Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/05/2013 02h17
CONTRA AS MULHERES???

            Ao fazer a leitura do livro Fontes Franciscanas e Clareanas, na página 372, fiquei surpreso com o pensamento de Francisco de Assis. No título Contra a familiaridade das mulheres, no capítulo LXXVIII – “Evitar a familiaridade das mulheres; e como falava com elas”, encontrei o seguinte texto:

            Mandava que fosse evitado totalmente o mel venenoso, a saber, a familiaridade com as mulheres que induz ao erro até os homens santos. Pois temia que a partir daí depressa o espírito frágil se quebrasse e o espírito forte muitas vezes se enfraquecesse. Disse que quem convive com elas – a não ser um homem provadíssimo – tão facilmente escapa do contágio como, de acordo com a Escritura, quem anda no fogo e não queima as plantas dos pés. E para falar com a prática, oferecia-se a si mesmo como modelo de toda virtude. Na verdade a mulher o incomodava tanto que crerias tratar-se não de cautela ou exemplo, mas de medo ou horror. Quando a importuna loquacidade delas causava o desentendimento no falar, com palavra breve e humilde e com olhos baixos, ele evocava o silêncio. E por vezes, com os olhos voltados ao céu, parecia retirar de lá o que respondia às resmungadoras da terra.

            É difícil acreditar que uma pessoa tão caridosa quanto Francisco tivesse um pensamento e atitude tão estranha com as mulheres. Tá certo que existe a possibilidade do pecado da carne se ficam juntos homem e mulher. Mas isso é um fator que pode ser dominado e o homem não ter como alvo a escravidão sexual de outro. Francisco não tinha confiança em ninguém, nem mesmo confiança nele mesmo! Mas por uma pessoa ser fraca e ter medo de cair em pecado, justifica isolar a outra pessoa que pode ser o motivo de seus desejos inconfessáveis?

Neste ponto sou diametralmente o oposto de Francisco. Sei da capacidade de gerar desejos que a mulher possui no imaginário do homem, mas tenho bem forte dentro de mim que a mulher é um ser humano igual a mim do ponto de vista da justiça, e que jamais irei tomar qualquer atitude que a prejudique de alguma forma. A mulher é o próximo que eu tenho de amar como a mim mesmo. Não posso considerar a mulher como um objeto sexual, que desperta a capacidade de pecado dentro de mim e que por isso devo abandoná-la, isolar, menosprezar, não olhar nem dentro dos olhos dela como deve ser um relacionamento humano. E ainda mais, obedecendo aos imperativos do amor incondicional, não tenho medo de entrar na intimidade sexual, desde que seja positivo e aceito por ambos, não considero isso uma atitude proibida, um pecado grave como pensava Francisco de Assis. Não é que ele esteja errado e eu certo, é que vejo tremenda falta de caridade para com a mulher, que ao me colocar no lugar dela, ficaria muito desconfortável no contato com o Santo de Assis, se ele não fitasse nem ao menos meus olhos durante o contato. Neste ponto eu vejo que ele não conseguiu ser a imitação de Cristo o que ele conseguiu em tantos outros. Jesus jamais deixou de respeitar qualquer pessoa dentro de sua dignidade humana, mesmo que fosse um pária social ou um infeliz portador de lepra. Mas, também acredito que o imenso amor de Francisco por toda a criação do Pai seja capaz de cobrir tamanho pecado da parte dele, mesmo que tenha sido com boas intenções para o seu objetivo de vida que era manter a castidade.

Finalmente, peço perdão aos meus leitores e ao Pai por estar agindo como um juiz, se essas minhas considerações inflamadas pelo meu repúdio contra o que entendi ser uma forma de desconsideração a um irmão, no caso a mulher, seja uma tremenda incompreensão da minha parte das santas intenções e práticas comportamentais de São Francisco de Assis. Afinal, o santo mostrou ao longo de sua vida que está muito mais próximo de Jesus do que eu!    

