Procuro estar sempre sintonizado com o mundo espiritual, com a vontade de Deus na minha vida. A Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio é uma espécie de laboratório em que posso desenvolver projetos e praticar as lições do Evangelho. Agora, a praia, a hora de ir para ou voltar da hidroginástica parece ser o momento que Deus escolheu para fazer os testes comigo, principalmente aqueles mais difíceis, onde Ele quer me testar e ao mesmo tempo ensinar algo importante.
Assim aconteceu ontem, terça-feira, dia 16, as 06:40, estava na roda fazendo o aquecimento com os colegas antes de entrar na água. De repente ouvi o ruído estridente de pneus queimando no asfalto e ao olhar na direção do barulho, vi um carro que vinha em velocidade se chocando com dois carros que estavam estacionados. Todos ficamos impactados com aquela situação e o professor foi até o local, dizia que uma das suas alunas havia sido atingida e ele iria ajudar. A maioria ficou no local da roda da hidroginástica, entre eles eu. Queríamos entender o que aconteceu, entre todos eu. De repente um rapaz de seus 25 anos aproximadamente, vinha correndo de maneira suspeita se escondendo por trás das dunas, em direção ao mar. Imaginamos logo que ele estava envolvido no acidente e estava correndo para evitar algum flagrante.
Passados mais cerca de 5 minutos, ouviu-se um tiro e logo depois um policial conduzindo um prisioneiro algemado. A maioria o reconheceu como a pessoa que ia fugindo, correndo e se esgueirando. Vi que o policial conduzia seu prisioneiro e que as pessoas que estavam na roda do aquecimento começaram a aplaudir a ação rápida da polícia. Resolvi subir até o calçadão para ver de perto a situação.
Vi os estragos nos carros, principalmente nos dois primeiros que sofreram o choque direto. O rapaz negro, somente de calção, era colocado dentro do camburão, o rosto sujo de areia, era limpo pelo policial que queria tirar fotos, com movimentos da mão que parecia bofetadas. O rapaz não dizia nada, apenas olhava, indefeso, tudo que acontecia ao seu redor. Eu ouvia os comentários dos curiosos, que aquele tiro que havia sido disparado, alguém pensava que já era a eliminação do preso, pois o comandante da polícia havia dito que todos os policiais deviam ser duros contra o crime. Outro dizia que ele acabara de sair da cadeia, roubara esse carro para assaltar e agora estava aqui nessa situação. O comentário geral era que a marginalidade estava bastante exacerbada e que deveria ter uma ação do Estado para corrigir esse mal.
Deixei todos com esses comentários e voltei para o meu apartamento. Resolvi não ir mais para a hidroginástica, apesar do professor ter me chamado. Já estava tarde e eu deveria chegar cedo no meu trabalho no departamento. Refletia no caminho sobre tudo isso. Eu estava atuando em um projeto que visa prevenir essas agressividades há mais de dois anos. Será que esse trabalho irá corrigir tamanha violência como nós podemos observar no bairro? Esse rapaz que acabara de ser preso, pode ser um dos nossos moradores, uma das pessoas que nós queremos ajudar e evitar que se envolvam com o crime ou permaneçam nele.
A medida que eu voltava para casa esses acontecimentos flutuavam na minha mente como a exigir alguma solução. Lembrava que Jesus havia sido provocado numa cena de crime, quando a mulher pega em adultério foi levada a sua presença para Ele decidir. Sei que naquela hora a orientação que Jesus dera aquela turba que já estava com pedras na mão, de que quem não tivesse pecado jogasse a primeira pedra, foi suficiente para salvar a mulher da sanha assassina. Mas eu poderia fazer o mesmo? Primeiro, eu não tenho a autoridade que Jesus tinha naquela época. Segundo, o criminoso estava sendo levado pela polícia para ser julgado pelo seu crime, que não implicava em pena de morte.
