Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/04/2019 00h08
A AMIZADE (03)

            Em uma das noites que Jesus se encontrava com os discípulos na casa de Pedro, foi Judas que o interpelou sobre a Amizade. Judas vivia incomodado com esse conceito.

Fora escolhido pelo Cristo, na listagem dos 12 apóstolos, mas sentia dificuldade de se integrar ao grupo. Até hoje notamos certa discriminação como seu nome, pois sempre surge em último lugar quando se fala dos apóstolos. Mais tarde ele se tornou infiel e iníquo, conforme apresentado no Novo Testamento. Era o encarregado da bolsa do dinheiro dos apóstolos. “Tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava”. Teria demonstrado a sua fraqueza, na cena da unção com óleo perfumado em Betânia, onde testemunhou que estava mais apegado ao dinheiro do que propriamente aos gestos concretos com que Jesus demonstrava sua missão.

            Também há controvérsias sobre o seu comportamento e psiquismo. De acordo com os evangelhos canônicos, Judas veio a ser o traidor que entregou Jesus aos seus captores por trinta moedas de prata e, entrando em desespero, enforcou-se e condenou-se ao inferno segundo a tradição católica. É, por sinal, o nome de apóstolo que mais vezes aparece nos Evangelhos (vinte vezes) depois do de Simão Pedro.

O Evangelho de Judas é um evangelho apócrifo, atribuído a autores gnósticos nos meados do século II, composto de 26 páginas de papiro escrito em copta dialectal que revela as relações de Judas com Jesus Cristo sob uma outra perspectiva: Judas não teria traído Jesus, e sim, atendido a um pedido deste ao denunciá-lo aos romanos.

Desaparecido por quase 1700 anos, a única cópia conhecida do documento foi publicada em 6 de abril de 2006 pela revista National Geographic. O manuscrito, autentificado como datado do século III ou IV (220 a 340), é uma cópia de uma versão mais antiga redigida em grego. Contrariamente à versão dos quatro Evangelhos oficiais, este texto clama que Judas era o discípulo mais fiel a Jesus, e aquele que mais compreendia os seus ensinamentos. O seu conteúdo consiste basicamente em ensinamentos de Jesus para Judas, apresentando informações sobre uma estrutura hierárquica de seres angelicais e uma outra versão para a criação do universo.

Nessa noite, Judas encontrou a coragem para fazer a pergunta que lhe preocupava.

- Senhor, o que é Amizade? O que tanto escuto dos companheiros de aprendizado e cuja eficácia desconheço quase por completo? Não sinto, Mestre, por mais que eu me esforce, Amizade por alguém. Será que nasci desprovido dessa virtude, por herança dos meus ancestrais?

Jesus, olha Judas, compadecido, e responde com firmeza:

- A Amizade, meu filho, nasce de ideais idênticos.

- Não queiras desprezar a ti mesmo e aos outros por não sentires ainda a segurança de que precisas em relação aos companheiros.

- E não podes por tais motivos, julgar inferiores os teus sentimentos por não serem idênticos aos dos teus semelhantes.

- Usa o poder da prece nas horas de insegurança.

- Judas, meu filho, não podemos exigir Amizade de pessoa alguma.

- Ela é como os primeiros laços de amor entre as criaturas, e, se mãos inábeis não conseguem atar esses laços, é de bom grado que não te esmoreças no grandioso labor da conquista de auto aprimoramento, no silêncio da caridade.

- Nenhum de nós nasce com deficiência, já que isso implicaria na deficiência de Deus, o que seria o absurdo dos absurdos.

            - Se queres confiar nos outros, Judas, prepara-te primeiro para que possas confiar em ti mesmo.

- A Amizade surge da confiança, da certeza de que estás sendo útil, sem que a usura exija algo em troca.

- Quando vires entre teus irmãos que te rodeiam inimigos, isso é reflexo do inimigo que alimentas dentro do coração, da dúvida, da maledicência, da ambição e da preguiça.

