Li no livro de Trigueirinho, “A Criação – Nos caminhos da energia” uma comprovação daquilo que eu já estou praticando há um bom tempo. Escreveu ele: “A Sabedoria Interior procura utilizar tudo para o bem, e a Misericórdia transforma o que seria um mal em fonte de impulso para o desenvolvimento dos seres.”
A Misericórdia é a sagrada energia que é proveniente do alto nível espiritual, a base para o perdão, que permite a instalação de um positivo esquecimento de tudo que não seja expressão da luz, explica ele.
Como estou sintonizado dentro dessas argumentações do autor, vi que pode muito bem ser aplicado as suas considerações ao meu modo de pensar e agir.
Uma força poderosa que reside dentro de mim é o impulso sexual. Mesmo que o meu gênero masculino já proporcione uma ampla motivação sexual comparado com o gênero feminino, ainda recebi da genética um acréscimo vindo da herança de meu pai.
Essa força biológica, instintiva, sexual, fez com que eu mudasse meus paradigmas com relação à construção da família. Como tinha dentro de mim uma boa interioração do Amor e da Justiça, foi possível desde cedo, antes que eu tivesse tão clara a compreensão da minha missão, o que eu deveria fazer. Era a Sabedoria Interior em ação, agindo mesmo de forma inconsciente.
Um exemplo claro e simples disso que quero explicar é o que acontecia quando eu trabalhava como plantonista no Hospital. A tendência era que à medida que o tempo passasse o cansaço ia forçando o meu comportamento, eu ia tornando-me indiferente e às vezes ranzinza com as queixas de quem chegava. No entanto, quando chegava uma jovem bonita, atraente, sensual, meu comportamento mudava automaticamente. Ficava mais atencioso e procurava ajudar com mais eficácia. Mesmo que não tivesse a intenção de ser insinuante na abordagem sexual, mas era, sem a menor dúvida, uma forma de ganhar simpatia daquela pessoa para um possível relacionamento no futuro. Esta é uma forma de germinação do amor condicional a uma situação prazerosa para mim, que está associado ao amor romântico. Consigo captar o interesse inconsciente, involuntário desse tipo de comportamento da seguinte forma: “eu vou agir com bastante atenção e carinho e farei um laço afetivo que pode se prolongar além do atendimento. Poderei assim interagir com essa pessoa e obter um ótimo prazer sexual, mesmo que seja de mão dupla, ela deve se sentir também feliz e satisfeita por essa intervenção no futuro.”
Essa preocupação com a mão dupla do prazer e do afeto dentro de um relacionamento desse tipo é que aproxima do Amor Incondicional e beneficia a pessoa que está sendo atendida. Garante que eu deva fazer em primeiro plano a sintonia com o que aquela pessoa pode receber de positivo de um relacionamento dentro dessas características, com toda a fragilidade que ela se apresentou ao atendimento. É a aplicação da bússola comportamental que Jesus nos ensinou: “Não fazer ao próximo o que não quero para mim”. Por isso 99% dos contatos que eu tinha e que despertava esses sentimentos de conquista dentro de mim, não evoluíam para a intimidade sexual, pois, na maioria das vezes, não havia oportunidade para a repetição do fato e quando isso acontecia, eu não percebia que fosse trazer benefício àquela pessoa, pelo contrário, eu intuía ou mesmo percebia que era prejudicial.
Mesmo que no início do relacionamento eu tivesse desenvolvendo um comportamento com um interesse condicional ao que eu poderia obter da sexualidade, com o seguimento da relação prevalecia o Amor Incondicional, com o bem que eu estaria fazendo àquela pessoa independente do que ela pudesse me oferecer como recompensa de qualquer natureza, inclusive a sexual.
Assim, posso considerar que fiz a transmutação de um amor que estava sendo gerado com a força instintiva, condicionado ao prazer que eu poderia obter da relação sexual, para o Amor Incondicional, que eu continuava fazendo sem ter a perspectiva de qualquer ganho material.
Mas, até esse ponto era relativamente fácil, dentro das minhas convicções de ser um praticante do Amor Incondicional. Fácil porque com essa pessoa eu já estava envolvido com a forte energia sexual que poderia fazer mal, e usando a Sabedoria Interior eu a transmutei como fonte de impulso para o bom desenvolvimento daquela pessoa.
