Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/04/2013 23h59
DEVOÇÃO CONSTANTE - HUMILDADE

            Fico agora com a questão de qual ser a melhor forma de praticar a devoção constante Deus. Sou inclinado a praticar a devoção ativa indicada pelo Baghavad Gita, em contraste com as ações puramente contemplativas. Devo aceitar o processo de conhecimento como forma de aproximar-me da Verdade Absoluta.

            O primeiro item que devo analisar é a Humildade. Significa que ninguém deve ficar ansioso para ter a satisfação de ser glorificado pelos outros. A concepção de vida material me torna ávido por receber honra dos outros. Porém, do ponto de vista de um homem em conhecimento perfeito, que sei que eu não sou este corpo, sei que qualquer coisa, honra ou desonra que se refira ao meu corpo é inútil. Não devo ansiar por esta ilusão material. As pessoas almejam ganhar fama, de que são muito religiosas, que são muito ricas, tem muito poder, são belas, inteligentes, etc.

            Lembro que o maior exemplo de superioridade moral e avanço espiritual, Jesus Cristo, deixou como uma grande lição que repetimos a cada ano dentro de cerimonial eclesiástico, o lava-pés, a humildade. Que devemos transformar a energia individual do orgulho que possuímos na energia da humildade. Conseguindo fazer isso de forma coletiva, podemos tirar o mundo do estado de sítio em que se encontra, sintonizado com o maligno, com o egoísmo, que é o maior adversário de Deus dentro da consciência humana. As crises da economia mundial, o consumo desenfreado dos recursos naturais, as constantes guerras localizadas e ameaças de guerra mundial, o aquecimento global, a escalada da violência dentro das diversas comunidades, a degradação moral, tudo isso transforma a vida em um caos.

            Devemos lembrar das profecias apocalípticas registradas por Isaías no item 24, 1-6, quando fala d”O Juízo Final”: Eis que o Senhor devasta a terra e a torna deserta, transtorna a sua face e dispersa seus habitantes. Isso acontece ao sacerdote como ao leigo, ao senhor como ao escravo, à senhora como a serva, ao vendedor como ao comprador, ao que empresta como ao que toma emprestado, ao credor como ao devedor. A terra será totalmente devastada, inteiramente pilhada , porque o Senhor assim decidiu. A terra está na desolação, murcha; o mundo definha e esmorece, e os chefes do povo estão aterrados. A terra foi profanada por seus habitantes, porque transgrediram as leis, violaram as regras e romperam a aliança eterna. Por isso a maldição devora a terra, e seus habitantes expiam suas penas; os habitantes da terra são consumidos, um pequeno número de homens sobrevice.” (Bíblia, Ed. Ave Maria.1998).

            Essa maldição que a terra sofre é aplicada pelo próprio homem; e essa maldição é o seu egoísmo em suas diversas facetas. O ensino de Jesus sobre a Humildade, nos deixa capacitados a fazer esse enfrentamento do mal, é a forma mais bela de devoção ao Senhor a ser aplicado no cotidiano de nossas vidas.

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em 26/04/2013 às 23h59
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25/04/2013 23h57
DEUS É AMOR

            No diário do dia 23 abordei os ensinamentos do Baghavad Gita quanto a obrigatoriedade que tenho de praticar a devoção constante e imaculada a Deus, caso eu queira me aperfeiçoar espiritualmente e me aproximar dEle. Mas, que é Deus? Que sou eu? Como praticar essa devoção? São essas questões, cruciais para que eu possa agir com coerência e racionalidade.

            Na primeira questão eu tenho uma boa resposta observando o que disseram os espíritos a Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.” Quer dizer que eu sou uma criatura dEle cuja inteligência suprema, a minha inteligência como subsidiária não poderá ter a pretensão de entendê-La em toda sua dimensão. É como a luz do Sol, sei que existe, sinto seus efeitos diretos e indiretos, mas não tenho condições de penetrar no seu interior e investigar seus detalhes como faço aqui na Terra. Da mesma forma que eu uso e sou dependente da luz do sol para minha existência e evolução, também uso e sou dependente da inteligência do Criador para minha existência e evolução, e sem pretensão de ir além desses limites de compreensão, como faço com relação ao Sol.

