Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/04/2017 23h59
ASSÉDIO INTERNACIONAL

            Avaliei no último diário o assédio sexual e moral a partir de pessoas com projeção social bem marcante. Avaliarei agora o comportamento de dirigentes das nações para ver se o conceito de assédio pode ser aplicado nas suas relações.

            Colocarei o discurso do presidente norte-americano Donald Trump em pauta:

            Na terça-feira, o presidente da Síria, Bashar Al-Assad, conduziu um ataque químico horrível usando um agente nervoso mortal. Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos. Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro. Nenhum filho de Deus deveria sofrer horror tão terrível.

            Nesta noite, eu ordenei um ataque militar direcionado a alvos da força aérea da Síria de onde os agentes químicos foram disparados. É vital para a segurança nacional norte-americana prevenir e deter a proliferação e o uso de armamentos químicos fatais.

            Não pode haver dúvidas sobre se a Síria usou ou não armas químicas proibidas, se violou suas obrigações sob a Convenção de Armas Químicas e se ignorou os apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

            Inúmeras tentativas foram feitas para mudar o comportamento de Assad, e todas falharam. Como resultado, a crise dos refugiados continua a se agravar e a região continua a se desestabilizar, ameaçando os Estados Unidos e seus aliados.

            Nesta noite, eu convoco todas as nações civilizadas a se juntarem a nós e perseguirem o fim da matança e do derramamento de sangue na Síria, e também a acabar com todas as formas de terrorismo.

            Pedimos sabedoria a Deus para encarar o desafio de nosso próprio mundo problemático. Rezamos por todas as vidas dos feridos e daqueles que morreram. E esperamos que, enquanto a América defender a justiça, a paz e a harmonia, elas vão prevalecer no fim.

            Boa noite e Deus abençoe a América e o mundo inteiro.

            Observamos no texto do dia anterior, o assédio promovido por uma pessoa em situação de empoderamento contra outra que se mostrava com mais fragilidade. Sempre a direção segue esse sentido, do mais forte para o mais fraco.

            No caso das duas nações, Síria e Estados Unidos, observamos que existe uma relação de poder de uma para a outra, percebemos que os Estados Unidos tem maior poder que a Síria. É informado que a Síria cometeu uma brutalidade contra seus habitantes usando arma que poderia prejudicar os Estados Unidos. Por esse motivo o presidente americano armou uma ofensiva de ataque à Síria dentro do seu próprio território, atacando os aviões que executaram a execução química do povo.

            Numa primeira avaliação podíamos refletir que a Síria tem autonomia de fazer o que achar conveniente com o seu povo, inclusive exterminá-lo, usando a arma que achar mais propícia. Mas, desenvolve armamento que pode ofender a povos distantes, como a nação norte-americana. Neste caso a Síria se prepararia para assediar militarmente uma nação mais poderosa. Estaria na contramão do mecanismo de assédio, do mais forte assediar o mais fraco. Os Estados Unidos na condição de mais forte não permitiria esse assédio e como pudemos observar, logo demonstrou a sua força para evitar a possibilidade de alcançar a condição de assédio pelo país mais fraco.

            Numa segunda avaliação é como o país mais forte prevendo ser assediado pelo país mais fraco, toma a iniciativa e ele mesmo provoca o assédio, colocando o pretenso agressor em seu devido lugar. Este assédio do país mais forte sobre o mais fraco, neste caso, tem a justificativa da autodefesa. Se o argumento colocado como justificativa para o ataque é verdadeiro, nenhuma outra nação iria se contrapor, a não ser que tenha os mesmos interesses que estariam motivando a Síria a se preparar para a agressão.

            No caso do dia anterior, onde a figurinista, o elo mais fraco, foi assediada pelo ator, o elo mais forte, sem nenhuma justificativa coerente e ética, o elo mais fraco pode simplesmente apelar para a opinião pública, além dos órgãos institucionais que prestam essa defesa para se fortalecer, se colocar de pé de igualdade com o agressor, ou mesmo em posição superior. Era como se a Síria fosse atacada pelo Estados Unidos sem nenhuma justificativa ética. A comunidade internacional de pronto ficaria ao lado da vítima e isso diminuiria o poder dos Estados Unidos.

