Quem poderia imaginar que Jesus, o Mestre da paz, o Embaixador do amor, o Filho mais próximo do Pai, promoveria um rompimento com sua família biológica? Esta é uma narrativa totalmente fora dos padrões do Evangelho convencional que me traz uma forte sintonia com a mensagem que ele deixou. Mesmo eu não tendo argumentos suficientes para mudar meu bloco paradigmático de ver o mundo e com Jesus no centro, como meu orientador, Mestre e Irmão mais velho, tenho que colocar esses argumentos agregados aos meus paradigmas já bem estabelecidos.
Mas agora irei descrever à minha maneira, o rompimento familiar que o Mestre provocou na sua volta à Nazaré, para justificar com sua família biológica os motivos de seu comportamento tão fora das perspectivas dos parentes de sangue.
Neste relato, feito por J.J.Benítez, no seu livro “Cavalo de Troia, volume 9, apresenta Jesus chegando na casa de sua mãe, sem ser esperado, e convocando uma reunião com os parentes.
Vale ressaltar aqui os irmãos de sangue de Jesus, conforme esta narrativa. O mais velho depois do Mestre era Tiago, nascido no ano -3. Depois veio Miriam no ano -2. O quarto filho de José e Maria foi José, nascido no ano 1. Simão veio ao mundo no ano seguinte. Marta nasceu em setembro do ano 3. Judas, o rebelde, nasceu no ano 5. Amós nasceria em 9 de janeiro do ano 7 e faleceria em dezembro do ano 12. Ruth foi a caçula, nascida em 13 de março do ano 9 de nossa era.
Por volta do meio-dia os parentes que quiseram e puderam foram chegando, atendendo a convocação do Mestre.
Simão acabava de completar 24 anos. Era pedreiro de profissão e tinha problemas de obesidade, como Tesouro, sua esposa. Era um sonhador inveterado, mas não entendia o que queria fazer o seu Irmão. Limitava-se a viver, sem perturbar ninguém. As pessoas lhe apelidaram de Tartaruga, porque não fazia nenhum movimento sem pensar demoradamente antes.
Jacó, o pedreiro, que fora amigo muito próximo do Mestre na infância e juventude, foi o único a abraça-lo com entusiasmo. E lhe comunicou que Tiago havia declinado do convite.
O Mestre não respondeu. Seu rosto estava grave.
Era óbvio que Tiago não queria ver o irmão. E apoiaria o que a Senhora, sua mãe lhe dissesse.
Judas tampouco estava presente naquela decisiva reunião de família. Não houve tempo suficiente para que ele fosse avisado.
A família foi se acomodando ao redor de uma mesa de pedra junto a qual a Senhora Maria, mãe de Jesus, recebeu a visita de um ser luminoso anunciando a concepção e o nascimento do Mestre. Mas a mãe parecia ter se esquecido daquele evento milagroso.
Jesus foi direto ao que interessava. E, conforme ele ia falando, todos se mostravam atentos...
- Não tenho a intenção de magoar ninguém – disse delicadamente, mas com firmeza. – Estou prestes a inaugurar minha carreira como educador e como um enviado do Pai, e somente aspiro fazer a Sua vontade. Por isso, insisto, é que me ajusto sempre para espelhar essa vontade divina. É por isso que tento selecionar 12 homens que me acompanharão nos bons e maus momentos.
Maria, a Senhora, mãe, franziu o cenho, não gostava daquilo.
- A escolha desses 12 homens é a vontade de meu Pai. E eu sempre cumpro a Sua vontade.
O silêncio era denso. Parecia chumbo.
- A família deve ficar afastada, para sua própria segurança.
Nenhum dos presentes captou a sutileza do Mestre. Ninguém, naquele momento, podia imaginar o que estava por vir. Jesus não se estendeu muito mais, e acrescentou, com grande ternura:
- Não pretendo que aceiteis cegamente a minha mensagem...
Fez uma pequena pausa. A Senhora, mãe, olhou para ele, desafiadoramente. O restante ficou ouvindo, confuso.
