O Alcorão é o livro sagrado que contém o código religioso, moral e político dos muçulmanos. Muçulmano é todo individuo que adere ao Islão, uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Maomé, e que se submete a Deus. O texto original do Alcorão em árabe clássico é considerado pelos muçulmanos a palavra textual de Deus revelada ao Profeta Maomé por intermédio do arcanjo Gabriel.
Maomé nasceu em Meca no ano de 570 dC e morreu em Medina no ano de 632, aos 62 anos. Para os muçulmanos ele é o mais recente e último profeta de Deus. Foi precedido por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac , Ismael e Abraão.
Foi no ano de 610, enquanto dormia ou em estado de transe, Maomé com 40 anos, viu o anjo Gabriel na sua frente. Foi citado o primeiro verso do Alcorão. É considerado uma blasfêmia atribuir esse livro a outro que não seja Deus.
Deus havia revelado Sua vontade aos judeus e aos cristãos pela voz dos seus mensageiros. Mas eles desobedeceram as ordens de Deus e dividiram-se em seitas. O Alcorão acusa os judeus de terem corrompido as Escrituras, e os cristãos, de adorarem Jesus como o filho de Deus, quando Deus nunca teve filho e quer ser adorado com absoluta exclusividade. Dessa forma desencaminhados, judeus e cristãos devem ser chamados de novo para a senda da retidão, da religião verídica fundada por Abraão e que Maomé, o último dos Profetas, veio pregar.
O que posso observar estudando todas as informações com relação ao divino, é que Deus vem se desenvolvendo no psiquismo humano de forma organizada desde a época de Abraão, por volta de 2.000 aC. Vejo que Cristo é o fiel dessa balança temporal Estamos agora há 2.000 dC, tempo suficiente para se fazer uma reflexão ampla de todas essas instruções intuitivas ou perceptivas do divino e suas diversas orientações e interpretações. A lógica aponta que Maomé não pode ser o último profeta, muita transformação ainda é necessária para a sociedade atingir o nível de justiça e harmonia que caracterizará o Reino de Deus, como Jesus ensinou.
A participação de Maomé nesse processo evolutivo foi importante para o povo de sua região, na união das diversas tribos e da disciplina que deveria ser mantida, até mesmo com o critério da guerra santa, onde o adversário pode ser destruído, como se entende até hoje com os movimentos de terrorismo pelo mundo afora. Apesar de isso ser positivo para os interesses da comunidade islâmica, vem na contramão do que Jesus ensinou e que não pode ser incorporado aos critérios do Reino de Deus.
Vejo que o movimento espiritual que prima pela evolução em direção à essência de Deus, que é o Amor Incondicional, teve um salto de qualidade em 1857 com a publicação do Livro dos Espíritos, uma codificação dos ensinamentos dos próprios espíritos, feita por Allan Kardec. Este foi o momento onde o mundo espiritual mais se aproximou do pensamento humano, colocando dentro dele os ensinamentos da verdade como o Cristo ensinou e que poderiam agora ser estudados e confirmados pela ciência, muitos desses fenômenos observados.
Agora o homem tem a clareza do Evangelho como um roteiro seguro para a caminhada espiritual, para a evolução a partir da reforma íntima, e não da reforma do outro através da censura e punição. Estamos no ponto de assumir essa verdade e de ter a coragem de aplicá-la na prática, nos afastando cada vez mais da condição animal e nos aproximando da condição angelical.
Para isso não é preciso um profeta indicado por Deus, cada um pode assumir a responsabilidade quando sentir o Paráclito dentro da sua consciência a apontar os caminhos corretos, ao sugerir condutas adequadas. Não é preciso uma religião precisa, única, exclusiva, para que isso aconteça. Em qualquer templo religioso ou mesmo no contato simples da Natureza, o homem pode fazer esse contato com Deus e nas suas ações diárias construir o Seu Reino, conforme Sua vontade.
Jesus veio ensinar sobre o Reino de Deus em uma sociedade materialista, violenta e preconceituosa. Como foram colocados conceitos de confronto a essa visão egoísta, terminou o justo sendo julgado e condenado como injusto.