Era uma situação diferente, mas eu sentia que o Pai estava me cobrando algo mais dessa situação. Isso foi confirmado em dois aspectos: primeiro, ao fazer minha leitura diária, com livros espiritualizados; e segundo ao ouvir um trecho da Bíblia num MP3. Então entendi que essa circunstância que o Pai me ofereceu era mais um teste, como outros que Ele já me ofereceu nesta praia.
Abordarei este teste com mais profundidade amanhã.
Que este título sirva de “Declaração de Consentimento” assinado em pleno exercício de minhas faculdades mentais. Caso eu seja acometido de uma doença mental, que coloque o meu patrimônio em risco e a vida das pessoas ao meu redor, parentes, amigos ou desconhecidos, que a minha condição de exacerbação mental provoque destruição ao redor e fugas dos locais de acolhimento, agredindo quem queira me conter, sei que somente o Hospital Psiquiátrico terá competência para me conter e cuidar. A não ser que no Hospital Geral tenha enfermaria psiquiátrica com todos os recursos do Hospital Psiquiátrico, capaz de conter a minha insânia destrutiva sem perturbar os demais pacientes clínicos ou desconstruir a administração.
Claro, eu escolheria ir para o Hospital Psiquiátrico (Instituto de Psiquiatria) da Faculdade de Medicina da USP, por exemplo, ou mesmo no Hospital Psiquiátrico Severino Lopes ou Clínica Santa Maria, ao invés de ficar na carência coletiva do Hospital João Machado. Também não poderia contar com as enfermarias de psiquiatria do Hospital Onofre Lopes, pois elas não poderiam me conter sem desorganizar o serviço. Portanto, não é a questão do Hospital Psiquiátrico que irá direcionar minha opção, e sim os cuidados que os gestores tem com a instituição. O Hospital João Machado pertence à gestão estadual e obedece os princípios do Ministério da Saúde. Sua construção for terminada em 1957 e desde essa época não passou por nenhuma reforma significativa. Os recursos são limitados, a AIH que financia a internação do paciente psiquiátrico são insuficientes para cobrir todos os gastos. Se o governo do Estado não pagasse aos diversos funcionários, o Hospital já teria ido à falência. A gestão Estadual nem muito menos a gestão Federal faz a devida correção financeira para transformar o hospital num ambiente que o paciente seja tratado com dignidade e os técnicos valorizados em suas ações, sem clima de guerra promovida entre as categorias profissionais.
Assim, quero responder à provocação de que “se caso eu precisasse de um internamento psiquiátrico, eu escolheria um estilo Hospital Psiquiátrico João Machado, Hospital Geral, ou um Centro de Atenção Psicossocial”. Eu também nunca gostaria de me internar no Hospital Psiquiátrico João Machado, sabendo de suas deficiências por descaso das gestões estadual e federal, mas se eu for acometido com uma doença mental com as características que mencionei acima, e se não tiver recursos para ser deslocado para um Hospital Psiquiátrico melhor cuidado pela gestão, autorizo me manter no Hospital João Machado enquanto o responsável psiquiátrico achar necessário. E não serei o primeiro médico a se internar em Hospital Psiquiátrico, tenho certeza, sou testemunha disso, e também médico assistente de alguns. Saberia que minha crise iria ser combatida com a melhor expertise dos colegas e que logo que eu tivesse melhorado receberia de volta a liberdade que eu perdi com a crise da doença mental.
Espero que essas posições sirvam de reflexões para todos os técnicos que atuam na área psi, principalmente dentro dos Hospitais Psiquiátricos; que reconheçam o grande serviço prestado por essas instituições e passem a defende-las dos ataques da ignorância, da maldade ou da perversidade. Se há criminosos dentro delas, que sejam denunciados e punidos.
Não consigo entender como técnicos que trabalham num Hospital Psiquiátrico, que fazem a estrutura funcional do Hospital Psiquiátrico, acusem o Hospital de ser um modelo de segregação sem se contaminar com essa acusação. Pois eu, como psiquiatra, se entendesse que o Hospital Psiquiátrico é um modelo de segregação, de prejuízos mental e social para os meus pacientes, eu me retiraria de imediato dessa instituição e iria denunciá-lo fora de seus muros. Iria lutar com todas as minhas forças para nenhum paciente com doença mental procura-lo, pois ao invés de ajudar iria piorar sua situação. Pois eu também entendo que nenhum modelo de segregação do ser humano deveria existir dentro da sociedade, quanto mais dentro do espaço terapêutico.
