Este filme de 1977 sempre me atraiu por algum motivo. Acredito que seja devido ao tipo deferente e ao mesmo tempo tradicional de se relacionar em família. Retrata uma família mafiosa cujo chefe tem seus princípios bem construídos. Quer ser respeitado, mas não mercenarizado, apesar de suas atividades criminosas. Existe uma ética dos negócios por trás de qualquer ação, mesmo que seja fora dos limites da lei. As pessoas se agregam à sua família numa relação de compadrio e tende a ampliá-la cada vez mais, criando assim uma forma de família ampliada, como eu defendo.
Talvez essa forma de viver em família ampliada que tem um paralelo com o que acredito, seja o motivo da minha atração por esse filme. Quero deixar claro que a violência que é empregada como meio de viabilizar os relacionamentos e sua hierarquia nessa família ampliada é totalmente diferente da que procuro fazer.
Na família mafiosa a força que prevalece é a violência associada ao egoísmo de conseguir o maior nível de poder político e financeiro e assim ampliar a sua influência. Tudo isso atende aos desejos da carne, aos instintos biológicos. A ética que se observa está atrelada ao cumprimento desses princípios egoístas onde os grupos entendem que, para sobreviver, devem obedecer alguns princípios que evitem o mútuo extermínio.
A família ampliada que procuro construir tem um caminho totalmente diferente. A força matriz dessa família é o Amor Incondicional, a solidariedade, a justiça, a verdade, a abnegação, todos esses valores aplicados ao próximo que deve ser considerado e amado como a mim mesmo. O potencial financeiro e político perde importância, pois agora prevalece relacionamentos harmônicos e justos, onde o mais forte ajuda o mais fraco, o mais sábio ensina o menos instruído, tudo isso sem esperar recompensa de quem está sendo beneficiado pela ação.
Tenho pedido a Deus orientações de como fazer para construir essa família ampliada com a força básica do Amor Incondicional. Toda relação que desenvolvo em qualquer nível ou qualidade, sempre está contaminada pelo amor condicional, que gera todas as complicações de abusos e falsidades, atrito e violência, injustiça e indiferença. Quando levanto a espada do Amor Incondicional vejo a crise surgir dentro de meus próprios relacionamentos parentais, os relacionamentos mais íntimos.
Na própria comunidade da Praia do Meio onde desenvolvo a militância cristã, também sinto essa dificuldade. Parece que o trabalho que estou oferecendo até agora junto com os companheiros, não passa de um assistencialismo tradicional que mantém as pessoas nas mesmas condições, apenas com suas dores atenuadas devido os atos de caridade. Como construir uma família ampliada, em direção à família universal, ao Reino de Deus?
Talvez Deus tenha começado a oferecer os meios para isso acontecer na comunidade. Em nossa última reunião da AMA-PM veio até nós uma mãe que teve o filho assassinado e que deixou todos os parentes traumatizados e uma criança órfã. No estilo da família mafiosa o nosso apoio a essa família era promover a vingança e também eliminar o assassino. Mas em nossa família ampliada o apoio deve ser dado a ambas famílias, do assassino e do assassinado, principalmente dessa última na qual aconteceu uma perda real e valiosa: uma vida!
O nosso olhar para essa família vitimada deve ser de um membro dessa mesma família, mesmo que não existam laços consanguíneos, deve prevalecer a compreensão de que somos irmãos espirituais, filhos de um mesmo Pai (Deus) e de uma mesma Mãe (Natureza). Aquela criança que perdeu o seu pai biológico, deve ganhar de imediato um pai espiritual! O mal que retirou da vida material aquela pessoa do seio da família biológica, o bem automaticamente inclui uma pessoa para assumir todos os laços parentais criando o seio da família espiritual.
Teremos encontrado assim um Poderoso Chefão dentro dos princípios espirituais, muito mais forte e lindo que o Poderoso Chefão dos princípios da violência. E veremos que não se identifica apenas um Poderoso Chefão, como no filme, mas, cada pessoa que adquire essa consciência de filho de Deus e que age na comunidade como um irmão que pode se transmutar em pai, filho, neto, mãe, amigo, de acordo com as necessidades, essa pessoa é infinitamente mais forte!
Parece que este é o desafio que Deus lança para mim que tanto admirei o filme O Poderoso Chefão... Estás pronto, Francisco, para ser a contraproposta espiritual de O Poderoso Chefão?