Agora, a dificuldade maior é pegar essa experiência dessa energia especial e transmutá-la dentro da rotina do atendimento no plantão. Por que então eu não atendo com o mesmo carinho, atenção e dedicação qualquer pessoa que procure o serviço? Qualquer que seja a idade, sexo ou condição social? Entrava em cena o sentimento de Justiça que é um dos tributos do Amor Incondicional. Eu me via forçado a agir comm todos de forma semelhante àquela pessoa que gerou em mim tanta energia sexual. Esta é a beleza da transmutação dessa energia que pode ser usada condicionalmente, para o uso incondicional, para servir ao Amor Incondicional ao próximo, qualquer que seja ele, suas características ou condições.
A compreensão dessa transmutação de energia, tão clara para mim, ainda é motivo de confusão na compreensão dos meus amigos e principalmente das minhas companheiras. Ficam ofuscados pelos interesses imediatistas que essa energia provoca e não conseguem perceber a transmutação que ela sofre em direção ao Amor Incondicional.
O Mestre Jesus ficou ao meu lado mais uma vez para passar Suas lições. Talvez voce não acredite, caro leitor, que eu tenha essa acessoria tão especial e num local tão... inapropriado! Podem pensar que foi numa igreja, na beira do mar, num campo de flores... nada disso! Foi quando eu estava sentado no bojo do meu sanitário pronto para fazer a barba. Um local nem um pouco santificado, mas a escolha é do Mestre e não minha. A minha responsabilidade é com minha atenção, e isto eu logo fiz.
Ele queria me ensinar sobre a importância dos meus pensamentos. Disse que eu deveria atentar com mais profundidade para a compreensão irrefutável e de importância vital de que meus pensamentos, palavras e ações egóicas são destrutivas para o meu planeta. Disse que estas são formas de energia da consciência, e isso é precisamente aquilo de que o mundo é formado.
Disse que o mundo inteiro não é nada mais do que uma gigantesca forma de energia de consciência, composta de bilhões de formas de consciência individual, sete bilhões, só de encarnados, nos últimos cálculos. Estas provêm do – e apoiam-se no – Vazio da Consciência Universal, o qual eu posso chamar de Deus, que vem evoluindo desde o aparente nada até o estado atual, através do processo de Seus próprios desejos e anseios.
Portanto, tente compreender, dizia Ele, que diariamente quando derrama a consciência do seu ego em seu mundo através de seus pensamentos, palavras e ações, voce emite formas de consciência que devem ser totalmente coerentes com a Consciência Universal. Você e todas as pessoas que assim fizerem, cria uma força positiva que sintoniza diretamente com a fonte da vida, a Consciência Universal, com Deus, que sustenta e mantém toda a existência. Como a maioria das pessoas, quase a totalidade desses sete bilhões, se associam ao egoísmo, criam uma força contrária a Consciência Universal. Essa inevitavelmente provocará falhas na estrutura do planeta e todos experimentam tornados, terremotos, inundações e nevascas. Todas são manifestações físicas da violação da Lei Universal, que é o Amor Incondicional que governa o mundo.
Isso não que dizer, explicava Ele, que o amor de Deus se retirou do mundo. Não! Não existe tal coisa como o “castigo de Deus”, porque não existe um Deus individualizado “pensando como um humano”. Isto é um mito que sei que já não está na sua mente, mas que deve ser erradicado da mente das pessoas próximas a ti pelo ensino.
Agora, seu planeta e voce mesmo, foram individualizados desde a Consciência Universal, a qual é uma é em si mesma, uma Lei que eu repetia continuamente quando estava encarnado – a Lei da Fé no bem e no mal. A Lei da Convicção.
Preste atenção, aquilo em que voce verdadeiramente acredita, seja bom, ruim ou indiferente, acabará por se manifestar em sua vida, e voce sabe que é assim, pois senão porque voce moraria sozinho e com tanta dificuldade de ter uma companheira que o compreenda e acompanhe com fidelidade no que acreditas?
