Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
12/05/2013 07h24
RELAÇÃO HOMO

            De certa forma no texto de ontem eu briguei com o meu mentor espiritual da área da humildade (despertei agora que eu não tenho um só mentor espiritual, assim como não temos um só professor para nos ensinar todas as disciplinas da escola formal. São Francisco surge logo na minha consciência como o mentor da humildade, e surgem em seguida outras personalidades espirituais que certamente me ajudam e intuem durante o percurso que devo fazer em direção a Deus: Bezerra de Menezes, Emmanuel, Joanna de Angelis, Chico Xavier, entres outros que devem surgir na consciência e que deverei em outro momento fazer a sua organização).

            Mas voltando ao que estava dizendo, briguei ontem com Francisco de Assis, e hoje quero brincar com ele. Sei que ele também era voltado para as brincadeiras e era até considerado o Jogral de Deus. Eu sou um pouco mais sisudo, mas tem momentos que vem na mente pensamentos hilários e termino por deixá-los expressos causando risos tanto para mim quanto para os circunstantes. Foi assim que chegaram a minha mente os pensamentos de que eu estava tendo um relacionamento homo, quando lembrava a relação hetero que Francisco de Assis anunciou e cumpriu. No começo de sua missão, quando ainda vivia na casa dos pais, São Francisco já começava a paquerar distinta senhora e com ela pensava em casar. Os amigos desconfiaram que ele estivesse apaixonado e ele não negou. Disse que era a senhora mais distinta de Assis e com ela iria casar. Os amigos ficaram surpresos em existir na cidade uma dama tão prendada como aquela que Francisco descrevia, até que ele revelou que essa dama era a Senhora Pobreza, que havia entrado em seu coração e que dominava todos os seus pensamentos. E agora ele só gostaria de viver por toda a sua vida ao lado dela.

            Então eu fiz a relação dele comigo. Não tento competir com o Irmão de Assis no sentido de casar e viver para sempre com a senhora Pobreza, mesmo ela estando disponível. Mas terminei por me envolver afetivamente com outra figura que de igual forma entrou no meu coração e domina meus pensamentos e sentimentos. Estou paquerando há muito tempo com essa figura e disposto a me unir com ela e viver para sempre em sua companhia. Imagino os meus amigos chegando perto de mim e perguntando por quem estou apaixonado, pois meus olhos se perdem no vazio a procura de alguém que ninguém mais ver, meu coração se torna tão sensível que até ao ver uma pétala de flor cair com o peso do orvalho e impulsionado pela leve brisa da manhã, consegue fazer lágrimas dos meus olhos... Respondo para eles como fez São Francisco, é a pessoa mais luminosa que conheci, mais compassiva, mais compreensiva, mais tolerante; de seus atos nunca vi sair nada que não fosse puro amor, mesmo por aqueles que a agridem, moral ou fisicamente; de suas palavras nunca vi sair palavras destrutivas, sempre saem palavras com o intuito de construir ou de reconstruir o coração de quem vive com medo, amargurado, desesperançado, confuso e humilhado na sua condição humana. Meus amigos surpresos querem saber o nome dessa pessoa, pois todos imaginam que não exista, que seja fruto da minha imaginação. Digo para eles com a voz temperada pelos meus sentimentos: o Amor Incondicional.

