Sócrates, filho de Sofronisco e de Fenarete, nasceu em Atenas no final de 470, e morreu condenado pelo tribunal ateniense a tomar cicuta, em 399 aC, com idade de 70 anos. Os relatos dizem que Sócrates dedicou-se à filosofia depois de haver ido ao templo de Apolo, em Delfos e ter ouvido uma voz interior (que ele chamava de Daímon, espécie de espírito bom ligado a alguém e que personifica o caráter da pessoa e seu destino). Essa voz o fez compreender que o oráculo inscrito na porta do templo – “Conhece-te a ti mesmo” – era a sua missão. Por ela abandonou toda atividade prática e viveu pobremente com sua mulher, Xantipa e seus filhos. Foi descrito por todos que o conheceram como alguém dedicado ao conhecimento de si e que provocava nos outros perguntas sobre si próprios, conversando na praça do mercado, nas reuniões de amigos e nas ruas com quem aparecesse e se interessasse em respeitar o oráculo de Apolo em Delfos, isto é, conhecer-se a si mesmo.
Apolo foi uma das divindades principais da mitologia greco-romana, um dos deuses olímpicos. Filho de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Artemis, possuía muitos atributos e funções, e possivelmente depois de Zeus, o Pai de todos, foi o deus mais influente e venerado de todos os da Antiguidade clássica. Era descrito como o deus da divina instância, que ameaçava ou protegia desde o alto dos céus, sendo identificado como o sol e a luz da verdade. Fazia os homens conscientes de seus pecados e era o agente de sua purificação. Era o deus da cura e da proteção contra as forças malignas. Além disso era o deus da beleza, da perfeição, da harmonia, do equilíbrio e da razão.
Transpondo essas informações da antiguidade para os dias atuais, percebo semelhança de Apolo com o Mestre de Nazaré. Jesus também é considerado o filho mais perfeito de Deus, o Pai de todos. Dizia ser o caminho, a verdade e a vida; fazia os homens ficarem cientes dos seus pecados e ensinava como podemos nos purificar. Ensinou o Amor Incondicional como técnica para se atingir a beleza, a perfeição, a harmonia, o equilíbrio, a justiça, a solidariedade e construir a sociedade do Reino de Deus. Seu oráculo está presente em qualquer templo cristão, de qualquer denominação: “Ame ao próximo como a ti mesmo.”
Comparando a minha experiência de vida com a de Sócrates, vejo também algumas semelhanças. Tive contato com esse oráculo de Jesus em algum dos seus templos e logo uma voz interior, quase imperceptível, disse que eu devia aplicar a técnica do Amor Incondicional para poder amar com integridade ao meu próximo. A obediência a essa “voz” teve um efeito devastador nos meus antigos projetos de vida. Logo vi a estrutura do meu casamento ser destruída com minha expulsão de casa de forma violenta; ser afastado do contato com os meus filhos e ter construído outros relacionamentos, com outras companheiras, gerando outros filhos, e esperando a compreensão das mães para a minha constante ausência, apesar de manter os recursos financeiros para a sobrevivência e educação sempre que necessário.
A obediência ao oráculo de Jesus tornou a voz silenciosa dentro da minha consciência cada vez mais forte, uma verdadeira ordem de Deus para transformar o meu corpo em instrumento para cumprimento da Sua vontade. Essa firme determinação me torna cada vez mais solitário na minha vida pessoal, onde ninguém consegue conviver comigo e tolerar a inclusão dos afetos íntimos que o Amor Incondicional permite. Não acumulo dinheiro para mim, para aumentar o meu patrimônio, pois considero que tudo pertence ao Pai e que sou apenas Seu fiel administrador, realizando com justiça o que o dinheiro pode fazer. Posso ser solitário na minha vida íntima de convivência, mas sou solidário nas relações humanas, com o próximo, assim como orienta o oráculo de Jesus, que manda servir como forma de liberdade; servir voluntariamente é libertar-se totalmente. Nada mais libertador, estou descobrindo, que a vontade de querer-servir!