            Dessa forma, a assédio pode acontecer a nível pessoal e a nível coletivo, envolvendo nações. Mas sempre estará obedecendo uma relação de poder que pode ser equilibrado e compensado de forma ética de acordo com os valores e motivações que geraram o ato agressivo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/04/2017 às 23h59
 
05/04/2017 23h59
ASSÉDIO SEXUAL

            Nós, humanos, vivemos sobre intensa e constante força instintiva para atingir o prazer corporal, quer seja com químicos, quer seja com ações como alimentação, jogo e sexo. Criamos instâncias éticas para colocar limites que viabilizem a existência de uma sociedade fraterna, justa, igualitária. Mas, qualquer pessoa imbuída de algum grau de poder, sempre tenta violar esses limites em detrimento do mais fraco. Quando existe uma compreensão espiritual mais forte, serve de mais uma barricada importante para frear os impulsos instintivos que levam prejuízo ao próximo.

            Aconteceu um caso divulgado nas redes sociais que mostra a dimensão desse problema com pessoas bem conhecidas e até consideradas ídolos para uma parcela da população. Vejamos o relato da vítima que teve que recorrer ao apelo da opinião pública através das redes sociais.

            SOBRE O ASSÉDIO PRATICADO POR JM.

            POR ST, VIA #AGORAÉQUESÃOELAS

            Eu, SMT, fui assediada por JMD. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista.

            Qual mulher nunca levou uma cantada? Qual mulher nunca foi orimida a rotular a violência do assédio como “brincadeira”? A primeira “brincadeira” de JMD comigo começou há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se inicia com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda a sábado, lidar com JM era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.

            Quantas vezes tivemos e teremos que nos sentir despidas pelo olhar de um homem, e ainda assim – ou por isso mesmo – sentiremos medo de gritar e parecermos loucas? Quantas vezes vamos deixar passar, constrangidas e enojadas, essas ações machistas, elitistas, sexistas e maldosas?

            Foram meses envergonhada, sem graça, de, não raros, sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?”

            A opressão é aquela que nos engana e naturaliza o absurdo. Transforma tudo em aceitável, em tolerável, em normal. A vaidade é aquela que faz o outro crer na falta de limite, no estrelato, no poder e na impunidade. Quantas vezes teremos que pedir para não sermos sexualizadas em nosso local de trabalho? Até quando teremos que ir às ruas, ao departamento de Recursos Humanos ou a ouvidoria pedir respeito?

            Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam ser eu, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade.

            Mas segui na engrenagem, o mecanismo subserviente.   

            Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontra-lo. Tentando driblar sua presença pra poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E pra me segurar, eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido.

            Até que, em um set de filmagem com 30 pessoas, estávamos, entre elas, ele e eu. Ele no centro do set, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. Eu não silenciei.

            “VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo?

            Chega. Acuso o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?

            Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas às vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo. E, principalmente, me sinto oprimida por não ter gritado só porque estava em meu local de trabalho. Dá medo, sabia? Porque a gente acha que o ator renomado, 30 a tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado, vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou quem leva a fama de oportunista. E se acharem que eu dei mole? Será que vão me contratar outra vez?

            Tenho de repetir o mantra: a culpa não foi minha. A culpa nunca é da vítima, e me sentiria eternamente culpada se não falasse. Precisamos falar. Precisamos mudar a engrenagem.

            Não quero mais ser encurralada, não quero mais me sentir inferior, não quero me sentir mais bicho e muito menos uma “VACA”. Não quero ser invisível a menos que eu esteja atendendo aos desejos de um homem.

            Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique bem claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que como ele , homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito tempo.

            ST é figurinista.