            Oh!!!! Fazem meus amigos em uníssono! Uma relação Homo! Como pode ser? Eu digo a eles que não é como eles estão pensando, que não tem nada a ver com o sexo, não é uma relação homossexual. Mesmo assim eles não se conformam e chegam a dizer que eu devia ter procurado uma senhora como São Francisco fez com a Senhora Pobreza e que hoje está viúva e disponível. Se não quisesse essa Senhora teria tantas outras, como a Caridade, a Paciência, a Tolerância, a Justiça, a Benevolência, a Fraternidade... todas senhoras de boas virtudes e disponíveis e que eu já paquerei com muitas delas... Mas ninguém entendia porque meu coração foi justamente se amarrar com o Cavalheiro Amor Incondicional. Todos tentaram me demover da ideia, mas acontece que meu coração já estava preenchido com o Amor Incondicional. Não adiantou a ameaça que eles prenunciaram que eu iria ficar isolado neste mundo onde todos respeitam o amor incondicional em teoria, mas ninguém o aplica em suas vidas; que eu poderia fazer como todos fazem, ter apenas um “caso” com o amor incondicional e o deixar para lá, mas não querer conviver as 24 horas do dia com ele. Ainda por cima, eu iria enfrentar a fúria do amor romântico, que exige exclusividade e o amor incondicional pratica a inclusividade de todos.

            Eu avaliava que a opinião dos meus amigos era para me preservar dos sofrimentos que iriam surgir, mas eu já estava totalmente preenchido pelas vibrações etéreas do Amor Incondicional e nenhuma ameaça deste mundo material seria capaz de me demover. Estou pronto para me unir definitivamente com o Amor Incondicional, a levar adiante essa relação Homo, mesmo com todos os preconceitos que irão surgir em todas as dimensões, mas terei a solidariedade do Jogral de Deus, do Mestre Jesus e do próprio Deus!

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/05/2013 às 07h24
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11/05/2013 02h17
CONTRA AS MULHERES???

            Ao fazer a leitura do livro Fontes Franciscanas e Clareanas, na página 372, fiquei surpreso com o pensamento de Francisco de Assis. No título Contra a familiaridade das mulheres, no capítulo LXXVIII – “Evitar a familiaridade das mulheres; e como falava com elas”, encontrei o seguinte texto:

            Mandava que fosse evitado totalmente o mel venenoso, a saber, a familiaridade com as mulheres que induz ao erro até os homens santos. Pois temia que a partir daí depressa o espírito frágil se quebrasse e o espírito forte muitas vezes se enfraquecesse. Disse que quem convive com elas – a não ser um homem provadíssimo – tão facilmente escapa do contágio como, de acordo com a Escritura, quem anda no fogo e não queima as plantas dos pés. E para falar com a prática, oferecia-se a si mesmo como modelo de toda virtude. Na verdade a mulher o incomodava tanto que crerias tratar-se não de cautela ou exemplo, mas de medo ou horror. Quando a importuna loquacidade delas causava o desentendimento no falar, com palavra breve e humilde e com olhos baixos, ele evocava o silêncio. E por vezes, com os olhos voltados ao céu, parecia retirar de lá o que respondia às resmungadoras da terra.

            É difícil acreditar que uma pessoa tão caridosa quanto Francisco tivesse um pensamento e atitude tão estranha com as mulheres. Tá certo que existe a possibilidade do pecado da carne se ficam juntos homem e mulher. Mas isso é um fator que pode ser dominado e o homem não ter como alvo a escravidão sexual de outro. Francisco não tinha confiança em ninguém, nem mesmo confiança nele mesmo! Mas por uma pessoa ser fraca e ter medo de cair em pecado, justifica isolar a outra pessoa que pode ser o motivo de seus desejos inconfessáveis?

Neste ponto sou diametralmente o oposto de Francisco. Sei da capacidade de gerar desejos que a mulher possui no imaginário do homem, mas tenho bem forte dentro de mim que a mulher é um ser humano igual a mim do ponto de vista da justiça, e que jamais irei tomar qualquer atitude que a prejudique de alguma forma. A mulher é o próximo que eu tenho de amar como a mim mesmo. Não posso considerar a mulher como um objeto sexual, que desperta a capacidade de pecado dentro de mim e que por isso devo abandoná-la, isolar, menosprezar, não olhar nem dentro dos olhos dela como deve ser um relacionamento humano. E ainda mais, obedecendo aos imperativos do amor incondicional, não tenho medo de entrar na intimidade sexual, desde que seja positivo e aceito por ambos, não considero isso uma atitude proibida, um pecado grave como pensava Francisco de Assis. Não é que ele esteja errado e eu certo, é que vejo tremenda falta de caridade para com a mulher, que ao me colocar no lugar dela, ficaria muito desconfortável no contato com o Santo de Assis, se ele não fitasse nem ao menos meus olhos durante o contato. Neste ponto eu vejo que ele não conseguiu ser a imitação de Cristo o que ele conseguiu em tantos outros. Jesus jamais deixou de respeitar qualquer pessoa dentro de sua dignidade humana, mesmo que fosse um pária social ou um infeliz portador de lepra. Mas, também acredito que o imenso amor de Francisco por toda a criação do Pai seja capaz de cobrir tamanho pecado da parte dele, mesmo que tenha sido com boas intenções para o seu objetivo de vida que era manter a castidade.