- Mas, pelo menos, não me afasteis de seus corações. Vós sois a minha família, e isso nunca vai mudar. Sempre estarei convosco... (Essa passagem tocou o meu coração, e fez eu parar o relato aqui e procurar digitar o que invadiu o meu coração, para publicar amanhã)...
O Mestre terminou. Estava sofrendo. Alguns se retiraram, desconfortáveis. Todos se refugiaram naquele silêncio de chumbo. Mas, a Senhora, mãe, tomo a palavra e falou em nome do resto. Ninguém fez um movimento sequer. Ninguém disse que sim, mas tampouco disse que não. E Maria, sem hesitar, começou a expor as suas condições. Se Jesus não as aceitasse, não haveria trato; ninguém o seguiria. Simplesmente: ele seria deixado sozinho.
- Primeiro: Tiago e Judas, os irmãos, seriam admitidos como discípulos. Além disso, seriam a sua mão direita.
O Mestre ouviu atentamente.
- Segundo: Jesus teria que esquecer dessas ideias blasfemas e pretenciosas sobre o Pai. Teria que se conformar com a tradição e com a Lei. Ele era o Messias prometido e teria que assumir essa responsabilidade. Teria que cumprir a profecia e conseguir a libertação de seu povo.
Jesus baixou os olhos. Ele disse: não havia solução...
- Terceiro: se você foi capaz de transformar água em vinho, então pode curar sua irmã, Ruth, que se encontra doente e levar Israel ao auge de sua glória. Esse é o seu destino. Se você aceitar essas condições, a família em bloco o acompanhará e o protegerá.
A reunião não durou mais do que 45 minutos. Nenhum comentário. As posturas eram inamovíveis. Jesus fora rejeitado, primeiro na Sinagoga e agora em sua casa, pelo seu próprio sangue.
O Mestre, pálido e em silêncio, se levantou, pegou sua bolsa de viagem, e se encaminhou para a porta de saída.
Minutos mais tarde, das colinas ele contemplava a fumaça azul do amor que fugia de Nazaré... passou vários minutos com o olhar perdido sobre a aldeia e um par de lágrimas escorria pelo seu rosto. Foi um dia amargo...
Vendo o Podcast “Tapa Cultural #52 – Liberal não vale o que libera”, em 08-03-22, conversa entre Brás Oscar e Bernardo Küster, resolvi pinçar este trecho para nossa reflexão.
BO – Fui em Ipatinga fazer uma palestra para o pessoal do Endireita Minas e o tema era Cristianismo x Socialismo, a incompatibilidade entre essas coisas, dos valores cristãos, dos princípios. Pediram esse tema, mas eu queria dobrar esse tema na palestra e explicar para os caras que Cristianismo não é simplesmente um valor e fazer ver as coisas do ponto de vista, mentalidade revolucionária x mentalidade conservadora. Essa é a grande batalha, materialismo histórico marxista que tornou a única maneira das pessoas pensarem com todas as demais correntes e que isso tudo é inimigo do Cristianismo. No final das contas, tanto o liberal quanto o socialista, quanto o social-democrata, todas as ideologias que tentam colocar toda a complexidade do homem dentro de uma caixinha ideológica, elas falham miseravelmente porque elas tentam nos reduzir a uma mera explicação econômica. O liberal termina agindo como o marxista sem o socialismo, o marxista com o livre mercado.
