Ao assistir o 5º episódio da nova série Cosmo que está disponível na Netflix, percebi a influencia negativa na China ao destruir livros que fossem de encontro a autoridade do governante, enquanto, no mundo mulçumano, os governantes enviavam emissários pelo mundo inteiro em busca de novos livros, de novas opiniões que pudessem ampliar os conhecimentos. Assisti o trecho abaixo que coloco na forma do monólogo que o apresentador mostra o assunto:
“Ibn Al-Hazen foi o primeiro a ditar as regras da Ciência. Ele criou um mecanismo de correção de erros, uma forma sistemática e inexorável de examinar os erros em nosso raciocínio. (Encontrar a Verdade é difícil... e o caminho é acidentado. Como buscadores da Verdade, o melhor é não julgar e não confiar cegamente nos escritos dos antigos. É preciso questionar e examinar criticamente o que foi escrito por todos os homens. É preciso aceitar apenas o argumento e experiência em vez do que qualquer pessoa diz, pois todo ser humano é vulnerável a todos os tipos de imperfeições. Como buscadores da Verdade devemos também suspeitar e questionar nossas próprias ideias ao investigarmos fatos para evitar preconceitos ou pensamentos descuidados. Sigam esse caminho e a Verdade lhes será revelada).”
Essa é uma boa orientação que procuro usar em todos os aspectos da minha vida e não apenas na ciência. Principalmente no âmbito político onde eu tenho a tendência de defender um partido e que isso leva à dificuldade de ver o que é positivo nos outros partidos que possuem programa e ações melhores do que o meu. Lembro que participo de alguns grupos políticos no whatsapp e um deles é composto por 100 pessoas com as mais diversas orientações políticas. Pois é nesse grupo que observo as discussões mais ferrenhas, onde se chega perto da agressão pessoal. Na maioria das vezes procuro não entrar nesses debates tão acalorados, mas sinto a minha tendência de ficar sempre ao lado dos argumentos daqueles que defendem a forma de eu pensar, e também, procuro rejeitar todos os argumentos em contrário. Certamente que, se todos colocassem esses princípios de Ibn Al-Hazen em prática, as mensagens seriam bem mais cordatas e o crescimento de todos em busca da Verdade seria feito com mais eficiência.
Acredito que, mesmo com a tendência de ver com mais simpatia um dos lados da questão, mesmo assim eu já praticava essas orientações de forma intuitiva, ao sempre procurar ver os dois lados e procurar a empatia com os contentores quando se desenvolvia algum tipo de litígio. Mas irei ficar ainda mais atento em seguir essa metodologia, pois a busca da Verdade é um dos principais aspectos dos paradigmas de minha vida.
Sei que na vida de relacionamentos onde os instintos animais tem ainda uma prevalência na consciência, muitos dos pensamentos que surgem e até mesmo ações que desenvolvo, podem ferir a terceiros se forem informados de público. Isso gera a necessidade do artifício da “caixa preta” que todos devem ter como forma de preservar o bom relacionamento.
Dessa forma muita Verdade, por omissão, cai nessa “caixa preta”, mas todos devem saber da sua existência como forma de justificar a coerência de sua existência frente a necessidade da Verdade. Não é que um pensamento ou ato que surja tenha que ser necessariamente informado, pois todos devem saber dosar aquilo que possa ser informado, sem prejuízo para si ou para terceiros.
Esse é um aspecto delicado da condução da vida que se deseja associada à Verdade, pois não podemos mentir nem deixar na “caixa preta” algo que seja necessário o outro conhecer, como forma dele se proteger de alguma ação que poderia realizar se não tivesse essa informação. Mesmo que essa Verdade seja dolorosa, mas é importante que mesmo assim ela seja informada, pois nesse caso o interesse de terceiros deve ser preservado, já que a informação poderia levá-lo a ter ações equivocadas e prejudiciais à sua própria evolução. Mesmo que essa revelação traga prejuízos aos nossos interesses imediatos.
