A filósofa Ruth Change fala sobre a Força Interior necessária para tomar decisões que podem mudar nossa vida e a importância de encarar as escolhas de maneira correta.
Como tenho interesse nesse assunto, pois enfrentei uma decisão radical de pautar o meu comportamento dentro da ideologia cristã, aquela que considero correta de acordo com os princípios da minha consciência, e não aquela que é ensinada de acordo com os ditames eclesiásticos, passei a viver o que entendi ser coerente com o Amor Incondicional. Passei a praticar esse paradigma com a maior pureza possível, dentro de todos os meus relacionamentos, principalmente os afetivos: passados, presentes e futuros. Entendo que assim estarei construindo uma nova forma de família diferente, saindo do padrão nuclear, do amor exclusivo, para o padrão ampliado ou universal, do amor inclusivo.
Necessito a todo momento dessa força interior para me manter dentro desse caminho que escolhi como o correto e como uma missão, uma vez que estou cercado de pessoas que pensam de forma contrária, que, mesmo desenvolvendo sentimento de amor por mim, não conseguem fazer a distinção do amor romântico para o incondicional. Em decorrência, sou atacado implícita ou explicitamente por todos, por isso é que preciso da Força Interior para me manter no caminho.
Não imaginava a princípio que a escolha que fiz fosse necessitar de tanta Força Interior. Tudo me parecia tão natural, parecia que a maior dificuldade que eu iria encontrar seria vencer as minhas próprias resistências, o machismo que impedia dar a mesma liberdade que eu tinha à minha companheira. O tempo veio mostrar que eu estava equivocado. Sei que foi difícil, realmente, vencer meus preconceitos machistas, mas venci-os a todos! Porém os preconceitos da família nuclear, do amor exclusivo, das minhas diversas companheiras, constantes ou eventuais, isso eu não consegui. Mesmo porque não depende da minha Força Interior, e sim da Força Interior de cada uma delas. Por mais inteligente, espiritualizada ou autônoma que sejam, sempre se envolvem com os critérios do amor romântico e esquecem dos princípios do amor incondicional.
O outro cuidado que devo ter é o de escolher o caminho de maneira correta. Nesse ponto eu observo uma incoerência constante em todas as minhas companheiras, que parece muito com injustiça na melhor das hipóteses, e de hipocrisia na pior.
O caminho que escolhi de acordo com os princípios da consciência, do que ela avaliou como sendo amor incondicional, implicou em abrir o meu relacionamento para a prática do amor inclusivo. A inclusão de outra pessoa dentro do meu relacionamento afetivo implica no afastamento temporal e espacial com a primeira companheira. Essa primeira companheira sente o impacto negativo desse afastamento, mas a nova companheira que foi incluída sente o impacto positivo da aproximação. Compreendo que, se ambas estivessem sentindo e se comportando dentro do amor incondicional, esses impactos emocionais, negativo e positivo, seriam atenuados. A Força Interior delas está sintonizada com o amor romântico e isso faz potenciar a força emocional do impacto negativo e positivo. A primeira sente a dor pungente de uma separação, mesmo que seja temporária. Não existe Força Interior que conduza as emoções em outra direção, para compreender e sentir como positivo o prazer que o seu companheiro tem com outra companheira. A segunda sente o prazer inusitado do amor ao seu lado, com harmonia, com tolerância, com fraternidade, e não existe uma Força Interior que advirta que esse é um momento que não pode ser eterno, que um dia irá terminar, mesmo que seja temporariamente.
A incoerência surge quando a terceira companheira acontece e a segunda, sem nenhuma Força Interior que ajude a harmonizar, passa a sentir sentimentos de raiva e despeito pela situação que ela um dia proporcionou. Daí eu considerar essa condição emocional ser um sentimento de injustiça ou de hipocrisia, pois mesmo agindo dentro dos princípios do amor romântico, devia saber que ela mesma proporcionou tais sentimentos em outra pessoa, poderia ficar no mínimo compensada psicologicamente.
Enfim, cada pessoa que faça os seus devidos diagnósticos e procure encontrar a Força Interior necessária para realizar as escolhas que sua consciência tiver aprovado.