A minha compreensão é que o Hospital Psiquiátrico é uma instituição valente dentro do contexto social, principalmente nas condições da assistência médica do Brasil atual. Apesar de ser atacado por dentro e por fora, ele continua resistindo na sua missão de cuidar dos doentes mentais em crise e acolhendo-os, até mesmo fora de suas atribuições, como são os casos asilares ou manicomiais. Não é o Hospital que deseja isso, é a sociedade incompetente e relapsa com a saúde mental que joga os pacientes com essas necessidades nas portas de sua urgência. São os psiquiatras que representam o Hospital nesse momento, os responsáveis por essa acolhida (ou não) dentro de suas enfermarias, que se envolvem com a responsabilidade de, em benefício do paciente, não deixa-lo à deriva dentro dos labirintos malfazejos das ruas, sem lar ou acolhida institucional.
A justificativa de que “nenhum modelo que sugira ao familiar afastar-se ao menos por 15 dias dos seus pacientes devia existir” mostra um completo desconhecimento da lide psiquiátrica, ou mesmo uma cegueira seletiva, pois todos os colegas psiquiatras, e consequentemente toda a equipe que acompanha o tratamento de pacientes com doenças mentais, sabem de diversos casos onde a família implora para o paciente ser mantido afastado da convivência com os parentes, enquanto a doença ameaça à integridade deles e do próprio paciente. Muitas vezes os parentes tem receio de ir à visita com esses pacientes em crise, enquanto o psiquismo estiver dominado pela doença. Não seria este o espaço suficiente para eu citar a quantidade de pacientes que estão dentro desse critério, sem falar dos pacientes que chegam a cometer crimes contra parentes tão próximos quanto a própria mãe. E a justiça promove o afastamento da sociedade desse paciente e o resto da parentela traumatizada pelo ocorrido evita qualquer tipo de contato com essa pessoa. Só resta para acolhê-lo o Hospital Psiquiátrico e por fazer isso leva a pecha de segregador... Que ironia!
A crítica de ser feita a contensão física como punição não se aplica à correta conduta em psiquiatria. Nenhum psiquiatra que eu conheço trabalha com os recursos existentes, seja contensão física, seja eletroconvulsoterapia, como forma de punição. Essa é uma acusação perversa que visa demonizar a psiquiatria, pois qualquer pessoa de bem que tenha conhecimento de tal atitude por qualquer profissional médico, deve levar o caso à polícia ou ao Conselho Regional de Medicina. É um crime! Falar que isso acontece dentro da psiquiatria de forma vaga, é uma forma de deixar os psiquiatras de forma generalizada na berlinda, pois quem faz a indicação dessa conduta é o psiquiatra, quando a sua expertise aponta para essa necessidade.
Então, a opinião de que os manicômios mentais (atuais Hospitais de Custódia) ou institucionais (acredito que esteja se referindo ao Hospital Psiquiátrico), não devam existir, mostra um completo desconhecimento da necessidade dos pacientes mentais, pois colocaria aqueles que por fatalidade cometeram um crime dentro das celas com criminosos perversos por outra natureza, sem cuidados terapêuticos devidos; e aqueles que nas suas crises procurassem alguma instituição para ajuda, sem o Hospital Psiquiátrico João Machado existir em Natal, talvez o seu pouco fulgor mental e esforço da família não fossem suficiente para encontrar essa tal ajuda.
