Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
*A Companhia de Jesus que muitos interpretam como uma companhia no sentido militar da palavra, enquanto que para São Inácio era uma companhia de amigos e companheiros.
Hoje um jesuíta está à frente da Igreja Católica. Francisco é o líder espiritual de 1 bilhão e 200 milhões de fiéis no mundo inteiro. Sem dúvida, essa é uma situação de poder concentrado em um só homem como advertiu Napoleão.
Quem são os jesuítas? De onde vieram? Qual sua origem? Através da história, mitos e lendas rodearão essa Ordem que foi fundada em 1540 por Inácio de Loyola.
*Foram fundadas como inovação, que não eram monges mendicantes e sim como se fossem o braço armado de um exército que estão à frente da batalha.
*Há um quarto voto que os jesuítas fazem ao concluírem sua formação que é a da obediência ao Papa nas missões. Toda vez que o Papa diretamente ou através de nossos superiores deseja nos dar uma missão, um encargo, uma tarefa, nós devemos estar bem preparados para obedecer, sem fazer perguntas. Chegamos imediatamente e tentamos fazer com nosso coração o que o Papa pede.
Por essa lealdade incondicional ao Papa, foram chamados Soldados de Deus. Como Inácio de Loyola sabia que o Papa podia enviá-los a pregar nos lugares mais desconhecidos do planeta, acreditava que aquele que se entregasse a sua Ordem deveria estar muito bem preparado.
“Quem ele procurava? Pessoas que eram católicas como ele? Não, buscava os que estavam longe, os que não conheciam.”
*São Inácio fundou esta ordem para colocar à disposição da igreja e em particular do governo em mãos do Santo Padre, um grupo de religiosos, de sacerdotes que estivessem bem preparados, que tivesse uma espiritualidade sólida e uma boa formação cultural para serem enviados a qualquer lugar onde o Papa considerasse útil para a Igreja.
O conhecimento ocupou desde o começo da Ordem um lugar importante na formação de um jesuíta. Francisco, por exemplo, fala vários idiomas e sua formação inclui entre outros estudos superiores, de filosofia, ciências humanas, ciência e tecnologia.
*Eram pessoas intelectuais que tiveram um enorme destaque na Reforma Católica, como a chamamos.
Mas além do conhecimento, o missionário jesuíta deveria saber enfrentar as duras condições das terras remotas, aos que podiam ser enviados para evangelizar. Para isso se preparavam com uma disciplina estrita e praticavam uma vida devota e austera.
*No caso da Companhia de Jesus em particular, é importante a orientação apostólica, quer dizer, não se trata de uma instituição religiosa, de uma ordem religiosa contemplativa, dedicada fundamentalmente a oração, e sim a uma Ordem religiosa feita para o apostolado.
Os jesuítas chegaram com seu trabalho evangelizador aos lugares mais remotos do mundo, onde o Papa achava que era necessária à sua presença.
*Portanto, chegaram a ser muitos e chegaram a ser uma força evangelizadora muito grande, que influenciou em todos os lugares.
Pelas suas aulas passaram personalidades tão importantes como Descartes, Fidel Castro, Calderón de la Barca, Cervantes, entre outros. Atualmente é a maior Ordem religiosa católica masculina, com mais de 17 mil, entre os sacerdotes, estudantes e irmãos. Educam quase 3 milhões de alunos do mundo.
“Meninos, meninas, sabem que aquele que caminha sem deixar pegadas, não serve para nada.”
Como conciliar uma formação militar com os ensinamentos do Cristo. Formação militar implica no uso da violência para alcançar determinados objetivos; ensinamentos do Cristo são baseados na lei do amor, da tolerância, compaixão, arrependimento, fraternidade. A formação militar estar mais sintonizada com a responsabilidade do arcanjo Miguel, que aplica a justiça divina, armado de espada, para derrotar aquelas almas cristalizadas no mal, que não sentem arrependimento pelas iniquidades que fez. Jesus traz a misericórdia para aqueles que se mostram arrependidos do mal praticado ou aqueles de bom coração que conseguem ouvir seus ensinamentos e conseguem diferenciar a mentira da verdade, das falsas negativas, e seguem pelos caminhos do Bem.
Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
E meio à crise de escândalos no Vaticano depois da renúncia de Bento XVI em março de 2013, Bergoglio tem novas esperanças de substituir o Papa graças a sua imagem renovada. Depois de várias votações aparece na sacada transformando-se em Francisco, o primeiro Papa jesuíta da história.
Durante séculos a chegada de um novo Papa para o trono de Pedro esteve rodeada de sinais misteriosos e previsões. Quais foram as profecias que anunciaram a chegada de Francisco?
No século XII o arcebispo católico Malaquias, hoje conhecido como São Malaquias entrou em transe e viu uma fila de renas papais a partir de Celestino II, o pontífice que reinava naquela época. Os nomeou e os identificou com lema, desde o primeiro até o último, com bastante exatidão. O último era o número 112, depois dele seria o fim.
Bento XVI era o Papa 111 e Francisco era o 112. Por isso muitos pensam que ele é o Papa do fim do mundo. Quando Francisco vai à sacada e antes de cumprimentar e pedir ao povo que reze por ele, disse:
“Os meus irmãos cardeais foram busca-lo lá no fim do mundo, mas estamos aqui.”
No fim do mundo é causalidade ou Francisco só se referia à grande distância entre Roma e Buenos Aires? Mas Malaquias não foi o único que associou a chegada de Francisco ao Vaticano com o fim do mundo.
No século XVI o médico e consultor astrológico Mission Denatran, mais conhecido como Nostradamus, previu a chegada de um homem de cor, com muito poder, no século XXI que anunciaria o fim dos tempos. A princípio, existirão doenças mortais como advertências e depois haverão pragas, morrerão muitos animais, haverão catástrofes, mudanças climáticas e finalmente começarão guerras e invasões do reino negro.
Na Idade Média isso foi interpretado como a chegada de um Papa negro, já que naquela época o Sumo Pontífice era o homem com mais poder no mundo, o rei negro. Mas por que Francisco seria o Papa negro? Para muitos a resposta está na origem jesuíta desse Papa e o relaciona com a cor da batina usada pelos membros da sua Ordem.
Se estão procurando profecias, a que mais me agrada é a década de 60, um ex-padre da Austrália, um ex-padre chamado Morris West, um popular romancista, escreveu um livro, “As Sandálias do Pescador”, as sandálias de São Pedro, analogia que previu em meados dos anos 60 que haveria um Papa na Europa Ocidental e no final da sua vida, em 2002 ou 2003, Morris West publicou outro livro chamado Eminência. E em Eminência, novamente falava sobre uma eleição papal e o que ele previu? Previu que o argentino seria o Papa. Então, se quiserem uma profecia, é provada e comprovada.
Outros vão mais além e falam da relação dos jesuítas com o poder.
Através dos tempos, o superior dessa Ordem foi conhecido como o Papa Negro pelo poder que tinha dentro da Companhia. O poder se estendia até aqueles lugares onde os jesuítas chegavam para realizar sua tarefa evangelizadora. Isso muitas vezes inquietava os governantes daqueles vários países que viam nos jesuítas o perigo de um poder latente dentro do seu próprio poder. Foram muito questionados e criticados. Napoleão falou sobre eles em suas memórias e advertiu: os jesuítas são uma organização militar, não uma ordem religiosa. O objetivo dessa organização é o poder em seu exercício mais despótico, poder para controlar o mundo sobre a vontade de um único homem.
Entre profecias e conspirações vamos evoluindo em direção a vontade de Deus que é imbatível. Jesus é o nosso comandante e todas articulação mentirosa, com falsas narrativas, podem trazer dificuldades e sofrimentos, mas sempre superaremos. O Papa Negro e o fim do mundo podem ser uma sinalização da mudança de estágio que a Terra irá passar, de planeta de Provas e Expiações para planeta de Regeneração. Todos os seres que não conseguirem se adaptar a uma egrégora em que prevaleça o amor, devem ser expurgados para outro orbe, mais sintonizado com suas consciências perversas.
É o momento em que nós, sintonizados com o pensamento crístico, devemos nos organizar e trabalhar de forma ordenada e fraterna para o povoamento da Terra numa sociedade mais próxima do Reino de Deus.
Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
Bergoglio se encontrava no topo da hierarquia eclesiástica que um religioso latino-americano poderia imaginar. Mas no país dele as pessoas lutavam para recuperar as economias de uma vida inteira. Havia brigas, mortos e feridos nas ruas... e um presidente que teve que deixar o mandato fugindo do palácio presidencial.
*Chamou muito a minha atenção quando me contou desde seu ponto de vista de pastor o que estava acontecendo. Era um momento muito difícil no cenário político argentino e ele tinha tudo isso bem presente. Contou-me a crise, principalmente através de uma imagem, a imagem de pais e mães de família que talvez tenham perdido o trabalho, que estava em apertos e choravam de noite para que seus filhos não vissem. Surpreendi-me com essa delicadeza de um homem que sabe olhar o sofrimento dos corações dos indivíduos.
O cardeal se encontrava num momento-chave. Podia se trancar em uma torre de cristal ou sair na rua para acompanhar as pessoas em sua luta e em seu sofrimento.
“Nesta cidade há crianças morando nas ruas. Esta cidade fracassou e continua fracassando em livrá-los desta escravidão estrutural.”
*Mostrou que aonde for sabe enfrentar os desafios do lugar que está.
Bergoglio já era arcebispo e cardeal, porém continua com seus trabalhos nas ruas como se esses dois títulos só servissem para ter um acesso mais fácil para ajudar aqueles que mais precisam. Ele sempre ia em busca dos fiéis.
“Jesus ficava o dia inteiro trancado na igreja? O que fazia Jesus na rua? Procurava. Esse era Jesus, vivia procurando as pessoas. “
Seu estilo austero marca uma tendência na igreja argentina naqueles anos acostumados a certos luxos, protocolos, secretários, assistentes e motoristas particulares.
*Bergoglio tem um estilo de vida muito austero, muito simples, que marcou aqui a diocese de Buenos Aires. Se esse bispo de Buenos Aires vive dessa forma, nós também temos que ter uma atitude semelhante.
O cardeal Bergoglio não precisa de nada disso para chegar até aqueles que ele quer alcançar e aqueles que o procuram o encontram facilmente.
Em 02-04-2005 uma notícia sacudiu o mundo: João Paulo II faleceu e a igreja deve eleger um novo Papa. Em 18-04-2005 o cardeal Bergoglio entrou na Capela Sistina com outros 114 cardeais. Ia começar o conclave que elegeu o sucessor de João Paulo II e existem dois favoritos.
*Por um lado havia um cardeal muito forte, o cardeal Ratzinger, e por outro lado, no campo dos reformistas o cardeal Carlo Maria Martini que, entretanto, não podia ser Papa porque estava doente de Parkinson.
Com Martini eliminado, o olhar de um setor de cardeais se centraliza sobre o cardeal argentino. Acontecem as votações, Bergoglio obtém 40 votos, Ratzinger lidera a votação, mas não chega aos dois terços ou 2 terços mais um que precisa para se consagrar Papa.
*Nunca antes um argentino, um latino-americano tinha conseguido 40 votos como nós jornalistas podemos examinar. Apesar de ser tudo muito secreto.
Depois, na seguinte votação o cardeal Bergoglio decide renunciar e pede aos cardeais que votaram que entreguem seus votos ao cardeal Ratzinger.
Na seguinte votação Ratzinger obtém os votos necessários e se consagra automaticamente como o novo Papa.
O que aconteceu com o cardeal argentino? Por que se auto eliminou de maneira drástica? A resposta é simples. Bergoglio sabia que jamais alcançaria a maioria dos votos. As sombras da época da ditadura na Argentina pairavam sobre ele como um passado funesto.
*Ele era candidato, tinha excelentes votos, mas houve interferência de um dossiê que denunciava que Jorge havia colaborado com a ditadura militar.