            Mas, parece que se ficar somente nisso, fico um pouco insípido. Afinal a inteligência serve para a compreensão da Verdade que chega até nós. Aceito Deus como a inteligência suprema do Universo e aceito a Sua criação, mas por que Ele teve a necessidade (?) de criar o Universo e nós, humanos, dentro dele? E com essa característica própria do livre arbítrio, o qual nem Ele mesmo pode interferir? Imagino que Ele existia antes do Universo, como uma entidade não criada que é. Por que então, essa inteligência suprema criou o Universo? A razão aponta que devia existir um motivo e que esse motivo permanece até hoje. Esse motivo está dentro da Verdade Absoluta da qual minha inteligência subsidiária só consegue se aproximar com muito esforço.

            Vejo que uma constante que existe no Universo e que não poderia existir antes dele, são as relações. Relações de tempo com espaço, de planetas com estrelas, de seres humanos com seres humanos... Uma grande “feira universal de relacionamentos” onde tudo progride segundo diretrizes, leis estabelecidas em tudo. Nessa evolução constante tudo parece se desenvolver segundo as diretrizes da Lei, sem contestações, até que surgiu o homem com seu livre arbítrio, e agora ele já pode sair do padrão da Lei. Em função disso sofre as consequências dos seus atos. O homem tem que usar sua inteligência para reconhecer a Verdade e se ajustar à Lei. O Criador usa os seus filhos mais avançados para dar essa lições. Deve então existir uma força sutil, mas poderosíssima que permite a evolução dos relacionamentos em todas as dimensões para ser promovida a harmonia da Natureza. A essa força posso dar o nome de Amor e por sua natureza tão intrínseca a tudo e a todos, posso identificá-la como o próprio Criador. Então posso dizer: Deus é Amor!”

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em 25/04/2013 às 23h57
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24/04/2013 23h48
OPORTUNIDADES PERDIDAS

            Hoje o tema que vingou no estudo que espiritual que faço todas as quartas feiras, foi sobre oportunidades perdidas. O coordenador passou a discorrer sobre o assunto e logo vi que se encaixava como uma luva sobre o que eu sentia. Há cerca de um ano perdi uma amiga muito querida, ela também era minha paciente e num momento de desespero, de descontrole mental se suicidou. Sei que do ponto de vista técnico eu fiz tudo correto, não tenho culpa quanto a isso, mas minha consciência é mais rigorosa e me acusa que eu devia ter dado o afeto que eu era capacitado para dar e por conta de preconceitos eu me omiti. Se eu tivesse sido mais ousado, mais próximo, mais pragmático e mais afetuoso, muito provavelmente eu teria abortado esse desenlace fatal. Ninguém levanta nenhuma crítica ou acusação contra mim nesse sentido, todos sabem que fui atencioso e competente no aspecto técnico da condução do caso. Acontece que ela não era uma paciente apenas, era mais do isso, era uma amiga e colega de trabalho. Frequentava nossos encontros de lazer, de brincadeira com o seu humor exuberante; participava de nossas reuniões terapêuticas na condição de psicóloga... era bem mais que uma paciente! Eu devia ter usado todos os recursos à minha disposição, sem considera qualquer preconceito que fizesse barreira quanto a isso. Eu sei do meu potencial, do quanto ele é terapêutico, e não o usei como devia. Essa mácula que ficou na minha consciência veio a explodir nessa reunião.

            Os mentores espirituais reforçavam com toda a clareza que o Pai sempre está colocando ao nosso alcance as mais diversas oportunidades. Não podemos perder, principalmente aquelas que colocam em risco a vida dos nossos irmãos, pois se isso acontece a conta do prejuízo vem para nós.