Portanto, esteja avisado e use este conhecimento para libertar-se cada vez mais da consciência mais destrutiva do mundo: a consciência egoica. E vim hoje dar esta lição diretamente a você, pois vi que voce mereceu ao dar um passo gigantesco ao denunciar um dos podres da sua consciência que infestava a sua alma e colocava em dúvida a qual Senhor voce obedecia, ao Pai ou ao Corpo. Ao publicar e deixar visível a prática do seu prazer adquirido com a masturbação, voce deixou claro para mim que o teu Senhor é o nosso Pai. E voce sabe que a igreja não o ajudará. O culto dominical não o libertará. A sua única esperança de liberação do ego e da consciência destrutiva do mundo é seguir o meu caminho. Este é o caminho que pessoalmente segui e vivi depois da iluminação total no deserto, iluminação esta que tornou-me capaz de voltar a Nazaré e empreender uma nova vida de cura, ensino e controle dos elementos. Como os meus ensinamentos estavam em total oposição aos ensinamentos judaicos de punição e de um Jeová vingativo, fui crucificado.
Assim, Francisco, estou te oferecendo livremente estas lições, se tens coragem de seguir o meu caminho crístico, que conduzirá finalmente à iluminação, à liberação do ego e a entrada no Reino dos Céus.
Terminei por não ter tempo de fazer a barba, pois já está na hora do carro vir me pegar para a viagem que tenho que fazer agora. Vou viajar barbudo, mas cumpri minha obrigação frente ao Pai de registrar tudo que de importante acontece em minha vida, neste espaço.
A reunião teve início as 19:30h com a presença das seguintes pessoas: 1) João Dantas; 2) Edinólia; 3) Radha; 4) Paulo Góis; 5) Ariosmar (Oficina de desenho e caricatura); 6) Camila (mãe de aluno); 7) Fátima (mãe de aluno); 8) João Batista; 9) Francisco (comerciante); 10) Josinete (mãe de aluno); 11) Valdineide (mãe de aluno); 12) Maria Eduarda (mãe de aluno); 13) Josineide (mãe de aluno); 14) Luciane (mãe de aluno); 15) Aderson (pai de aluno); 16) Flávio (pai de aluno); 17) Rosângela (mãe de aluno); 18) Fernanda (mãe de aluno); 19) Nivaldo; 20) Sued; 21) Paulo Henrique; 22) Ana Paula; 23) Enilda (avó de aluno); 24) Marília (mãe de aluno); 25) Maria Lucineide (mãe de aluno); 26) Davi; 27) Ana (enfermeira); 28) Edna; 29) Bárbara (filha); 30) Damares; 31) Rogério; e 32) Stela. Justificaram a ausência Cíntia e Rosário.
A reunião foi dirigida aos pais e mães da escola por essa razão teve um formato diferente. Iniciou com cada um dizendo o nome e a função dentro da reunião, como pai, mãe ou avó de aluno, ou integrante do Projeto e/ou da Associação. Informamos aos pais os objetivos do projeto Foco de Luz e da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio. Foram informados das atividades que já podem ser inscritos os interessados, conforme a direção deixou no convite, como: Xadrez, Violão, Futebol e Capoeira. Ariosmar se dispôs a ser instrutor da oficina de Desenho e Caricatura. Foram inscritos os seguintes alunos para essa oficina: Alan Felipe, Vítor Apolo, Hudson Garcia, Vitória Géssica, Emily Galdino, Yuri Levi (filho do instrutor), Simon Souza, Lavínia Costa e Luiza Eduarda. Radha deixou um comunicado para os interessados nas inscrições das diversas atividades, que comparecessem na próxima quinta feira às 18h para ser preenchido o devido cadastro. Foi levantada por Marília a necessidade de uma atividade de Reforço Escolar, uma vez que a que existia deixou de funcionar. Ficou de ser colocada essa reivindicação dentro de nossas prioridades.
Foi informado que de todas as atividades desenvolvidas a que estamos com mais capacidade de resolutividade e apoio é com a dependência química, pois temos especialistas dentro do grupo e o suporte do Hospital Universitário Onofre Lopes através da Unidade de tratamento de Álcool e Drogas e os profissionais João Dantas e Adailson que trabalham no Setor. João Dantas fala um pouco da palestra que irá realizar dentro de 30 dias sobre drogas e dirigida aos pais e alunos da escola.