De todas as virtudes parece que aquela que é o motor, que impulsiona todas as outras, é o trabalho. Tenho cada vez mais convicção dessa intuição, pois vejo que tenho ao meu redor uma série de atividades bem intencionadas, recheadas de amor, de obediência à vontade do Pai, mas se o Trabalho não se impor para realiza-las, nenhuma sairá do papel.
O adversário que se contrapões ao Trabalho é a Preguiça. Como fazer para vencer essa força associada ao poder do Behemot? Sei que neste próximo ano de 2016 que está chegando, tenho que focar minhas energias na realização do trabalho.
Não sei bem como irei iniciar essa ação, pois tudo ao redor implica em trabalho, e eu já realizo uma boa quantidade, mas relacionado com a vida material. O que eu pretendo investir agora é no trabalho associado à vida espiritual.
Com relação ao outro adversário, a Gula, eu tenho uma boa estratégia para vencê-la, pelo menos em algum momento significativo. É com relação ao período da Quaresma. Eu faço uma relação com o esforço que Jesus fez, passar 40 dias no deserto, em jejum, e agora que eu vim a saber que Joaquim, pai de Maria, a mãe de Jesus, também passou 40 dias no deserto, pedindo a Deus que lhe favorecesse e tirasse a pecha da indignidade de não gerar filhos, então, eu pego esses exemplos e tento associar o meu comportamento de querer seguir a vontade do Pai, ao exemplo do Mestre, mesmo que não seja com toda a energia que ele despendeu naquele período. Mesmo assim é uma boa estratégia, consigo reunir forças ancoradas no exemplo do mestre e realizar um jejum suficiente para conter a energia da gula do Behemot.
Mas com relação ao Trabalho eu não tenho algo semelhante. Estou pensando em associar o trabalho material, acadêmico, com o trabalho espiritual. Talvez essa seja uma saída para o meu dilema. O curso de Medicina, Saúde e Espiritualidade que eu coordeno pode ser a ponte. Acabei de receber o congresso do MEDNESP 2015 que foi realizado em Goiânia, muito bem produzido e gravado em pendrive. Já fiz toda a programação do que foi realizado nesse congresso e pretendo apresentar aos colegas da AME-RN um projeto de fazer um seminário usando esse material, colocando um debatedor a cada dia, de preferência um professor ligado à academia e que necessariamente não tenha nenhuma religião. Essa atividade servirá para mostrar aos colegas a importância de conhecer a espiritualidade no cuidado com os pacientes, e ao mesmo tempo servirá de caixa de ressonância para as atividades realizadas em Goiânia.
Com a realização deste trabalho eu consigo vencer um pouco da minha inercia espiritual, na questão de realizar trabalhos diretamente relacionados com a espiritualidade. Certamente isso irá me ocupar mais de 40 dias, aqueles que eu pretendo passar na quaresma, e talvez até esse tempo do trabalho seja concomitante com o jejum; seria então a dupla, jejum e trabalho, vencendo a dupla gula e preguiça, respectivamente.
Em março de 2015 mais de 70 cientista de diferentes áreas assinaram um manifesto para uma ciência pós-materialista, que foi publicada na revista “Explore”.
Para Dave Pruett, ex-pesquisador da NASA, professor emérito de matemática da Universidade James Madison, este documento significa uma revolução conceitual e representa algo comparável na ciência ao que significaram para a religião cristã as 95 teses de Martinho Lutero.
Os redatores do manifesto foram Mario Beauregard, Gary E. Schwartz e Lisa Miller, em colaboração com Larry Dossey, Alexander Moreira-Almeida, Marilyn Schlitz, Rupert Sheldrake e Charles Tart. Todos são considerados cientistas heterodoxos (e em alguns casos hereges) pelos setores dominantes da ciência, mas assim também o foram Copérnico, Galileu, Kepler ou Einstein, diz Pruett.
O Manifesto pós materialista pós materialista foi a conclusão do encontro sobre Ciência, Espiritualidade e da Sociedade, realizado no Canyon Ranch, em fevereiro de 2014 e organizado por Schwartz e Beauregard, da Universidade do Arizona, e Lisa Miller, da Universidade de Colúmbia. Até agora, mais de 70 cientistas de todo o mundo juntaram-se ao manifesto com suas assinaturas.