Na leitura do livro “Pascal” escrito por Huberto Rohden, encontrei um trecho nas páginas 59-60 que reforçou bastante o meu pensamento e que reproduzo na íntegra:
“Mestre de Sacy (filho de uma irmã do célebre Jansenista Arnauld) introduziu Pascal na vasta selva de grandiosos pensamentos que são as obras de Agostinho. E a alma do grande pensador gaulês fundiu-se com o espírito congenial do grande místico africano. Todos os futuros triunfos, como também os seus violentos conflitos espirituais, têm raiz na ideologia agostiniana. Não há, aliás, em toda a história do Cristianismo homem algum que tenha dado ocasião a maior número de ideologias várias e desencontradas do que o célebre filho de Mônica. Quem entra nessa selva tropical de pensamentos com o intuito de fazer a sua coleção de ideias ou provar a sua tese predileta, encontra abundantíssimo material para seu jardim ou seu museu espiritual – tão panorâmico é o espírito de Agostinho. Com as obras do Bispo de Hipona podem-se provar, mais ou menos, todas as ideologias espirituais; basta colecionar pensamentos de certo colorido e deixar de parte os de outros coloridos – assim também como se pode provar que a luz do sol é verde, vermelha ou azul, conforme a afirmação exclusiva que se faça desta ou daquela faixa do prisma produzido pelos raios solares. Os grandes homens, porém, não são exclusivistas, mas, sim, eminentemente inclusivistas, e só um espírito de vasto e panorâmico inclusivismo é que pode compreender e interpretar corretamente os gênios de horizontes universais. O Evangelho de Jesus Cristo é o que há de mais inclusivista e panorâmico que se possa imaginar – e dele precisamente têm os espíritos estreitos e exclusivistas feito a mais horripilante caricatura que já apareceu na face da terra. Todas as polêmicas teológicas e todas as guerras de religião, nasceram desse exclusivismo, destruindo a harmonia espiritual da humanidade que o vasto inclusivismo de Jesus estabeleceu entre os homens.
Sempre estou dizendo nos círculos da minha intimidade, que a forma do meu Amor Incondicional é manifestada nas minhas ações através da inclusividade com todos, inclusive nas teorias acadêmicas e espirituais. Quem está sintonizado com o amor condicional próprio do romantismo, acha esquisita a minha tese e paradigmas de vida. Não conseguem entender como é possível uma pessoa que se relaciona intimamente comigo ter o direito de se envolver afetivamente com qualquer pessoa que o seu coração pedir, que eu garanta esse direito e, além disso, passe a amar com um diferencial positivo aquela outra pessoa que minha companheira permitiu ter afeto íntimo por ela. Dentro do exclusivismo do modo dessas pessoas pensarem e agirem, nenhuma até agora eu tenho visto aceitarem essa proposta da inclusividade afetiva, ou mesmo entenderem em profundidade. Não conseguem perceber que a realidade do Reino de Deus só é alcançada com a aplicação do Amor Incondicional e essa só pode ser manifesta com a inclusividade, e não com a exclusividade.
Essa forma de pensar me deixa isolado no meio social, um estranho no ninho, como um ser de outro planeta, de uma civilização muito diferente desta em que estou inserido. O que me deixa feliz são textos dessa Natureza que reforça que, por mais que eu me sinta solitário na sociedade em que vivo, no meu modo de pensar estou associado aos grandes personagens da humanidade, inclusive ao próprio Cristo!
Este foi o título da leitura que fiz no dia 01-05-14, na Bíblia (Isa, 18-26), que me trouxe reflexões do momento atual que vivo em sociedade e da minha perspectiva cada vez mais profunda de ser um instrumento de Deus. Assim compreendendo, reproduzo na íntegra com a interpretação abaixo de cada versículo:
18. É por isso que o Senhor está desejoso de vos perdoar; é por isso que Ele se ergue para vos poupar; porque o Senhor é um Deus justo; ditosos aqueles que nEle esperam.
Deus monitoriza toda a Natureza na qual Se expressa materialmente. Os homens, por terem livre arbítrio, terminam se desviando dos caminhos harmônicos do Criador, fazem pecados (erros) dentro de suas ignorâncias e geram os desequilíbrios onde uns poucos são verdugos e a maioria é escravizada. Estes terminam intuitivamente por fazer suas orações à espera da justiça do Senhor.
19. Sim, povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás mais do que chorar. A voz de tua súplica Ele te fará misericórdia; assim que a ouvir Ele te atenderá.