Hoje sabemos da farsa daquele julgamento, sabemos da motivação de todos os seus acusadores e juízes. As lições de Jesus sobre o Reino de Deus feitas há 2000 anos permanecem vivas em nossas mentes e corações. Sabemos que somos os responsáveis pela correção de nossos vícios e defeitos, e pela construção desse Reino que Ele previu.
Sempre é bom lembrar essas lições de Jesus para poder aplicar em nossas vidas, nos nossos relacionamentos. Assim, vamos ver o que foi escrito pelos apóstolos:
“O Reino dos Céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu. O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio. Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: queres que vamos e o arranquemos? Não – disse ele -; arrancando o joio, arriscais tirar também o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita.”
“O Reino dos Céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos.”
O Reino dos Céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa.”
Posso entender essas parábolas, auxiliado pela explicação do próprio Cristo, da seguinte forma: o que semeia a semente boa é o homem de bem; o que semeia a semente má é o homem ignorante. O campo é o planeta Terra, nosso país, nossa cidade, nossa casa. As boas sementes são as boas palavras, sentimentos e ações, que são originadas do Amor Incondicional que permeia o nosso coração em busca da evolução da alma; o joio são as más palavras, sentimentos e ações, que são originadas do egoísmo natural que permeia os instintos biológicos em busca da preservação individual.
Chegará o momento do crescimento e maturação dessas sementes e o julgamento divino quanto a sincronização desses frutos com a Lei do Amor. Todos os responsáveis por desvios, deslizes e erros de trajetória, serão retirados do meio da colheita dos frutos bons e serão lançados na fogueira dos sofrimentos, onde haverá choro e ranger de dentes, como oportunidade de correção dos erros cometidos. Essa colheita pode parecer o fim do mundo, mas é simplesmente o fim de uma jornada cumprida de uma vivência biológica, para logo em seguida ter reinício outra vivência de acordo com o julgamento ocorrido. Os ceifadores dessa colheita são os anjos, espíritos mais purificados, mais educados na Lei do Amor, e assim mais próximos de Deus. Eles atuam ao lado da consciência de cada um dos julgados que deverá reconhecer os erros cometidos e aceitar nova estratégia vivencial como prova ou expiação.
Nós, discípulos de Jesus, temos a obrigação de praticar a Lei do Amor e auxiliar os nossos irmãos na conversão do joio para o trigo. Lembro sempre que antes eu era, por natureza, uma espécie de joio. Foi algum cultivador que plantou a semente em meu coração e agora ela está germinando e me transformando em trigo. Sei que como parte dessa transformação eu devo ser um semeador do bem, devo ter o Evangelho como instrumento de trabalho e o meu próprio corpo como instrumento de Deus para cumprir a Sua vontade de construção do Seu Reino na Terra.
Apesar de toda essa consciência, meus erros e defeitos ainda são enormes. Posso citar o dia de ontem, domingo, como exemplo: fui almoçar na casa do meu irmão e ficamos para brincar, jogar, nos divertir em família, no ambiente doméstico. Em determinado momento eu tive o convite de fazer o Evangelho no Lar. Coloquei a justificativa de não ter levado o livro que sempre uso para esse momento, para não tocar mais no assunto. Foi uma falha enorme frente ao Pai! Ele sabe, como eu também, que não é preciso um livro específico, ou mesmo qualquer livro para falar do Evangelho, de semear as palavras boas e bons sentimentos. Das seis horas que ficamos na diversão de jogos, com baralhos e Perfil (jogo de perguntas e respostas), eu poderia ter tirado pelo menos uma hora para fazer essa semeadura. Ali estavam presentes corações necessitados, corações adolescentes cheios de ingenuidade, ou adultos cheios de ignorância. Eu sei que a boa palavra semeada pode germinar e crescer no coração de quem ouve como a semente de mostarda, e que ao se tornar árvore abriga tantos pássaros, tantas outras pessoas, como aconteceu e continua acontecendo comigo; eu sei que a boa palavra é como o fermento que agindo no coração faz crescer as boas intenções, as boas palavras e sentimentos. Seria essencial naquele momento, pois se percebe o predomínio das palavras más, mesmo que irônicas, tentando destruir a moral ou a sensibilidade do outro. A palavra do bem nesse momento de harmonia fraterna poderia mostrar com mais clareza os erros que podemos cometer pensando estar brincando com o nosso semelhante. A melhor ironia que se pode fazer é conosco mesmo, nunca com o semelhante para o deixar constrangido.
