servia a Satanás. Aqui a Sagrada Escritura nos mostra claramente, que a divisão é promovida por aqueles que defendem o erro. Aqueles que traem Nosso Senhor Jesus Cristo, independentemente de quem sejam. Aqui estamos diante de um apóstolo, um dos 12 que foram chamados. O primeiro que traiu Nosso Senhor. É tão significativo que aqui a gente consegue encontrar semelhanças com a Campanha da Fraternidade que é promovida por bispos, também. E aqui São João afirma noutra passagem, que Nosso Senhor está na casa de Lázaro e Maria irmã de Lázaro, derrama um perfume muito caro sobre Nosso Senhor, e tem aquela frase espetacular do Mestre, repreendendo os discípulos, principalmente Judas: “Pobres sempre, aquele tapa antecipado na Teologia da Libertação, pobres, sempre os tereis convosco, mas a mim nem sempre os tereis.”
Vejam que maravilha, e São João dirá naquela passagem que Judas era ladrão, e é o que vemos na Campanha da Fraternidade. Por um lado, como falamos aqui, erro doutrinal por outro roubo ou apropriação indébita de doações que são mal utilizadas, que são destinadas para fins anticatólicos. Isso é roubo! Falo aqui de forma meio imprópria, pois o roubo envolve violência ou grave ameaça, mas é roubo no sentido mais popular, é se apropriar do dízimo dos fiéis para destinações ilícitas. Vejam que Judas é um modelo de alguma forma, para estes bispos que querem destruir a Santa Igreja com erros doutrinais, traição a Nosso Senhor Jesus Cristo. E também roubo, má utilização dos recursos.
Coloquei aqui, traição de Judas, a divisão é causada pelo erro, pela traição contra Nosso Senhor Jesus Cristo. Judas trai Nosso Senhor e nega a sua vocação de apóstolo (“bispo”).
Não importa se o erro é promovido por um bispo, o erro tem que ser combatido, exposto e combatido. Veremos logo mais como esse combate deve ser feito de forma pública, mas não importa se é um bispo, não importa se é uma autoridade até superior. Não importa! O erro deve ser combatido. E se aquele que promove o erro fica obstinado na promoção do erro, se revela um inimigo da fé. Não somente o erro deve ser combatido, mas aquele que o promove também. Também deve ser combatido. E também deve ser destruído assim como o erro. Deve sair da Santa Igreja. Ou se converte ou sai da Igreja, não tem uma terceira opção. Isso deve estar muito claro para nós.
Eu coloquei aqui uma passagem para mostrar para todos nós quem é Judas, ou quem era Judas. É o momento da eleição dos 12 pelo Evangelho de São Lucas. Faço questão de colocar aqui para que vejam as palavras fortes que São Lucas coloca na eleição dos 12, inclusive Judas.
São Lucas, capítulo 6, versículos 12 a 16.
“Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar e passou aí toda a noite orando a Deus. Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu 12 dentre eles, que chamou de apóstolos. São Marcos dirá, e escolheu os que ele, Jesus, quis. Simão a quem deu o nome de Pedro, André seu irmão, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Simão chamado zelador, Judas irmão de Tiago e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor”.
Todos os evangelistas colocam esta observação: aquele que foi o traidor. Então vejam, um bispo que levou a primeira crise que assolou a Santa Igreja, gravíssima, foi promovida por um bispo. E agora percebemos que não foi somente ele que traiu Nosso Senhor Jesus Cristo. A traição de Judas é mais grave, é a primeira. Mas veremos que Pedro traiu Nosso Senhor Jesus Cristo. Nós veremos que todos os apóstolos em alguma medida, em algum momento, traíram Nosso Senhor.
Esta reflexão sobre a traição de Judas, sobre o erro que ele cometeu ao entregar Jesus aos seus algozes, pode ser comparado àquele erro cometido por Pedro, antes deste erro de Judas, quando Jesus falou que iria para Jerusalém e seria morto, pois esta era a vontade do Pai, e Pedro tentou dissuadi-lo dessa intenção. O Cristo foi muito severo na sua admoestação naquela ocasião, chegando a dizer “Afasta-te de mim, Satanás!”. Entendendo o comportamento de Jesus ao repreender com tanta dureza a Pedro, ao seu primeiro apóstolo escolhido por Ele mesmo, entendendo a vontade do Pai e não o desejo dos homens, posso ter outra compreensão sobre Judas. Ao falar que um dos presentes à Santa Ceia iria traí-lo, e que falou reservadamente a João que seria aquele a quem desse o pão embebido, e em seguida deu a Judas, e disse para ele fazer o precisava ser feito, era porque Judas estava cumprindo o roteiro que o Pai havia determinado para o Cristo.
Cristo estava usando a linguagem dos homens ao dizer que Judas iria traí-lo, pois sabia que Judas iria fazer a vontade do Pai, ao entrega-lo aos algozes para a morte por crucificação, como estava previsto pelos diversos profetas.
Imagino que o Cristo tenha assumido nessa ocasião a linguagem dos homens para deixar o registro de seu ato final bem próximo das profecias. Certamente seria mais difícil ensinar para todos os discípulos ali presentes que Judas iria cumprir a vontade do Pai nesse ato de trazer a polícia do templo para o leva-lo ao suplício. Talvez, até o próprio Judas se negasse a seguir em frente, de fazer o que pretendia, com outros propósitos. Talvez com o propósito de despertar em Jesus a força que ele possuía, para assumir frente ao conflito que iria ser instalado, a condição de rei dos judeus. Desbancaria os sacerdotes, o rei Herodes e o governador romano e conduziria o povo judeu em brados de revolta, sob a força das armas e dos milagres, para o Reino de Deus. Ficando calado quanto esse propósito equivocado de Judas, Jesus deixou que o projeto de Deus fosse desenvolvido com essa ajuda equivocada. Depois o Mestre iria onde Judas estivesse para o resgatar.
Por isso devemos ficar confiantes com as atuais barbaridades e iniquidades que acontecem em nosso meio. Está escrito que o anticristo irá reinar com a eclipse da Santa Igreja Católica, mas que depois voltará a reinar para conduzir a humanidade em direção ao Seu Reino. Portanto, fiquemos tranquilos, pois os traidores do Cristo de hoje podem estar cumprindo o mesmo papel de Judas no passado, mas tudo de acordo com a vontade do Pai.
Lembro daquela lição: o mal é necessário, mas ai de quem o traga.