Continuarei seguindo a voz silenciosa que se torna cada vez mais potente dentro da consciência.
Sempre pensei que o Senhor não estava sendo justo naquela parábola que Jesus ensinou sobre a vinha que precisava ser trabalhada. Por que as pessoas que foram contratadas no começo do dia deviam ganhar semelhante aquelas que foram contratadas no final do dia? As primeiras não haviam trabalhado todas as horas contratadas, não suaram durante todo o dia? E as últimas não trabalharam somente algumas horas do fim do dia? Não seria justo que tivessem um pagamento diferenciado?
Mesmo o meu racional apontando essa injustiça, o mesmo racional diz que essa decisão veio do Pai que tem uma inteligência muito maior que a minha, portanto alguma justificativa tem que eu ainda não consigo compreender, mas com o tempo de maturação intelectual eu o consiga.
O trabalho que estamos realizando na comunidade de Praia do Meio parece que está trazendo luz sobre essa questão. Vamos imaginar que essa comunidade seja a vinha na qual o Pai espera que trabalhemos durante seis anos para podar as videiras, tirar as sombras da ignorância, do egoísmo e deixar brilhar o sol do Amor e da Justiça para a devida maturação dos bons frutos. O Pai fez a convocação dentro das nossas consciências pelos mais diversos meios. A minha convocação foi feita através de um brado de impotência feito por uma colega no Hospital João Machado, de como combater a violência, fruto das trevas que cobrem nossa sociedade. Foi aí que me reuni com ela e com mais outra pessoa decidimos vir para a vinha onde a semeadura é feita e necessita de trabalhadores para mostrar os caminhos ensinados por Jesus através da lei do Amor cuja aplicação construirá o Reino de Deus.
Cheguei à comunidade, à vinha, e logo o Pai fez mais convocação na consciência de diversas pessoas que passaram a se engajar no trabalho. O salário prometido é o de ser cidadão desse Reino divino e não se preocupar mais com a morte, pois iremos sempre evoluir em direção ao Pai. Começamos o trabalho e a todo o momento o Pai passa novamente pela praça e faz o convite a outras pessoas com o mesmo objetivo, com o mesmo salário.
Vou imaginar que no último ano de trabalho, como o Pai continua a convocar as pessoas, chegam ainda mais trabalhadores. Mas o trabalho já está perto do fim, o trabalho não é mais tão intenso quanto antes... Os primeiros não deveriam ter um salário maior dos que os últimos? Mas o que foi que o Senhor prometeu a todos? Não foi ser cidadão do Seu Reino e ter a consciência da vida eterna? Eu já recebi parte do meu salário, já estou consciente da vida eterna e a morte não me causa o mínimo de temor, nem para mim nem para os entes mais queridos que estão neste momento perto de mim. Falta a segunda parte que é ser cidadão do Reino de Deus que está sendo construído. Mas essa construção só pode ser realizada se todos estiverem sintonizados com essa ideia, realizando esse trabalho. Portanto, faz parte do trabalho na vinha a convocação que o Pai faz através de nós. O mesmo salário que estamos prometendo aos novos trabalhadores em nome do Pai é aquele mesmo que iremos receber. Mesmo porque o Reino de Deus não pode ser concluído enquanto existir um só irmão perdido nas trevas sem orientação. Nosso dever é ser o Bom Pastor, que deixa suas noventa e nove ovelhas, protegidas, e vai à busca daquela que ainda está desgarrada. O último trabalhador que irá concluir o Reino de Deus deve ser semelhante àquela parábola do filho pródigo onde o mesmo é recebido com tanta alegria. Assim devemos fazer com o último trabalhador, pois é ele que irá concluir o trabalho que iniciamos. Do mesmo modo que ele não pode exigir um salário maior por ser aquele que concluirá o serviço, não devemos ter um salário maior por ser aquele que iniciou o trabalho.