Finalmente, peço perdão aos meus leitores e ao Pai por estar agindo como um juiz, se essas minhas considerações inflamadas pelo meu repúdio contra o que entendi ser uma forma de desconsideração a um irmão, no caso a mulher, seja uma tremenda incompreensão da minha parte das santas intenções e práticas comportamentais de São Francisco de Assis. Afinal, o santo mostrou ao longo de sua vida que está muito mais próximo de Jesus do que eu!    

            Ao fazer a leitura do livro Fontes Franciscanas e Clareanas, na página 372, fiquei surpreso com o pensamento de Francisco de Assis. No título Contra a familiaridade das mulheres, no capítulo LXXVIII – “Evitar a familiaridade das mulheres; e como falava com elas”, encontrei o seguinte texto:

            Mandava que fosse evitado totalmente o mel venenoso, a saber, a familiaridade com as mulheres que induz ao erro até os homens santos. Pois temia que a partir daí depressa o espírito frágil se quebrasse e o espírito forte muitas vezes se enfraquecesse. Disse que quem convive com elas – a não ser um homem provadíssimo – tão facilmente escapa do contágio como, de acordo com a Escritura, quem anda no fogo e não queima as plantas dos pés. E para falar com a prática, oferecia-se a si mesmo como modelo de toda virtude. Na verdade a mulher o incomodava tanto que crerias tratar-se não de cautela ou exemplo, mas de medo ou horror. Quando a importuna loquacidade delas causava o desentendimento no falar, com palavra breve e humilde e com olhos baixos, ele evocava o silêncio. E por vezes, com os olhos voltados ao céu, parecia retirar de lá o que respondia às resmungadoras da terra.

            É difícil acreditar que uma pessoa tão caridosa quanto Francisco tivesse um pensamento e atitude tão estranha com as mulheres. Tá certo que existe a possibilidade do pecado da carne se ficam juntos homem e mulher. Mas isso é um fator que pode ser dominado e o homem não ter como alvo a escravidão sexual de outro. Francisco não tinha confiança em ninguém, nem mesmo confiança nele mesmo! Mas por uma pessoa ser fraca e ter medo de cair em pecado, justifica isolar a outra pessoa que pode ser o motivo de seus desejos inconfessáveis?

Neste ponto sou diametralmente o oposto de Francisco. Sei da capacidade de gerar desejos que a mulher possui no imaginário do homem, mas tenho bem forte dentro de mim que a mulher é um ser humano igual a mim do ponto de vista da justiça, e que jamais irei tomar qualquer atitude que a prejudique de alguma forma. A mulher é o próximo que eu tenho de amar como a mim mesmo. Não posso considerar a mulher como um objeto sexual, que desperta a capacidade de pecado dentro de mim e que por isso devo abandoná-la, isolar, menosprezar, não olhar nem dentro dos olhos dela como deve ser um relacionamento humano. E ainda mais, obedecendo aos imperativos do amor incondicional, não tenho medo de entrar na intimidade sexual, desde que seja positivo e aceito por ambos, não considero isso uma atitude proibida, um pecado grave como pensava Francisco de Assis. Não é que ele esteja errado e eu certo, é que vejo tremenda falta de caridade para com a mulher, que ao me colocar no lugar dela, ficaria muito desconfortável no contato com o Santo de Assis, se ele não fitasse nem ao menos meus olhos durante o contato. Neste ponto eu vejo que ele não conseguiu ser a imitação de Cristo o que ele conseguiu em tantos outros. Jesus jamais deixou de respeitar qualquer pessoa dentro de sua dignidade humana, mesmo que fosse um pária social ou um infeliz portador de lepra. Mas, também acredito que o imenso amor de Francisco por toda a criação do Pai seja capaz de cobrir tamanho pecado da parte dele, mesmo que tenha sido com boas intenções para o seu objetivo de vida que era manter a castidade.