BK – No fim das contas, tudo que não é cristão, que não tem como fundamento o nosso Senhor Jesus... esse livro, “Modernos e Degenerados”, se encaixa muito bem no que vamos falar. A modernidade enquanto na racionalização da perversão. Uma frase lapidar é a seguinte: “na sua vida você só tem duas opções. Simples. Binário. É como respirar e não respirar. Acordar e não acordar. Ou você vai submeter a verdade ao desejo ou irá submeter o desejo à verdade”. Ou você terá uma vida cujo império é a verdade dos fatos, da estrutura da realidade, ou você fará o império dos desejos. E não importa qual desejo. Pode ser o desejo de fazer justiça social, legítimo, que foi uma pauta roubada pela esquerda, mas quem criou esse termo foi o Papa Leão XXIII, na Encíclica Rerum Novarum de 1800 e alguma coisa, e foi sequestrada pela esquerda. Mas pode ser o desejo juvenil, vamos fazer uma sociedade igualitária, comunista, pode ser mesmo o desejo comunista, consciente de querer pelo poder dominar as coisas e fazer o mal, esse desejo existe. Pode ser o desejo liberal, de estruturar uma sociedade livre cuja base seja econômica e todo o resto livre, cuja liberdade seja o princípio e não a verdade. Pode ser o desejo sexual das ideologias feministas, gênero, etc. Pode ser um desejo racial, ambientalista, não importa. Uma vez que você submete a verdade ao desejo, a merda está feita. Este é o princípio que Nosso Senhor ensina. Bolsonaro tornou famoso o versículo João 8:32, conhecerei a verdade e a verdade vos libertará. O problema é que não podemos citar as escrituras como um mote de campanha, pois Escritura não é assim. Jesus não disse isso solto, não é um slogan, uma frase de camiseta. É uma fala de nosso Senhor que vem acontecendo em todo um período textual. Não é possível desconectá-lo do que está sendo dito antes. Vejamos... João 8:30 – discussão entre judeus e Jesus: “Dizendo Jesus essas coisas aos judeus que creram nEle. (os judeus que estavam se convertendo e criam que Jesus era o filho de Deus, o Salvador) Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e, portanto, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Livres como? Livres do pecado. O conhecimento da verdade e a liberdade que ela pode nos trazer está atrelado ao discipulado, a permanência nas palavras de Jesus, dando a sua obediência. Portanto, a verdade da qual Jesus fala, ela só lhe liberta quando você segue as palavras de Jesus, torna-se um discípulo dele, aí você tem acesso à verdade que é o nosso objetivo.
Concordo com o pensamento dos debatedores, com exceção do trecho onde é dito que “não pode ser citado o escrito de João 8:32 – Conhecerei a verdade e a verdade vos libertará. Defendo que essa citação pode ser aplicada em qualquer aspecto de nossos relacionamentos e não somente dentro de um templo ou igreja religiosas.
Eu tinha uma ideia do que era jornalismo, jornalista, de uma forma que hoje se esvaiu da minha consciência. Eu imaginava com o jornalismo, os jornalistas trabalhavam em busca da verdade, para orientar as pessoas sobre os fatos reais do que acontecia no mundo. Porém, nos últimos anos fiquei totalmente decepcionado, principalmente com a mídia tradicional, os grandes jornais. Percebi que eles defendem certos interesses, principalmente os deles, e em função disso a verdade fica amputada, enviesada, e os fatos chegam até nós distorcidos, prejudicando a nossa formação de opinião e ameaçando até nossa integridade física, com a manipulação de dados da saúde, atropelando até nossas instituições médicas cujos colegas desejam praticar o juramento de Hipócrates. Vejamos o artigo abaixo que encontrei nas redes sociais...
Depois de afirmar que BOLSONARO não tem a mínima capacidade de dar um rumo ao nosso país, o ESTADÃO recebe uma resposta da qual jamais esperou vir de um engenheiro civil, especialista em Marketing pela ESPM do Rio. Um Pernambucano que também não tem papas na língua, e fala das coisas como elas realmente são.
O texto diz o seguinte:
“É incrível como um jornal da tradição e tamanho do Estadão continue cego às evidências! Preso a um passado que se desmancha, frente a um presente que seus anacrônicos editores se negam a enxergar!
O mundo muda numa velocidade estonteante.
A mídia impressa caminha para a falência. Nem o exemplo da editora Abril serviu para lhes abrir os olhos.
Acorda Estadão!
Bolsonaro não governará, nem indicará “rumos”, através de discursos eloquentes, retórica brilhante, embromação de longas palavras. Bolsonaro governará com a mais poderosa forma de liderança que o mundo conhece: O Exemplo e a Verdade!
Vocês são de um tempo em que a admiração por longuíssimos discursos, de uma, duas ou até três horas impressionava as massas e hipnotizava os jornalistas! Era o tempo do fanatismo aos discursos de Fidel Castro, Carlos Lacerda e Leonel Brizola!
Acorda Estadão! Este tipo de comunicação ACABOU!
99% dos jornais erraram suas previsões sobre a possibilidade de vitória de Bolsonaro.
