Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
20/02/2018 22h41
PATRIOTISMO, SIM SENHOR

            Reproduzo hoje um texto do jornalista, filósofo e cientista político, Olavo de Carvalho, para nossa reflexão:

            Como todos os meninos da escola na minha época, eu não podia cantar o Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas, compunha paródias escabrosas.

            Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo, participavam da gozação geral.

            Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, frequentei rodas de intelectuais.

            Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro.

            Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era “uma estupidez”?

            Mas tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente à sério.

            Eles sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.

            E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos, orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por maus políticos que traiam os ideais americanos.

            Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama. Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não é mesmo?

            Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu país! E não só do se país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a imagem que ela tinha da sua pátria.

            A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa. A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar me matava de vergonha.

            Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como reacionário, um integralista, um fascista.

            Só dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante com que os americanos falavam da América.

            O primeiro era os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus, alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das grandes tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de fingimento: “Este é um país abençoado!” Ouvindo-nos falar mal da nossa terra, protestavam: “Vocês são doidos, não sabem o que têm nas mãos.”

            Eles tinham visto coisas que nós não imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós aparentemente inacessível. Falávamos de miséria, eles respondiam: “Vocês não sabem o que é miséria”. Falávamos de ditadura, eles riam: “Vocês não sabem o que é ditadura”.

            No começo isso me ofendia: “Eles acham que sabem tudo”, dizia com meus botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito, para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia imaginar.

            A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito, para meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.

            Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um frango assado por dois dólares é um pais abençoado, e as pessoas querem me bater.

            Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.

            Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do mundo, tem uma medida errada da realidade.

            O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem conhece-lo, sem saber nada sobre ele exceto o que ouvia de seus inimigos, mas temi e abominei durante duas décadas: os militares.

            Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que prestava para a Odebrecht que me pôs temporariamente de editor de texto de um volumoso tratado “O Exército na História do Brasil”.

            A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil.

            Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.

            Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou possibilidade de ascenção social senão as promoções que automaticamente lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava senão a metade de um salário de jornalista médio, percebi que seu interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de qualquer vantagem pessoal.

            Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país. E consideravam que era seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada ganhariam com isso senão antipatias e gozações.

            Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais – o hino, a bandeira, as armas da República – como condensações materiais dos valores que defendiam e do sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, “americanos” na sua maneira de amar a pátria sem inibições.

            Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual vinha trabalhando me forneceu uma pista.

            O Brasil nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes, expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas militares e alcançara pela primeira vez, um sentimento de unidade autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo patriótico hoje dificilmente imaginável.

            Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a recordação de uma epopeia vivida em comum?

            Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se, dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.

            Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da construção nacional.

            O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas, sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas.

            O sentimento de “Brasil”, que para os outros era uma excitação epidérmica somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e futuro.

            Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência da história da pátria como sua história pessoal.

            Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada, é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do exterior ou forçada por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e falseiam por completo a sua imagem do passado.

            De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser substituído do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte melhor aos novos padrões de verossimilhança impostos pela repetição de slogans e frases feitas.

            Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e os fatos revelados no site de Ternuma vem disso. Até o começo da década de 80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera respaldo estratégico e financeiro de Cuba e URSS, que ele havia atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as guerrilhas, sendo novamente derrotada.

            Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da “democracia”, sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência Tricontinental de Havana.

            Passada uma geração tudo isso se apagou. A juventude hoje, acredita piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela liberdade e pela democracia.

            No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas por nenhuma daqueles fatores de continuidade que preservava a identidade histórica do meio militar.

            Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.

            Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e colocará o povo no rumo de um futuro fictício. Por isso o site de Ternuma é algo mais que a reconstituição de detalhes omitidos pela mídia.

            É uma contribuição preciosa reconquista da verdadeira perspectiva histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.

            Perguntam-me se essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais poderia vir?

            Artigo bem escrito e coerente com a realidade que estamos vivendo. Sinto que também fui enganado por muito tempo, até mesmo nos bancos escolares, com relação à escola, principalmente na questão do regime monárquico no qual vivemos os melhores anos de nossa vida, enquanto nação.