            Hoje eu tenho a consciência da oportunidade que tive de fazer o bem além da minha responsabilidade técnica e não o fiz. Sei do prejuízo que isso causou no próximo e que agora não tenho a mesma oportunidade de ajudar. Até que tento encontrar uma forma de fazer isso, mas ela agora saiu do alcance dos meus sentidos materiais e eu não a alcanço. Fiquei com essa lição dolorosa na alma. Talvez por isso eu tenha me empenhado tanto em ajudar a minha amiga que veio recentemente do interior, que eu tentei a hospitalizar e não tive sucesso porque ela não permaneceu no hospital e foi para longe de mim com sua doença. Neste caso eu fiz muito mais do que antes.

            Deve ser assim que vamos evoluindo a nossa condição moral, com erros tão dolorosos que nos empurram para a recuperação através da doação de amor com muito maior intensidade.

 

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em 24/04/2013 às 23h48
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23/04/2013 23h59
MESTRE ESPIRITUAL

            O Baghavad Gita ensina que a alma encarnada está aprisionada num corpo que é um invólucro feito por elementos que necessitam ser conhecidos como forma de sair dele, de não ser subjugado por ele. Este é de fato o verdadeiro processo do conhecimento. Se alguém aceita este processo, então existe a possibilidade dele se aproximar da Verdade Absoluta. Este é o verdadeiro meio de se escapar do enredamento do corpo, conhecer esses elementos: 1) Humildade; 2) Modéstia: 3) Não violência; 4) Tolerância; 5) Simplicidade; 6) Aproximar-se de um mestre espiritual genuíno; 7) Limpeza; 8) Firmeza; 9) Autocontrole; 10) Renúncia aos objetos de gozo dos sentidos; 11) Ausência de falso ego; 12) A percepção segundo a qual o nascimento, a morte, a velhice e a doença são condições desfavoráveis; 13) Desapego; 14) Estar livre de enredamento com filhos, esposa, lar e o resto; 15) Equanimidade diante de acontecimentos agradáveis e desagradáveis; 16) Devoção constante e imaculada a Deus; 17) Aspirar a viver num lugar solitário; 18) Afastar-se da massa geral das pessoas; 19) Aceitar a importância da Auto-realização; e 20) Empreender uma busca filosófica da Verdade Absoluta.  

            De todas as descrições do processo de conhecimento o ponto mais importante é o que culmina em serviço devocional constante e imaculado ao Senhor da vida, ao Pai de toda a criação, a Deus! Logo, se alguém não se aproxima, ou não é capaz de se aproximar do serviço transcendental do Senhor, então os outros 19 itens não tem nenhum valor especial. Mas se a pessoa adota o serviço devocional em plena consciência de Deus, os outros 19 itens automaticamente desenvolvem-se dentro dela. Todas as boas qualidades próprias de quem tem conhecimento afloram naquele que alcançou o nível do serviço devocional. O principio que consiste em aceitar um mestre espiritual, mesmo para aquele que pratica o serviço devocional, é muito importante. A vida transcendental começa quando se aceita um mestre espiritual autêntico.

            Considero essas lições de grande importância. Sei que não tenho ainda o nível devocional a Deus no ponto adequado para minha evolução espiritual. Tenho que me esforçar muito para colocar Deus no centro de minhas ações, como é proposto. Eu esqueço até mesmo de orar com certa regularidade, mesmo que seja uma vez ao dia. Mesmo eu sabendo dessa importância e orientado as pessoas para assim fazer. Ainda bem que não sou hipócrita, digo no momento que ensino o correto, que eu mesmo ainda não consegui atingir o nível que eu ensino.

