Se depender da nossa vontade exclusiva, fracassaremos quanto ao projeto de vida eterna. É importante que possamos reconhecer o Criador como um Pai amoroso, responsável e cuja vontade é que sejamos capazes de nos auto-aperfeiçoar sem necessitar de ação divina, pois assim deixaríamos de ser autônomos e passaríamos a ser um robô auto-programado no ato da existência.
O pai deseja que cada um de nós, desde que fomos criados por Ele em completa ignorância, possamos aprender com nossos esforços tudo que seja necessário para alcançarmos a condição de anjos, bem próximos de Sua morada.
Durante esse processo de aprendizagem Ele sempre coloca ao nosso alcance diversas opções de caminhada e que ao usar o bom senso, nós podemos escolher a melhor opção.
A cada opção escolhida nós vamos formatando a vida que queremos viver. Algumas vezes notamos quase de imediato que fizemos uma escolha equivocada e ainda temos tempo de voltar atrás, escolher outro caminho. Outras vezes demoramos algum tempo numa opção errada e quando percebemos não há mais tempo de correção.
Lembro de momentos cruciais para a construção da minha vida, frente as opções que o Pai colocou ao meu alcance e eu, nem mesmo sabia que tudo que acontecia comigo era pela vontade de Deus permitida. Lembro que a decisão sobre a profissão que eu iria seguir foi um importante “divisor de águas” com o que eu era e com o que o que eu queria ser. A opção de ser um oficial das forças armadas, da Aeronáutica, da Marinha, chegaram a vingar em minha cabeça e ainda tentei me inscrever para essa opção. Não consegui ir avante em nenhuma delas.
Logo depois veio a oportunidade de fazer o vestibular e seguir o curso acadêmico de Medicina. Persegui essa idéia com afinco e deixei tudo em segundo lugar, mesmo que o namoro em que eu estava envolvido na época fosse uma grande adversária para esse projeto. Mas consegui implementar o sacrifício ao meu corpo e fazê-lo estudar todo o tempo necessário para enfrentar o teste.
Consegui passar em Medicina e continuei a fazer escolhas. Entrei no curso com a intenção de fazer a especialização de Neurologia. Mas terminei me envolvendo com a pós graduação em psicofarmacologia, com trabalhos de pesquisa usando ratos e sagüis. Terminei o curso com esses trabalhos e depois de ter soado entrado no mercado de trabalho continuei a fazer ações coerentes com a vontade de Deus, até quando sei com mais clareza da Sua existência.
Hoje mais do que nunca procuro seguir o plano divino.
Adquiri a tendência de considerar toda mensagem significativa que tenho acesso, como se fosse a mensagem do próprio Deus dirigida para mim. Sei que dentro do pensamento materialista este é um tipo de comportamento místico, perto do fanatismo, quiçá da loucura. Mas considero que este comportamento, para um crente como eu, é muito salutar, pois aproxima muito a minha vida e alma do Criador. É como diz o rabino e filósofo inglês, Jonathan Sacks, adquiro uma comunicação bluetooth com Deus, sei que Ele sempre está pensando em mim, e eu, mesmo inconscientemente sempre estou pensando nEle.
Então quando vejo surgir um texto como esse de Zibia Gaspareto, venho automaticamente a pensar que seja a comunicação dEle comigo através do primeiro mecanismo que Ele tem as mãos:
“Restaura sua fé e segue adiante.
“Você veio destinado ao bem.
“Ilumine seus dias com a alegria da confiança, acredite em você e na vida.
“Você vem caminhando no tempo, já é um vencedor que vai avançando cada vez mais, desenvolvendo a consciência, sentindo que o bem é a única verdade que existe e permanece.
“Canta a alegria de ser divino, age na confiança de que merece o melhor e persevera nas boas resoluções.
“Siga adiante sem medo e se sentirá melhor a cada dia. O progresso é seu destino.
“A vida quer lhe dar a felicidade perfeita. Abra sua alma, aceita as bênçãos que lhe estão destinadas, agradeça e divida sua luz com toda a humanidade.
“Um amigo.”