            Hoje, por onde andamos encontramos a hipocrisia ao lado, mentiras, tentativas de ocultar a verdade, de distorcer os fatos. Essas ações ainda prevalecem em todos os níveis de relacionamento, inclusive nos círculos do poder. As pessoas que assumem os cargos públicos, que deviam ter a sensibilidade e a ética para defender a nação e a sua história, são os primeiros que promovem a desinformação para se perpetuarem no poder.

            Para conseguirmos ser a Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo, devemos privilegiar a Verdade e deixar para sempre o egoísmo que gera os mais diferentes tipos de corrupção, crimes de todos os tipos.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/02/2018 às 22h41
 
19/02/2018 08h37
GNOSTICISMO

            O escritor Richard D Foxe publicou em seu blog no Wordpress um texto muito interessante para a compreensão da vida e de nossa posição dentro dela. Como meu trabalho dentro deste espaço no Recanto das Letras tem o sentido de apreender as lições vindas de todas as direções para aperfeiçoar os meus paradigmas de vida e ao mesmo tempo repassar essas informações dentro da maior transparência possível dentro de minha vida cotidiana, servindo como uma espécie de cobaia para instrução concomitante dos leitores, irei reproduzir o trecho que melhor contribui para esse aprendizado.

            De acordo com a filosofia platônica, o progresso de criação nada é se não a cópia de “ideias” ou “imagens” existentes, antes da origem do tempo, na Mente de Deus. Para os Gnósticos, esse conceito é expresso por meio do termo “emanação”: Deus, localizado no centro do Universo não cria, mas emana, entidades chamadas Éons (faíscas divinas) cuja perfeição vai diminuindo na medida em que se afastam dele assim como acontece com a luz que enfraquece quando se distancia da sua fonte.

            Deus não emana Éons singularmente, mas em pares ativo-passivo (ou masculino-feminino) complementares que, juntos, constituem as Sigízias que, por sua vez, podem emanar outras Sigízias. Em sua totalidade as Sigízias configuram o domínio divino do Pleroma (a região da Luz) e caracterizam em si os diversos atributos de Deus.

            Das primeiras quatro Sigízias, totalmente espirituais, descendem os Éons inferiores até chegar à Alma e à Matéria que constituem o ser humano terrestre.

            Infelizmente, a Alma entrando em contato com a Matéria, foi corrompida por ela caindo nas trevas e tornando-se escrava do mal, da dor e da morte. Uma deterioração reforçada pelo olvido e pela ignorância da própria origem divina, mas que pode ser revertida mediante a Gnose.

            Dependendo do grau de consciência existem três categorias de seres humanos.

            Os Hílicos, escravos das paixões e das fraquezas da carne; os Psíquicos, ainda não totalmente perfeitos e os Pneumáticos, que renegaram a matéria e optaram pelo espírito. Cristo exorta os seus discípulos a tomarem consciência da origem divina de todos com essas palavras: “Jesus disse: Mas se não vos conhecerdes, então vivereis na pobreza e sereis a pobreza.” (Tomé, 3)

            Mas qual foi a origem do mal, de quem a culpa? Um estudo mais aprofundado da filosofia gnóstica revela detalhes intrigantes. O terceiro Éon inferior, cujo nome é Sophia, teve a presunção de gerar sozinha sem a ajuda do consorte. Como resultado, Sophia deu vida a um monstro, o primeiro arconte, o Demiurgo malvado (identificado com Jahvé do Antigo Testamento). O Demiurgo criou o mundo da matéria e criou também o homem tendo, como modelo, o Adão celeste (sempre presente na mente de Deus), mas dessa vez preso dentro de um corpo material.

            Em seguida, Sophia se arrependeu e Deus, visando o resgate da humanidade, enviou Cristo formando uma nova Sigízia cujos dois Éons eram: Soter (Cristo, o Salvador) e a própria Sophia (o Espírito Santo, a Noiva de Cristo).

            Então, para os Gnósticos, o Espírito Santo é expressão da potência e da vontade de Deus, sem deixar de ser hipóstase (substância) dele.

            Em síntese, Cristo foi enviado à Terra na forma de um homem (Jesus) para dar aos homens a Gnose necessária para que eles se libertassem do mundo físico e retomassem ao mundo espiritual.