Sempre existe a possibilidade de Deus ouvir a súplica dos desamparados, humilhados e escravizados, assim que entender ser o momento adequado.
20. (Quando o Senhor vos tiver dado o pão da angústia e a água da tribulação) aquele que te instrui não se esconderá mais, e verás com teus olhos aquele que te ensina.
Certamente o homem deve passar pelo sofrimento das tribulações, como forma de compreender os seus erros. Deus envia então Seus profetas, os messias, para que sejam explícitas as Suas mensagens. Esses enviados de Deus saem do anonimato das multidões e suas palavras devem possuir a coerência com o divino, com o Amor Incondicional e assim todos poderão ver com os olhos aquele que ensina como corrigir e evitar os erros.
21. Ouvirás com teus ouvidos estas palavras retumbarem atrás de ti: “É aqui o caminho, andai por ele”, quando te desviares quer para a direita, quer para a esquerda.
É importante que as palavras do Divino seja ouvidas com clareza para apontar os caminhos e evitar os desvios à direita (partidos políticos conservadores) ou à esquerda (partidos políticos socialistas ou comunistas). É importante seguir no caminho do meio, como já aponta a sabedoria budista.
22. Acharás imundo o revestimento de prata de teus ídolos esculpidos e as aplicações de ouro de tuas estátuas fundidas: arrojá-los-ás como imundícies, gritando-lhes: “Fora daqui”.
O objetivo a ser atingido é que aqueles antes mergulhados nos erros de suas ignorâncias em busca da prata ou ouro, dólares ou reais, poder ou bens materiais, percebam tudo isso como imundícies que enojam o espírito e assim jogue-os todos fora com verdadeiro asco.
23. (O Senhor) dará chuvas às sementes com que proverdes o solo e o pão que produzir a terra será nutritivo e saboroso. Naquele dia teu gado pastará em vastas pastagens;
Ao seguir nas trilhas naturais do desígnio divino, tudo se harmonizará na vida individual e coletiva do homem.
24. Os bois e os asnos, que trabalham a terra, comerão uma forragem salgada que será joeirada com a pá e com a peneira.
O trabalho sempre será uma necessidade para a evolução de todos com a Natureza.
25. Então, em todo monte alto e em toda colina elevada haverá arroios de água corrente, no dia da grande mortandade, em que desabarão as fortalezas.
Todos estão convidados para essa recuperação dos erros cometidos e assim evoluírem em direção ao alto em busca da harmonia com a Natureza. Aqueles que teimarem em se encastelarem em suas fortalezas de prepotências serão destruídos na sua arrogância.
26. Então a luz da lua será viva como a do sol, e a do sol brilhará sete vezes mais (como a luz de sete dias), no dia em que o Senhor pensar a chaga de seu povo e curar as contusões dos golpes que recebeu.
Com a limpeza do planeta dos espíritos rebeldes que são forçados à reconsiderar suas atitudes maléficas com o expurgo obrigatório, a Terra será revestida de luz cada vez mais brilhante, seja de dia ou de noite. O povo viverá apenas com as lembranças das chagas e contusões do passado.
Esta mensagem é de grande importância e ressalta o valor que deve ter no momento atual a figura do Messias que em nome do Criador deve apontar os caminhos para a correção dos erros que já estão bastante acumulados.