Eis o que diz o manifesto:
MANIFESTO PARA UMA CIÊNCIA PÓS-MATERIALISTA
01 – A visão de mundo da ciência moderna é essencialmente o resultado de pressupostos intimamente associados com a física clássica. O materialismo – a ideia de que a matéria é a única realidade – é um desses pressupostos. Outro pressuposto relacionado é o reducionismo, a noção de que as coisas complexas podem ser entendidas, reduzindo-as para interação entre suas partes ou a coisas mais simples, mais fundamentais, como as minúsculas partículas materiais.
02 – Durante o século XIX, estes pressupostos se estreitaram tornando-se em dogmas e levando a um sistema de crença de que a mente não é nada mais do que a atividade física do cérebro e que nossos pensamentos não podem ter nenhum efeito sobre o nosso próprio cérebro ou corpo, sobre nossas ações ou sobre o mundo físico.
03 – A ideologia do materialismo científico tornou-se dominante na academia durante o século XX. Tão dominante que uma maioria de cientistas começou a acreditar que ele estava baseado em evidências empíricas bem estabelecidas e representavam a única maneira racional para se ver o mundo.
04 – Os métodos científicos baseados na filosofia materialista foram muito bem sucedidos, não só para aumentar a nossa compreensão da natureza, mas, permitindo maior controle e liberdade através de avanços tecnológicos.
05 – No entanto, o domínio absoluto do materialismo prático na academia restringiu e prejudicou seriamente o desenvolvimento do estudo científico da mente e da espiritualidade. A fé nesta ideologia científica como o único quadro explicativo da realidade levou a se negar a dimensão subjetiva da experiência humana. Isto levou a uma compreensão gravemente distorcida e empobrecida de nós mesmos e de nosso lugar na natureza. O materialismo tem dificultado o estudo científico da mente e espiritualidade. A mudança de uma ciência materialista para uma pós-materialista pode ser de importância vital para a evolução da civilização humana. Pode ser mais relevante do que a transição do geocentrismo para o heliocentrismo.
06 – A ciência é essencialmente uma abordagem não-dogmática e de mente aberta para se adquirir conhecimento sobre a natureza através da observação, investigação experimental e explicação teórica de fenômenos. Sua metodologia não é sinônimo de materialismo e não deve comprometer-se com qualquer conjunto particular de crenças, dogmas e ideologias.
07 – No final do século XIX, os físicos descobriram fenômenos empíricos que não podiam ser explicados pela física clássica. Isto levou ao desenvolvimento durante os anos 1920 e início dos anos 1930 de um revolucionário novo ramo da física chamado mecânica quântica (MC). A MC tem questionado os fundamentos materiais do mundo, mostrando que os átomos e partículas subatômicas não são realmente objetos sólidos e que não existem com certeza em um lugar e tempo definidos. Mais importante, a MC explicitamente introduziu a mente em sua estrutura conceitual básica para descobrir que as partículas observadas e o observador – o físico e o método utilizado para a observação – estavam vinculados. De acordo com uma interpretação da MC, este fenômeno implica que a consciência do observador é vital para a existência de eventos físicos observados e que eventos mentais podem afetar o mundo físico. Os resultados de experiências recentes suportam esta interpretação. Estes resultados sugerem que o mundo físico não é o componente único ou principal da realidade e não pode ser plenamente compreendido sem relacioná-lo com a mente.
08 – Os estudos psicológicos têm mostrado que a atividade mental consciente pode influenciar causalmente o comportamento e que os valores explicativos e preditivos dos agentes causais (por exemplo, crenças, objetivos, desejos e expectativas) são muito elevados. Além disso, pesquisas em Psiconeuroimunologia indicam que nossos pensamentos e emoções podem afetar significativamente a atividade dos sistemas fisiológicos (por exemplo, imunológico, endócrino e cardiovascular) conectados ao cérebro. Além disso, exames de neuroimagem de auto-regulação emocional, a psicoterapia e o efeito placebo mostram que os eventos mentais influenciam significativamente a atividade cerebral.