            Ao fazer a leitura do livro Fontes Franciscanas e Clareanas, na página 372, fiquei surpreso com o pensamento de Francisco de Assis. No título Contra a familiaridade das mulheres, no capítulo LXXVIII – “Evitar a familiaridade das mulheres; e como falava com elas”, encontrei o seguinte texto:

            Mandava que fosse evitado totalmente o mel venenoso, a saber, a familiaridade com as mulheres que induz ao erro até os homens santos. Pois temia que a partir daí depressa o espírito frágil se quebrasse e o espírito forte muitas vezes se enfraquecesse. Disse que quem convive com elas – a não ser um homem provadíssimo – tão facilmente escapa do contágio como, de acordo com a Escritura, quem anda no fogo e não queima as plantas dos pés. E para falar com a prática, oferecia-se a si mesmo como modelo de toda virtude. Na verdade a mulher o incomodava tanto que crerias tratar-se não de cautela ou exemplo, mas de medo ou horror. Quando a importuna loquacidade delas causava o desentendimento no falar, com palavra breve e humilde e com olhos baixos, ele evocava o silêncio. E por vezes, com os olhos voltados ao céu, parecia retirar de lá o que respondia às resmungadoras da terra.

            É difícil acreditar que uma pessoa tão caridosa quanto Francisco tivesse um pensamento e atitude tão estranha com as mulheres. Tá certo que existe a possibilidade do pecado da carne se ficam juntos homem e mulher. Mas isso é um fator que pode ser dominado e o homem não ter como alvo a escravidão sexual de outro. Francisco não tinha confiança em ninguém, nem mesmo confiança nele mesmo! Mas por uma pessoa ser fraca e ter medo de cair em pecado, justifica isolar a outra pessoa que pode ser o motivo de seus desejos inconfessáveis?

Neste ponto sou diametralmente o oposto de Francisco. Sei da capacidade de gerar desejos que a mulher possui no imaginário do homem, mas tenho bem forte dentro de mim que a mulher é um ser humano igual a mim do ponto de vista da justiça, e que jamais irei tomar qualquer atitude que a prejudique de alguma forma. A mulher é o próximo que eu tenho de amar como a mim mesmo. Não posso considerar a mulher como um objeto sexual, que desperta a capacidade de pecado dentro de mim e que por isso devo abandoná-la, isolar, menosprezar, não olhar nem dentro dos olhos dela como deve ser um relacionamento humano. E ainda mais, obedecendo aos imperativos do amor incondicional, não tenho medo de entrar na intimidade sexual, desde que seja positivo e aceito por ambos, não considero isso uma atitude proibida, um pecado grave como pensava Francisco de Assis. Não é que ele esteja errado e eu certo, é que vejo tremenda falta de caridade para com a mulher, que ao me colocar no lugar dela, ficaria muito desconfortável no contato com o Santo de Assis, se ele não fitasse nem ao menos meus olhos durante o contato. Neste ponto eu vejo que ele não conseguiu ser a imitação de Cristo o que ele conseguiu em tantos outros. Jesus jamais deixou de respeitar qualquer pessoa dentro de sua dignidade humana, mesmo que fosse um pária social ou um infeliz portador de lepra. Mas, também acredito que o imenso amor de Francisco por toda a criação do Pai seja capaz de cobrir tamanho pecado da parte dele, mesmo que tenha sido com boas intenções para o seu objetivo de vida que era manter a castidade.

Finalmente, peço perdão aos meus leitores e ao Pai por estar agindo como um juiz, se essas minhas considerações inflamadas pelo meu repúdio contra o que entendi ser uma forma de desconsideração a um irmão, no caso a mulher, seja uma tremenda incompreensão da minha parte das santas intenções e práticas comportamentais de São Francisco de Assis. Afinal, o santo mostrou ao longo de sua vida que está muito mais próximo de Jesus do que eu!    

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em 11/05/2013 às 02h17
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10/05/2013 06h44
A CONSEQUENCIA... PERSEGUIÇÃO!