            É óbvio que Jesus, sendo um Éon, era constituído de puro espírito; portanto não nasceu, não morreu e nem sequer ressuscitou.

            Jesus apareceu repentinamente na Galileia na forma de um ser humano, mas sendo intimamente uma entidade exclusivamente divina; o seu corpo, igual um Avatar, não passa de mera aparência. Consequentemente, morte e ressurreição representam eventos puramente simbólicos e o verbo ressuscitar significa “acordar para uma nova vida”, sendo que todo homem deve, com a ajuda de Sophia (o Espírito Santo) acordar e se conscientizar da sua origem divina.

            Não temos certeza científica da existência de Deus, da formação do mundo, da vida... Nossa mente sofisticada, comparada aos demais animais, elabora teorias que pretendem explicar tudo isso com o máximo de racionalidade. Temos assim a filosofia platônica tentado atingir esse objetivo.

            As faíscas divinas (Éons) são boas bases para sustentar uma compreensão do inatingível cientificamente.

            Deus emana essas faíscas que perdem perfeição a partir do distanciamento. Mas como é uma emanação, por natureza devem se afastar dEle, mesmo que percam a sua luminosidade quanto mais distante ficam, mas continuam pertencendo ao reino da Luz.

            Encontramos assim a Alma e a Matéria corporificados no ser humano. A Alma associada à Luz, à Deus, e a Matéria associada às Trevas, ao Demônio. Como o processo no qual estamos é uma emanação de Deus, é esperado que cada vez nos afastemos dEle e nos aproximemos das Trevas. Para reverter esse processo e fazer a Alma deixar a inercia de seguir para as trevas, era necessário um raciocínio superior às amarras da Matéria, representadas pelos instintos e impulsos. Esse raciocínio superior é adquirido pelas diversas experiências da alma nos corpos materiais. Neste momento o raciocínio se aproxima da Doutrina Espírita. Os diversos demônios significam apenas almas ainda presas dentro das energias materiais, e os avatares, como o Cristo, significam almas desapegadas da Matéria, que reconhecem a origem divina e fizeram o movimento de aproximação à Deus; que recebem dEle a missão de ensinar (gnose) aqueles mais sensibilizados o movimento de aproximação à Luz divina, cuja base é o Amor Incondicional.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/02/2018 às 08h37
 
18/02/2018 21h51
CRISTO GUERRILHEIRO E O REINO DE DEUS

            Existem posições sólidas do ponto de vista racional, colocando Jesus como mais um guerrilheiro do que um rabino professor do Amor. Esta última visão foi mais divulgada por Paulo de Tarso, o que criou o Cristianismo e divulgou pelo mundo, além das muralhas de Jerusalém.

            Acredito que esses autores possam ter razão, pois estão armados de diversos fatos registrados, inclusive nos Evangelhos. Porém, a visão do Cristo armado apenas de Amor ao próximo como a si mesmo, é muito importante para a nossa evolução espiritual.

            Construí um paradigma de que tenho uma alma que administra um corpo material, que ambos são criação de Deus e que, não sei por qual motivo, fui criado simples e ignorante, mas com a missão de me aprimorar e de me aproximar mais uma vez do Pai.

            Dentro deste paradigma, a imagem do Cristo que mais se aproxima de minha conduta consciencial, na qual Ele é o meu líder, professor e protetor, é a do Cristo angelical, capaz de amar aos inimigos.

            Será que minha visão romântica se afasta da realidade do Cristo? Sim, se o Cristo guerrilheiro é o verdadeiro e o Cristo desenhado por Paulo de Tarso é fruto apenas de sua imaginação, então tenho que seguir essa fantasia de Paulo. Não é que o Cristo perca a sua importância dentro da minha consciência, mas o seu lado militarista, guerrilheiro, fica em segundo plano. Digo assim, pois o aspecto guerrilheiro do Cristo que é realçado, é contra o poder romano que dominava os judeus, uma situação muito individualista.