Foi colocada também a motivação que todos que participam dessa Associação possuem, que não está no âmbito político ou religioso e sim o de fazer a vontade de Deus dentro deste trabalho voluntário. Foi colocado o convite que todos estão convidados a participar dentro da capacidade que cada um possui, sabendo que todos por menor que seja o seu nível cultural ou social, sempre tem algo de especial que pode colaborar com todos. Dessa reunião ficaram interessados no engajamento nos trabalhos o senhor Ariosmar e a senhora Luciane que exerce a profissão de corretor de imóveis.
As 20:30h a reunião foi encerrada dentro do previsto, com todos fazendo a oração do Pai Nosso numa grade roda e pousando para a foto.
Jesus afirmava em suas lições que não se pode servir a dois senhores, a Deus e a Mamon. Observamos que Mamon é um termo derivado da Bíblia, usado para descrever a riqueza material ou cobiça. A própria palavra é uma transliteração do hebraico que significa literalmente dinheiro.
Acredito que Jesus usou essa comparação para facilitar o entendimento da época sobre aquilo que Ele queria ensinar sobre a força do egoísmo sobre nós. Hoje nós temos uma melhor compreensão dessas lições frente ao progresso trazido pela ciência e tecnologia. O discípulo fiel às lições de Jesus como eu quero ser, e dando a sua devida colocação dentro da atualidade, vai entender que o verdadeiro senhor que se contrapõe a Deus é o próprio Corpo que temos que administrar. É do Corpo que nasce o egoísmo e dele vem a procura pelo dinheiro que compra as necessidades e facilidades desejadas.
Então hoje eu posso atualizar a lição de Jesus colocando a advertência: não se pode servir a dois senhores, a Deus e ao Corpo. Tudo que o Corpo exigir em excesso e sem respeitar as necessidades do próximo, vai de encontro a Deus, mostra que estamos servindo ao outro Senhor. Se quero servir a Deus, tenho que me colocar em vigilância com os excessos exigidos pelo meu corpo, que na busca de segurança e prazer coloca a aquisição de dinheiro e bens materiais como prioridade.
Tenho me colocado a partir de certo momento, e cada vez mais aprofundo essa convicção, de que sou um filho de Deus, consciente de minha condição biológica e espiritual, e disposto a servir ao Pai, a fazer a Sua vontade, ao invés dos desejos do Corpo por Ele criado. Essa condição me deixa numa situação de confronto comigo mesmo em muitos momentos, públicos ou privados. Devo aparentar uma perfeição de obediência a Deus e escondendo o que meu corpo exige e que pratico nas escondidas? Essa é outra advertência que Jesus faz, de que não sejamos hipócritas, iguais aos túmulos, caiados e branquinhos por fora, e podre por dentro.
Deus colocou em minha consciência a missão de aplicar o Amor Incondicional conforme Jesus ensinou em todas as situações, principalmente nas relações íntimas que levam a família universal e construção do Reino de Deus. Que eu fosse prudente como as serpentes e simples como as pombas, mas que não deixasse a luz que possuo, por pequena que seja, debaixo da cama e sim num local onde todos possam ver.
O trabalho que tenho diariamente na confecção deste diário, segue a esse propósito de Deus em minha vida, de colocar a luz desses ensinamentos ao alcance de todos, para que possam usar como lições no seguimento correto das lições evangélicas. Não é que eu me considere o correto, mas para mostrar toda a dificuldade que o ego e a sociedade coloca de não desnudar os podres que estão escondidos na forma de desejos inconfessos, mas muitas vezes praticados na clandestinidade.
Os desejos do senhor Corpo que frequentemente estou atendendo são relacionados com a gula, a preguiça, o sexo. Faço um esforço para combatê-los, sempre colocando a vontade de Deus como prioridade em minha vida. Daí desenvolvi estratégias para conter esses desejos, como jejum, trabalho em excesso, e masturbação. Dessas três estratégias a última pode ser considerada uma podridão dentro do corpo, afinal eu não poderia simplesmente ficar em abstinência ou entrar no celibato? Afinal muitos fazem assim. Mas entrei em acordo com o meu Corpo com o aval de Deus, pois a masturbação não atinge a ninguém, é apenas uma ação imaginativa e que mesmo assim procuro seguir sempre os princípios do Amor, a regra básica que Jesus ensinou: “não fazer ao próximo o que não deseja para si”. Isso atende ao meu Corpo e sinto que tenho a aprovação do Pai. Mas, se isso tudo que faço com essa compreensão, não é simplesmente uma estratégia do Corpo para influenciar a minha mente e assim ele atingir o prazer do orgasmo, iludindo o meu Espírito, de que é isso que o Pai quer? Sempre eu fiquei com essa dúvida, pois geralmente quando vinha na minha mente esse questionamento, entrava sempre a argumentação de que o ato sexual era da fisiologia, da lei de Deus, e que se eu não estou prejudicando ninguém não tenho porque omitir. E sempre o orgasmo desejado era alcançado.