            O texto mostra um quadro claro do assédio sexual associado ao moral, quando o agressor não consegue êxito em suas primeiras investidas. Podemos ver que os limites éticos foram ultrapassados, a vítima indefesa não consegue uma solidariedade automática das testemunhas. O aspecto espiritual não está nem ao menos sendo cogitado.

            Neste aspecto das relações interpessoais podemos perceber o quanto ainda estamos longe de observar o Reino de Deus ao nosso redor.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/04/2017 às 23h59
 
04/04/2017 23h59
ESTRANHO CARRASCO

            Verdugo invisível, onde se lhe evidencie a influência, aparecem a rebeldia e o azedume no coração e nas ações, preparando a perturbação e a discórdia.

            Mostra-se na alma que, sem crítica, lhe ouve as pérfidas sugestões, sobre quem quer que seja, à maneira de fera oculta a atirar-se sobre a presa.

            Assimilando-lhe a faixa de treva, cai a mente em aflitiva cegueira, dentro da qual não mais enxerga senão a si mesma.

            E assim dominada, a criatura, ao lado das outras, é a personificação da exigência, desmandando-se, a cada instante, em reclamações descabidas, incapaz de anotar os sofrimentos alheios. Pisa nas dores do próximo com a dureza do bronze e recebe-lhe os pedidos com a agressividade do espinheiro, jogando pragas e maldições.

Onde surge, pede os primeiros lugares, e, se lhes negam, devido à inconveniência das tarefas que a providência organiza, não se envergonha de exigir direitos imaginários, condenando, sem análise, tudo quanto se lhe coloca como justificativa.

Desatendida nos caprichos particulares com que se aproxima dos setores de luta que desconhece, mastiga a maledicência ou gargalha o sarcasmo, lançando lodo e veneno sobre nomes e circunstâncias que demandam respeito.

Se alguém formula ponderações, buscando-lhe o ânimo à sensatez, grita desesperada, contra tudo o que não seja adoração a si mesma, na falsa estimativa dos minguados valores que carrega na fardo de ignorância e bazófia.

            E, então, a pessoa, invigilante e infeliz, assim transformada em temível fantasma de incompreensão e intransigência, enrodilha-se na própria sombra, como a tartaruga na carapaça, e, em lastimável sofrimento e isolamento de espírito, não sabe entender ou perdoar para ser também perdoada e entendida, isolando-se na inconformação, que se lhe amplia no pensamento e na atitude, na palavra e nos atos, tiranizando-lhe a vida, como a enfermidade letal que se agiganta no corpo pela multiplicidade indiscriminada de perigosas bactérias.

            Atingido esse estado de alma, não adota outro rumo que não seja o da crueldade com que, muitas vezes, se arroja ao despenhadeiro da delinquência, associando-se a todos aqueles que se lhe afinam com as vibrações deprimentes, em largas simbioses de desumanidade e loucura, formando o pavoroso inferno do crime.

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            Irmãos, precavei-vos contra semelhante perseguidor, vestindo o coração com a túnica da humildade, que tudo compreende e a todos serve, sem cogitar de si mesma, porque esse estranho carrasco, que nos estimula o egoísmo, em toda parte chama-se “orgulho”.

            Esse texto, adaptado de Chico Xavier/Emmanuel, em “Religião dos Espíritos” traça um perfil muito prático da influência maléfica do orgulhos em nossas vidas, estimulando o egoísmo em todos os sentidos. A única forma de nos livrar dessa influência perversa e vestirmos a túnica da humildade e assim cobrirmos os nossos corações.

            Interessante que o texto veio reforçar o estudo da Cruzada dos Militares na última sexta feira, onde foi verificado a importância da abnegação e da humildade no nosso processo evolutivo.

 

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em 04/04/2017 às 23h59
 
03/04/2017 09h42
A TRINDADE DO PARAÍSO

            Não há como entendermos “Deus” em Sua plenitude, uma vez que Ele é o absoluto e nós somos o relativo. Por mais que nos esforcemos e sejamos eficazes e eficientes, nunca compreenderemos todas as matizes dEssa entidade criadora, infinita e absoluta em todos os sentidos. Mas, dentro da nossa proposta de evolução está o conhecimento de tudo, inclusive do próprio Deus, dentro de nossas severas limitações.