            Todo o medo que tenho de seguir de imediato, de forma explícita, pelo caminho que Deus coloca em minha consciência é devido a consequência do que virá. De início, a perda da comodidade e segurança aparente que a vida nos princípios materiais exclusivos me oferece. No decorrer do tempo, a reação antagônica da cultura, da sociedade, e até dos amigos e parentes, a uma ação que não privilegia ninguém em especial em detrimento do próximo. Isso irá me deixar isolado, criticado, e talvez, como aconteceu com os primeiros cristãos, a humilhação, suplício e martirização. Em todo o mundo eu vejo a prevalência dos interesses materiais, a ameaça de guerra nuclear e mundial, os atos corruptos de quem chega ao poder com idealismo e se deixa corromper pela ganância, a ironia sobre aqueles que resolvem falar sobre Deus e mesmo entre esses a distorção da vontade de Deus que é em essência amar a toda a Natureza e ao próximo como a si mesmo.

            Na época da igreja primitiva a perseguição se espalhava por toda parte. Pedro e João foram presos por falarem publicamente de Jesus (Atos 3-4). Estevão foi martirizado por causa de sua fé (Atos 7). Paulo, que era um ex-perseguidor de cristãos, foi açoitado, espancado, apedrejado, preso e finalmente decapitado (2Coríntios 11:22-33). Hoje muitos de nós não enfrentamos uma perseguição que coloca nossas vidas em risco. Contudo não devo me surpreender quando a perseguição me atingir. Afinal, Jesus nos disse que assim como Ele foi perseguido, nós também enfrentaríamos perseguição se seguíssemos suas lições (João 15:20) e afirmou: “Eu digo isso para que voces não abandonem a sua fé (...) chegará o tempo em que qualquer um que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus” (João 16:1-2).

            No livro de Mateus (13:20-21) Jesus advertiu que aqueles que não tem raízes profundas abandonarão a fé quando forem perseguidos. Para desenvolvermos raízes profundas precisamos mergulhar na leitura, estudo e obediência à Palavra e à Vontade de Deus (2Timóteo 3:12-17) e oração (1Pedro 4:7). Podemos também confiar que não temos que enfrentar a perseguição sozinho. Antes de subir aos céus Jesus prometeu enviar o Espírito Santo (João 16:7-14) que agora nos consola e aconselha, educa e acolhe, cuida e harmoniza, principalmente na forma de livros escritos pelos espíritos santos de Deus, aqueles que procuram fazer a Sua vontade pelos caminhos particulares de cada um, todos capitaneados pelo Espírito da Verdade, que pela essência pode ser o próprio Jesus. Temos assim O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, Céu e Inferno, A Gênese, O Evangelho segundo o Espiritismo e uma multiplicidade de livros que hoje descortinam o mundo espiritual e sua influência no mundo material. Temos diversos espíritos de Deus, como Joanna de Ângelis, Bezerra de Menezes, André Luiz, Emmanuel, Tomé e tantos outros que seguindo as instruções do Mestre e a vontade do Pai, estão constantemente ao nosso lado, intuindo e orientando de acordo com nossas convicções.

            Eu sei que já tenho raízes profundas, já posso defender a aplicação do Amor Incondicional em qualquer situação e colocar isso como a vontade de Deus como forma de construção da família universal. Fazendo assim estou dando provas de minha fé em Deus e de seguir as lições do Mestre Jesus, quando deixou bem claro que a principal Lei era: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Tenho tido significativo sucesso comigo mesmo, submeti os meus interesses pessoais em favor da ideia coletiva do Reino de Deus em qualquer circunstância. No entanto, não encontrei até o momento ninguém que tenha tido sucesso semelhante. Mesmo que considerem a verdade do que defendo e a sua origem divina, que tenham intenções de seguir por esse caminho, mas logo que se veem confrontados com outros interesses, principalmente do amor romântico, se mostram duras e inflexíveis. Podem até mesmo no círculo íntimo dessas discussões, aprovarem com veemência a prioridade do amor incondicional, mas no primeiro teste em confronto com o mundo material e suas leis egoístas, esquecem tudo isso e se comportam como antagonistas da irmã, como adversária, até mesmo como inimiga. Em função disso reconheço que a força contrária que se opõe a força do Amor Incondicional, é a força do amor romântico com todas as derivações que a fortalecem. É dessa força que surgem todas as perseguições que o amante incondicional passa a sofrer, até ser enxotado de casa como um marginal por aquela pessoa que chegou a amar de forma intensa, mas de forma passional, apaixonada, exclusivista, como aconteceu comigo.