99% das televisões erraram em seus comentários sobre as chances de Bolsonaro vencer.
99% dos Institutos de Pesquisas apostavam que Bolsonaro perderia para qualquer candidato no segundo turno.
99% dos políticos e partidos deste país não acreditavam na possibilidade de Bolsonaro vencer as eleições.
99% dos jornalistas deste país, zombaram de Bolsonaro e riram de suas fraquezas, quando, de forma franca e verdadeira, dizia que não conhecia de economia e iria deixar esta área estratégica nas mãos de um competente economista.
Todos quebraram a cara! Achavam ridículo um candidato à presidência se apoiar numa citação bíblica para tocar sua campanha. Mas, ele continuou pregando perante multidões crescentes: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”
Nada mais verdadeiro que isso!
Jornais como o de vocês, do velho Estadão, continuam na anacrônica elaboração de editoriais de 1000, 2000 ou 3000 caracteres! Gastam papel em vão! Mas, estão sem saída. Isso porque se negam a acordar perante a nova política. A política verdadeira. Aquela que nega a “articulação”. Que nega as mentiras. Que nega a “embromação”.
Acorda Estadão!
Tanto vocês quanto o jornal “O Globo” baixam desesperadamente o preço da assinatura de R$ 109,00 para R$ 29,00 reais, tentando vender jornal impresso por R$ 1,00 a edição, e não conseguem atrair os consumidores.
Estão apavorados com a falência eminente da ex-gigante FOLHA DE SÃO PAULO?
Acorda Estadão!
Não é baixando os preços e prometendo entrega gratuita que farão ressuscitar os Cadernos de Classificados, que chegavam a pesar mais de 1 Kg de papel impresso. Hoje, são só 300 gramas, caminhando para “Zero”.
Ninguém se sente satisfeito em gastar horas lendo um jornal escrito por professores, intelectuais, doutores, jornalistas, todos sem prática! Todos teóricos! Todos que compõem os 99% dos que apostaram contra a vitória de Bolsonaro! Viajantes de uma “Época” que ACABOU!
O povo está cheio de suas opiniões pessimistas! O povo quer esperança! O povo só quer a VERDADE!
O povo já não se influencia pelas armações de seus jornalistas, que buscam unicamente arruinar o mandato de um Presidente eleito de forma democrática.
No editorial em que ofendem a imagem de nosso presidente, vocês afirmam a impossibilidade de ele dar “rumo” ao país. Se esse “rumo” significa fazer articulação, toma lá dá cá, ou maracutaias como em outros governos, certamente que esse “rumo” não vai acontecer. Podem apostar!
Sou sincero em dizer, que não desejo o mal a tão tradicional órgão de imprensa. Mas, se puder lhes dar um conselho de leitor, lhes diria: Tomem outro rumo!
John Kirchhofer
Repassando, Copiei e colei para poder passar para 5 pessoas, pois estava limitado a 1. NÃO ESQUEÇA DE COMPARTILHAR!!! Não podemos dar audiência a quem trai nosso país!
Sintonizo plenamente com o pensamento do autor. Eu poderia ir mais além e denunciar que esse tipo de jornalismo que eles estão fazendo um crime ideológico, transplantar para a mente do povo o pensamento que eles acham correto. Não dão a mínima importância ao direito, à dignidade do ser humano raciocinar livremente, sem se perseguido por sua forma de pensar, e chegar a uma conclusão diferente daquela que o “jornalista” quer carimbar na sua mente.
Essa pessoa que age assim deixa de ser um profissional do jornalismo e passa a ser um militante ideológico, que defende o seu patrão, mesmo que esse seja um criminoso, um ladrão condenado em várias instâncias da justiça e preso.
Texto recebido através dos grupos de rede social na net que merece ser reproduzido aqui para nossa reflexão.
O tempo...O tempo!
Sentia-me num quarto de hospital...Sombra espessa anuviava-me o pensamento...férreos dedos invisíveis constrangiam-me o coração.
Seria a aproximação do fim? Minha consciência aturdida semelhava-se a uma avezita a esvoaçar numa furna povoada de horripilantes serpentes. De repente, num milagre de alegria e luz, vi-me lépido, a distância da câmara sombria, como se houvesse despido a pesada túnica dum pesadelo.