Vejo com esse raciocínio que eu me aproximo da sabedoria do Pai, começo a ver racionalmente que não é pertinente a exigência de um salário maior para os primeiros trabalhadores, pois o salário prometido está justamente assegurado com a inclusão do último trabalhador.
Assim devemos ter essa compreensão com os novos trabalhadores que a cada dia chegam à nossa vinha, todos eles são importantes e vão receber, com justiça, um salário igual ao nosso. Cada um pode trabalhar com inteligência e dedicação, sem ciúmes ou intolerâncias, pois cada um tem suas dificuldades, defeitos e virtudes. É esse clima de fraternidade que o Pai deseja que tenhamos para haja harmonia no decorrer do trabalho da vinha.
Vamos imaginar que o Paraíso seja o Reino de Deus que nós iremos construir algum dia, a partir de hoje. Deixo a pergunta: existirá sombra, ignorância, egoísmo nesse paraíso? Sim, pois os construtores são pessoas imperfeitas que carregam em si as sombras. É como se faz hoje uma catedral, um ambiente com pretensão divina que é construída pelas mãos de gente grosseira, ignorante, que muitos nem sabem de sua paternidade divina.
Estou fazendo agora essa reflexão, pois me considero um construtor do Reino de Deus aqui e agora, fazendo o que posso com minhas mãos rudes. Percebo o quanto sou imperfeito e coberto com tanta sombra em forma de vícios e defeitos. Cada tijolo que procuro colocar na construção desse Reino, vejo o quanto eu poderia fazer se não tivesse sobre meus ombros tanta treva. Será que quando esse Reino tiver construído eu não possa entrar, como acontece com aquelas pessoas rudes que constroem os templos, mas aproveitam o tempo livre que têm e preferem ficar nos prazeres da carne em bares, cassinos ou prostíbulos, sem interesse ou tempo para aproveitar do que construiu?
Vou me esforçar bastante para tirar essa sombra de mim. Sei que tem muito valor junto ao Pai as intenções que mantemos, e essa intenção de fazer a vontade do Pai através das minhas dificuldades é o que me faz forte. Lembro também dos discípulos escolhidos pelo Mestre, todos eles com defeitos de caráter, mas que eram tolerados e instruídos em serviço, como hoje acontece com os médicos residentes, que se especializam trabalhando na área que desejam. Todos eles também são cheios de ignorância da verdade de suas profissões, mas isso não os intimida e na condição de alunos, profissionais imperfeitos, cheios de sombra de ignorância, vão se preparando para atuar com a expertise que desejam.
Assim também devo atuar frente ao trabalho do Pai. Mesmo que eu reconheça as sombras que possuo, não deve ser motivo de desânimo e sim de esforço para clarear cada vez mais o campo da minha aura. Esse paraíso que construiremos um dia através do Reino de Deus deve trazer semelhança com a chegada do dia. É a madrugada que vai rompendo lentamente as trevas da noite, que a nossa visão vai lentamente percebendo os detalhes com caminho, até que o sol domina no céu e tudo está claro e resplandecente, mesmo que haja nuvens e dias nublados e chuvosos. Talvez sejam essas sombras em nosso ser que tenham o papel das nuvens no paraíso, que mesmo assim podem ter sua utilidade, como aqui tem as nuvens, apesar das chuvas que algumas vezes provocam enchentes e destruição. Mas como querer entender toda a sabedoria do Pai? O meu papel deve ser o de estudar e praticar a lei do Amor e assim fazer a Sua vontade. Que a minha ignorância não sirva de obstáculo à minha evolução!
A visita feita na Fazenda Campos com a família que An. está construindo com o seu companheiro, dentro da cultura tradicional da família nuclear, me fez fazer algumas reflexões. Eu vi que naquela família que tem o L. como mentor da parentela, havia através dele uma preocupação saudável de seguir a orientação evangélica, de procurar os benefícios seguindo a ordem natural do indivíduo, da família e da sociedade. Isso é o que a leitura das lições do Cristo procura disciplinar dentro das relações humanas, e se todos fizessem assim haveria um crescimento saudável do corpo social. Mas acontece que não é assim que observo. Vejo apesar desses exemplos saudáveis, uma crescente necessidade da sociedade, um crescimento das forças do mal, que parece que essa estrutura da família nuclear, mesmo obedecendo todos os critérios do Evangelho, não consegue superar.