Deves estar atento a isso: não faças ao outro o que não queres para ti mesmo.

- Se porventura fores atingido por alguma falsidade, é bom que não esqueças do perdão.

- Se, por acaso, o teu companheiro não te deu a atenção merecida, espera com humildade, que o tempo, diante da tua educação, irá fazer com que teu irmão compreenda a necessidade da tua companhia, reparando o gesto impensado com redobrado carinho em teu favor.

- Não devemos escolher a quem dedicamos gentileza, e o sorriso, em vez de nos

enfraquecer, harmoniza nosso campo de vida.

- Não negues alegria a ninguém, pois a felicidade caminha também por essas vias.

Jesus, quase transfigurado, acentua com delicadeza:

- Judas, se queres mesmo ter amizade, não deixes que falte fidelidade em teus pensamentos, palavras e atos, porque aqueles que queres como amigos talvez esperem isso de ti.

- Nós todos temos volumosos compromissos com os céus, e é de justiça que cumpramos os nossos deveres diante de Deus, nosso Pai Celestial, e da nossa consciência, que é Ele, igualmente, dentro de nós.

- Se o amor nasce da Amizade, a Amizade aparece do esforço que dedicamos à aquisição do amor.

- Começa hoje mesmo a sentir amor por toda a criação, para que possas chegar aos homens com acentuada segurança, e tenhas certeza de que não ficará em vão esse exercício espiritual.

- O sol nasce para todos, assim a chuva, assim a Amizade de Deus conosco e de nós com os nossos semelhantes.

- Trabalha e serve indistintamente, que a vida marcará, sem a figuração dos erros, todos os teus tentos de trabalho no bem imortal.

            Judas estava emocionado por ouvir tantas palavras sábias. Mantinha-se de pé, por respeito ao Senhor. De seus olhos cerrados rolavam lágrimas sem conta. Os onze companheiros pareciam tranquilos, mas também choravam por dentro, de tanta alegria espiritual. Eles escreviam nos corações, com o dedo da inteligência, letras de luz ligadas aos ensinos ministrados pelo divino doador, naquela noite inesquecível em que Judas Iscariotes, pela vidência, descobriu, brilhando na cepa de madeira onde Jesus se sentava, a expressão: AVE LUZ...

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/04/2019 às 00h08
 
10/04/2019 00h04
ALIMENTAÇÃO CARNÍVORA E CONSCIÊNCIA CULPADA

            Este texto de Ramatis é bem severo com relação a nós, civilizados e cristãos, que consumimos carne de animais sem nenhuma consideração pela vida desses seres. Confesso que fiquei bastante impactado na primeira vez que li esse texto, passei a não comer carne vermelha, de mamíferos, por um certo tempo. Depois, vencido pelo desejo e apetite, voltei ao velho hábito que hoje chega na minha consciência após a releitura desse texto abaixo com o título acima.

            A culpa começa exatamente onde também começa a consciência, quando já pode distinguir o justo do injusto e o certo do errado. Deus não condena suas criaturas, nem as pune por seguirem diretrizes tradicionais e que lhes parecem mais certas; não existe na realidade, nenhuma instituição divina destinada a punir o homem, pois é a sua própria consciência que o acusa, quando desperta e percebe os seus equívocos ante a Lei da Harmonia e da Beleza Cósmica. Já vos dizemos que, quando o selvagem devora o seu irmão, para matar a fome e herdar-lhe as qualidades guerreiras, trata-se de um espírito sem culpa e sem malícia perante a Suprema Lei do Alto. A sua consciência não é capaz de extrair ilações morais ou verificar qual o critério superior ou inferior da alimentação vegetal ou carnívora. Mas o homem que sabe implorar piedade e clamar por Deus, em suas dores, que distingue a desgraça da ventura; que aprecia o conforto da família e se comove diante da ternura alheia; que derrama lágrimas compungidas diante da tragédia do próximo ou de novelas melodramáticas; que possui  sensibilidade psíquica para anotar a beleza da cor, da luz e da alegria; que se horroriza com a guerra e censura o crime, teme a morte, a dor e a desgraça; que distingue o criminoso do santo, o ignorante do sábio, o velho do moço, a saúde da enfermidade, o veneno do bálsamo, a igreja do prostíbulo, o bem do mal, esse homem também há de compreender o equívoco da matança dos pássaros e da multiplicação incessante dos matadouros, charqueadas, frigoríficos e açougues sangrentos. E será um delinquente perante a Lei de Deus se, depois dessa consciência desperta, ainda persistir no erro que já é condenado no subjetivismo da alma e que desmente um Ideal Superior.