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em 10/05/2013 às 06h44
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09/05/2013 08h47
ENCONTRANDO O TOM

            Jeremias era um profeta relutante que precisava encontrar o seu tom. Deus o chamou para pregar a nação rebelde de Judá. O profeta respondeu dizendo que não estava preparado para a tarefa: “Ó, Senhor meu Deus, eu não sei como falar...” (Jeremias 1:6).

O profeta era medroso e tímido. Consigo me identificar com ele, pois a forma como fui educado, pela mão rigorosa da minha avó que tentava evitar a minha “perdição” entre os pecados do sexo e das bebidas alcoólicas que ela comercializava para sobreviver, terminou gerando em meu comportamento forte conteúdo de medo e timidez. Felizmente a parcela de verdade que fui descobrindo nos livros acadêmicos e espirituais, permitiu que eu me livrasse dessa excessiva carga, apesar de ainda permanecer com traços até hoje.

Também posso aprender com a experiência de Jeremias. Apesar do reconhecimento de suas deficiências ele foi em frente para proclamar a mensagem impopular de que a corrupta Judá seria destruída (Jeremias 20:4). Três coisas que o ajudaram foram:

1 – A promessa de Deus – “...Eu estarei com você para protegê-lo” (1:8);

2 – A palavra de Deus – “Ele mandou que eu ficasse ali e anunciasse ao povo a mensagem do Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel.” (7:2; 19:2);   

3 – A capacitação de Deus – “Farei com que você seja (...) como um forte muro de bronze” (15:20).

Embora Jeremias, às vezes, lutasse contra o medo e o desespero (20:10,18), ele finalmente encontrou coragem e esperança no Deus misericordioso que “...livra os pobres do poder dos maus” (v.13).

Jeremias encontrou o seu tom quando se apegou a promessa de Deus, a sua palavra e capacitação.

Posso fazer o mesmo? Sei que já tenho a Sua promessa, entendo que o Pai esteja a todo instante ao meu lado, para me proteger e instruir, inclusive com essa leitura acima tirada do livreto Pão Diário de 2013 que tão bem se encaixa nas necessidades de entendimento do caminho que Ele me reservou. Também tenho a consciência da missão que Ele destinou para mim, que eu aplicasse o Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos, principalmente os afetivos com potencial de intimidade, com o objetivo de melhor colocar os alicerces do Seu Reino, na construção da Família Universal. Também sinto que estou capacitado, que Ele me protegeu e instruiu durante todos os dias da minha vida, mesmo nos momentos em que eu duvidava da Sua existência, mesmo nos dias em que eu convivia com a face prazerosa do pecado, nos cabarés da minha avó, no burburinho machista da Marinha, nas farras com parentes e amigos...

Estou agora no ponto em que Jeremias estava, lutando contra o medo e o desespero. A minha luta é contra meus adversários internos, a preguiça, a gula, principalmente, mas também tenho medo das consequências até da força e coragem que peço ao Pai para implementar a minha missão com mais eficiência e objetividade. Lembro-me do fato daquela pessoa que rezava fervorosamente e diariamente a Deus pedindo para que Deus abrisse seu coração, pois era uma pessoa muito rude e insensível. E o que aconteceu? Foi submetido a uma cirurgia onde foi necessário abrir o seu peito e corrigir as alterações anatômicas do coração. É um exemplo de que posso pedir algo ao Pai e Ele pode até me atender se achar que é conveniente para o meu crescimento e aperfeiçoamento, mas a forma disso acontecer é que não posso prever, depende da sabedoria do Pai que é bem maior que a minha. Então, o medo das consequências sociais da implementação da minha missão se soma com o medo do que o Pai pode fazer para me ajudar nessa tarefa. É um medo duplo! Pior que o de Jeremias que era apenas o medo de realizar a tarefa do Senhor. Mas assim como Jeremias encontrou o seu tom e conseguiu realizar sua tarefa, tenho esperança que também possa encontrar o meu e realizar da mesma forma que ele o meu trabalho. Mantenho a convicção, a vontade e a fé que isso vou conseguir, pois apesar de tudo tenho comigo as lições do Mestre Jesus e a proteção e instrução constante do Pai.