            O Cristo que assume importância dentro dos meus paradigmas de vida, é aquele que ensinou que devemos construir o Reino de Deus, inicialmente corrigindo as forças do egoísmo que todos possuímos. Essa limpeza do egoísmo do nosso coração nos faz sentir como cidadãos deste reino divino, mesmo que estejamos sozinhos dentro desta perspectiva. Mas com a divulgação deste ensinamento, iremos ter cada vez mais pessoas com a mesma conduta dentro do Amor Incondicional, e formaremos aqui na Terra este comunidade harmônica, o Reino de Deus.

            Na posição guerrilheira de Israel, esse Reino de Deus deveria estar dentro da nação Judéia, que os outros seriam considerados idólatras, incapazes de serem cidadão deste reino divino. O Amor nessas circunstâncias seria condicionado a nacionalidade de cada um, e por aí percebemos que não atende ao Amor Incondicional que é o cimento necessário para a construção da família universal, e por conseguinte do Reino de Deus.

            Por esse motivo, o Cristo guerrilheiro não atende minhas expectativas, pelo menos no contexto isolado dos judeus. Posso até considerar um aspecto guerrilheiro no Cristo, mas somente se isso for de natureza universal e se for para se confrontar com o mal que pode estar dominando um ser humano, deixando-o na condição de animal selvagem, capaz de destruir o semelhante sem nenhum pudor. Neste caso, a posição de guerrilheiro, de matar um animal desses antes que eles nos destrua, faz sentido.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/02/2018 às 21h51
 
17/02/2018 23h27
CARNAVAL

            Procurando entender a linguagem das ruas, encontro um texto assinado por Pedro Afonso de Murta com o título – Carnaval: das faixas das Avenidas para o esgoto a céu aberto. E subtítulo: O triunfo da infâmia e da hipocrisia. Falava o seguinte:

            “Diante da boçalidade de que tive notícias sobre o desfile do Carnaval Carioca, algumas escolas teriam menosprezado o espírito cidadão e emancipador de direitos que chegou ao seu ápice no ano de 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff.

            “Para refrescar a memória de alguns, ou mesmo evidenciar a péssima intencionalidade de outros, aduzirei algumas considerações, reflexões e elementos fatídicos a seguir:

  1. LEGITIMIDADE: imperícia, imprudência e negligência. Se o governo de Michel Temer é tido por muitos como ilegítimo, para esses, seria também não legítimo uma escola de samba, após ter equipe esmagada e morta por alegoria em plena avenida, continuar o desfile sobre o sangue dos pobres carnavalescos?
  2. ESCRAVIDÃO: um valor soviético americanizado. “Estaria extinta a escravidão?”, em um país no qual as leis trabalhistas são submetidas a tribunais soviéticos de relativização de direitos? A escravidão não toma melhor forma no vocábulo do que a burocracia, cuja manutenção só interessa àqueles detentores do poder, quando colocam um projeto pessoal para representar a vontade popular. Tuiuti, que defendeu CLT, só assinou a carteira de três em 2017. Existe coisa mais desonesta do que fazer essa referência à escravidão ou ficar dizendo por aí que reforma trabalhista tirou algum direito do trabalhador? Eu gostaria que alguém me dissesse em qual linha do texto da reforma se encontra a revogação da Lei Áurea ou a retirada de algum direito trabalhista.
  3. DEBOCHE: O intelectualismo esquerdóide e a improbidade administrativa. Foi utilizado um milhão de reais do sofrido dinheiro do pagador de impostos carioca para fazer o desfile da Paraíso do Tuiuti acontecer. 1 milhão de reais saído do nosso bolso para tirar sarro da nossa cara por termos ido às ruas pelo impeachment. Espero de coração que um dia o brasileiro descubra que o desfile, por si só, representa um deboche aos direitos e liberdades individuais e aos atos civis de competência pública, na tentativa de abafar um sentimento patriótico e fiscalizador, e perpetuar um projeto cultural de revolução na sociedade. Uma manifestação cultural regida pelo escárnio do mundo das drogas e da profanação dos bens públicos não merece a admiração de um povo ardente em suas mazelas, dentre outras mil, Brasil!