            Se o selvagem devora um naco de carne sangrento do inimigo, o faz atendendo a fome e a ideia de que Tupã quer os seus guerreiros plenos de energia e de heroísmos; mas o civilizado que mata, retalha, coze e usa a sua esclarecida inteligência para melhorar o molho e acertar a pimenta e a cebola sobre as vísceras do irmão menor, vive em contradição com a prescrição da Lei Suprema. De modo algum pode ele alegar a ignorância dessa lei, quando a galinha é torcida em seu pescoço e o boi traumatizado no choque da nuca; quando o porco e o carneiro tombam com a garganta dilacerada; quando a malvadez humana ferve os crustáceos vivos, embebeda o peru para “amaciar a carne” ou então satura o suíno de sal para melhorar o chouriço feito de sangue coagulado.

            Pronto! Como escapar desse beco sem saída racional? Se dizemos que respeitamos a vida em qualquer condição, como retirar a vida para nos alimentar com a carne que estava nela? Se Deus espera que façamos essa justiça usando nossa consciência, esclarecida, onde está Sua lei? Não há nenhuma saída para continuarmos consumindo a carne de seres vivos. Quem não consegue aplicar esse radicalismo na dieta, como eu, pelo menos tenho a possibilidade de fazer uma gradação de alimentos mais e menos causadores de culpa. Seguindo o exemplo do Mestre Jesus, que se alimentava de peixes, seres vivos, mas numa escala evolutiva mais baixa. A carne mais geradora de sentimento de culpa, é a carne dos mamíferos, bem próximos de nós na escala evolutiva.

            Dessa forma, reconhecendo minha pequenez espiritual, irei aplicar um escalonamento dietético, não excluindo qualquer alimento, mas dando a preferência por aqueles menos prejudiciais à minha evolução.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/04/2019 às 00h04
 
09/04/2019 00h04
JESUS E O JEJUM

            O espírito Ramatis, no livro Fisiologia da Alma, trata do Jejum associado ao comportamento de Jesus que vale a pena reproduzir e refletir.

            É a terapêutica do jejum o processo que melhor auxilia o espírito a drenar as substâncias tóxicas que provém do astral inferior pois, devido ao descanso digestivo, eliminam-se os fluidos perniciosos. A igreja católica ao recomendar o jejum aos seus fiéis, ensina-lhes inteligente método de favorecimento à inspiração superior. As figuras etéreas dos frades trapistas, dos santos ou dos grandes místicos, sujeitos a alimentação frugal, comprovam o valor terapêutico dessa alimentação. O jejum aquieta a alma e a libera em direção ao mundo etéreo; auxilia a descarga das toxinas do astral inferior, que se situam na aura humana dos “civilizados”.