O crepúsculo anunciava rápido o céu, e eu por mais que ansiasse retomar o caminho do refúgio doméstico, a fim de anunciar a boa nova, não conseguia atinar com o rumo certo.
O vento fresco brincava por entre as ramagens perfumadas que respondia em doces acordes, como se ocultasse harpas intangíveis, enquanto a noite acendia novos astros.
E eu seguia sempre, colhido em êxtase intraduzível. Meu corpo fizera-se leve e ágil como nunca, mantendo o impulso natural da marcha, eu sentia um inexplicável magnetismo a maneira de ave atraída para cima, presa, porém simultaneamente ao ninho terrestre.
Aliviado de todas as preocupações, como se houvera sorvido um brando anestésico, fruía inefável solidão, quando vislumbrei indescritível claridade. Só então percebi que não me achava isolado na viagem maravilhosa.
Passei a enxergar longa procissão de vultos silenciosos, entre os quais me perdia. Alguns se destacavam nítidos e tão livres quanto eu mesmo; outros porém se agarravam uns aos outros como se temessem o desconhecido...mulheres de rostos semivelados sustinham companheiros que me pareciam heróis, repentinamente enlouquecidos, tal a expressão de beleza e de pavor que se lhes estampava no semblante inquieto, ao passo que anciãos, aureolados por tênues reflexos de luz colorida, carregava jovens dormentes, lembrando pais orgulhosos e felizes, que amparassem filhos enfermos.
Desejei gritar minha ventura e confundir-me entre os viajores, aos quais me sentia inesperadamente irmanado, mas, veludosa mão selou-me os lábios ansiosos, enquanto erguendo os olhos, divisei ao meu lado a presença de simpático velhinho, que me abraçava risonho, informando:
- É inútil. Sigamos!
Onde ouvira aquela voz grave e cristalina? Em que sitio convivera com venerando companheiro, cuja aproximação me banhava de ondas de paz indefinível?
Não tive tempo de refletir, porque de repente soberbo espetáculo se descerrou à nossa vista. A brilhante avenida desembocou numa praça majestosa ladeada de torres translúcidas. Nesse espaço magnífico, eram recebidas multidões de peregrinos que afluíam ao interior, tomados de reverência e espantos mudos.
A beleza ambiente apontava para uma radiosa tribuna caprichosamente esculpida lembrando um lírio enorme a elevar-se da base. Viajantes anônimos para mim, chegavam aos magotes, penetrando todos os espaços. A grande maioria postergou-se de joelhos, e eu mesmo, deixei que o pranto me corresse dos olhos, recordando o lar terrestre de que me havia distanciado.
Músicas enchiam todo o ambiente como se fossem flautas, violinos ocultos, manejados por artistas invisíveis. Enquanto a música enchia o ar, divisei láctea nuvem envolvida por halo dourado que aos poucos se transmutava na figura respeitável de um sacerdote que nos estendia os braços.
Quem seria singular personagem? Hierofante de mistérios remotos? Tentei dirigir a palavra ao ancião que me acompanhava mais de perto, entretanto que tão presto se materializara, ante o nosso intraduzível assombro, começou a falar em tom comovido.
- Irmãos, que vos reunis neste santuário repousante, procurando a paz que vos falta na terra, descerrai a mente aos mananciais inesgotáveis da Bondade infinita...
Eu confuso como estava, hipnotizado pelas palavras que penetraram em nossos corações, guardei no final, mensagens objurgatórias da elocução como que nos havia acordados para a grandeza da vida.
Extrema palidez marcava todos os semblantes. Refleti então nos dias longos, que deixara passar sem as bênçãos de um sorriso sequer aos infelizes companheiros da estrada.
Revi o pretérito descuidoso e risonho, e, no lance de um simples minuto, minh’alma recolheu a visão de todos os infortunados que peregrinaram em meu roteiro, sem uma réstia de esperança...
Não pude resistir passivamente, a angústia que me tomara o íntimo. De chofre, levantei-me e saí. O mundo distante, me chamava imperioso...por mais que desejasse prosseguir na catedral de neve translúcida, não conseguia. As mensagens daqueles sinos desconhecidos abalavam-me a consciência. Devia ser a voz da própria vida perguntando pelos momentos que perdera.