De todas as pessoas presentes nesse dia, naquela casa, eu era o mais capacitado teoricamente e comprometido espiritualmente para semear as boas palavras, as boas sementes. Certamente meu anjo da guarda ainda tentou me ajudar intuindo a minha companheira a fazer o que era minha responsabilidade. Mas algo maior me impediu. O que? Por que eu dei uma resposta negativa e tão simplória, de não estar com um livro para fazer uma tarefa que eu sei que posso fazer sem livro algum? Seria minha mente viciada não querendo interromper o jogo? Seria meu orgulho por a ideia não ter partido de mim e sim de outra pessoa? Seria a falta de coragem de interromper uma atividade em que todos mostravam prazer para outra que fosse considerada inconveniente ou enfadonha? Pode ter sido qualquer uma dessas hipóteses, pode ter sido outra que não penso no momento, e pode ter sido todas elas. O que importa é saber que eu fracassei na minha missão, tão simples e tão oportuna que seria. O Pai me ajudou, me intuiu para eu levar os livros básicos das religiões que o consideram como único Deus, eu já estava com minha agenda que tem diversas partes do Evangelho, inclusive essa que fala do Reino de Deus, e que usei para construir este texto. Ele usou os anjos da guarda, desencarnados e encarnados para eu executar minha missão, e eu não respondi!
Não vou pedir perdão agora a Ele, pois sei que Ele sonda meu coração e está vendo agora minha vergonha e arrependimento. Acima de tudo isso Ele ver uma montanha de falhas e defeitos, de joio ao redor de meu trigo que sufoca o meu crescimento. Mas, abaixo de tudo isso, Ele também ver um raio de luz no fundo do meu coração, que se esforça para sair das trevas da ignorância, da dominação da preguiça e da instintividade; que se esforça para levar o Amor que sinto para cobrir a multidão dos pecados que cometi e cometo.
O tema que circula nos nossos pensamentos mais íntimos fica a maioria restrita às intimidades da consciência, onde ninguém tem acesso. É o tipo do iceberg que representa nossa condição racional, apenas 10% desse processamento cognitivo vem a público na forma de palavras ou ações.
Este trabalho que desenvolvo com este diário tem o objetivo de aumentar um pouco essa porcentagem do que acontece em meus pensamentos. Faz parte do compromisso que firmei com o Pai de publicar tudo que eu consiga organizar de forma coerente para explicar meus comportamentos e tendências, as motivações biológicas, materiais e espirituais que justificam minhas ações como forma educativa para mim e meus irmãos que possam acompanhar a leitura.
Hoje irei falar sobre essa condição psicológica que domina a minha mente com base num compromisso que assumi com o Pai.
Vejamos só, no momento que eu escrevia acima “compromisso com o Pai” veio na minha mente que eu devia colocar assim: “pseudo-compromisso com o Pai”. Era uma forma de dizer que eu não tinha certeza que esse compromisso que direciona minhas ações tem alguma coisa a ver com Deus. Esse é o pensamento lógico, científico, materialista e que atende os princípios da Academia de ciência (senso amplo) da qual faço parte. Mas eu voltei no texto e apaguei o “pseudo”. Eu tenho a convicção de que estou movido pela compreensão de ser filho de Deus, de saber que a intenção dEle com a Natureza que Ele criou e na qual se apresenta para nós é que tudo flua com harmonia, incluindo esta nossa capacidade de pensar e fazer a co-criação junto com Ele. Se eu não apagasse o “pseudo” eu estaria anulando na consciência todo esse paradigma de vida que acredito e tento seguir, ou por outro lado sendo hipócrita: pensar uma coisa e falar e fazer outra.