Como fazer essa ampliação do Amor, da família para a sociedade? Sei que a peça chave nesse quebra-cabeça comportamental é como vamos estruturar a família. Como vamos considerar nossa relação com o próximo e conosco mesmo. Vejo a sutileza da luta do amor condicional com o Amor Incondicional, mas de resultados estrondosos em favor do amor condicional. Aquela família de grande sentimento e entendimento evangélico tem a preocupação de deixar na forma de herança todos aqueles benéficos que 1000 hectares de terra comporta para a parentela, incluindo a minha filha e meu neto. Confesso que fico satisfeito com isso e ainda mais por saber que aqueles recursos também são ofertados de forma gratuita as pessoas que moram no entorno, na forma da água que é doada e das pessoas que vivem e trabalham no local. Mas é como se eu visse uma grande riqueza sendo canalizada para as mãos dos parentes consanguíneos, mesmo que dela seja permitido a oferta de migalhas para o próximo.
Como ampliar o máximo dessas migalhas que são ofertadas aos pobres, sem o comprometimento do valor do patrimônio dos proprietários, que segundo a lógica capitalista deve oferecer lucros cada vez maiores em todas as áreas de investimento? Não é assim que fazem os bancos e demais instituições na relação com o capital? Não é assim que fazem as instituições religiosas, as igrejas católicas, os templos evangélicos com sua suntuosidade e recursos amealhados? O crescimento vai seguindo no fluxo do tempo e atrás vai ficando um rastro de pobreza e miséria que não consegue ser apagado. Se por acaso é apagado dentro de uma família, de uma comunidade, até de um país, mas em algum lugar do mundo impera a fome e a guerra a destroçar os corpos esqueléticos dos irmãos que nascem e morrem na ignorância, quando esses não têm a sorte de escapar para a criminalidade e ameaçar com a violência a vida daqueles que sustentam esse status quo. A família nuclear, que nutre em seu seio essa fornalha de egoísmo querendo tudo para o sangue e no melhor dos casos, as migalhas para os outros, parece ser o principal elemento de manutenção dessa situação.
Podemos criar uma família que não priorize tanto o amor condicional a ponto de mascarar ou anular o Amor Incondicional? Pois é essa a condição pela qual a Terra se mantém como lugar de provas e expiações. Só podemos evoluir para um planeta de regeneração se conseguirmos resolver essa questão, de como ampliar o Amor que deve surgir na família e se espalhar sem contaminações por todo o orbe. E a chave para isso é obedecer a lei de Deus que está escrita tanto na Natureza como na consciência.
Ontem, dia 16-08-14, fiz uma visita especial acompanhado de parentes à Fazenda Campos, localizada em Olivedos, município da Paraíba. É a Fazenda que pertence ao pai do companheiro da minha filha mais velha, An. Como no dia anterior, sexta-feira, foi o aniversário do meu neto, D., único até agora, resolvemos ir no dia seguinte, sábado, por causa do trabalho dos dias úteis.
Acordamos logo cedo para sairmos as 4h. O dia já clareava, mesmo que nuvens cinza subissem no horizonte ocultando a luz e ameaçando chuva. Os primeiros pingos caiam no nosso carro que corria valentemente na estrada molhada que parecia coberta de fina camada de gelo. Os pássaros, preguiçosos, não se preocupavam em sair dos seus ninhos, e como espectadores olhavam do alto das árvores a chuva que caia e o carro que corria pelos seus domínios. Não paramos para comer ou fazer qualquer coisa, e chegamos a Campina Grande às 9h. Fomos direto para o Hotel fazer as reservas de nossos três quartos, pois íamos a número de nove e ficaria três em cada apartamento.