            Aliás, já existem no vosso mundo algumas instituições hospitalares que tem podido extinguir gravíssimas enfermidades sob o tratamento do jejum ou pela alimentação exclusivamente pela à base de suco de frutas. Jesus, a fim de não reduzir seu contato com o Alto, ante o assédio tenaz e vigoroso das forças das trevas, mantinha a sua mente límpida e a governava com absoluta segurança graças aos longos jejuns, em que eliminava todos os resíduos astrais, perturbadores dos veículos intermediários entre o plano espiritual e o físico. O Mestre não desprezava esse recurso terapêutico para a tessitura delicada do seu períspirito; não se esquecia de vigiar a sua própria natureza divina, situada num mundo conturbado e agressivo, que atuava continuamente como poderoso viveiro de paixões e detritos magnéticos a forçarem-lhe a fisiologia angélica. Evitava sempre a alimentação descuidada e, quando sentia pesar em sua organização as emanações do astral inferior, diminuía a resistência material ao seu espírito, praticando o jejum, que lhe favorecia maior libertação para o seu mundo celestial.

            Nunca vimos Jesus partindo nacos de carne ou oferecendo pernis de porco aos seus discípulos; ele se servia de bolos feitos de mel, de fubá e de milho, combinados aos sucos ou caldos de cereja, morangos e ameixas.

            Esta percepção dos benefícios do jejum a partir do comportamento de Jesus, é deveras muito interessante e com a qual eu mais sintonizo, comparando com as diversas explicações sobre o benefício do jejum.

            A compreensão do jejum como forma de drenar as substâncias tóxicas e até o excesso de nutrientes, como gorduras localizadas, o descanso digestivo, a drenagem de fluidos perniciosos, o favorecimento à inspiração superior, a paz espiritual e direcionamento para o mundo etéreo, um escudo contra os ataques das trevas, curar ou prevenir o desenvolvimento de enfermidades, e manter a delicadeza do períspirito, são fortes argumentos na minha consciência para eu fazer essa atividade, principalmente no tempo propício da quaresma.

            Agora, a crítica em comer carne de mamíferos e aves como é feita, não consigo pactuar, mesmo já tendo tentado em passado recente. Essa crítica é feita em outros textos do mesmo autor, e irei colocar neste espaço em seguida, para maiores reflexões.

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em 09/04/2019 às 00h04
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08/04/2019 01h01
CÍRCULO DO MAL DE HITLER (20) – ROHM SAI DO CAMINHO

Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

XX

Às 12h15 do dia 20 de dezembro de 1924, após cumprir nove meses de uma pena de cinco anos, Hitler deixa Hess na prisão e é libertado. Após sua tão comentada prisão e sua recente renúncia como líder, isso deveria ser importante. Mas não há público o esperando. Apenas um carro. As coisas mudaram, e seu país não está mais louco por um messias.

A Alemanha está diferente. A economia estava melhorando. A República de Weimar está mais forte. Há mais estabilidade e confiança. É uma Alemanha que lidou com a crise e agora decidiu se estabelecer e achar um jeito de seguir os termos impostos pelas outras potências. Com esse clima e sem a liderança de Hitler, nas eleições de 1924, os nazistas conquistam apenas 3% dos votos. Parecem estar acabados. O número de membros que era de 35 mil em 1923, caiu pela metade. E protestar contra empréstimos americanos é ridículo em um período de prosperidade.

O clima mudou. Ele não pode mais ficar gritando nas ruas ou tentando metralhar as pessoas. Não dá certo.

Com o partido em frangalhos, Hitler está livre para reconstruí-lo de acordo com a nova visão política criada com Hess. O Partido Nazista não pode mais ser revolucionário e violento. Precisa adotar as formas do legalismo, contar com as eleições, e entrar no Parlamento, no Reichstag. Precisa passar pelas fases de ser um partido democrático parlamentar.

Hitler tenta retomar o controle do partido, mas logo descobre que é difícil se livrar de fantasmas do passado. Ernst Rohm esperou ansiosamente pela soltura de Hitler, convencido de que ainda podem trabalhar juntos. Hitler quer que seja um partido político adequado, que sigam os caminhos legais ao poder.

Mas há gente como Ernst Rohm, com visão mais revolucionária, para quem revolução nacional é revolução mesmo.

Por ter lhe dado a chance de desenvolver a SA, mesmo secretamente, ele descobre que Rohm tem milhares de seguidores. Hitler tem de cuidar dessa situação.