Agora, nem tudo são flores nesse caminho que o Pai me ofereceu. Tenho o reconhecimento das faltas e defeitos que sou possuidor e também sinto na pele o defeito e falhas das pessoas ao meu redor, principalmente das minhas companheiras, presentes ou passadas, de qualquer natureza, fraterna ou sexual, espiritual ou material.
Uma dessas consequências é a exigência de viver sozinho, por mais amores ou companheiras de jornada que eu tenha ao lado. Pois sinto que quando estou ao lado exclusivo de uma as outras sofrem; quando estou só no meu apartamento, o efeito do meu distanciamento de cada uma delas fica mais atenuado.
Isso parece um paradoxo, pois onde eu estou e com quem eu estiver, o meu compromisso comigo mesmo e com o Pai é de distribuir o Amor com o qual Ele me abastece. Isso faz a pessoa ao meu lado feliz, mas as outras que estão distante, sabendo que isso acontece, ficam tristes. Aí é que está o aparente paradoxo, pois se o Amor real prevalecesse no coração, o sentimento era de alegria quando se soubesse que o nosso ser amado estava feliz, amando e sendo amado ao lado de outra pessoa. Eu sei que já atingi esse nível, de saber que a minha pessoa amada está feliz ao lado de outra pessoa e me sentir feliz com isso também, mesmo que ela não volte ao meu lado em outra ocasião, se isso for o desejo deles.
Também sei que a evolução que ocorre com o tempo atinge todas as pessoas, e que o Amor sendo a energia mais importante que rege o universo vai chegar o dia em que todos estão sintonizados com ela que circulará livremente sem preconceitos ou sentimentos egoístas de exclusividade por todos os corações.
Nesta última semana fiquei surpreendido com uma fala de E. Ela sempre mostrou muita dificuldade na forma de meu companheirismo, mas atualmente conseguiu uma boa adaptação ao meu lado, nas minhas caminhadas. Ela disse que não pensava encontrar um companheiro para “chafurdar” sexualmente, e sim em alguém que pudesse compartilhar a vida nos momentos que fossem apropriados, em cinemas, teatros, restaurantes, viagens, inclusive que pudesse ser incorporado aos seus atuais companheiros. Perfeito! Quando ela estiver ao lado dessa pessoa, sendo feliz com ela, mesmo distante de nós, todos nos sentiremos felizes por eles. Assim será construído mais um elo dessa família ampliada que tende a ficar cada vez maior em direção a família universal, ao Reino de Deus.
É isso que eu gostaria de sentir, que minhas atuais companheiras estão realmente felizes quando sabem que eu estou longe, ao lado de outra companheira permutando o Amor que seja possível na ocasião. Que fiquem muito mais felizes sabendo que eu estou trocando Amor com outra pessoa em algum lugar, do que preso sozinho dentro de um apartamento. Mas reconheço que todas fazem o seu devido esforço para chegar a essa perfeição e que devo ter paciência para esperar o momento de cada uma, como parece estar chegando para E. Tenho a certeza da vigilância do Pai que sonda diariamente o meu coração, sabe das minhas falhas e deficiências, mas confia nas minhas intenções e oferece a cada dia a beleza da Natureza ao meu redor e lições excepcionais que chegam à minha consciência das mais diversas fontes.
Foi realizada no dia 17-07-14 mais uma reunião do Projeto Foco de Luz / AMA-PM, as 19h, no Clube Pâmpano, na Praia do Meio, com a presença das seguintes pessoas: Edinólia, Cíntia, Adriana, Radha, Francisco, Nivaldo, Paulo, Bárbara, Ana Paula, Davi e Clóvis.
Oscar não pôde comparecer mais uma vez, por problemas pessoais, e o projeto do torneio de futebol para as crianças não foi discutido. Davi teve que sair antecipadamente e o projeto da escolinha de futebol também não foi apresentado.