Foi realizada a reunião ordinária da AMA-PM e Projeto Foco de Luz no dia 16-04-15, as 19:30h, na Escola Olda Marinho, como previsto, com a participação de: 1. Paulo Henrique 2. Ricardo Queiroz (1ª vez, morador das Rocas, patrocinador de eventos) 3. Radha 4. Juliano 5. Mariza (1ª vez, mãe de jovem assassinado) 6. Ivânia 7. Nivaldo 8. Francisco Rodrigues 9. Davi 10. Tarcísio Costa (1ª vez, assessor do vereador Maurício Gurgel, técnico em seguros, militante comunitário) 11. Ilane (1ª vez, professora, companheira de Tarcísio) 12. Severino 13. Redja 14. Ezequiel 15. Damares 16. Ana Paula. Francisco inicia com a leitura dos registros, a) da reunião do dia 09-04-15; e b) do 2º Lual acontecido no Shopping Mãos de Arte em 10-04-15. Ambos aprovados por todos. Francisco também informa que compareceu ao SEBRAE na companhia de Radha para reunião agendada por Rosário com o diretor, Zeca Melo. Como não foi possível Francisco e Radha chegarem exatamente no horário das 15h como ficou previsto, Rosário falou sozinha com o diretor e ficou acertado que seria combinado um dia para ser feita uma palestra por um técnico sobre o projeto de “Hospedagem comunitária” e de “Reciclagem de lixo”. Também foi entregue o Boletim Financeiro do mês de março e o Edital convocando os associados para a eleição da diretoria da Associação para o dia 30-04-15. Francisco informa a ausência da tesoureira Edinólia, por motivo de doença. Por esse motivo deixa de ser dado o informe quanto o Hotel Reis Magos que está ao seu encargo. Damares informa da viagem do secretário de esportes do município e Tarcísio se voluntaria para intermediar o encontro, já que tem amizade com o secretário. Francisco informa da posse do novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo, e que devemos marcar um encontro com ele e os secretários de turismo municipal e estadual sobre o potencial turístico de nosso bairro. Tarcisio informa do trabalho de apoio as iniciativas financeiras do CIAP e se prontifica a intermediar a vinda de um técnico à Associação para explicar como funciona o serviço. Davi volta a ficar responsável pela comunicação com a direção do Pâmpano para a AMA-PM se fazer presente em uma das suas reuniões. Paulo coloca as atividades que deverão ser realizadas para o Dia das Mães, que foi decidido ser comemorado antes, no dia 08-05-14, sábado, na Rua do Motor, de 16 às 19h. Foi aprovada a realização de um bingo. Davi ficou encarregado de fazer as cartelas que serão vendidas no valor de 3,00 reais com renda para a Associação; Paulo defende que os prêmios sejam ofertas dadas pelos sócios que tenham condições de fazer essa captação com políticos ou comerciantes; Paulo se encarregará da confecção de um bolo e dos ofícios necessários para gambiarra, fechar a rua, uma barraca de apoio, uma tenda e um palco. Ezequiel verificará a possibilidade da peça teatral e Radha de uma palestra alusiva à ocasião promovida pela saúde ou pela área motivacional. Nivaldo informa que o serviço de esgoto na frente da Escola Olda Marinho foi concluído com sucesso e Ezequiel informa que as luzes que estavam queimadas no bairro foram substituídas. A reunião foi encerrada às 20:30h como planejado, foi conduzida a oração do Pai Nosso por Francisco e todos posaram para a foto coletiva. Após a reunião foram atendidas duas mães, Redja que tem um filho no futebol, e Mariza que teve um filho assassinado. Como na próxima quinta feira vai acontecer a missa de 30º dia dessa morte, combinamos fora da reunião que iríamos para essa missa na hora de nossa reunião, como forma de solidariedade às vítimas desse ato e de juntar forças com a igreja para promover uma passeata em defesa da Paz dentro do bairro.