Em 16 de abril de 1925, em sua casa em Munique, ele confronta Rohm, esclarecendo sua visão política. Eles precisam parecer que estão agindo dentro do sistema político e que são um partido real e crível, e não um bando de lunáticos que tentam dominar cervejarias em Munique. Mas o antiquado Rohm acredita que toda revolução deve começar com um golpe.

Rohm fala de revolução e Hitler diz, dramaticamente: “A revolução vem depois da tomada do poder, não antes. Primeiro tomamos o poder, depois há revolução. ”

A relação entre Rohm e Hitler logo fica abalada. Hitler diz a Rohm: “Você montou esse enorme exército político, um perigo revolucionário, não quero isso. Não era para fazer isso.” E Rohm claramente fica irritado com isso.

Hitler sabe que Rohm é poderoso. Com um exército à sua disposição, é um momento perigoso. Mas, surpreendentemente, é Rohm quem recua. Rohm não tem como vencer. O controle de Hitler sobre o partido, embora não tão poderoso quanto será, é bem forte.

No dia seguinte, Rohm escreve a Hitler renunciando ao Frontbahn e a SA, mas implora para que continuem a amizade. Hitler não responde.

Rohm fica chateado e decide ir para a Bolívia... do outro lado do mundo. Ele decide: “Não consigo vencer. Desisto, vou embora. ”

Retirado do círculo íntimo, Rohm vai para a América do Sul. Mas ele terá sua chance de novo.

Com Rohm fora do caminho e Hess solto, começa a campanha para reganhar o partido e os corações e as mentes do povo alemão. Para o partido se tornar uma força política séria, o processo deve começar pelo líder. Hitler passa por uma transformação. Ele pode apostar no visual tradicional alemão volkisch, com lederhosen, as meias compridas e os sapatos típicos. Isso apela a certo elemento da comunidade. Ele também pode parecer mais tecnocrata, com um terno elegante. E se vai a um grande comício nazista... ele usa seu uniforme. Ele escolhe o tecnocrata. Agora parece um líder preparado e confiante. Pronto para reganhar o controle do partido e leva-lo a uma nova direção.

Rohm percebe que todo seu trabalho junto as milícias, não tem mais o apoio de Hitler. Mesmo com todo o poder que Rohm conseguiu com esse trabalho de arquitetar e viabilizar um exército inteiro nas ruas, a favor do ideal nazista, com truculência e mortes, mesmo assim Rohm capitula e não enfrenta a nova visão do seu chefe.

Mesmo caso existe na evolução das atitudes de Lula. Mesmo sendo pessoa de origem humilde, quase analfabeto, com ojeriza ao estudo, mesmo assim consegue deixar sob sua liderança diversas pessoas de nascimento mais nobre, de títulos acadêmicos, de tocas da justiça e de mandatos dados pelo voto popular. Sim, todo esse poder, essa sua influência, passou a existir com todo esse vigor, após a passagem pela presidência do Brasil e ter deixado a marca da corrupção em quase todos os ramos da administração.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/04/2019 às 01h01
 
07/04/2019 01h01
CÍRCULO DO MAL DE HITLER (19) – SURGE GOEBBELS

Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

XIX

ASSASSINO EM MASSA (cartaz apontando Hitler)

Sem Hitler, o Partido Nazista se fragmenta. Hesse disse: “Hitler é o partido, o partido é Hitler.” É uma boa expressão para usar como lema. Enquanto estava preso o partido continuou existindo, mas despedaçado. E os diferentes sujeitos nele lutavam pelo domínio do partido.

Mas o movimento não desmorona totalmente, e em meio ao caos político, recuperando-se da depressão e vendo a chance de deixar sua marca, Heinrich Himmler ressurge. Por um tempo ele se afastou da vida política, embora continue a ter interesse ativo em política de direita. Ele tenta se reintegrar ao movimento o mais rápido possível.

