Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
13/11/2016 00h59
HISTÓRICO DE UMA VIDA (05) – O NASCIMENTO

            Aos 20 dias de outubro de 1952 eu estava vindo à luz, às 6h da manhã. Foi um procedimento complicado. A minha mãe passava pela primeira vez por essa experiência, parir uma criança dentro de sua própria casa, assistida apenas por uma parteira. O canal do parto era estreito, eu estava em sérias dificuldades, minha mãe também. A parteira já cansada, fazia de tudo para que essa criança de cabeça tão grande viesse a respirar pela primeira vez o oxigênio com seus próprios pulmões. Já estava cansada de tanto esforço, colocara para fora toda a sua habilidade, nada. A criança continua retida naquela situação, minha mãe cansada de dores e sem forças para continuar o processo de expulsão. Minha cabeça já marcada pelos dedos da parteira que tanto tentava me puxar. Não restava mais outra alternativa, tinha que ser pedido o auxílio divino.

            Alguém lembrou que estávamos no mês de outubro, o mês que sempre é festejado o santo de Assis, São Francisco, reconhecido mundialmente pelo seu amor à Deus através da Natureza e o amor à Jesus por sua capacidade de abnegação para nos tirar das trevas da ignorância para a luz da Verdade. Também tinha a capacidade de fazer milagres, os mais difíceis de acontecer. Foi prometido a ele que se eu conseguisse sair daquela situação, e que a vida da minha mãe também fosse poupada, que eu teria o seu nome e dedicação. O milagre aconteceu. Eu consegui vir à luz e recebi o nome de Francisco com o adjunto de “das Chagas”, talvez pela lembrança do grande sofrimento onde nós estávamos metidos.

            Acontece que eu, na condição de primogênito de meus pais, já estava ofertado a Deus. Eles não tinham conhecimento disso, por isso fizeram o acordo com São Francisco sem constrangimento. Também Deus não irá fazer questão disso, pois o Santo de Assis cumpriu muito bem a vontade dEle e pode muito bem me auxiliar, quando o meu tempo for chegado, de fazer a Sua vontade.

            O fato dessas circunstâncias do meu nascimento foi de certa forma esquecido, apenas alguns parentes comentavam aqui e acolá essas ocorrência, mas sem dar destaque no compromisso que foi firmado com os mentores espirituais.

            Somente com a chegada da maturidade, do reconhecimento sem dúvidas do mundo espiritual, que temos como filhos de Deus uma missão a cumprir de acordo com Sua vontade, é que veio à minha consciência a importância daqueles fatos. É pena que a minha mãe já esteja falecida, pois eu teria muitas perguntas a fazer correspondentes ao que ela sentiu e prometeu ao Santo.

            Mas isso não irá atrapalhar as minhas convicções. Estou certo da minha maior dedicação em fazer na prática a vontade de Deus e que São Francisco de Assis servirá de modelo de dedicação e abnegação para que eu cumpra o que a voz da minha consciência diz ser a vontade de Deus. Mesmo que eu tenha um outro perfil de ação, não irei me dedicar a senhora Pobreza como ele fez, irei me dedicar em construir o Reino de Deus como Jesus ensinou, usando todos os recursos da Natureza fora e dentro de mim, com as virtudes que o Pai me deu na produção dos frutos e assim começar a colocar os alicerces da família universal através da prática do Amor Incondicional.  

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em 13/11/2016 às 00h59
 
12/11/2016 00h59
BATALHA ESPIRITUAL - A VAIDADE

            Entre o lusco-fusco da consciência e o pleno acordar, passei por um tipo de sonho, com imagens e emoções, lógica e fé.

            Sonhei que estava no campo, no trabalho reservado ao Pai, organizando comunidades, ajudando os necessitados, tolerando as ignorâncias tanto minhas quanto de meus irmãos.

            Não consigo alcançar com nitidez tudo que se passou por meus pensamentos nesse momento. Lembro que estava em uma atividade dentro da comunidade, na porta do presidente da Associação, algo assim, quando chega um rapaz dizendo da necessidade de pagar uma conta de energia ou de água, não sei bem. Sei que era uma despesa que ele tinha necessidade e que a Associação através de mim pudesse lhe ajudar. Ele voltou para a casa que era próxima de onde eu estava para pegar esses documentos. Tinha uma senhora sentada numa cadeira na calçada que eu imaginava que era a sua mãe. O meu carro estava estacionado de forma atravessada na rua o que impedia passagem de outros veículos. Fui entrar no carro para estacionar melhor e aguardar o rapaz. Ao fazer isso ouvi à distância a mãe falar com outra pessoa sobre a minha bondade de querer ajudar. Reconheci nessa fala a minha identificação de estar situado no exército do bem, sobre a liderança do Cristo.