            “O Livro de Urântia” traz informações sobre a Trindade do Paraíso, auspiciado por um Censor Universal, atuando com a autoridade dos Anciãos dos Dias, residentes em Uversa (capital do Superuniverso de Orvônton, onde está o Universo de Nébadon e onde se localiza Urântia – a Terra), que diz o seguinte nos primeiros parágrafos:

            A Trindade das Deidades eternas do Paraíso facilita ao Pai escapar de um absolutismo de personalidade. A Trindade associa perfeitamente a expressão ilimitada da vontade pessoal infinita de Deus com a absolutez da Deidade. O Filho Eterno e os vários Filhos de origem divina, juntamente com o Agente Conjunto e os seus filhos do Universo, efetivamente proporcionam ao Pai a liberação das limitações inerentes, por outro lado, à primazia, perfeição, imutabilidade, eternidade, universalidade, absolutez e infinitude.

            A Trindade do Paraíso assegura, de um modo eficaz, a expressão plena e a revelação perfeita da natureza eterna da Deidade. Os Filhos Estacionários da Trindade, do mesmo modo proporcionam uma revelação plena e perfeita da justiça divina. A Trindade é a unidade na Deidade, e essa unidade repousa eternamente sobre as fundações absolutas da unicidade divina das três personalidades originais, coordenadas e coexistentes: Deus, o Pai; Deus, o Filho; e Deus, o Espírito.

            A partir da situação presente no círculo da eternidade, olhando para trás, para o passado sem fim, podemos descobrir apenas uma inevitabilidade inescapável nos assuntos do universo, e esta é a Trindade do Paraíso. Considero que a Trindade tenha sido inevitável. Do modo como vejo o passado, o presente e o futuro dos tempos, eu considero que nada mais, em todo o universo dos universos, tenha sido assim inevitável. O universo-mestre atual, quando visto em retrospectiva, ou em prospectiva, torna-se inconcebível sem a Trindade. Com a Trindade do Paraíso nós podemos postular caminhos alternativos, ou mesmo múltiplos, de fazer todas as coisas, ao passo que sem a Trindade de Pai, Filho e Espírito, tornamo-nos incapazes de conceber como o infinito poderia realizar uma personalização tríplice e coordenada, mantendo a unidade absoluta da Deidade. Nenhum outro conceito de criação alcança padrões de completitude e de absolutez como os da Trindade, inerentes à unidade da Deidade e aliados à plenitude de liberação volitiva inerente à personalização tríplice da Deidade.

            Podemos observar que a partir da linguagem cheia de conceitos novos e intricados, fica difícil até a compreensão do que se quer dizer, quanto mais entender a essência, na profundidade do que é ensinado. Some-se a isso a questão de que o Instrutor que está passando essas lições com toda fidedignidade, não sabe tudo do assunto. Chega até nós com a tarefa de passar informações que ele compreende dentro de suas limitações, para ampliar o nível de nossa compreensão e diminuir as limitações devido a ignorância.

            Temos assim informações da forma como Deus administra o Universo e todos os seres, animados e inanimados, entre os quais nós estamos. Pode servir como modelo para que possamos organizar nossos relacionamentos de poder, da ciência política, e consigamos construir a sociedade harmônica e justa como Jesus já nos ensinou da sua importância.

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em 03/04/2017 às 09h42
 
02/04/2017 09h01
HOMENS E DEMÔNIOS

            Encontrei um texto no livro de Huberto Rohden, “Jesus Nazareno”, que me trouxe alguma luz na compreensão da relação do homem com os demônios.

            Repetidas vezes, menciona o Evangelho que Jesus expulsou demônios de homens possessos.