O atrativo de Himmler é ser trabalhador e inteligente. Em um partido de ideólogos e cabeças-quentes, Himmler realiza as coisas. É um homem muito meticuloso e exigente, e qualquer movimento político, por mais radical que seja, precisa de alguém muito capaz nos bastidores. Himmler assume papéis. É o homem “mão na passa” do partido. Eles passaram a dizer: “Himmler fará isso. ”

Após a renúncia de Hitler, o chefe bávaro nazista Gregor Strasser assume o papel de líder do partido. Logo Himmler torna-se seu vice. Com Strasser, bem como outros, trata-se em partes de ele manter o controle, mas também de estabelecer contatos que possam ser usados no futuro. E embora o partido ainda não seja a força política formidável que será, ele está provando ser inestimável.

Embora seja vice de Strasser, aos 24 anos, Himmler é o chefe nazista na prática na Baixa Baviera. E ele não é o único jovem ascendendo em meio ao caos.

Joseph Goebbels nasceu em 1897 em uma família de classe média baixa na cidade de Rheydt, na Renânia. Como Hitler, Goebbels também é um filhinho de mamãe mimado. Tinha dificuldades de fazer amigos. Quando jovem, passou por várias cirurgias no pé que o deixaram com uma deficiência permanente, e ele passou o resto da vida mancando ao andar. Então ele desenvolveu uma personalidade solitária, reservada. E assim como Hitler, Goebbels crê que merece mais, encontrando um bode expiatório para seus fracassos na Alemanha pós-guerra.

Goebbels é um jovem com um grande ego. Ele fez doutorado, escreveu livros não publicados e peças não produzidas, e tem uma estirpe muito virulenta de antissemitismo correndo nele. Inspirado pela exibição de Hitler no tribunal, o entusiasmo político de Goebbels é impulsionado quando, em 1924, ele viaja até Weimar para participar de seu primeiro comício da direita.

Tudo que passamos a associar com o ritual do Partido Nazista e seus encontros estava presente no comício. As bandeiras, os estandartes, o uniforme, a marcha, a entoação, as cantorias, os discursos feitos para públicos entusiasmados... a violência, o ataque a transeuntes... pessoas espancadas na ferroviária, bebedeira e convívio à noite... Tinha tudo isso lá. Embora ainda não seja membro do partido, ele mergulha na política de direita. Mas como evangelista deficiente, a arma de Goebbels serão as palavras. Ele arruma emprego em um jornal político mal das pernas, e escrevia o jornal todo. E, de repente, na cabeça dele, ele virou um jornalista com um trabalho adequado. Logo ele leva suas ideias às ruas, e descobre que tem outra coisa em comum com Hitler: sabe cativar o público. E aqui começamos a ver a extraordinária ética de trabalho que o guiou pelo resto da vida, pois combinava o trabalho jornalístico com discursos públicos. De início, para públicos menores e locais, mas aí ele descobriu que tinha talento para isso. E, em questão de poucas semanas, ele ganhou reputação de orador eficaz. E essa reputação se espalhou no Partido Nazista.

Nesse ponto observo uma diferença maior entre o Partido Nazista e o Partido dos Trabalhadores, e seus respectivos líderes, Hitler e Lula. O primeiro conseguiu um aliado de igual poder de oratória, que mantinha os ideais do líder que se encontrava na prisão. Com Lula foi diferente, não conseguiu nenhum aliado que pudesse conduzir com competência de oratória, os conchavos. Fez até uma tentativa com sua aliada a “presidenta” Dilma, que foi um desastre em todos os sentidos, desde o assassinato do português, até manter a continuidade da corrupção e a sua verve mentirosa de ex-guerrilheira. Era ele que de dentro da prisão tentava influenciar os destinos do partido, apesar de vozes inflamadas que se levantavam a seu favor, mas desta vez com a pecha da corrupção que atingia todos seus correligionários.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/04/2019 às 01h01
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