            Ao fazer a manobra para estacionar mais próximo do meio-fio, tentando ver pelo retrovisor quem estava falando de mim, não sei por qual razão o carro se distanciou e eu já estava bem distante, sem conseguir mais ver a casa do rapaz. Teria que fazer manobra para voltar. Percebi a dificuldade de fazer isso, manobrar de ré, evitar acidente com outros carros... a angústia começava a tomar conta de mim ao perceber que talvez não fosse possível eu voltar, que seria mais conveniente desistir. As lágrimas queriam vir ao meu rosto, a dúvida, a frustração, eram fortes... foi aí que despertei e procurei registrar aqui essas impressões.

            Compreendi que se passou na minha consciência um reflexo da batalha que acontece no mundo espiritual e material, entre o bem e o mal. Nós, que estamos intencionados de atuar no exército do bem, sob o comendo de Jesus, não podemos esmorecer ou deixar que o orgulho, vaidade ou preguiça tome conta de nossas ações.

            Acredito que o fato de ter ouvido da suposta mãe da pessoa que eu iria ajudar que eu era uma pessoa do Bem, isso deve ter despertado algo de vaidade, ao procurar saber de onde partia a voz. Tirou o foco da minha atenção em praticar o Bem para alimentar a minha Vaidade em ser reconhecido como uma pessoa que ajuda aos outros. Foi esse o motivo do Mestre ter informado que o que uma mão fizer a outra não saber, pois o fato do reconhecimento público de ações positivas podem despertar sentimentos de vaidade e isso atrasar o desenvolvimento real do que podemos fazer.

            Acredito que são esses pequenos detalhes, a artilharia do mal contra nós que estamos situados na fronteira do bem, para desviar nossa atenção do bem estar coletivo para o bem estar individual, do altruísmo para o egoísmo. Talvez o sonho tenha vindo como um recado dos meus superiores hierárquicos no exército do Bem, para que eu use o capacete da humildade e não deixar que essas balas perdidas me atinjam.

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em 12/11/2016 às 00h59
 
11/11/2016 00h59
CICLO DAS ÁGUAS – SONHO

            Sonhei que a Terra estava sofrendo uma catástrofe, pois o Ciclo das Águas não estava acontecendo. A água não evaporava dos mares, não se formavam nuvens, não chovia, não formavam os rios... a vida estava se tornando ressequida, dura... morta! Eu, na condição de acadêmico, me esforçava para produzir artigos e mostrar à população, aos gerentes da civilização, que devíamos centrar esforços para aquecer o mares, forçar a evaporação para a criação de nuvens e assim recomeçarmos o ciclo das águas.

            O que queria me dizer esse sonho? Que mensagem divina o Pai estava me transmitindo de forma tão direta? O que corresponde hoje em dia essa catástrofe da paralisia do ciclo das águas? O que corresponde as águas para a nossa sociedade e que o seu ciclo está prejudicado?

            Vejo que o dinheiro dentro da nossa sociedade pode ter o papel das águas dentro da Natureza. Enquanto as águas são cicladas constantemente para fazer crescer a vida a partir dos vegetais, com seus frutos e sementes, o dinheiro também deve ser reciclado constantemente, sendo evaporado a partir do consumo das massas, para formar nuvens acima da Terra numa posição mais privilegiada financeiramente, na condição de indústrias que produzem os seus frutos e fazem cair sobre os consumidores, e assim o ciclo se perpetua levando consigo a evolução para todos os seres envolvidos.

            Na posição de acadêmico eu vejo que o dinheiro está sendo desviado do ciclo virtuoso da formação de produtos úteis para a nossa evolução, para o ciclo vicioso da acumulação indébita do crime da corrupção, com milhões sendo desviados para bancos estrangeiros sem nenhuma contribuição para a nossa evolução, pelo contrário.

            Como acadêmico, tenho a responsabilidade de perceber esse fato, pois pertenço ao órgão responsável pela consciência da sociedade. Notar o grau de nocividade que ciclo vicioso traz e denunciar para a opinião pública o que acontece, ao mesmo tempo o que deve ser fortalecido com os recursos sociais que visam corrigir o problema. Mostrar que os milhões que são desviados do ciclo virtuoso do dinheiro, irá prejudicar o seu retorno em forma de produtos, os consumidores terão dificuldades de faze-los voltar para as nuvens das indústrias e o ciclo na forma da economia, termina por se deteriorar cada vez mais. Tenho que mostrar que os gerentes que tem a responsabilidade de fazer o dinheiro circular, não podem cair na tentação de desviá-lo para seus próprios bolsos, os bolsos da família, dos amigos e colegas de ação e intenção. Os corruptos podem beneficiar as pessoas mais próximas e com as quais geram interesses recíprocos, mas às custas de um grande sacrifício coletivo. As leis humanas já começam a ser formuladas para evitar esses desvios, mas, mesmo que não funcionem, as leis divinas que são incorruptíveis e sempre competentes, não irão deixar passar erros sem correções.