Paulo e Clóvis trouxeram o modelo de um documento para a ocupação comunitária do quiosque em frente ao artesanato. Essa ação deverá ser realizada com cuidado especial em virtude do pessoal que está ocupando o espaço angariar dinheiro com as ações que realizam tendo como base aquela estrutura. A ideia é fazer a recuperação física do quiosque, inclusive aproveitando quem está ocupando ele no momento, e oferecer serviço comunitário aos turistas e nativos que frequentam a praia, como lazer ou esporte. Pode ser distribuído folhetos informativos sobre a praia, verificação de pressão arterial, com peso e altura, pré e pós-exercício, venda de lanche rápido. Ficou acertado que na próxima terça feira nos reuniremos no Departamento de Medicina Clínica para elaborar esse documento e recolher assinatura dos comerciantes da área.
Ana Paula apresentou uma listagem de 26 jovens interessados no curso de xadrez. Foi feito ligação telefônica com Letiene no momento e ficou combinado que todos os jovens seriam convidados para comparecer no Pâmpano na próxima quinta feira, as 19 horas, para ser organizados os grupos, horários e locais para ser iniciado o curso. Fiquei de entrar em contato com Tiago Felipe e o convidar para essa atividade, já que ele demonstrou interesse pelas atividades em tabuleiro.
Davi ficou de entrar em contato com a presidência do Pâmpano e convidar para uma reunião da AMA-PM com o objetivo de apresentarmos nossas respectivas agremiações e a possibilidade de fazermos uma parceria de ações.
Durante a discussão desses diversos encaminhamentos, foi colocada a preocupação com o trabalho que estamos fazendo na comunidade e que se aproxima cada vez mais da fonte do mal, da ignorância, da violência. Temos a consciência que fomos chamados por Deus para compor este trabalho, na condição de soldados das forças do bem, sob o comando de Jesus, para levar a luz da Verdade, do Amor Incondicional a todos. Sabemos do perigo que estamos correndo devido a essa proximidade com o mal, apesar do apoio que recebemos do Pai e de todos os recursos que Ele coloca ao nosso alcance. Mesmo assim, sentimos a dificuldade de realizar o trabalho, falta inteligência e sabedoria de como agir, como caminhar, por esses caminhos tortuosos; falta coragem, persistência e determinação na realização daquilo que discutimos e consideramos importante realizar; faltam recursos materiais para confrontar com os recursos materiais que o mal tem a oferecer, principalmente no tráfico de drogas e na prostituição. O que temos de positivo é a convicção de que fomos chamados por Deus para realizar este trabalho, e da mesma forma que Jesus trabalhou com os apóstolos, com tantas pessoas cheias de defeitos para fazer a vontade do Pai, nós também poderemos fazer isso apesar de nossos inúmeros defeitos. Basta que tenhamos consciência desses nossos defeitos e que procuremos corrigi-los com rigor a todo momento num processo de reforma íntima; que sejamos tolerantes com os defeitos e falhas dos nossos companheiros, pois cada um é peça importante, colocada com Deus em Sua seara, que hoje está transformada em campo de batalha entre o bem e o mal.
É desejo de todos terem as condições de dirigir as suas próprias vidas. Eu também sou assim, não me excluo. Acredito que a única maneira de fazer isso de forma saudável é desenvolvendo o Amor, primeiro por mim mesmo como a base, como os fundamentos estruturais da consciência. Aceito como verdade inconteste a principal lição que Jesus nos deixou: “Ama a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” Este é o meu fundamento básico, o alicerce sobre o qual está construído o paradigma de minha vida.
Não é preciso nenhum esforço transcendental para que eu acredite em Deus, eu O percebo em toda expressão da Natureza, incluindo a mim mesmo e ao próximo. Aprendi que Sua essência é o próprio Amor, que fui criado por Ele com essa essência dentro do coração.