         Este relato mostra como ainda tem influência as forças do mal que estavam no poder até ocorrer o impeachment. As pessoas beneficiadas diretas ou indiretamente pelo projeto criminoso, ou simplesmente hipnotizadas pelas mensagens e influências dos senhores da treva, continuam jogando o seu veneno até dentro das avenidas carnavalescas no intuito de manter o “povão” engajado nos seus refrãos. Felizmente, possuímos muita gente capaz de pensar, de usar o senso ético e evitar as energias hipnóticas. Mas muita gente, de mente imediatista, sem uso do senso crítico, absorve as mentiras e hipocrisias como verdades, e isso é o que os magos negros desejam com seus subordinados ou hipnotizados.

            Esperemos que o nosso comandante, Jesus, consiga fazer valer as lições evangélicas que deixou conosco. Para isso, é preciso que nós, determinados a ser os seus discípulos, tenhamos a energia e coragem suficiente para colocar a verdade sobre a mentira, e rogar ao Pai para que não fiquemos imersos no erro ou cooptados pelo mal.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/02/2018 às 23h27
 
16/02/2018 13h11
PROJEÇÃO DO MAL

            A guerra espiritual que se desenvolve nos dois planos da vida, material e espiritual, tem reflexos práticos extremamente fortes no nosso ambiente nacional, principalmente em Brasília, a sede do Poder.

            Fontes espirituais (O Golpe – Robson Pinheiro/Ângelo Inácio) mostram que seres ligados ao mundo das trevas, oriundos de outras dimensões, comandam a política como podemos ver no trecho abaixo, onde o autor espiritual recebe explicações :

            - Você, Ângelo, bem como Ranieri, Lower e outros escritores e médiuns, teve acesso a esta dimensão. Mas, como a verdade é feita à luz da aurora, ela vai brilhando pouco a pouco, até ser dia perfeito. Assim, é chegada a hora de você saber o significado da visão, e você, Lower, dos sonhos que teve. Notem as cabeças, seja da medusa, seja da entidade, seja do dragão. Todas as figuras representam a mesma realidade.

            Fixamos as diversas cabeças pequenas e constatamos que proferiam palavrões, ignomínias e maldições: diziam coisas horrendas, cada uma por si, em contenda com as demais. Os tentáculos assustavam até mesmo os dois seres que haviam se achegado à estranha entidade.

            - Cada cabeça dessas representa uma corrente política patrocinada pelo dragão no mundo. As imagens que veem, - falava o velho João Cobu – são apenas um reflexo do que estava na mente do daimon desde a época em que ele conheceu este lugar, com a tecnologia e a técnica que já detinha. Quando vocês vieram aqui, todos numa ocasião diferente, cada qual percebeu tão somente o que estava apto a perceber.

            “Como dizia, essas cabeças simbolizam, meus filhos, diversas ideologias políticas vigentes ainda hoje, após metamorfoses mil, por meio dos quais o projeto dos daimons permanece vivo na atualidade. Cada cabeça sintetiza uma forma de governo, uma ideologia programada ou patrocinada diretamente pelas forças das trevas a fim de perpetuar o projeto de poder criminoso dos dragões mesmo depois que eles fossem sepultados magneticamente nas correntes eternas, para onde foram degredados.

            “Representam, nesse contexto, o comunismo, o socialismo, o fascismo, o nazismo, o chavismo, o lulopetismo, o populismo, os extremismos à direita e à esquerda do espectro político; enfim, correspondem aos diversos meios de totalitarismo, de castração da liberdade, de exploração de todos os matizes, bem como de aviltamento moral e de corrupção em andamento no mundo. Todos esses fenômenos obedecem a uma programação feita pelos daimons, que, ao longo de anos, de séculos e milênios, instigaram uma pauta que visa embaralhar a mente dos que trabalham pelo progresso do mundo, a fim de impedir que o planeta Terra avance à nova fase de seu projeto espiritual. Os tentáculos são, na verdade, os filhos da besta, a semente do mal disfarçada de regimes de governo e de meio de governar; são o programa milenar dos dragões em plena ação no mundo, cada qual com uma máscara, um nome diferente, mas tendo na cabeça do dragão a origem comum.

            - Ou seja... – aventurei-me na tentativa de falar.