            Tenho que mostrar de forma didática a realidade desses fatos, sem a intenção de ser o juiz ou o carrasco de ninguém, pois todos nós somos irmãos mergulhados nos erros promovidos pela ignorância, e da mesma forma que alguma pessoa comete um erro devido a sua ignorância, sem saber as consequências daquilo que está fazendo, eu também, como ignorante, posso estar fazendo agora a mesma coisa.

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em 11/11/2016 às 00h59
 
10/11/2016 00h59
PARCERIA ESPÍRITO-MATÉRIA E EVOLUÇÃO CONSCIENCIAL

            Três pessoas espíritas passaram a frequentar o curso opcional de Medicina, Saúde e Espiritualidade, que coordeno na UFRN-CCS-DMC, na condição de ouvintes. São pessoas bastante experientes dentro da doutrina divulgada por Allan Kardec, trabalham em Centro Espíritas e conhecem bastante do mundo espiritual e de suas interpenetrações com o mundo material.

            Fui convidado por um deles para fazer uma palestra no Centro Espírita que funciona como um Pronto Socorro espiritual. Vi os trabalhos que eles desenvolvem no Centro, essencialmente de natureza curativa, com diversas salas de atividades e com diversos médiuns em ação ao mesmo tempo. Vi logo a possibilidade de fazermos um trabalho de pesquisa ou de extensão universitária, unindo o conteúdo acadêmico ao conteúdo espiritual.

            No trabalho de pesquisa pode ser feito um levantamento de todas as atividades espirituais, religiosas, não só dentro da Doutrina Espírita, e ver a metodologia que cada uma usa na sua prática.

            No trabalho de extensão pode ser feito uma parceria com o Pronto Socorro Espiritual para encaminhar pacientes necessitados de terapia espiritual para serem diagnosticados, acompanhados e verificados com objetividade o grau de recuperação da enfermidade.

            Qualquer uma das duas atividades deve ter como foco a importância do mundo espiritual na recuperação das doenças, na conscientização da existência pós desencarne e que precisamos evoluir no contexto moral.

            A existência do mundo espiritual tem sido há muito desconsiderado, mesmo a pessoa sabendo da sua existência. O mundo material exerce um forte poder de atração sobre a consciência, e quando estamos funcionando fora dos templos religiosos, pouco lembramos da nossa condição espiritual. Prevalece a hierarquia do mundo material, com o foco nos interesses evolutivos da matéria, geralmente associados ao egoísmo.

            A Academia que é o órgão pensante da sociedade, evita focar seu interesse no mundo espiritual, onde não consegue colocar a metodologia científica para a descoberta da Verdade. A intuição associada à lógica, coerência, termina sendo os principais fatores de manutenção do mundo espiritual no foco de interesse. Mesmo assim, não são todos os acadêmicos que usam a lógica e coerência para considerar a importância do mundo espiritual, muitos até nem aceitam a sua existência.

            Por esse motivo, os acadêmicos que têm a percepção clara da existência do mundo espiritual, não podem deixar de citar a sua importância dentro de nossa evolução e quais são os objetivos que iremos alcançar ao longo da vida.

            É importante que eu procure sentar com as pessoas que já convivem no cotidiano com o mundo espiritual para que eles me orientem como fazer essa convicção chegar às massas e que a maioria seja inclinada a considerar a importância da mudança nos paradigmas conscienciais para que nos tornemos aptos a construir os alicerces do Reino do Pai.

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em 10/11/2016 às 00h59
 
09/11/2016 00h59
AMOR INCONDICIONAL (01) – EXISTÊNCIA DE DEUS

            Apesar de não ser possível a sua mensuração de forma objetiva, o Amor é reconhecido pela maioria das consciências mais preparadas intelectualmente como a maior força do Universo, que pode ser reconhecido como a essência do próprio criador. É interessante que possamos fazer uma reflexão para a melhor compreensão dessa força tão importante e ao mesmo tempo tão invisível.