Inicialmente devo ter o foco do meu amor sobre mim mesmo e depois de sentir dessa forma eu posso olhar para a Natureza, para o próximo e distribuir esse Amor que começa a jorrar de dentro de mim. Este é um momento de especial atenção, pois não posso permanecer com o foco do Amor que estou aprendendo a usar dirigido exclusivamente para mim, de forma narcisista. Depois que eu senti o meu amor por mim mesmo, com minhas falhas e defeitos, eu posso direcionar para o meu ambiente. É um Amor gerado internamente que agora adquiriu maturidade para se expor externamente. Vou entender que tudo que encontro pela frente é criação de Deus e ao mesmo tempo a Sua presença manifestada no mundo físico. Vou entender que o meu próximo é uma pessoa com as mesmas necessidades básicas que eu tenho, que devem ser satisfeitas da mesma forma que eu tenho essa necessidade. É nesse ponto que devo aplicar a lição de Jesus, não devo fazer com ele, com o próximo, o que não desejaria que ele fizesse comigo, ou de forma afirmativa, devo fazer ao próximo o que eu gostaria que ele fizesse comigo.
Essa é a maior lição que tenho de aprender dentro dos relacionamentos, principalmente os relacionamentos parentais e os íntimos. Existe uma tendência em querermos a reciprocidade e exclusividade do Amor da pessoa que amamos. Isso joga sobre essa pessoa um limite que tolhe a expressão dos seus sentimentos. Mesmo que no início isso não seja importante, nem constrangedor, até mesmo um pouco “romântico”, com o tempo essa exigência de reciprocidade e principalmente a exclusividade do Amor se torna inconveniente e se desenvolve para a intolerância e muitas vezes com um rompimento fatal.
Eu estou agora nesta etapa do meu aprendizado, neste planeta de provas e expiações, que serve para serem repetidas as experiências que foram conduzidas de forma errada. É uma espécie de escola primária onde o Mestre deu-me a principal lição e eu não consigo compreender na sua essência nem a praticar em sua pureza. Sempre estou contaminando o Amor com meus interesses subalternos, materiais, individualistas, em detrimento do próximo que sofre os efeitos de minhas ações, por mais que eu me esforce para corrigir essa falha.
Acredito que mesmo assim, eu tenha dado um salto de qualidade ao perceber a natureza essencial do Amor e evitar que Ele se contamine tanto com meus interesses materiais. Sinto que agora estou no processo de aperfeiçoamento da aplicação dessa lição, estudando os diversos relacionamentos em que estou inserido.
Dois aspectos básicos desses relacionamentos eu tenho que observar para não me desviar da essência do Amor.
Primeiro é com relação ao Amor que recebo, devo avaliar com justiça aquilo que me oferecem para não ser abusivo, não receber nada que eu perceba irá prejudicar o outro, sentir os seus desejos e expressões de suas vontades, para verificar se algo que é dado ou feito para mim está sendo motivo de constrangimento de qualquer espécie. Se isso for observado, de imediato eu deverei evitar receber esse serviço ou carinho dessa pessoa, pois estaria assim violando a consciência e a liberdade de quem assim o faz, que só deve fazer algo por alguém se sentir-se bem com isso em todos os ângulos.
Em segundo lugar, é com relação ao Amor que distribuo. Não posso avaliar em profundidade a legítima necessidade do bem que eu posso oferecer. Quando percebo que a pessoa tem determinada necessidade, procuro fazer o possível para atender. Isso leva a necessidade que eu tenho de aumentar o meu ritmo de trabalho, me expor regularmente nas estradas, ocupar muito tempo do lazer com serviços extras, tudo isso para conquistar o recurso financeiro para atender as diversas necessidades das pessoas que amo. Acredito que todas elas tenham o mesmo cuidado por mim, como eu tenho por elas, de não exigir nada motivado por sentimentos rasteiros de orgulho, vaidade, ou mesmo de raiva ou ressentimento.
São essas as lições básicas do Amor que muito antes de ensinar eu estou aprendendo. Confesso que o meu raciocínio é importante, mas o meu coração é quem identifica onde existe a sujeira do egoísmo a contaminar as necessidades tanto minhas como as do próximo. A partir daí é onde eu devo tomar posições racionais para corrigir a doação ou recepção do Amor.
Continuo aprendendo...