            Entretanto, continuou Pai João:

            - Todas essas facções, as quais disputam atualmente o poder no mundo, são subprodutos do planejamento estratégico dos maiorais, que é administrado pelos chefes de legião, os espectros. Nas cenas que vimos, são representados pelas duas figuras que se achegaram ao daimon. Apenas mudam de nome, e, assim como o dragão ou maioral modifica sua aparência em conformidade com seus planos, esses projetos políticos de poder, até mesmo os que se mostram rivais entre si, tão somente se transformam, modificam-se, fundem-se. À primeira vista, são opositores, mas quando se veem em perigo, o sangue da besta e do dragão, que corre em suas veias, faz com que se unam e se fundam até. Aos olhos dos mortais, arrefecem as intrigas, mesclam-se as ideologias e os partidos se reconfiguram. Mas tudo, tudo serve ao teatro perpetrado pelos maiorais.

            - Dessa forma – completou Júlio Verne -, viemos aqui para lhes esclarecer, pois foram todos avisados, em épocas diferentes, a respeito das mesmas coisas, das mesmas verdades. Além disso, podemos deduzir que, em regra, não há nenhuma ideologia política que mereça muito crédito. Em maior ou menor grau, todas as correntes estão contaminadas pelo mesmo sangue, têm o mesmo DNA de concupiscência, a qual está entranhada em todo o lugar. Com efeito, há muitos homens de bem que tombam e se deixam levar por visões políticas e de mundo que têm nos daimons a sua gênese.

            - É como diz o famoso texto bíblico, meus filhos: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos – citou Pai João.

            Desta vez fui eu que me senti abalado, profundamente abalado. Lower me abraçou; recobrava a lucidez após tanto tempo incomodado com as imagens que vira durante anos a fio, no corpo e fora dele.

            Depois da visão do ser estranho e das explicações dadas por João Cobú e Verne, voltamos a observar o entorno, agora sob outra perspectiva.

            O ser muito esguio, de braços longos, também elegantes, mas não tão magros, lavava seu rosto no caudaloso rio de fogo, enquanto o líquido escorria pelas suas mãos. Imunizava-se, ao que tudo indicava, no intuito de evitar a perda da forma astral, a regressão da feição até certo ponto humana, tal como acontecera com colegas e partidários do sistema de poder que representava. Enfim, eu o via como verdadeiramente era: uma espécie de demônio escondido na aparência de um ser humano, embora diferente dos seres humanos da Terra.

            Pude notar quando aqueles dois seres que entraram no ambiente em determinado momento voltaram-se para nós. Percebei, então, que não estavam no ambiente, mas que tudo aquilo era reflexo das forças mentais, das formas pensamento do ser do espaço, que ficaram impregnadas no ambiente, na matéria escura da qual tudo ali era composto. Os dentes dos dois espectros eram pontiagudos, e sua face exibia uma crueldade desmedida, diferentemente do ser esguio, que chamei de demônio extraterrestre. Senti que eles também não eram terráqueos, mas isso pouco importa, já que estão circunscritos ao nosso planeta até que recebam o decreto do Alto, por ordem de Miguel, para que sejam expatriados.

            Tão logo assim pensei, a entidade esboçou um sorriso irônico em minha direção. Conclui que, ao se envolverem com questões de ordem política, defendendo que lado for, os homens penetram questões de ordem espiritual de seriíssimas implicações. Uma vez que estamos todos numa guerra espiritual de grandes proporções, é essencial não perdermos de vista que o lado onde militamos não é o da política partidária de nenhum homem, mas é o lado de Cristo, o representante da política divina do “amai-vos uns aos outros”.

            Afinal de contas, soube naquele instante o que deveria fazer; era imperativo retomar as obras que abordavam as relações entre política – a política dos dois lados da vida – e realidade espiritual, que por tudo perpassa e em tudo subsiste.

            E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. (Daniel, 7:24)

            Observo com esse texto uma realidade que agora encontra lógica. Esta violência em todos os estados do Brasil, o alto nível de corrupção que alcançamos, tudo isso só encontra lógica na influência do poder das trevas sobre a nossa mente ainda muito subordinada ao egoísmo animal. Que o esforço que Cristo fez ao vir à Terra ensinar o caminho para nossa conduta, não seja desperdiçado. Não nos deixemos ser enganados, hipnotizados e seguir uma conduta incoerente com o Evangelho.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/02/2018 às 13h11
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