Ninguém me deteve.
A breve trecho, surpreendo-me em pranto convulsivo no seio infinito da noite, como se me despenhasse lentamente, dos cimos de um Palácio à profundeza de um insondável abismo.
O tempo...O tempo!
De improviso, eu me encontrei no quarto, em que me aguardava o transe final.
Abri dificilmente os olhos e contemplei os rostos piedosos que me vigiavam o leito.... Quis falar e gesticular, descrevendo tudo quanto vira e ouvira no castelo revelador do plano espiritual, mas os meus braços se mantinham imóveis e minha boca estava hirta.
Tinha eu agora esclarecimentos que não podia transmitir, notícias que era incapaz de desvelar e sonhos que não me era dado contar...
" Ó Senhor! - Pensei- poupa-me ainda...
Mas o mesmo ancião do caminho iluminado fez-se visível e repetiu as palavras:
-É inútil. Sigamos!
Obscureceu-me o raciocínio, como se pesada sombra baixasse do Alto sobre mim, e quando me reconheci desembaraçado da carne, iniciei outra caminhada, chorando, chorando amargamente.
(Uma experiência de morte EM) J.A. Nogueira.
Psicografia de Chico Xavier.
Um texto elucidativo da nossa vida que se passa entre os dois planos, material e espiritual. Como imaginamos frequentemente que só existe o plano material, a aproximação da morte do corpo físico nos leva ao desespero, sem considerar que é apenas a passagem que todos teremos de fazer, de volta ao mundo espiritual. Foi por isso que o Cristo disse em suas lições, que veio matar a morte. Ele mesmo provou isso se mostrando entre nós após três dias da morte do seu corpo físico.
Era o dia 22-06-0026, sábado, às 11h (5a. hora). Jesus estava na Sinagoga que se encontrava apinhada de gente da cidade (incluindo sua mãe, irmãos e alguns discípulos) e da redondeza, sabendo que Ele, o suposto Messias iria falar.
Ele tomou o seu assento no púlpito e começou a cerimônia. Foi trazido um dos rolos da Lei (Torá), previamente escolhido pelo Mestre, inclusive o parágrafo selecionado. Joli, o arquissinagogo, assentiu com a cabeça e o silêncio se fez.
Jesus leu mentalmente as palavras indicadas no pergaminho e, depois de dirigir um olhar para os presentes, começou a ler.
“E vós sereis para mim um reino de sacerdotes, uma nação santa. Javé é nosso juiz... nosso legislador... nosso rei... Ele vai nos salvar... Javé é meu rei e meu Deus... Ele é um grande rei sobre a Terra. A benevolência recai em Israel... bendita seja a glória do Senhor porque Ele é nosso rei.”
Agora viria o momento culminante: a “lição final”, um discurso, geralmente breve, em que o pregador expunha suas ideias sobre a passagem que acabara de ler. Seria lido em hebraico e um tradutor passava para o aramaico, a língua popular. O Mestre quebrou o silêncio e disse:
“Eu vim para proclamar o estabelecimento do reino de meu Pai...”
O tradutor traduziu corretamente. Ouve certo sussurro com a última frase: “o reino do meu Pai”. Quem ele estava pensando que era? O Mestre ouviu, mas continuou.
“Este reino é composto da alma dos judeus e gentios, ricos e pobres, homens livres e escravos... porque o meu pai não tem favoritos... Seu amor e misericórdia são para todos...”
O tradutor foi estimulado a seguir, mas mudou o significado da declaração:
“Este reino abrange apenas a alma dos judeus... Seu amor e misericórdia são para todos”.
Jesus hesitou, Ele entendeu perfeitamente, mas continuou com o discurso.
“O Pai Celestial envia Seu Espírito para ser derramado na mente dos seres humanos... e quando eu tiver terminado a minha obra na Terra...”
O tradutor voltou a deturpar o que foi dito pelo Mestre...
“... para que se derrame na mente dos judeus...”