Essa mensagem ditada por um “amigo espiritual” como está assinada, vem à público através da mediunidade de Zíbia Gaspareto. Claro que sei que ela não é dirigida somente prá mim, e sim para todos que como eu tem a sintonia bluetooth com Deus. Também sei que a mensagem não se aplica totalmente para mim, assim como não deve ser aplicada totalmente a ninguém, mas a maior parte sim.
Nessa mensagem a primeira frase não se aplica a mim. Não considero ter perdido a minha fé para poder a restaurar. As dúvidas que por vezes surgem na minha cabeça fazem parte dos critérios racionais de não aceitar tudo de forma cega, sem considerar a coerência que deve existir entre o divino e a programação evolutiva da Natureza da qual eu sou parte.
As frases seguintes eu posso aproveitar integralmente, como se o Criador estivesse falando para mim, principalmente a quarta frase que faz lembrar do caminhar no tempo, que vou avançando cada vez mais desenvolvendo a consciência.
No contexto geral eu sinto que saio fortalecido com tal compreensão, sinto a sintonia bluetooth com o Pai, que Ele está permanentemente perto de mim.
Fazendo outra comparação grosseira, mas pertinente, lembro da condição do meu carro. Depois que instalei um som que possui bluetooth, sempre que o telefone toca o meu carro agora se comunica automaticamente. Ouve e fala quanto a mensagem que chega. Assim pode ser o meu corpo. Desde que instalei no coração o Amor Incondicional, este serve de bluetooth quanto ao recebimento das mensagens do Pai e minhas respostas. Automaticamente o meu coração com bluetooth recebe mensagens automaticamente do Pai, qualquer que seja o meio pelo qual Ele deseje se comunicar. Da minha parte também envio de forma automática as resposta do que recebo, quando assim é preciso, ou mesmo guardo para que em ocasiões mais propícias como esta, eu possa responder de forma mais abrangente e também pública.
Desde quando o Amor Incondicional se defronta com o amor romântico podemos verificar diversos aspectos dessa batalha que se passa na mente e no coração. Um deles é com relação ao som, o silêncio e o barulho. O Amor incondicional nada diz de si próprio, é silencioso e sutil, mas faz as ações mais contundentes; o amor romântico é barulhento, exige falar de si mesmo, dizer que ama e as vezes exigir do parceiro igual declaração. Pode também fazer realizações contundentes para mostrar a verdade do que é sentido, mas sempre é contaminado pela sensação de querer receber a mesma energia que está dispensando. O Amor Incondicional não tem essa necessidade, ama pelo simples prazer de amar, não exige correspondência, não exibe represália.
Tenho dificuldades nos meus relacionamentos afetivos, pois sempre ficam contaminados pelo amor romântico e como procuro manter minha sintonia afetiva com o Amor Incondicional, minha tendência é permanecer calado, no silêncio e deixar apenas minhas ações falarem por mim. Sei que o tempo que tenho não é suficiente para demonstrar o Amor por todos que me são caros, e isso pode provocar ressentimentos por quem não domina o Amor Incondicional e espera sempre uma correspondência por uma palavra ou por uma ação.
O Reino de Deus irá ser construído com a preponderância do Amor Incondicional. O amor romântico continuará existindo, pode até fazer os seus barulhos, mas quando sentir a presença silenciosa do Amor Incondicional irá se recolher dentro de sua hierarquia subalterna. A construção do Amor Incondicional será florescente por toda a sociedade, dentro das famílias cujos limites afetivos não serão mais rígidos com os atuais. Por todo lado as pessoas fazem ações solidárias e afetivas umas com as outras, algumas visíveis, observáveis, mas a maioria de forma anônima.
Hoje, no primeiro dia do mês e na solidão do meu apartamento, minha sintonia é total com esse sentimento de Amor Incondicional. Logo mais estarei viajando para Caicó, muitos pacientes me esperam e tenho uma boa oportunidade de aplicar o Amor em todos, uma espécie de treinamento para aprofundar cada vez mais minha capacidade afetiva. Não só com os seres humanos, mas com todos os entes da criação. Chegar próximo do sentimento de São Francisco, que amava o sol, a lua, os animais, todos os entes da Natureza, até mesmo o fogo que por necessidade de tratar os seus olhos que se tornaram cegos, foi cauterizado e no momento crucial ele se envolvia em amor com o fogo de tal forma que a dor era recebida com alegria e sem alaridos.