An. veio nos receber no mesmo hotel onde ficamos. Chegou feliz e radiante, dirigindo uma picape e mostrando o local do seu novo trabalho e que ficava perto do hotel. Fizemos um lanche rápido numa lanchonete vizinha e combinamos sair todos juntos para a Fazenda às 11h.
Apesar do acesso à Fazenda ser muito difícil, 10 km de estrada de barro, com muitos buracos, trepidação, pedras e poeira, chegamos ao nosso destino. Fomos bem recebidos por todos, principalmente pelo nosso anfitrião, L., o dono da Fazenda. É uma pessoa muito simpática que fez questão de nos esperar até as 14:30h, quando chegamos. Havia preparado um carneiro com todos os aproveitamentos culinários possíveis. Havia uma panela de carneiro torrado, um pernil do carneiro assado e uma buchada. Além disso, fez um delicioso pirão, acompanhado de arroz branco e feijão macassar. Fiz o primeiro prato comportado, mas depois que todos fizeram os seus, voltei para pegar o segundo prato e dessa vez não tive pruridos, coloquei o dobro da alimentação que havia colocado antes da primeira vez. O Sr. L. havia dito que todos teriam que dar uma nota da refeição, mas quando viu minha disposição com o alimento, disse que eu estava dispensado de dar a nota.
Depois de termos pego a sobremesa, acompanhamos L. que nos mostrou com interesse e determinação, os principais aspectos da Fazendo. Começou pela área onde estava sendo feito estudos para a exploração de minérios, foi para o açude onde se encontrava seco, mas mostrou a profundidade e também uma ilha artificial que havia construído num local estratégico. Disse que sua intenção é plantar dois coqueiros e quando estivesse cheio o açude ele iria de barco até a ilha e armaria uma rede entre as duas árvores. Mostrou um parque de vaquejada chamando atenção para suas características de solo e de funcionalidade. Terminou mostrando a cisterna que capta água constantemente de um poço que fica ligado direto e fornece gratuitamente água pelos arredores através de carro pipa. Mostrou a casa dos diversos moradores, e a igreja onde algumas vezes o padre chega para fazer o seu ofício.
Como percebi que o L. tinha uma boa espiritualidade, a partir das placas que sinalizavam a Fazenda que continham sempre a frase: Deus está no comando, perguntei se ao voltar, poderíamos sentar em roda para eu fazer uma leitura das lições que Jesus dava aos seus discípulos e demais presentes ao final da noite.
Conforme ele permitiu, ao chegarmos sentamos todos na mesa e ele ficou comigo na cabeceira. Fiz a leitura do capítulo 17 do livro “Jesus no lar”, cujo título era: A exaltação da cortesia. Segui com um pequeno comentário associando o comportamento do dono da casa com as lições do Mestre Jesus. Abri a oportunidade de cada um colocar a sua opinião sobre o assunto num tempo máximo de um minuto, devido a urgência de voltarmos antes do escurecimento da estrada. E. foi a primeira a falar, obedecendo o minuto. Em seguida o senhor L. falou sobre a mensagem, sobre o momento e as circunstâncias fraternas onde todos estávamos. Como o dono da casa havia falado, achei por bem encerrar a reunião, e já ia me levantando para fazer a oração do Pai Nosso, quando An. pediu a palavra. Foi a melhor surpresa da reunião. Ela colocou os seus sentimentos com profunda emoção que contagiou a todos que acompanharam sem vergonha as lágrimas que ela deixava cair. Mostrou a importância de família dela, apesar dos seus silêncios, mas que ninguém podia calcular agora a alegria que ela sentia. Sempre sonhava que um dia nós estaríamos ali com ela, ao lado da nova família que a tinha adotado. Senti a grande transformação que sofria E., que como mãe fazia muita crítica ao comportamento dela, que preferia viver longe que ao seu lado.
Enfim, fizemos a oração do Pai Nosso, iniciada por L. e ao terminar todos nos abraçamos em grande momento de fraternidade. Voltamos para Campina Grande e acredito que todos estavam tocados pelas diversas experiências daquela tarde.