Jesus levantou a mão esquerda e parou a versão mal-intencionada do tradutor. E educadamente, mas com firmeza, pediu para ele retornar ao seu lugar. O tradutor corou de vergonha e se retirou. Joli, o responsável pela Sinagoga também empalideceu. Ambos estavam em conluio para estragar as exortações de Jesus, mas não tiveram sucesso. Naquele dia, exatamente, começaram os problemas de Jesus com a casta sacerdotal. O Mestre tomou as rédeas da situação e prosseguiu, mas em aramaico.
“...E quando eu tiver terminado minha obra na Terra, o Espírito da Verdade também será derramado sobre a carne.”
Joli passou de pálido para vermelho de raiva. Alguns notáveis murmuravam: “Isso não foi ortodoxo, o palestrante não poderia falar diretamente em aramaico.) Mas o Mestre, impassível, seguiu do seu próprio modo.
“... Meu reino não é deste mundo... Meu reino não é deste mundo (repetiu)... O Filho do Homem não conduzirá exércitos nem fará batalhas para ganhar nenhum trono... Eu sou o Príncipe da Paz e a revelação do Pai eterno... Os filhos deste mundo lutam pelo estabelecimento dos reinos materiais. Bem, em verdade eu vos digo que os que me seguem entrarão no reino invisível e alado dos céus por suas decisões morais e seus triunfos espirituais... E lá encontrarão a alegria e a vida eterna.”
“Reino invisível e alado?” Isso não era o que pretendia João Batista ou o que apontavam as Sagradas Escrituras pelas bocas dos profetas. O “reino” em questão era algo físico e da Terra, governado pelo Messias, o “quebrador de dentes” e sucessor do rei Davi. Os murmúrios de desaprovação foram gerais. Mas o Mestre continuava...
“Se buscai o reino de meu Pai, todo o resto vos será dado por acréscimo... E eu vos advirto: para entrar nesse reino é preciso que o façais com a confiança cega de uma criança... caso contrário, não sereis admitidos...”
A desaprovação foi aumentando. Joli e os notáveis se revolviam, nervosos, em seus assentos. Mas o Mestre estava disposto a chegar até o final.
“Não vos deixeis enganar... não prestais atenção aos que asseguram que o reino é aqui e ali... o reino que vos falo não é visível para vós. Na verdade, ele está em todas as partes, mas não é deste mundo... Na realidade, está dentro de vós, mas não o sabeis... Eu vim para tirar a venda dos olhos... Estou aqui para anunciar que o Pai existe, mas é muito mais do que imaginais... João Batista tem batizado com a água para a remissão dos pecados, mas eu vos digo que para entrar no reino dos céus sereis batizados com o Espírito da Verdade. No reino alado não haverá judeus ou gentios.”
Foi a gota d’água. E a assembleia, estimulada pelos notáveis, interrompeu o Mestre aos gritos de blasfemo e louco. Maria, a mãe, começou a chorar. Os discípulos se olhavam, pareciam aterrorizados. Jesus se impôs...
“E eu vos adianto que, em breve, estarei sentado com meu Pai, em Seu reino... Este novo reino alado é semelhante a uma semente que cresce em uma terra fértil. Necessita de tempo para se desenvolver... o mesmo acontece com o que estou anunciando... E chegará o dia em que se cumprirá o mandato do Pai: e sereis perfeitos como Ele é perfeito. Porém não aqui nem agora. Eu vim ao mundo para revelar esta boa-nova. Eu não vim para aumentar a carga... Não peço nada em troca... Basta confiar no Pai... Vosso destino é glorioso, mas não o sabeis... Não penseis em exércitos marchando... que não é esse o plano do Pai... Não penseis em derrocadas, ou em revoltas, nem mesmo em quebrar o jugo do cativeiro... Falo de outra coisa... Eu vos digo, meu reino não é deste mundo... Esse reino é eterno. Em seu momento chegareis à presença do Sagrado. Vós sois seus filhos, não vos esqueceis... E uma última questão: eu não vim para reclamar aos justos senão para os confusos.”
Ponto final. O Filho do Homem se retirou do púlpito e abriu passagem saindo.
Este texto foi adaptado do livro de J.J.Benitez, “CAVALO DO TROIA VOL. 9”, que merece ser lido na totalidade.