Antes do conclave, circularam entre vários cardeais eleitores, documentos que comprometiam Bergoglio no caso dos sacerdotes jesuítas sequestrados e torturados durante a ditadura. Esses documentos diziam que Jorge Mario Bergoglio os tinha entregado. Cinco anos depois, em 2010, Bergoglio é chamado para declarar como testemunha na causa dos sacerdotes. Então acontece um fato curioso. Com a reabertura dos arquivos, novas testemunhas são convocadas no caso e contam novas histórias sobre o cardeal e suas ações durante os anos escuros na Argentina.
*Ouvimos muitas vozes, que estávamos contando histórias de sua atitude solidária, de que ia às vilas, de qua salvou pessoas.
*Poderia ter feito mais? Com certeza. Bem, digamos que eu, eu acredito que todos fizemos pouco ou nada, mas ele pelo menos, ele fez.
Essas histórias, longe de condenar Bergoglio, mostra um pastor que em muitas ocasiões tinha burlado os controles militares para ajudar pessoas perseguidas a fugir do país para o exílio.
*Se os militares descobrissem seria considerado um terrorista subversivo que deveria ser executado.
Mais um ponto positivo para Bergoglio. Foi atacado pelas mentiras, prejudicado em sua evolução eclesiástica, mas não fez escândalo em junção disso e deixou que o tempo, aliado da verdade, deixasse o que a realidade viesse à tona.
O ponto que preocupa no pensamento e ações de Francisco é com relação a aproximação de movimentos socialistas/comunistas sem a devida consideração com o histórico que estes movimentos mostram nos países em que chegaram ao poder. A miséria e mortes que queriam evitar dentro da população, terminou sendo bem maior com a gerência socialista. Essa agenda de luta em favor pelos oprimidos e miseráveis deve existir, é uma das atividades do comportamento cristão, mas com a prudência de não estar servindo ao demônio, pensando estar servindo ao divino. Fui vítima dessa situação enganosa por bastante tempo, por isso tenho certa autoridade de falar desses equívocos.
Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
O golpe militar encontra o padre Bergoglio e os sacerdotes trabalhando dentro dos bairros marginais. Há acusações de que a alta hierarquia eclesiástica está colaborando com o regime militar.
*Porque houve um conflito com a Igreja Católica, com a sua hierarquia, porque uma parte da hierarquia foi cumplice.
Nesse contexto não foi fácil para o padre Jorge Mario Bergoglio levar adiante seu trabalho pastoral. Sua alma se debate pelo seu dever como jesuíta e o próprio sentimento de ajudar os excluídos marginais e ao mesmo tempo deve manter seus sacerdotes, a sua ordem longe da politização para não colocá-los em perigo.
Em operações rápidas os militares entravam nesses bairros, sequestravam todos aqueles que pareciam suspeitos.
*Os militares não entendiam, se fosse branco, se fosse loiro, se estava em uma vila é porque diretamente eram terroristas e tinham que matá-los.
São feitas listas com os nomes e sobrenomes. Nessas listas estão alguns sacerdotes jesuítas.
*Jorge disse aos padres que também eram jesuítas que não ficassem ali porque era altamente perigoso.
*Há diferentes maneiras de se viver sob um regime opressivo e ele tinha como líder religioso, uma responsabilidade por todos.
*Os rapazes não queriam saber de nada. Disseram que iam ficar, Jorge discutiu com eles, mas decidiram ficar. E um dia chegou uma tropa da Marinha e os levou.
Durante esses anos, Bergoglio teve que andar sobre uma linha muito estreita e arriscada.
*Jorge estava preocupado, fez uma quantidade de gestões para a liberdade deles. Eu me lembro que primeiro foi Videla que disse que tinham sido levados para uma cela.
Os sacerdotes jesuítas que tinham sido sequestrados foram liberados pelos militares e fogem do país. A personalidade do padre Bergoglio vai se formando. Aprende estratégias, faz alianças e usa sua inteligência para levar a palavra de Jesus sem que tudo isso seja considerado uma doutrinação ideológica por parte dos militares.
“São os filhos da herança que nos dizem chorem, chorem cidade distraída, cidade dispersa, cidade egoísta, deve chorar pois precisa ser purificada por suas lágrimas.”
No ano de 1983 a democracia voltou à Argentina. O governo militar deixou uma enorme dívida externa que repercutiu em todos os níveis na vida dos argentinos. Foi um tempo de reconstrução, de esperanças, mas o país ficou devastado.