Em 30-04-15, conforme edital publicado 15 dias antes, fizemos a Assembleia para fundação e eleição da nova Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM). Estavam presentes as seguintes pessoas: 1. Edinólia 2. Radha 3. Luzimar 4. Paulo Henrique 5. Adriano 6. Netinha 7. Ismael (1ª vez – Policial – Blog Patrulha Rocas) 8. Rosário 9. Adriana 10. Damares 11. Ana Paula 12. Tarcísio 13. Davi 14. Marília 15. Vênus (1ª vez) 16. Ilane 17. Maria Cícera 18. Naire 19. Severino 20. Nivaldo 21. Francisco Rosendo 22. Jorbão 23. Francisco Rodrigues 24. Lindeilza 25. Francisca Torres. Francisco Rodrigues presidiu os trabalhos sob a anuência de todos, secretariado por Radha. Foi acatado os seguintes pontos de pauta: 1. Fundação da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM); 2. Eleição da diretoria; 3. Eleição do Conselho Fiscal; 4. Designação da Sede. 5. Definição do dia e local da posse; e 6. Definição do dia para aprovação do Estatuto. 1º) FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DA PRAIA DO MEIO – (AMA-PM) – Após considerações positivas feitas por Rosário, Ismael, Tarcísio, Damares, Adriano e Luzimar foi aprovado por unanimidade a fundação da Associação que passa a existir a partir deste momento. 2º) ELEIÇÃO DA DIRETORIA – Foram apresentados os seguintes nomes em chapa única, que já foram devidamente discutidos em reuniões anteriores: Presidente – Paulo Henrique; Vice-Presidente – Luzimar Ferreira; Secretário – Clóvis Costa; 2º Secretário Damares Batista; Tesoureira – Edinólia Câmara; 2º Tesoureira – Ana Maria. Todos os presentes acataram os nomes apresentados nos seus respectivos cargos por unanimidade e foram eleitos por aclamação. 3º) ELEIÇÃO DO CONSELHO FISCAL – Foram apresentados os seguintes nomes como titulares do Conselho Fiscal: Ezequiel Borges, Nivaldo de Brito e Tarcísio Costa; como suplentes do Conselho Fiscal: Davi Firmino, Francinete Venâncio e Cíntia Carvalho. Foram todos eleitos por unanimidade, por aclamação. 4º) DESIGNAÇÃO DA SEDE DA ASSOCIAÇÃO – Foi apresentado a proposta de ser mantida a Escola Estadual Olda Marinho, localizada na Rua 25 de Dezembro, 14 – Praia do Meio, Natal-RN, como sede provisória. Sem outras opções de imediato, foi aprovada a proposta por unanimidade. 5º) DESIGNAÇÃO DO DIA E LOCAL DA POSSE DA DIRETORIA E CONSELHO FISCAL – Foi apresentada a proposta de ser realizada a posse da Diretoria e Conselho Fiscal da AMA-PM, na próxima quinta feira, dia 07-05-15, no Shopping de Artesanato Mãos de Arte, as 20h, dentro do Evento mensal Lua Cheia na Praia do Meio, em sua terceira edição. Aprovado por unanimidade. 6º) DEFINIÇÃO DO DIA E LOCAL PARA LEITURA E APROVAÇÃO DO ESTATUTO – Foi apresentada a proposta do dia 14-05-15, as 19h, na Sede Provisória localizada na Escola Olda Marinho para a leitura e aprovação do Estatuto. Foi aprovada por unanimidade. Após a aprovação dos pontos de pauta, Ezequiel fez considerações sobre a importância do trabalho da Associação nas ruas do bairro e Francisco Rodrigues fez considerações sobre a importância do trabalho que cada um exerce, de acordo com a sua vocação e no sentido da humildade e da solidariedade, conforme o compromisso prioritário que temos com o Criador que é o nosso principal “patrão” neste trabalho. Encerramos os trabalhos com todos em roda e de mãos dadas fazendo a oração do Pai Nosso conduzida por Paulo Henrique e finalizado com uma oração do coração conduzida por Luzimar Ferreira. Todos posamos para a foto coletiva que materializa no tempo esta reunião histórica.
Interessante, como a verdade que surge em qualquer momento de minha vida pode mudar o foco dos meus pensamentos, sentimentos e ações. Isso em qualquer área, pois já vi isso acontecer com pessoas próximas que mostram de repente que não é aquilo que projeta ser. Dentro da intimidade ou na relação com outras pessoas à distância, tem um pensamento e comportamento diferente daquele que mostra para mim. Quando eu percebo isso, que pode ser de forma objetiva ou intuitiva, considero essa pessoa naquele momento como hipócrita, pois defende uma coisa num momento junto a algumas pessoas e mais tarde na sua intimidade ou na relação com outras pessoas, passa a pensar e se comportar de forma diferente.
Apesar de mudar a minha conceituação e até forma de agir com determinada pessoa, quando percebo nela traços ou hipocrisia declarada, não a isolo, condeno de forma pública ou trato com indiferença, mas procuro agir com mais cuidado para evitar prejuízos, e mesmo que eu veja que estou ainda sendo prejudicado por essas ações hipócritas, mesmo assim permaneço perto como forma de aguardar que a minha forma de agir dentro do amor incondicional seja capaz de curar tão grave ferida da alma.