Outro trecho escrito na Bíblia e citado por Jesus, foi lembrado na reunião da última terça-feira, dia 14-04-15, que sempre faço na Associação Médica. O coordenador usou esse trecho para justificar um tema de “O Livro dos Médiuns”, que estamos estudando regularmente. Não vi muita relação do uso desse trecho para explicar o tipo de médium que podemos encontrar, mas que tinha bem mais relação com minhas últimas preocupações quanto a desarmonia que posso causar com meu comportamento. Falou da paz, da espada e do conflito gerado pelo Cristo e que é descrito por Mateus e Lucas da seguinte forma:
“Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o filho e seu pai, entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra, assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim; e aquele que não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. O que acha a sua vida, perdê-la-á; mas o que perde a sua vida por minha causa, achá-la-á. (Mateus 10: 34-39)”
“Vim lançar fogo à Terra, e que mais quero, se ele já está aceso? Mas tenho de ser batizado com um batismo, e como me angustio até que ele se cumpra! Pensais que vim trazer paz à Terra? Não, eu vo-lo digo, mas divisão; porque de ora em diante, haverá numa casa cinco pessoas divididas, três contra duas, e duas contra três; estarão divididas: o pai contra seu filho, e o filho contra seu pai; a mãe contra sua filha, e a filha contra sua mãe; o sogro contra sua nora, e a nora contra sua sogra. (Lucas 12: 49-53)”
Então percebi que foi mais uma lição para mostrar que o conflito que eu causo nas minhas companheiras já foi previsto por Jesus que isso iria acontecer, desde o momento que decidi cumprir com prioridade a lei do Amor Incondicional. Como o amor condicional é forte dentro das relações parentais, são essas pessoas como o pai, a mãe, a companheira, o filho, etc., que mais profundamente reagirão à aplicação do Amor Incondicional nas relações afetivas.
O combate será feito como o Mestre previu, inicialmente dentro dos nossos corações para vencer as forças do egoísmo e que estão visceralmente ligadas aos interesses individualistas do corpo, mesmo que cause dano a um sem número de pessoas. Depois que o coração tenha sido domesticado e reine dentro dele o Amor Incondicional, o próximo passo é construir as relações afetivas dentro do contexto humano onde prevalece o amor condicional. É nesse ponto que a espada que Jesus falou passa a ser brandida, pois o amante incondicional não pode deixar de ser fiel aos princípios dessa força por causa de nenhum tipo de pressão que vise a exclusividade de sentimentos, aos ciúmes, intolerâncias, etc.
Interessante que essa espada só é brandida para quem ainda tem o coração cheio das emoções egoístas dos instintos animais. Para aquela pessoa que já fez a limpeza dessas impurezas em seu coração, essa espada jamais será usada, pois ela não a amedronta, porque ela tem em seu coração uma espada semelhante e que também não me causa temor.
Existe um trecho escrito por João (3, 1-8), no Novo Testamento, que se refere a conversa que Jesus teve com um fariseu chamado Nicodemos, da seguinte forma:
Este último item, sobre o sopro do vento, encontrei na Folhinha Coração de Jesus que vejo a cada dia. Entendi logo que foi uma resposta de Deus às minhas preocupações mais atuais e que deixei registradas nos dois últimos dias deste diário. Estava preocupado com a desarmonia gerada em minhas companheiras que é causada devido a minha permanência em lugares diferentes. Pensava naquele momento que jamais eu alcançaria o nível de harmonia dentro de uma família ampliada, como é necessário dentro das exigências espirituais, devido as exigências egoístas opostas do corpo material. Esta mensagem do Cristo, escrita por João e editada na Bíblia Sagrada pela editora Ave Maria, chega até a minha consciência através de um pequeno lembrete na folhinha do Coração de Jesus. Entendo nessa mecânica que a vontade de Deus está assim disseminada por toda nossa cultura, e que devo apenar ter olhos para ver e ouvidos para ouvir. Quando estou com a intenção de cumprir essa vontade de Deus e que peço e procuro por Sua ajuda, ela se faz presente pelos Seus diversos instrumentos instalados na Natureza, dentro da matéria ou no mundo espiritual, assim como eu pretendo ser aqui e lá.
Dessa forma entendi o que o Senhor queria me dizer. Eu já renasci do Espírito, procuro construir o Reino de Deus dentro do campo material, usando a energia preferencial do Amor Incondicional. Estou em condições de ver este Reino de Deus na minha imaginação e procurar usar a minha energia para realizá-lo junto aos diversos irmãos, próximos ou distantes.
A minha ação dessa maneira não tem o caráter pesado da matéria, de fincar os pés num determinado local e permanecer nele de forma exclusiva com as pessoas que nele habitam. O meu caráter deve ser como o vento que sopra aonde a consciência manda, em busca da harmonia, da verdade e da justiça. Por onde eu passo todos podem sentir os efeitos do bem estar do Amor Incondicional, da alegria, do riso... mas que ninguém pretenda me prender, pois tal como o vento, isso é impossível, eu escapo por entre os dedos de quem queira me agarrar. Ninguém pode saber de onde eu venho ou para onde eu vou, a não ser que me perguntem, pois o ruído que eu produzo sempre está aliado com a verdade. Os sentimentos que deixo em quem tem a oportunidade de me sentir sempre são solidários com todos os irmãos que formam a humanidade, qualquer que seja a posição social, financeira ou familiar que eles tenham em determinado momento. Isso estimula o ambiente psíquico e circunstancial propício à vontade de Deus, à criação da família ampliada, a construção da família universal, a existência do Reino de Deus.