Bergoglio teve que lutar com a herança que restou à pobreza e todo o valor que ela trouxe.
“Nesta cidade se exploram trabalhadores em oficinas clandestinas”.
*Ele sempre foi assim. Teve essa dedicação especial por todos e em particular pelos mais frágeis. Trabalhou arduamente o tema ligado ao tráfico de pessoas, ao trabalho escravo, da emigração, das pessoas que moravam nas vilas; os acompanha, os aconselha, os cuida, os ensina serem livres, a serem autossuficientes, a pensar.
“E na vida temos que caminhar como caminhou Jesus, deixando pegadas que marquem a história, pegadas que deixem descendência.”
Ele enfrentou o poder político da época, não uma, mas muitas vezes.
“Se nós abandonarmos a fraqueza do humilde por acreditarmos ser o que não somos, viveremos o pesadelo de um país que abandona seu destino e será nossa culpa.”
Seu caráter ia se tornando cada vez mais forte e se tornando um grande estrategista. No ano de 1992, enquanto Bergoglio esta na cidade de Córdoba como diretor espiritual e confessor da Companhia de Jesus, ocorreu um fato que iria marcar o primeiro passo de sua carreira ascendente dentro da alta hierarquia da igreja argentina.
*Ele estava em uma igreja de Córdoba, nem era o vigário. O arcebispo de Buenos Aires o chamou. O cardeal Antônio, para que ele fosse um dos seus bispos auxiliares. Quer dizer, quem nomeia é o Papa, mas é o cardeal quem promove.
Em 20-05-1992, foi nomeado pelo próprio Papa Joao Paulo II, o bispo de Alca e o bispo auxiliar da diocese de Buenos Aires.
*Eu costumo dizer que ele era uma espécie de forasteiro dentro da igreja e a partir de 1992 iniciou uma carreira meteórica.
No ano de 1998, com a morte de seu superior, o cardeal Corradino, Bergoglio assume seu lugar e se torna o arcebispo de Buenos Aires.
*Mas também por ser o bispo e particularmente o bispo de uma cidade tão rica, complexa e grande como Buenos Aires, e mais tarde presidente da conferência episcopal da Argentina, sua presença no contexto latino-americano foi uma presença no governo, mas também com contato cara-a-cara, principalmente com os mais pobres, com as pessoas que mais precisavam de atenção e ajuda.
Passaram poucos anos para que Bergoglio chegue ao posto mais alto da hierarquia eclesiástica. Em 21-02-2001 Jorge Mario Bergoglio foi consagrado cardeal. Alguns meses depois, a Argentina viveria uma das maiores crises econômicas e sociais da sua história. O governo toma uma medida restringindo a extração dos depósitos bancários, as pessoas não podem mais retirar seu dinheiro dos bancos. O surto não demora a chegar. O povo sai para as ruas com o lema de que todos devem ir. A violência cresce até limites inesperados.
*Ele fala com veemência do fato que estas estratégias econômicas torna o trabalho quase superficial. Por consequência não tem escrúpulos para transformar em desocupados milhões de pessoas sem pensar nem um pouco em quanto sofrimento elas padecem.
A história do Papa Francisco é muito promissora quanto a luta pelo interesse dos pobres, marginalizados, desempregados. Muito boa a sua formação em defesa dos mais fracos. O importante também é saber quem são seus aliados. Movimentos socialistas, comunistas?
Lembro que o Papa João Paulo II, polonês, lutou bravamente contra o movimento comunista, por ser uma ideologia materialista e ateia, destruidora da pessoa humana. Foi um fato impressionante a queda retumbante do comunismo no Leste Europeu em 1989, sem derramamento de sangue. Só podemos explicar se considerarmos a ação de Deus através do Papa João Paulo II.
O Papa Francisco se aproximando desses movimentos comunistas/socialistas não estaria indo na contramão do trabalho evangélico que deveria ser seguido pelos sumos pontífices?
Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
Memórias de Mário Jorge Bergoglio.