De certa forma isso aconteceu com Roberto Carlos a quem eu tinha como ídolo desde a minha adolescência. Ao ler o livro de Paulo César de Araújo, “O réu e o rei”, que fala da biografia não autorizada do cantor, “Roberto Carlos em detalhes”, vi que o mesmo processo agora acontecia comigo, com uma pessoa que nunca falei diretamente, nem nunca o vi pessoalmente, pois nunca fui a nenhum dos seus shows. Mesmo assim as suas músicas românticas repercutiam profundamente em minha alma desde a adolescência até o momento atual. Quando eu comprei esse livro do Paulo César, que estava exposto em uma feira de livros no Norte Shopping em Natal, nada sabia desse imbróglio que acontecera entre autor e cantor. Tinha ouvido falar sim, mas muito superficialmente, não dei valor a informação, não entrei no mérito da questão.
Quando comecei a ler o livro, percebi que era bem escrito, de forma leve, direta e cheio de detalhes que também faziam parte de minha vida. De repente me vi envolvido pela leitura e não queria mais parar de ler, pois tudo se encadeava como uma série de emoções que evocava a urgência de ler os capítulos seguintes. Apesar de todo o trabalho e responsabilidades que tenho de cumprir durante a semana, incluindo o sábado e domingo, mesmo assim conclui o livro em nove dias.
Esse foi o tempo suficiente para que a verdade que o Paulo César me trouxe conseguisse mudar drasticamente a ideia e conceito que eu tinha do ser humano: Roberto Carlos. Percebi que as canções tão lindas que ele gravou não faziam eco com os sentimentos que ele tinha dentro do seu coração e da vontade que exercia ao seu redor. A figura de “rei” que respeitosamente eu acatava em minha consciência, perdeu de repente toda sua “majestade”, de repente o “rei” estava nu e não era nada bonito o que minha consciência percebia.
Não vou deixar de sentir o que suas músicas evocam dentro do meu coração, o sentimentalismo que faz sintonia com o meu romantismo, mas todos esses sentimentos estão agora dissociados do seu autor, ou melhor, do seu intérprete. Acredito que o cantor tenha até sentido as emoções que ele canta em suas composições e interpreta com tanta emoção; acredito que isso não seja falso, ele realmente sente isso quando compõe e quando interpreta no palco. Mas por uma estranha transformação motivada pela força instintiva do egoísmo que prioriza os recursos materiais, o ganho do vil metal, ele coloca na vida cotidiana esses valores monetários acima do romantismo do qual ele conseguiu ser o “rei”.
Esse comportamento do “rei” soa dentro da minha consciência como um ato de hipocrisia, de algo que ele faz de forma íntima, mas que não consegue dizer essa verdade em público, pois a verdade destrói a personalidade, a persona, a máscara que ele criou para a sociedade. O livro de Paulo César induziu o comportamento que o autor em outra obra demonstra: tirou a indumentária da realeza e agora minha consciência identifica não mais um “rei”, mas um mendigo dos valores espirituais, apesar de compor e parecer ser uma pessoa tão espiritualizada.
Se eu nunca fiz questão de assistir um show de Roberto Carlos, apesar de ter condições de pagar o alto preço do seu ingresso, hoje não tenho nenhum interesse em vê-lo em nenhum show, mesmo que seja aparentemente gratuito, pois ele nada faz de gratuito para ninguém, sempre tem uma condição de retorno por trás de toda aparente boa ação. Mas a qualidade de suas música sua hipocrisia não vai roubar de mim, vou continuar a ouvi-las e a me emocionar com elas, como fazia na adolescência e até hoje com tantos anos vividos, quando a nostalgia toma conta do meu coração.
Também não quero parecer radical e dizer que destruí o ídolo Roberto Carlos para sempre em minha consciência. Se amanhã eu tiver a informação que de alguma forma tudo que li foi mentira, ou que o cantor deu demonstrações reais de ter mudado realmente o seu comportamento e que destruiu sua hipocrisia, voltará a ter um destaque em meu coração e minha consciência.