Outra informação tendenciosa, talvez por falta de conhecimentos, é que a Organização Mundial de Saúde (OMS) defende a extinção dos Hospitais Psiquiátricos. Pelo contrário, a OMS defende que para cada grupo de mil pessoas deveria ter um leito psiquiátrico. Assim, o país precisaria abrir mais 154 mil leitos para atingir a meta da OMS. O Ministério da Saúde no Brasil, sim, luta para acabar com os hospitais psiquiátricos com foco ideológico que infelicita não só a psiquiatria, mas toda a nação. O fechamento de hospitais psiquiátricos, que sucumbiram à lei, revelou a realidade do abandono familiar. Dois estudos na área da psiquiatria sugerem que muitos egressos desses hospitais morreram ou foram parar no sistema penitenciário. O pesquisador Fernando Portela, da Associação Brasileira de Psiquiatria do Rio de Janeiro, verificou que entre 1996 e 2005, segundo dados do próprio Ministério da Saúde, a mortalidade de doentes mentais aumentou 62,3%. Como concordar que técnicos que estejam aliados a essa coordenação mental do Ministério da Saúde que promove isso, esteja defendendo pacientes mentais?
A segunda acusação ao Hospital Psiquiátrico é que ele é uma prisão, ele trata o paciente em cadeias. Isso poderia até ser compreendido quando dito por pessoas leigas que não sabem o que é uma doença mental. Pessoas que veem o Hospital de longe, que nunca entraram em suas dependências, que não tiveram contato com os pacientes em suas crises.
A doença mental como o próprio nome indica, é uma doença que afeta a mente. Pode não ser identificada por nenhuma das técnicas avançadas de bioquímica ou imagens neurais, mas o transtorno se manifesta com todo seu potencial de retirar da pessoa o senso crítico e passar a se comportar por motivações internas, bizarras, auto e/ou heterodestrutivas, de um mundo abstrato somente entendido por sua razão corrompida. Esse mundo individual entra em confronto com o mundo real e esse choque geralmente é carregado de potencial agressivo, incontrolado pelos argumentos da lógica da realidade. O confronto estando assim estabelecido, a realidade deve conter a insânia, ou o contrário? Parece que não há dúvida quanto a primeira hipótese, devemos controlar um paciente que está com sua mente corrompida, que não aceita nem os procedimentos básicos de higiene ou relacionamentos, quanto mais o uso de uma medicação para uma doença da qual ele não acredita. No meu modo de ver, não existe nenhuma instituição extra hospital psiquiátrico que consiga acolher e cuidar de um paciente com esse perfil, até a sua recuperação da crise que o acometeu, a não ser o CAPS III se existisse em número suficiente para atender a demanda. Em Natal não vejo nenhum desses casos serem encaminhados para esses CAPS. Em Caicó existe CAPS III mas costumo ver sempre pacientes daquela localidade internado no Hospital João Machado, pois lá os técnicos não conseguem contê-los.
É preciso sim, de uma instituição como o Hospital Psiquiátrico capaz de conter o paciente em seus impulsos de insanidade, pois ele já está preso dentro da sua doença. A contenção que é feita no Hospital Psiquiátrico visa recuperar o paciente de sua doença em crise e devolvê-los para a comunidade com liberdade e dignidade, mesmo sabendo dos preconceitos que a sociedade ainda gera em torno deles, e incrível, alguns técnicos, que negam a existência de sua doença.
Portanto, é totalmente inverso o raciocínio de quem pensa ser o Hospital uma cadeia. O Hospital usa a contensão e perda do direito de ir e vir, pois o livre arbítrio do paciente está comprometido e ele assim é capaz, com o uso dessa “liberdade’ contaminada pela doença, cometer os maiores desatinos, como matar filhos, mãe, esposa, vizinhos, estranhos, e até ele mesmo com ações de automutilação ou autodestruição.
Esse capítulo do estudo sobre as doenças mentais não pode ser menosprezado por nenhum técnico que atue na área psi, sob pena desse técnico ser envolvido com ideologias políticas que não tem nada a ver com a condução técnica do tratamento das doenças mentais, pelo contrário, pode prejudicar a ação técnica, como vemos na presente gestão do governo federal, com o desmonte irresponsável dos leitos em hospitais psiquiátricos, por omissão de reformas necessárias ou por decretos perversos de desativações em cadeia.