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em 09/05/2013 às 08h47
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08/05/2013 16h51
CAMINHO ATÉ DEUS

            A Inteligência suprema aos nos criar na forma de espíritos ignorantes e habitáveis num corpo biológico cheio de instintos materialistas como forma de aprendizado, mas com a perspectiva de alcançar a angelitude, a proximidade com Ele, também deve ter deixado caminhos para nos aproximar dEle. Mesmo que ainda sejamos excessivamente ignorantes, que ainda não consigamos privilegiar a existência espiritual em detrimento da material, mesmo assim o Criador deve ter criado caminhos que o conduzam a Ele e que assim possamos usar a inteligência e o livre arbítrio.

            A Bíblia Sagrada sempre está colocando essa questão em todos seus livros, desde o antigo ao novo testamento. Ela diz que tão logo Deus tirou o povo de Israel da escravidão do Egito, desejou habitar com o homem (Êxodo 15:17). Deu a Moisés instruções precisas para que se construísse um “tabernáculo” no qual descansaria a “arca”, uma espécie de cofre que, por sua estrutura e conteúdo, é um símbolo do Cristo. Tudo isso ficava no meio de um recinto chamado “átrio”.

            Se examinarmos bem a ordem que os diferentes elementos que compunham o tabernáculo são apresentados, compreenderemos que Deus fez todo o necessário para conceder aos pecadores um acesso a Si mesmo. As instruções dadas ao povo de Israel começaram pela arca (figura do próprio Cristo) e continuavam com o altar onde as vítimas eram sacrificadas e queimadas, impressionante tipo do Senhor Jesus, santa vítima que tomou nosso lugar na cruz e suportou o juízo divino contra o pecado. Por último, a única porta de acesso ao átrio era enorme, pois tinha uns cinco metros de largura. Ainda hoje ressoam estas palavras do Senhor Jesus: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á (João 10:9).”

            Esses escritos sagrados dão sempre a ideia de um caminho para Deus, desde um objeto material até o comportamento de um homem íntegro que serviu como modelo. Observamos assim uma evolução nesses conceitos e hoje não é possível mais acreditar nem no objeto material, nem que um espírito vem nos salvar de forma passiva. A lição que devemos acolher em nossa consciência, é que o seu comportamento mostra como devemos agir para seguir em direção ao Pai. Este é o caminho, a reforma íntima que devemos fazer constantemente para ajustar o nosso caminho ao do Pai e sairmos das veredas instintivas do comportamento animal, essencialmente egoísta. Devemos reconhecer a força que emana do Pai, o Amor Incondicional, e procurar segui-lo; não nos deixar envolver pelos derivativos do amor, conjugal, filial, fraternal, romântico, etc. e atropelar a lei maior.

            É este o caminho que pretendo trilhar e que tanto conflito traz ao meu redor com as pessoas que ainda confundem a lei maior com as leis menores. Este é o caminho de Deus, e não o caminho de uma namorada, de um filho, de um irmão, de um amigo, etc. Todos podem existir e coexistir, mas todos subordinados a Lei Maior, ao Amor Incondicional, senão sairemos do caminho do senhor.