09 – Os estudos dos chamados “fenômenos psi” indicam que, por vezes, pode-se receber informações significativas sem a mediação dos sentidos ordinários, de modo que transcendam as fronteiras espaciais e temporais habituais. Além disso, a pesquisa mostra que podemos influenciar – à distância – mentalmente em dispositivos físicos e organismos vivos (incluindo outros seres humanos). A pesquisa psi também mostra que as mentes separadas podem se comportar de maneiras que não são correlacionadas localmente, por exemplo, as correlações entre mentes separadas, hipoteticamente, não mediadas (não vinculadas a qualquer energia do sinal conhecido), absolutas (não degradadas como a distância) e imediatas (parecem ser simultâneas). Estes eventos são tão comuns que não podem ser vistos como anômalos ou como exceções às leis naturais, mas como indicadores da necessidade de um quadro explicativo mais amplo que não pode contar com o materialismo.
10 – A atividade mental consciente pode ser experimentada durante a morte clínica devido a uma parada cardíaca (isto é o que tem sido chamado de “experiência de quase morte” (ECM). Algumas ECM provaram experimentar percepções verídicas da realidade externa (percepções correspondentes à realidade) que ocorreram durante a parada cardíaca. Pessoas que sofreram ECMs também tem sofrido profundas experiências espirituais durante a parada cardíaca. Note-se que a atividade elétrica do cérebro cessa alguns segundos após a parada cardíaca. Os fenômenos psi e as ECMs apoiam a conclusão de que a mente pode existir separadamente do cérebro.
11 – Os experimentos controlados em laboratório têm documentado que pesquisadores com habilidades mediúnicas (pessoas que asseguram poder se comunicar com a mente das pessoas que morreram fisicamente) podem às vezes obter informações muito precisas sobre as pessoas falecidas. Isto permite concluir que a mente pode existir separadamente do cérebro.
12 – Alguns cientistas e filósofos especialmente imbuídos do materialismo rejeitam o reconhecimento desses fenômenos, porque eles não são consistentes com a sua exclusiva visão de mundo. A rejeição das investigações pós-materialistas são contraditórias com o verdadeiro espírito de investigação científica, de acordo com o qual os dados empíricos devem ser sempre tratados de forma adequada. Os dados que não se encaixam nas teorias e crenças favoritas não podem ser negligenciados a priori. Esse desprezo é do domínio da ideologia, não da ciência.
13 – É importante entender que os fenômenos psi, as ECM em paradas cardíacas e as evidências replicáveis de investigadores médiuns credíveis parecem anômalas somente quando vistas através da lente do materialismo.
14 – Além disso, as teorias materialistas não conseguem explicar como o cérebro cria a mente e não podem explicar as evidências empíricas mencionadas neste manifesto. Esta falha nos diz que é hora de nos libertarmos dos grilhões e viseiras da velha ideologia materialista, para ampliar nossa compreensão do mundo natural e aderirmos a um novo paradigma pós-materialista.
15 – De acordo com o paradigma pós-materialista:
16 – A ciência pós-materialista não rejeita as observações empíricas nem o grande valor das realizações científicas feitas até agora. Busca ampliar a capacidade humana de compreender melhor as maravilhas da natureza e, no processo, redescobrir a importância da mente e do espírito, como partes do tecido central do universo. O pós-materialismo inclui a matéria que é considerada como um constituinte básico do universo.
17 – O paradigma pós-materialista tem implicações de longo alcance. Altera fundamentalmente a visão que temos de nós mesmos, restaura-nos a dignidade e poder, como seres humanos e como cientistas. Este paradigma cultiva valores positivos como o respeito, a compaixão e a paz. Ao enfatizar a profunda ligação entre nós e toda a natureza, o paradigma pós-materialista promove a conscientização ambiental e preservação de nossa biosfera. Além disso, não é novo, mas tem sido esquecido durante 400 anos, que uma compreensão viva e transmaterial pode ser a pedra angular da saúde e bem-estar, como tem sido sustentado e preservado na prática antiga do corpo-mente-espírito, tradições religiosas e abordagens contemplativas.