“Era 21 de setembro, porque sempre me lembro disso. Saí para passear com os companheiros e passei pela igreja de Flores. Entrei e senti que tinha que entrar, essas coisas que sentimos e nós não sabemos explicar. E vi um padre andando, não conhecia, não era da Igreja, então não sei o que aconteceu. Senti como se alguém me agarrasse por dentro e aí senti que tinha de ser padre e não tive dúvidas. Não tive. Jesus não espera para que procurem por ele, ele vai ao nosso encontro”.
Depois de receber seu diploma como técnico químico e seguindo aquele chamado místico, aos 21 anos ingressa no Seminário da Companhia de Jesus para se tornar um padre jesuíta.
“Temos de estar à serviço dos outros, nos ajudarmos”.
Como jesuíta teve uma brilhante formação intelectual. Foi docente em literatura e psicologia e também estudou ciências humanas e teologia. Durante a década de 60 Bergoglio estava ideologicamente ligado ao peronismo, um partido liderado por Joan Domingo Peron, que desde 1955 estava banido na Argentina. Porém, apesar do banimento, na década de 60, Bergoglio foi diretor espiritual de um grupo de jovens católicos chamados “A Guarda de Ferro”, um grupo formado por quatro políticos peronistas com regras muito similares às dos jesuítas, quase militar.
*É alguém que vinha falando da unção dos pobres há muitos anos e que tomou posições muito firmes.
“E não tenham medo dos mercadores da morte que aqui bem perto estão pensando como fazer para que a morte chegue de uma maneira razoável”.
No início da década de 70 acabou o banimento e o peronismo volta ao poder. Durante esses anos, o padre Bergoglio é nomeado provincial da ordem jesuíta. Com esse vento a favor, realiza um grande trabalho social indo as zonas mais pobres de Buenos Aires para ajudar os mais necessitados.
*As pessoas da vila veem ele como alguém próprio do lugar. Trabalhou arduamente o tema do tráfico de pessoas no trabalho escravo.
“Na escola nos ensinam que a assembleia de 1813 aboliu a escravidão. Isso tudo é mentira. Existem outras escravidões”.
*Uma vez quando fui dar uma palestra na Vila, ele em um Ônibus e subiram muitos trabalhadores da própria Vila e o reconheceram. E quando ele deu uma palestra, um levantou e disse: o senhor ficou no ônibus. Isso é um sinal para nós. Realmente o consideramos um irmão.
“São submetidos e depois não cabem no sistema e são material descartável”.
*Eu conheci Jorge Bergoglio na década de 70. Naquela época eu era uma advogadazinha, ele um padrezinho. Eu estava no escritório, chegou um amigo meu com um padrezinho, porque vieram fazer uma consulta. Era um homem jovem e muito comovido pela dor dos outros. Esse era o Jorge. Vivíamos em um país em revolução.
Em 1976 ocorre um fato que mudaria drasticamente o rumo da Argentina. No dia 24 de março um golpe militar termina com um governo democrático e começa uma das ditaduras mais sangrentas da história do país.
*Foi providencial dos jesuítas desde os 73, era jovem, e era um momento muito difícil na história da Argentina. Havia uma junta militar no poder e aconteceram coisas terríveis e há muitas discussões sobre seu papel nisso.
Muito bom o comportamento do padre Bergoglio junto as comunidades. Acredito que eu teria agido da mesma forma. Agora, com o conhecimento que adquiri desde os dias de minha militância politica em partidos de esquerda, acredito que teria mais cuidado no ataque ao capitalismo, aos patrões que escravizavam os povos e favoreciam suas mortes precoces. Eu saberia que assumindo o socialismo, derrotando o capitalismo, as mortes poderiam ser bem maiores e mais rápidas e escancaradas como aconteceu em vários países que alcançaram esse nível.
Com o meu conhecimento atual, eu não iria ser filiado e militante de partidos de esquerda. Poderia trabalhar em partidos conservadores, mas com o foco em destruir a selvageria que tenta monopolizar o capitalismo. Este é o principal adversário que possuímos, o egoísmo que penetra na relação de trabalho, colocando uns como escravos de outros. É essa sistemática inerente ao capitalismo que é o nosso adversário, e não o sistema capitalista em si, que se mostra muito mais saudável do que o socialismo ou comunismo. A história confirma.