Sei que ainda a caminhada é longa para quem já tem essa disposição de preencher o coração com o Amor Incondicional, quanto mais quem ainda não despertou para essa condição para quem quer ser cidadão do Reino de Deus. O máximo que conseguem é desenvolver o amor romântico e os diversos amores condicionais de acordo com os interesses egoístas dos seus instintos animais.
Enquanto a sociedade não atinge esse nível, quem já tenta aplicar o Amor Incondicional nas suas relações, terá que ter muita paciência com todos do seu entorno, pois sempre irá se deparar com exigências que agora não fazem parte do objetivo de vida.
Vamos perguntar: a formação do Cosmo, a criação de um planeta com suas criaturas e demais fenômenos da Natureza, é causa ou efeito? O senso comum considera que seja efeito, pois até hoje está no processo de formação, de expansão. Esse efeito é inteligente ou não? Se é inteligente, como o bom senso parece indicar, então por trás dele existe a causa. Para efeito inteligente a causa necessariamente deve ser inteligente, a razão volta a decidir. Então, se existe uma causa inteligente para tudo que nossos sentidos possam perceber ou nossa imaginação prever, só resta agora denominarmos, conceituar essa causa.
Fica logo patente que nossa inteligência reduzida, que nem mesmo ainda consegue conhecer a maioria das coisas criadas que nos rodeiam, jamais conseguirá abarcar o amplo conceito do Criador de toda a criação. O máximo que consigo dar é um nome a “Isso” e que varia de acordo com o nível da comunidade humana que O estuda: Tupã, Buda, Cristo, Alá, Jeová, Deus, etc. Podemos variar na escolha do nome, mas o princípio pelo qual “Isso” funciona chega mais perto de um consenso. “Isso” deve funcionar de forma a criar uma energia específica, tudo que possamos imaginar e dentro de uma característica marcante de evolução e harmonia, que implica na justiça imanente a uma sabedoria/inteligência suprema. Essa energia com tais características também convergem para a mesma conceituação: o Amor. Então “Isso” associado a Sua energia pode ser considerada o Amor. Para nós do Ocidente podemos dizer: Deus é Amor.
Esse é um grande trunfo da inteligência humana, identificar o Criador pelo nome e saber da essência de Sua energia. Esta é a grande comunidade humana que identificou e venera seus deuses, as vezes fazem guerra por causa deles sem observar os seus princípios, que é justamente a justiça, a harmonia, a fraternidade, a ausência de guerras.
Mas existe um numero menor de pessoas que defendem um pensamento oposto a esse, a inexistência de Deus. Quando tenho acesso aos argumentos dessas pessoas, vejo que o foco são sempre as críticas sobre a nossa capacidade de identificar Deus cujas tentativas são feitas desde a nossa infância enquanto comunidade, civilização. Mas se partirmos do atual ponto de compreensão que possuímos para a existência de Deus, de ser a causa inteligente dos efeitos inteligentes que percebemos, é necessário que entendamos que essas pessoas não acreditam que tudo que existe é um efeito inteligente. Essa conclusão é importante, pois se essas pessoas acreditam que a Natureza é um efeito inteligente têm que necessariamente chegar à conclusão da existência de Deus, qualquer que seja o nome alternativo que seja dado a Ele. Se chegam a conclusão da inexistência de Deus é porque não aceitam a criação como um efeito inteligente. Que seria então? O Caos, respondem eles. Tudo que existe no Universo (não explicam como se criou) funciona sob a leis do acaso e sob a ação das tentativas e erros associados a eternidade do tempo e assim criam as estruturas materiais e seres vivos mais complexos que conhecemos. Este é o nome do Criador para essas pessoas: o Caos, a ação aleatória de uma substância com outra substância que esse Caos “achou” à sua disposição.
Então, essas são as duas teorias que se opõem hoje no campo da imaginação humana. Uma criação promovida por Deus ou uma criação promovida pelo acaso. Qual das duas terá mais sustentação no campo mental, apoiado pela razão e coerência? Essa é a decisão que cada um de nós, apoiado em nossa inteligência devemos fazer.