18 – A mudança de uma ciência materialista para uma pós-materialista pode ser de importância vital para a evolução da civilização humana. Pode ser mais relevante do que a transição do geocentrismo para o heliocentrismo.
Enfim, eis um manifesto importante para a academia, para a sociedade e para o futuro da humanidade. Temos assim uma base mais sólida onde podemos nos apoiar sem correr tanto riscos de sermos “queimados vivos” pela força da ideologia, dos preconceitos e da conjuntura de “normalidade” que nos rodeia.
Ontem foi realizada a Festa de Natal promovida pela Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio, em sua segunda edição. Começou as 20h, o jantar foi servido as 22h e terminou as 23h30m.
Mais uma vez a atividade comunitária motiva a reflexão sobre o meu papel enquanto instrumento da vontade de Deus dentro da coletividade. Todos contribuem de alguma forma para construir uma base financeira para essa vontade do Pai se tornar realidade. Mas eu percebo que boa parte dos recursos financeiros e mesmo do tempo e do trabalho que realizamos, parecem não surtir muito efeito na educação para a construção do Reino de Deus.
Observo que a maioria das pessoas que estão presentes são motivadas por desejos egoístas, pouco ou quase nada atentando para as lições do Mestre Jesus que insistimos em divulgar regularmente no serviço de som. As crianças se portam de forma deselegante, correndo e fazendo brincadeiras perversas com os colegas. Os adultos ficam envolvidos com suas conversas banais, ingerindo bebidas alcoólicas, alguns já embriagados... fizemos todo um esforço para comprar ou receber de doação os ingredientes para fazer o jantar gratuito para todos, para conseguir brindes, para cortar um grande bolo para os presentes. E o que ficou de tudo isso? Mais uma festa promovida pela Associação, que ajuda a ampliar o nome da AMA-PM e talvez conquistar mais um ou dois sócios.
Parece que isso ainda é muito pouco para o que pretendemos fazer, uma comunidade cristã autossuficiente, onde todos tenham respeito pelas lições de Jesus e que procurem coloca-las em prática nas suas atividades.
Lembro daquela parábola que o Mestre ensinou, que certo senhor teve que viajar e deixou seus recursos com três empregados; o primeiro duplicou o que recebeu, o segundo quadruplicou, e o terceiro apenas guardou os recursos para entregar da forma que recebeu ao senhor. Este ficou muito zangado com esse último servidor e tirou tudo que ele tinha para dar aqueles que se mostravam mais produtivos.
Parece que estamos no nível desse terceiro servidor. Estamos trabalhando há mais de um ano na seara do Senhor e continuamos sem grandes progressos no campo evangélico. A diretoria da Associação tem um bom conhecimento sobre o Evangelho, mas não conseguem dar um salto de qualidade e deixar que a Associação se liberte desse trabalho mais de cunho assistencialista e construa realmente uma comunidade autônoma e competente na construção do Reino de Deus.
Tenho que colocar essa reflexão em discussão e procurar uma saída para essa necessidade. Sinto que o caminho mais objetivo é procurar usar os recursos arrecadados para promover o trabalho e a independência financeira de quem está dentro da Associação, em primeiro lugar. Quem tenha necessidade desse recurso com esse objetivo, deve se filiar a Associação e assim ser ajudado e ao mesmo tempo ajudar outras pessoas.
A Associação deve financiar máquinas ou condições de trabalho para seus sócios, ao mesmo tempo que eles se comprometem a trabalhar dentro dessa filosofia e ajudar a outras pessoas, tudo dentro dos princípios da ajuda mútua. Um carrinho para a venda de sanduiches, por exemplo, pode ser comprado pela Associação e deixar à disposição de um dos membros necessitado de trabalho. Este com o lucro apurado pode se manter e pagar uma mensalidade que dentro de um futuro próximo lhe dará a posse da máquina, ao mesmo tempo que o recurso que foi arrecadado com suas prestações, adicionado a outros valores que por acaso a Associação tenha feito jus, pode duplicar ou quadruplicar essa ajuda. Dessa forma atingiremos a competência dos funcionários que duplicaram os recursos que o senhor havia deixado com eles.