Concluo esse raciocínio chamando a atenção, principalmente dos leigos, pois os técnicos devem saber dessa lição: a provável perda de liberdade que o Hospital Psiquiátrico provoca em seus pacientes, é justamente uma ação técnica necessária para devolver a esse paciente o retorno à sua liberdade, sem perda de patrimônio ou de vidas preciosas de parentes os aderentes.
O Hospital João Machado, coitado, luta para ser um hospital com características clínicas, com a missão de acolher o paciente em crise e devolver no menor tempo possível, de 15 a 30 dias, à comunidade, à sua família. No entanto, a força das circunstâncias extra-hospitalares, das políticas sociais extra psiquiátricas, cria uma situação premente onde a ética de bem cuidar do paciente força o profissional a atender pacientes com características asilares, que moram no hospital sem data definida de alta, por não terem referências familiares ou instituições apropriadas para cuidar do seu quadro clínico. Da mesma forma é forçado a cuidar como se fosse um manicômio de pacientes que cometem crimes e a justiça ordena a sua permanência, porque as instituições que o deveriam guardar não tem a devida competência para cuidar do seu quadro clínico. Que fazer com esses pacientes? Jogá-los na rua sem a devida compaixão por sua situação de indigência, apenas para respeitar um decreto ideológico que diz o Hospital Psiquiátrico não pode ser um asilo? Desobedecer a ordem judicial e não receber um criminoso doente mental, para obedecer com rigidez ao decreto de Reforma que diz que o Hospital Psiquiátrico não pode ser um manicômio? Sim, Hospital Psiquiátrico Hospital João Machado, sabemos que você quer ser um Hospital clínico, como seus congêneres são, receber o paciente, compensar e devolver para sua família... Mas você absorve os efeitos de nossa compaixão psiquiátrica, de acolher aqueles fora de sua missão, mas que não tem outra opção dentro da sociedade. E o mais perverso de tudo, pobre Hospital Psiquiátrico João Machado, você ainda é culpado disso acontecer... Como se você fosse o culpado por não existir Residências Terapêuticas suficientes, CAPS coerentes com suas funções e capacitados, Hospitais de Custódia preparados para a abordagem clínica. Você é acusado de Manicômio, de Asilo, e muitas vezes os pacientes em crise não conseguem acolhimento por suas dependências se encontrarem repletas de tanta gente em busca de socorro. E chega a deixar pacientes que precisam ser acolhidos, voltarem para casa com suas psicoses e cometerem insanidades, como aconteceu no bairro Planalto, onde um paciente apenas medicado foi para sua residência, matou os filhos e a população o linchou de imediato. Sem falar daqueles que são mortos em vias públicas das mais diversas formas e que somente o ITEP registra com a sua fria burocracia.
Então entramos na luta ideológica, e alguns técnicos, bem intencionados, bem sei disso, mas diz com todas as letras que VOCÊ NÃO DEVERIA EXISTIR. Dizem que a luta maior não é por instituições, nem categoria... e sim por um modelo de assistência, visão de tratamento, bem como seu modo de tratamento.
Nós, psiquiatras, entendemos que ainda existe a necessidade de um Hospital Psiquiátrico, além de todos os recursos extra-hospital psiquiátrico que possa existir: Ambulatórios, CAPS os mais diversos, leitos em hospitais gerais, residências terapêuticas, etc. existe uma doença mental que implica em tratamento especializado com os recursos aprofundados que as neurociências, a psicofarmacologia e a psicoterapia trouxe para a psiquiatria, associado a todas as técnicas complementares que ajustem o psiquismo do paciente à realidade. Tudo isso fluido naturalmente o Hospital Psiquiátrico poderia cumprir sua missão, de acolher o paciente em crise e devolver no menor tempo possível à comunidade. Mas, por deficiência da sociedade, do Estado gestor, que não cria esses recursos extra-hospitalares e assim sobrecarrega o hospital de preconceitos e de casos que não mais são de sua competência, deveria ser extinto? Parece-me um contra-senso, e ainda mais quando se justifica agir assim em defesa do paciente.