Ontem entrei em xeque com nova confrontação dos meus desejos corporais com a vontade do Pai. Estava prestes a iniciar mais um ato masturbatório, tinha o estímulo necessário que sempre surge das minhas diversas relações, independente do tempo, presente, passado, futuro; independente da dimensão, espiritual ou material; independente de qualquer circunstância, desde que a mente fantasie uma situação propícia do Amor Incondicional. Estava fortemente motivado para agir assim quando surgiu na minha mente a advertência de Jesus: não podemos servir a dois senhores, a Deus e ao Corpo. Então o meu Espírito assumiu o comando da situação e passou a investigar as motivações que dominavam a minha mente. O prazer eminente que eu iria alcançar não colocava obstáculos, era mais uma oportunidade que eu iria aproveitar, mais um orgasmo que o Corpo iria gozar. Esse era o desejo desse senhor. O que o Pai dizia a esse respeito, permitiria? Fiz essa indagação. Recebi a resposta com certa explicação: “Você sempre está fazendo a vontade do Corpo entendendo que é a minha vontade; então agora, Francisco, disse Ele, não terás esse prazer. É a minha vontade!”
Neste momento senti bem claro na consciência o conflito entre os dois senhores: o Corpo e Deus. Ninguém mais estava a testemunhar esse embate. Somente o meu espírito era quem poderia decidir a quem atender. Se eu atendesse ao Corpo, ninguém iria saber, o Pai iria me perdoar, pois é da essência dele e todos ficariam satisfeitos. O Corpo porque tinha alcançado o prazer desejado, o Pai porque exerceu Sua capacidade de perdoar mais uma vez, e eu ficaria isento de qualquer culpa, ninguém saberia do ocorrido e para todos eu seria a pessoa decente que não se deixa contaminar pelo sexo; seria um túmulo caiado; por fora cheio de perfeição no campo sexual, e por dentro cheio de desejos e práticas inconfessáveis. Mas o meu Espírito considerou que se eu fosse a busca desse prazer, mesmo tendo ouvido a negativa do Pai, era porque eu estava servindo ao outro senhor. Não poderia mais dizer que eu estou fazendo a vontade do Pai, que sou instrumento da Sua vontade, seria uma hipocrisia. Mesmo que eu fosse perdoado logo em seguida. Não! Eu tinha que mostrar que o meu Senhor é Deus e que faço a Sua vontade. Talvez em outras ocasiões eu nem tenha ouvido a voz dEle me advertindo, mas agora eu ouvi e tenho que obedecer. E tinha que divulgar aqui para que todos saibam que eu também sou como um túmulo, com muitos podres ainda por dentro, mas não tão caiado por fora. Consegui afirmar quem é o meu Senhor!
Talvez isso me dê o mérito da compaixão.