Foi esta a compreensão que adquiri com esse recado que acredito proveniente da divindade, e que me deixou muito mais satisfeito e confiante naquilo que estou realizando, apesar do sofrimento emocional pelo conflito existencial em quem ainda se mantém dentro dos padrões do amor condicional.
O domingo, dia 12-04-15, foi um teste de harmonia/desarmonia que terminei envolvido dentro dele, de forma pública e privada. No campo público foi a caminhada de protesto da qual eu participei, como forma de corrigir as mentiras e corrupção que infesta o Brasil e traz desarmonia para todos os cidadãos entre os quais me incluo. Era um grupo grande de pessoas que, procurando sintonizar harmonicamente com ideias positivas, pretendia corrigir a desarmonia coletiva.
No aspecto privado também fiquei balanceado entre os dois campos, a harmonia e a desarmonia. Como procuro criar um relacionamento harmônico com base no Amor Incondicional alicerçado na Verdade, termino inevitavelmente me defrontando com os interesses contrariados do amor condicional. Isso se reflete principalmente nas pessoas que pretendem seguir o meu caminho na condição de companheiras, que tenham intimidade sexual ou não. Esse aspecto não é o principal objetivo no contexto espiritual.
Quando fui para a caminhada de protesto com uma das companheiras senti o clima de desarmonia quando falei a verdade do que estava acontecendo, fato esse já descrito no diário de ontem. Mas quando voltei para Ceará Mirim para participar do aniversário de minha outra companheira, senti um clima de harmonia, mesmo tendo lhe deixado sozinha na organização do evento para ir participar da caminhada com a outra companheira. Não houve nenhuma reclamação por eu ter chegado depois da hora que eu previa. Orientou-me quanto a forma de me vestir, pois eu cheguei com a cara pintada e portando uma bandeira branca, usando a camisa do dia do protesto. Fez questão de me apresentar aos amigos dela que eu ainda não conhecia.
O que chamou mais a atenção foi a presença da mãe dela que compareceu também de forma harmônica. Todos que a conhecem sabem que é uma pessoa hostil, que sempre está acusando alguém por não fazer as coisas como ela acha que é correto. Pois nesta noite ela entrou de forma educada, cumprimentando os presentes e não criando clima desarmônico com ninguém. Apenas lamentou a situação de sua filha casada que está atravessando dificuldade de relacionamento com o marido.
Fiquei a maior parte do tempo ao lado do meu irmão, Carlos, brincando com o Videokê, até chegar uma pessoa amiga que tinha interesse em conhecê-lo, particularmente.
Notei que o coração da minha companheira que aniversariava estava feliz e harmônico com todos os presentes. Lembrei que a companheira que deixei em casa ficou amargurada e desarmônica com o que estava sabendo e sentindo. Lembrei também da outra que está prestes a fazer uma cirurgia e que ficou em casa sem ter sido convidada nem para a caminhada, nem para o aniversário.
Avaliando tudo isso eu fico preocupado na possibilidade de não alcançar o que sinto que Deus espera de mim, de criar essa família ampliada de forma harmônica, se os obstáculos colocados pelo amor condicional parecem ser tão fortes e disseminados. Parece que a única pessoa que sabe amar dessa forma incondicional sou eu, que consegue ficar feliz com a felicidade da companheira, mesmo que ela esteja ao lado de outro. Mais ainda, fico feliz por ela e desenvolvo amor pelo companheiro que no momento faz companhia a ela. Não sinto mais qualquer traço de ciúme em meu coração, ciúme esse que vejo consumir o coração e mente de cada uma das minhas companheiras. Não consigo encontrar argumentos para ensinar a elas essa verdade que já tenho bem forte dentro de mim e sobre a qual faço minha caminhada, o meu destino. Uma caminhada que eu não canso de explicar a cada uma delas como é, mas que nenhuma consegue entender ou muito menos praticar. Mesmo elas dizendo que querem caminhar comigo dentro desses critérios do Amor Incondicional.
Mas não desistirei, o Amor Incondicional que aprendi a viver dentro dele, é carregado de outros sentimentos e virtudes que devem também ser aplicados, como a tolerância, o perdão, a paciência, justiça, verdade, coragem, etc. Mesmo que o preço que eu tenha que pagar seja o de ser vítima da intolerância, da raiva, do resentimento, do desprezo e de viver por toda a vida sem a convivência de pessoas que saibam amar como eu, sem prisões ou exclusivismo de qualquer espécie.