            Diante da confusão geral, passamos a explanar o seguinte:

  1. Demônio não é o diabo, também chamado Satanás (adversário). Demônios são entidades da Natureza, de corpo invisível, cuja evolução consciente é inferior à dos homens, e são por isso chamados habitantes dos “ínferos”, isto é, um nível inferior aos homens. Se os homens estão no nível mental, os demônios estão no mundo elemental.
  2. Os demônios não são almas de seres humanos. Sendo o diabo, ou Satanás, uma criação do livre-arbítrio, Deus não expulsa do homem algo que ele (homem) criou pelo abuso do seu livre-arbítrio, que é sempre respeitado por Deus; somente o próprio homem pode expulsar o diabo que ele mesmo criou. Nesse sentido, Jesus chama Pedro Satanás, revelando logo o que ele entende por Satanás: “o teu modo de pensar não é de Deus, mas do homem”, porque Pedro protestara a ideia da morte voluntária de Jesus. Mas não expulsou do seu discípulo esse Satanás; o próprio Pedro o expulsou, quando se converteu. Judas é chamado diabo (diábolos, palavra grega para adversário), e o Evangelista explica por que Judas é chamado diabo.
  3. Sendo os demônios entidades de uma evolução infra-hominal, sentem eles a necessidade de se apoderarem das energias vitais do corpo humano, sobretudo do fosfato do cérebro, obsidiando, assim, certos homens. Os demônios não obsidiam o corpo humano por maldade moral, mas por motivos biológicos, nem prejudicam o homem moral ou espiritualmente, mas apenas fisicamente. São uma espécie de vampiros do mundo infra-hominal.
  4. Nem uma vez refere o Evangelho que Jesus tenha expulsado um Diabo, ou Satanás, é uma mentalidade criada por um ser mental (humano ou sobre-humano).
  5. Os demônios são entidades objetivas, e não apenas males subjetivos; do contrário os demônios não poderiam sair do homem e apoderar-se de uma manada de porcos como refere o Evangelho.
  6. Nunca nenhum dos demônios mencionados no Evangelho mostra ódio ou hostilidade a Deus ou às coisas espirituais; todos revelam grande respeito e admiração a Jesus, chamando-o “Filho de Deus”, “Filho do Altíssimo”, mas todos tem medo de Jesus e se sentem mal na presença dele – assim como um morcego ou uma coruja se sentem mal em plena luz solar. Sendo que o corpo de Jesus estava sempre envolto numa vibração ou aura de alta frequência, os demônios, de nível baixo, se sentem atormentados e bradam: “que temos nós contigo?” ou “vieste atormentar-nos antes do tempo?”, “não nos mande para o abismo.”
  7. Paulo de Tarso, na epístola aos Filipenses, diz que, em nome de Jesus, se dobram todos os joelhos, dos celestes, dos terrestres e dos infraterrestres (ínferos). O Credo Apostólico, que é do 2º século, diz: “Jesus foi crucificado, morto e sepultado e desceu aos ínferos”. Ultimamente, para evitar confusão entre inferno e ínferos, esta última palavra do credo foi substituída por “mansão dos mortos”, e assim a emenda saiu pior que o soneto, porque não existe não existe nenhuma mansão dos mortos; as almas dos mortos vivem em algum espaço do Universo.
  8. O homem de elevada evolução espiritual não corre perigo de ser obsidiado pelos demônios, que são do mundo elemental, de baixa evolução.

Sim, eu não fazia essa relação do demônio ser criado pelo próprio homem que é obsidiado por ele, imaginava que era o espirito desencarnado de pessoas mais primitivas, e poderia ser expulso do homem por Jesus ou por qualquer pessoa que tivesse estatura moral superior. Mas surge a informação de que esse demônio é uma criação do nosso livre-arbítrio, e por isso Deus não se intromete.

Interessante que fala que esses demônios não têm curso evolutivo e que podem ser retirados do homem e colocado nos porcos.

Merece maiores reflexões.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/04/2017 às 09h01
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