Esse título também poderia ser, “Os livros no mundo”, não iria ser alterado nada do que eu quero dizer agora. Ao iniciar a leitura do livro de J. J. Benítez, “Mágica Fé – A volta ao mundo em busca de Deus”, foi que iniciei esta reflexão. Eu gosto de viajar, de ver novos cenários, interagir com outras pessoas... Mas prefiro ainda ler os livros que relatam as viagens de cada autor, quer seja num mundo real ou imaginário, mas sempre cheios da compreensão que ele faz do que vê e sente, e do porque vai e volta. É uma dimensão rica, pois o que eu perco não estando presencialmente nos lugares citados eu ganho na interpretação que o autor faz e que é única e que pode me trazer diversos flashes de conhecimento, de aproximação da verdade universal. Talvez por isso eu adquira tantos livros e inicie a leitura de tantos ao mesmo tempo, sabendo que não tenho tempo de concluir tanta leitura. É porque quando faço isso eu inicio a viagem e sei para onde vou ser levado na memória e imaginação do autor. Depois deixo o livro marcado na estante, pois já sei qual o caminho que vai ser percorrido. Pego outro para fazer a mesma coisa, e assim eu fico com dezenas de livros, iniciados e marcados com a data de aquisição, local e data que comecei e parei de ler. É como se eu tivesse congelado aquela viagem para outro momento que eu não sei quando virá, mais sei que já existe. Quando a leitura/viagem é muito interessante e tem aplicação prática naquilo que estou desenvolvendo, procuro ficar mais tempo com esse livro e fazer anotações e considerações com a minha vida prática. Como sei que estou a serviço de Deus, tenho agora a compreensão que todas as opções de livros que surgem à minha frente, de alguma forma é uma indicação de Deus para que eu aperfeiçoe determinado pensamento ou modo de agir. Entro no sebo como aconteceu há dois dias e daquela infinidade de livros vou direcionado para a minha área de interesse. Deixo de lado diversas viagens que eu não tenho interesse em realizar. Dentro da área de meu interesse, geralmente surgem livros que motivam a viagem com o autor que eu vejo na estante. Foi o que aconteceu com J. J. Benítez. Eu já havia feito uma viagem maravilhosa com ele, na série de livros “A saga dos capelinos”. Foi uma viagem extensa e esclarecedora, no tempo, na história, na espiritualidade. Acompanhei desde o planeta Capela o deporto de espíritos recrudescentes no mal para o planeta simplório do sistema solar, a Terra. Acompanhei a criação de deuses, de civilizações, de pessoas que moldaram a face do planeta, de Osíris no Egito a Jesus em Nazaré. A minha visão de mundo foi reordenada de forma magnífica com essa viagem, que eu não teria oportunidade de fazer no mundo presencial.
Recebi há poucos dias o presente de alguns livros do sebo e entre eles estava “Operação Cavalo de Tróia”, três títulos da mesma série. Ganhei o número 2, 3 e 4. Percebi que o autor era J. J. Benítez e que Deus através de Seus mecanismos, estava me convidando a fazer outra viagem. Fui ao sebo em busca do número um para dar início a jornada pelo começo. Esta também é outra característica minha. Sempre inicio a leitura/viagem pelo começo, não gosto de procurar cenas ou trechos especiais pela metade ou fim do livro. Gosto de ver todo o trabalho que o autor teve de apresentar o que eu vou ler, desde os agradecimentos. Chegando ao sebo percebi que a série vai mais além, encontrei outros números que adquiri. Mas não encontrei o primeiro. Por outro lado encontrei outros livros do mesmo autor, como este que citei no início e que motivou a confecção deste texto.
Benítez começa me levando para o rio Jordão onde Jesus foi batizado por João. Era um Jordão atual, cheio de artefatos de guerra. Ele mostrou o rio Jordão turvo e prenhe de chuvas e que arrastava a sua história com pressa. Para chegar até ele era preciso atravessar dunas cinzentas e sinuosas, além do enferrujado labirinto de arames farpados que as coroavam. Era uma jornada extenuante pelos despenhadeiros vermelhos que amuralham o Mar Morto, sempre a procura de um indício, de uma cor ou de uma sensação que porventura falassem de Jesus. Ele fala da irrefreável necessidade de andar à beira do Jordão. A tarde de primavera, violeta e aprazível, escapava em direção aos cumes de Moabe (faixa de terra montanhosa na Jordânia). Ele queria receber o crepúsculo na solidão de umas águas que, sem dúvida, sabiam mais do que ele sobre o Filho do Homem. Pretendia apenas sonhar. Imaginar o admirado Jesus entre os verdes leques de juncos. Ouvir o adejar do seu manto ao vento. E talvez, quem sabe, o eco de Sua voz profunda e acariciadora, silenciando suas próprias ansiedades.
Vejo assim, com a leitura do início deste livro, a viagem maravilhosa que vou fazer na carona de Benítez, nos lugares por onde Jesus andou, na procura de entender hoje o que Ele foi ontem, da realidade material dos seus passos espirituais.