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em 08/05/2013 às 16h51
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07/05/2013 08h34
CONFESSAR E PERDOAR

            Na leitura que faço diariamente, encontrei na data de hoje este texto, no Livro Devocional de 2013 Boa Semente, com o título de “Confessar e Perdoar”, que o transcrevo literalmente:

            Imagine que alguém lhe diga: “Se fiz qualquer coisa que lhe magoou, me desculpe.” Isso é confissão ou arrependimento? Não! Inconscientemente estamos declarando: “Se você é tão melindroso a ponto de se ofender com o que eu disse ou fiz, o melindre é problema seu!” Uma confissão (homologeo, ou seja, falar as mesmas palavras) exige que chamemos o que fizemos ou dissemos pelo mesmo nome que Deus o chama – ‘pecado’. Se alguém nos ofende, temos de ter certeza de que não julgamos mal a situação ou a pessoa, pois o amor sempre procura evidenciar a melhor face das palavras e ações dos outros (1Coríntios 13:7). Se houver uma prova clara e definitiva que o outro pecou contra mim, então é obrigatório que eu lhe dê uma oportunidade para contar o seu lado da história (Mateus 18:15). Porém, temos de estar preparados para a possibilidade de a ofensa ter sido uma resposta ou reação a algo que você ou eu fizemos antes. Neste caso, somos você ou eu que devemos confessar nosso erro e nos arrependermos!

            Arrependimento significa reconhecer e abandonar o pecado! Temos de ser pacientes com os outros porque todos estamos aprendendo com nossos erros e, tomara!, nos corrigindo à medida que somos advertidos. No entanto, também pode haver um padrão repetitivo, o qual a pessoa “confessa” o mesmo pecado, mas não demonstra qualquer vontade de abandoná-lo ou de receber a correção devida. Se isso é algo que causa problema nos relacionamentos, com Deus e com os outros, então tem de haver intervenção de terceiros, e talvez até da assembleia (Mateus 18: 16-17).

            Ganhar nosso irmão ou irmã é a prioridade mais alta! Portanto, precisamos ser prontos a confessar nossos pecados e a perdoar as ofensas que nos atingem. Não há outra maneira de se viver em comunhão, e é na comunhão que “O Senhor ordena a bênção e a vida para sempre” (Salmo 133:3).

            Não consigo deixar de ficar maravilhado como Deus se faz presente em minha vida a qualquer momento e sente quando eu tenho dificuldade de expressar algum pensamento ou sentimento. Então escolhe qualquer situação, de preferência a leitura de um livro, de preferência espiritual, e passa a mensagem que eu preciso saber e anunciar. Foi assim com a leitura desse Livro Devocional. Foi o primeiro que peguei hoje pela manhã. Interessante os detalhes... sempre o primeiro livro que pego para a leitura é a Bíblia Sagrada, mas como ontem foi necessário ser lido dois capítulos seguidos dos Salmos para ser colocado neste diário, hoje não era necessária a sua leitura. O Livro Devocional era a sequencia natural!

            Deus sabe que estou comprometido com Ele no sentido de aplicar Sua Lei maior, o Amor Incondicional, nos nossos relacionamentos, principalmente os afetivos com potencial de intimidade. Ele sabe como isso é difícil, desde que vivemos numa cultura dominada pelo amor romântico e suas exigências de exclusividade. Qualquer pessoa que se envolva comigo, mesmo sabendo dessa missão como foco prioritário na minha vida, sempre se deixa envolver pelo amor romântico e suas garras da exclusividade. Isso entra em conflito com meus objetivos mais profundos, pois o Amor Incondicional exige que não haja exclusividade na expressão e comunhão de qualquer tipo de amor, desde que sintonizado com a justiça, fraternidade, transparência. Quando eu me comporto sem exclusividade e divido meu tempo e meu amor com qualquer outra pessoa, aquela que ficou sozinha sofre a punhalada do amor romântico que exige a exclusividade. Temos aí dois tipos de comportamento: primeiro o amante incondicional que cumprindo a perspectiva da não exclusividade, está em algum momento, em algum lugar, integrando pessoas dentro dessa forma de amar; segundo, o amante romântico ou condicional, que sofre o efeito da solidão e da necessidade de exclusividade, e pode até pensar na falta de coerência do amante incondicional. Mas, onde está a incoerência, o erro, o pecado? O amante incondicional no momento que declara de forma transparente qual o seu objetivo prioritário, que no seu comportamento não existe a possibilidade de exclusividade, de direcionar o amor para uma única pessoa, deixa bem claro qual o limite da convivência harmônica no seu modo de pensar. A pessoa tem todo o direito de pensar, avaliar e decidir se isso satisfaz também os seus propósitos, pois caso contrário não pode querer uma intimidade com ninguém que possa gerar conflitos na sua essência de vida. Estamos assim no campo das avaliações, ponderações para partir para uma decisão. Nada está escondido e isso é importante, fundamental! Nem o amante incondicional pode se comprometer em amar com exclusividade, sabendo que não pode fazer isso, nem o amante romântico pode se comprometer a amar sem exclusividade sabendo que não pode cumprir isso. Observamos assim que existe uma profunda incompatibilidade nessas duas formas de amar, entre esses dois tipos de amantes.