            Quanto a aceitação de um mestre espiritual eu já o fiz e procuro seguir suas lições e seu exemplo: o Mestre Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus. Procuro associar as lições do meu Mestre com a vontade do Pai que Ele colocou na minha consciência, lutar pelo estabelecimento do Reino de Deus no mundo material a partir da transformação dos próprios corações, dentro dos diversos tipos de relacionamentos, colocando com prioridade máxima, constante e irreversível, a Lei de Deus, a lei do Amor Incondicional, a cada momento, em qualquer lugar.   

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em 23/04/2013 às 23h59
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22/04/2013 23h59
SONHO E ADVERTÊNCIA

            Sonhei que estava de viagem marcada para outro estado, talvez Rio de Janeiro. Ia com um colega e estava numa casa não tão distante do aeroporto. Parei um táxi, que inadvertidamente, já estava com passageiros no banco traseiro, mas como eles não se incomodaram e iam para o mesmo destino, entramos também. Ao chegar no destino, achei o valor cobrado caro, ainda contestei, mas como foi rateado por todos se tornou barato. Ao entrar no aeroporto, percebi que tinha esquecido de levar minha passagem. Enquanto o tempo passava eu ficava avaliando as diversas opções que eu tinha para resolver o problema: 1) Voltar em casa e para pegar as passagens – o tempo poderia ser insuficiente; 2) Telefonar para alguém da casa me trazer a passagem – mas meu celular estava quase descarregando, talvez não desse para eu concluir o que queria e mesmo assim eu não saberia com certeza onde a pessoa deveria procurar a passagem; e 3) Ir ao balcão da empresa, colocar o problema e solicitar a 2ª via da passagem.  O sonho se estruturava nessa problemática de analisar as diversas opções enquanto o tempo se escoava. Não cheguei ao desenlace da situação, mas pelo encaminhar da situação a tendência era que a viagem fosse perdida sem nenhuma das opções ter sido deveras utilizada.

            Tenho a consciência do trabalho que tenho de realizar, do meu compromisso frente a mim e principalmente ao Pai. Reconheço cada vez mais a força dos obstáculos internos que residem dentro de mim e que tendem a me incapacitar a conclusão do que pretendo, da minha missão. O sonho mostra com clareza um fator precipitante dessas dificuldades e que pode terminar na minha derrota fragorosa frente ao Pai: minha falta de atenção, negligência e preguiça no enfrentamento do trabalho que tenho que realizar. O esquecimento da passagem para ir até o lugar que planejava, significa o esquecimento da minha missão em muitos momentos, no cumprimento da vontade do Pai. Deixo meu corpo se conduzir como se fosse num piloto automático em direção aos interesses da carne, aos prazeres imediatos que o corpo pode oferecer. Quando isso acontece, percebo em seguida a falha e fico a imaginar o que posso fazer para compensar. Acontece que essa forma de pensamento, de tentar corrigir minha falha, termina em consumir o tempo que tenho, a vida que está se escoando a cada minuto e que pode implicar na perda da minha missão.

            Esta foi a advertência que o Pai me deu esta noite. Ele reconhece minhas boas intenções, minas ações positivas, mas teme que esses defeitos do meu caráter, a falta de atenção, a negligência, a preguiça, comprometa o sucesso da minha missão frente a Sua divina vontade.

            Sei que é muito fácil dizer: Pai, perdoa-me, prometo me esforçar para isso não acontecer mais, pelo menos não com tanta frequência como vem acontecendo.” Sei também que se fizer esse pedido, dessa forma e com essa honestidade, o Pai me perdoará e voltará a confiar em mim. Acontece que á a minha consciência que assume cada vez mais um poder sobre os erros que estou cometendo. Lembro das palavra de Aristóteles: “Seja senhor da sua vontade e escravo da sua consciência.” Vejo que cada vez mais que não exerço o controle sobre minha vontade, de fazer o que é necessário, me torno mais escravo da minha consciência, e como ela não tem a compaixão divina do Pai, procura logo alguma forma de me punir

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