            O Pai achou que já era hora dos meus conhecimentos e paradigmas de vida serem colocados ao público, à bem da Verdade, e providenciou para que eu recebesse um convite para falar no Centro Espírita, Pronto Socorro Espiritual, com o tema à minha escolha. Não tive dúvidas, escolhi falar sobre o Amor Incondicional. Para isso procurei fazer um Power Point para organizar o pensamento e ajudar na exposição do assunto. Mesmo assim, o Pai achou que eu deveria falar do que estava em minha consciência, em contato direto com a plateia, sem me voltar para o material de apoio. A sala estava muito clara, esqueci de levar o meu notebook onde estava guardada a aula e o Centro Espírita não disponha de aparelho, para ao menos eu abrir para ler o que havia feito. Encarei a palestra como o Pai queria, falando diretamente para o público. Resgatei na memória o que havia feito e comecei a tarefa.

            A procura da verdade tem através da metodologia da ciência uma importante ferramenta para isso acontecer: achar a Verdade. No entanto, fatores de natureza mais abstrata trazem muito mais dificuldade para o cumprimento dos requisitos científicos. Além disso, a lógica e a coerência são atributos cognitivos que podem trazer à consciência fragmentos da verdade que não podem ser alcançados pela metodologia científica. Um desses fragmentos da Verdade, da maior importância, é a nossa origem, enquanto ser vivo, enquanto Universo.

            A Ciência aponta que tudo deve ter existido a partir de um único ponto, altamente concentrado em energia. Esse raciocínio é formado a partir do conhecimento de que o Universo atual está se expandindo, explicado através do espectro da luz vermelha que os astros deixam ao ser observados, fato este que é justificado pela velocidade de distanciamento que o objeto apresenta ao ser observado. Então, sendo feito um estudo retrospectivo, teremos que aceitar um encolhimento do Universo até o limite máximo de um ponto, incapaz de ser reduzido ainda mais. Este ponto contem por dedução lógica, todo o potencial energético do Universo conhecido. Alguma força fez com que esse ponto explodisse e expandisse o seu conteúdo, efeito esse existente até hoje.

            É neste ponto que o raciocínio, sem o apoio da metodologia científica, pois não encontra mais bases factíveis de comprovação de uma possível realidade, pode elaborar teorias racionais para futuras comprovações.

            A primeira teoria é de que esse ponto altamente compacto de energias, “ponto de energia máxima” recebeu uma explosão chamada de Big-Bang e que iniciou todo o processo. Não há uma explicação para que essa explosão tenha existido, tenha sido provocada. Apenas o raciocínio consegue falar sobre o efeito, não consegue ir adiante, para explicar a causa.  

            A outra teoria tenta explicar a causa do efeito e ao mesmo tempo ter a humildade do reconhecimento da incapacidade de explicar a sua existência, pela interveniência de uma inteligência de sabedoria máxima, que criou e detonou esse “ponto de energia máxima”, assim como pode ter criado e detonado outros “pontos de energia máxima” criando, em consequência, Universos sem conta.   

            Para mim, esta segunda teoria que inclui a participação de uma inteligência/sabedoria muito superior à minha, a minha existência que foi criada dentro dessas circunstâncias, parece muito mais completa que a primeira. Implica que eu tenha um Pai, um Criador, e que Ele pode se fazer presente dentro da minha consciência, dentro da reflexão desses argumentos. Então, o nome dEle também pode emergir dentro da minha consciência, de acordo com a consciência coletiva das comunidades/sociedades que estejam refletindo sobre Ele. Por isso aceito o nome “Deus” para a Sua identificação dentro desse arrazoado.

            A primeira teoria também sente algo parecido com Isso que identifico como Deus, mas resiste a ideia de uma inteligência/sabedoria criadora e prefere colocar tudo a disposição do caos, ao acaso, sem considerar a causa das energias formadas e condensadas, prontas para o Big-Bang.

            Em resumo, a primeira teoria defende como a origem de tudo, uma grande interrogação, sem inteligência ou sabedoria; a segunda teoria defende a existência de Deus que se manifesta como inteligência/sabedoria superior.

            Para onde vai o nosso raciocínio? Aceitar que tudo que vemos na organização da Natureza é proveniente de ações ao acaso sem uma inteligência/sabedoria norteadora, e que somente o tempo infinito é suficiente para através de ensaios de tentativa e erro chegarmos ao nosso atual ponto evolutivo? Ou que para a existência funcional do Universo com tanta precisão e leis, foi necessária a força de uma energia com inteligência e sabedoria para tudo acontecer e continuar acontecendo?

            Esta é a decisão que a nossa consciência deverá tomar, com base no livre arbítrio, para aceitar ou não inteligência/sabedoria criadora dos universos, aceitar a existência de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/11/2016 às 00h59
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