Qual é a sua, caro leitor?
Sei que minhas argumentações podem ser falhas, pois o meu racional já decidiu pela existência de Deus, o Criador. Quem pensa o contrário pode ter argumentos que não apresentei aqui e por isso, a bem dos critérios da justiça, da pesquisa científica, é importante que esses outros argumentos reforçadores também sejam colocados. Fica assim em aberto essa discussão, cada pessoa com suas convicções já firmadas, mas com o racional aberto a novas reflexões sobre novas argumentações e assim capaz de redirecionar o pensamento para uma posição mais coerente se assim for necessário.
Caminhamos pela vida amparados pela razão e a fé. Alguns desprezam a fé, outros a valorizam tanto que a coloca acima da razão em algumas situações. Foi o que aconteceu com Maria de Nazaré, quando ouviu o anúncio do Anjo sobre a sua gravidez divina e a aceitou prontamente como um ato de pura fé que extrapolava qualquer tipo de razão. José, seu pretenso marido, já não teve o mesmo poder de fé. Desconfiou logo, seguindo a razão, que ala havia se deitado com outro homem. Foi preciso o mesmo Anjo vir em sonho e dar uma injeção em sua fé, para que ele mudasse a decisão de abandonar Maria.
O resultado de tudo isso é que ela aceitou pela fé ficar grávida de Deus e ser a mãe do Seu filho. Nutriu durante os meses regulares o nascimento deste filho especial, amparado por José em todas as circunstâncias. Durante todo esse período prevaleceu a compreensão, pela fé, que um filho estava sendo gerado em uma virgem e que tinha uma origem divina, com uma missão especial para toda a humanidade.
Essa associação de razão e fé está presente em todos os recantos do mundo onde existe associação de humanos. Descobrimos que a vida se processa em dois planos, material e espiritual, e que no plano espiritual a fé tem uma importância crucial. As pessoas que passam vitoriosas por experiências como a que Maria viveu, passam a ter uma maior consideração, ser chamados de santos, ser venerados também. Livros são escritos, orações são recitadas, tudo para lembrar a glória de Deus, a firmeza dos santos, a fé dos crentes. Cada pessoa, de acordo com o seu potencial e tendências, procura a melhor forma de venerar a Deus e cultivar a fé em associação com outras pessoas. Vejo homens e mulheres que se dirigem a lugares de culto com os livros sagrados nas mãos, principalmente a Bíblia, com terços e outros adereços para demonstrar sua fé conforme se sentem melhor.
Eu tenho uma forma peculiar de procurar servir a Deus e fortalecer minha fé. É a leitura de qualquer livro sagrado onde eu possa minerar os tesouros de Sua sabedoria, e principalmente o lápis na mão onde eu possa repassar o que aprendi com uma compreensão mais clara para aqueles que tem mais dificuldade de aceitar e entender essas mensagens. Assim aproveito para consolidar minha fé, e ajudar na construção do Reino de Deus, mostrando como se pode aplicar o Amor Incondicional, mesmo dentro deste mundo tão materializado.
De forma parecida com o que aconteceu com Maria, eu também senti uma convocação para servir ao Senhor. Não foi nada tão explicito ou extraordinário como aconteceu com ela, comigo foi mais sutil e se desenvolveu ao longo da vida. Inicialmente o impulso para um comportamento de caráter mais mundano, mas sempre dentro dos princípios da ética e da fraternidade. Assim, como foi gerado uma criança sagrada no útero virgem de Nazaré, foi gerado um pensamento sagrado na minha mente insipiente. Ela teve desde o início a consciência de sua missão; eu só vim despertar muito tempo depois de já estar praticando o que o Pai queria de mim.
Agora, minha principal ferramenta é o lápis na mão. Tenho diversos escritos que contam essa saga, que falam em artigos, crônicas e poesias esse caminhar. Espero determinação do Pai, as ordens de Jesus para tornar mais eficiente minhas ações e superar, com ajuda de todos os bons espíritos, que combatem nas hostes do bem, as minhas inúmeras necessidades.