            Na minha experiência eu observo que a maioria das mulheres não aceita esta forma de amar incondicional, sem exclusivismo. Preferem me ter como amigo, no máximo, pois em muitas delas a sentimento de rejeição quando sabem que estou com outra, termina por gerar raiva e até ódio. As poucas que aceitam essa convivência, não conseguem se libertar das garras do exclusivismo do amor romântico. Ficam sempre numa postura de antagonismo uma com as outras, com sofrimento nos momentos que está só, com ciúmes gerados por mínimas circunstâncias. Como eu posso chegar para uma pessoa dessa e dizer “me desculpe, se fiz algo que te magoou” se o que fiz está dentro dos meus princípios de vida? Como é que eu faço uma revisão do meu comportamento para ver se existe a coerência, se tudo que eu fiz está dentro do que desde o início foi advertido que poderia acontecer? Como posso me arrepender e abandonar o pecado se o que eu faço é colocado na minha consciência como a vontade de Deus? Por acaso, se eu quisesse seguir a minha vontade humana, animal, não seria melhor ter ficado até hoje com minha primeira esposa, no aconchego dos filhos, construindo um belo patrimônio material, curtindo o sexo sem compromisso com todas que se oferecessem ao meu assédio? Ao invés de viver sozinho, num apartamento de um só quarto, com tanto trabalho a ser realizado tanto no campo material quanto no campo espiritual? Se eu pensasse somente em mim, seria uma tremenda incoerência a situação em que me encontro. Só encontro coerência quando entendo que a minha vida, não é um projeto meu. É um projeto de Deus do qual eu aquiesci dentro do meu livre arbítrio.

            Com relação as mulheres que aceitam se envolver com esse projeto que Deus colocou em minha consciência, e que sofrem pelos efeitos do amor romântico, a leitura do texto traz grande lição. Se o pré-requisito para viver comigo é rever a força do amor romântico e o deixar submetido ao amor incondicional, se não conseguem fazer isso e se comportam de forma reativa, agressiva e antagônica, naturalmente vão se distanciando do processo, da convivência, pois cada reação no sentido conflituoso afasta o amante incondicional cuja essência é a harmonia. O texto lembra que pode haver um padrão repetitivo no qual a pessoa confessa a intenção de mudar determinado comportamento, mas não demonstra qualquer vontade (fora dos olhos do amante incondicional) de fazer isso ou de receber a correção devida. Essa é a causa do problema no relacionamento, que pode ser necessária a intervenção de terceiros e talvez até da assembleia, da reunião de amigos, da reunião de parentes.

            O texto termina com a prioridade mais alta para com Deus: ganhar o nosso irmão ou irmã. Para isso é preciso estar prontos a confessar nossos pecados e a perdoar as ofensas que nos atingem. Não há outra maneira de se viver na comunhão, e é na comunhão que o Senhor nos quer como seus filhos.

 

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em 07/05/2013 às 08h34
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