Nós também temos os nossos recursos que o Pai deixou conosco, portanto devemos ser habilidosos e não os desperdiçar por medo, preguiça ou incompetência.
Hoje, dia 26 de dezembro, é dedicado à memória de Santo Estêvão, o primeiro mártir do cristianismo. Sabia que ele foi morto sob pedradas, em ação de brutalidade e de intolerância religiosa comandada por São Paulo, na época um alto funcionário do Templo, obediente aos sacerdotes que queriam destruir a memória de Jesus. Fui informado que era ele quem preparava as mesas para os Apóstolos se servirem nos primeiros anos do cristianismo. Fiquei curioso, pois não sabia que Estêvão tinha essa tarefa e fui à procura de mais informações. Encontrei um texto na net, Portal Angels, que dizia o seguinte:
Na história do catolicismo muitos foram os que pereceram, e ainda perecem, pagando com a própria vida a escolha de abraçar a fé cristã. Essa perseguição mortal, que durou séculos, teve início logo após a ressurreição de Jesus. O primeiro que derramou seu sangue por causa de sua fé cristão foi Estêvão, considerado o protomártir.
Vividos os eventos da Paixão e Ressurreição, os doze apóstolos passaram a pregar o Evangelho de Cristo para os hebreus. A inimizade que estava apenas abrandada reavivou, dando início às perseguições mortais aos seguidores do Messias. Mas, com extrema dificuldade, eles fundaram a primeira comunidade cristã, que conseguiu se estabelecer como exemplo vivo da mensagem de Jesus, o amor ao próximo.
Assim, dentro da comunidade tudo era de todos, tudo era repartido com todos, todos tinham os mesmos direitos e deveres. Conforme a comunidade se expandia, aumentavam também as necessidades de alimentação e de assistência. Dessa forma, os apóstolos escolheram sete para atuarem como “ministros da caridade”, chamados diáconos. Eram eles que administravam os bens comuns, recolhiam e distribuíam os alimentos para todos da comunidade. Um dos sete era Estêvão, escolhido porque era “cheio de fé e do Espírito Santo”.
Porém, segundo os registros, Estêvão não se limitava ao trabalho social de que fora incumbido. Não perdia a chance de divulgar e pregar a Palavra de Cristo, e o fazia com tanto fervor e zelo, que chamou a atenção dos judeus. Pego de surpresa foi preso e conduzido diante do sinédrio, onde falsos testemunhos, calúnias e mentiras foram a base de sustentação para a acusação. As testemunhas informaram que Estêvão dizia que Jesus de Nazaré prometera destruir o Templo sagrado e que também queria modificar as Leis de Deus transmitidas a Moisés.
Num discurso iluminado, Estêvão repassou toda a história hebraica, de Abraão até Salomão, e provou que não blasfemara contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei e nem contra o Templo. Teria convencido e sairia livre, mas não. Seguiu avante com seu discurso e começou a pregar a Palavra de Jesus. Os acusadores irados o levaram aos gritos para fora da cidade e o apedrejaram até a morte.
Antes de tombar morto, Estêvão repetiu as palavras de Jesus Cristo no Calvário, pedindo a Deus perdão para seus agressores. Fazia parte desse grupo de judeus um homem que mais tarde se soube ser o Apóstolo Paulo, na época ainda não estava convertido. O testemunho de Santo Estêvão não gera dúvidas porque sua documentação é histórica, encontra-se num livro canônico, Atos dos Apóstolos, fazendo parte das Sagradas Escrituras.
Por tudo isso, quando suas relíquias foram encontradas em 415, causaram forte comoção nos fiéis, dando início a um fervoroso culto de toda a cristandade. A festa de Santo Estêvão é celebrada sempre no dia seguinte ao da festa do Natal de Jesus, justamente para marcar a sua importância de primeiro mártir de Cristo e um dos sete escolhidos pelos Apóstolos.
Acrescentei essa informação ao meu cabedal de conhecimentos, inclusive a palavra “diácono” que ainda não tinha me preocupado em descobrir qual era o seu verdadeiro sentido.