Finalmente, peço perdão aos meus leitores e ao Pai por estar agindo como um juiz, se essas minhas considerações inflamadas pelo meu repúdio contra o que entendi ser uma forma de desconsideração a um irmão, no caso a mulher, seja uma tremenda incompreensão da minha parte das santas intenções e práticas comportamentais de São Francisco de Assis. Afinal, o santo mostrou ao longo de sua vida que está muito mais próximo de Jesus do que eu!    

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em 11/05/2013 às 02h17
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10/05/2013 06h44
A CONSEQUENCIA... PERSEGUIÇÃO!

            Todo o medo que tenho de seguir de imediato, de forma explícita, pelo caminho que Deus coloca em minha consciência é devido a consequência do que virá. De início, a perda da comodidade e segurança aparente que a vida nos princípios materiais exclusivos me oferece. No decorrer do tempo, a reação antagônica da cultura, da sociedade, e até dos amigos e parentes, a uma ação que não privilegia ninguém em especial em detrimento do próximo. Isso irá me deixar isolado, criticado, e talvez, como aconteceu com os primeiros cristãos, a humilhação, suplício e martirização. Em todo o mundo eu vejo a prevalência dos interesses materiais, a ameaça de guerra nuclear e mundial, os atos corruptos de quem chega ao poder com idealismo e se deixa corromper pela ganância, a ironia sobre aqueles que resolvem falar sobre Deus e mesmo entre esses a distorção da vontade de Deus que é em essência amar a toda a Natureza e ao próximo como a si mesmo.

            Na época da igreja primitiva a perseguição se espalhava por toda parte. Pedro e João foram presos por falarem publicamente de Jesus (Atos 3-4). Estevão foi martirizado por causa de sua fé (Atos 7). Paulo, que era um ex-perseguidor de cristãos, foi açoitado, espancado, apedrejado, preso e finalmente decapitado (2Coríntios 11:22-33). Hoje muitos de nós não enfrentamos uma perseguição que coloca nossas vidas em risco. Contudo não devo me surpreender quando a perseguição me atingir. Afinal, Jesus nos disse que assim como Ele foi perseguido, nós também enfrentaríamos perseguição se seguíssemos suas lições (João 15:20) e afirmou: “Eu digo isso para que voces não abandonem a sua fé (...) chegará o tempo em que qualquer um que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus” (João 16:1-2).

            No livro de Mateus (13:20-21) Jesus advertiu que aqueles que não tem raízes profundas abandonarão a fé quando forem perseguidos. Para desenvolvermos raízes profundas precisamos mergulhar na leitura, estudo e obediência à Palavra e à Vontade de Deus (2Timóteo 3:12-17) e oração (1Pedro 4:7). Podemos também confiar que não temos que enfrentar a perseguição sozinho. Antes de subir aos céus Jesus prometeu enviar o Espírito Santo (João 16:7-14) que agora nos consola e aconselha, educa e acolhe, cuida e harmoniza, principalmente na forma de livros escritos pelos espíritos santos de Deus, aqueles que procuram fazer a Sua vontade pelos caminhos particulares de cada um, todos capitaneados pelo Espírito da Verdade, que pela essência pode ser o próprio Jesus. Temos assim O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, Céu e Inferno, A Gênese, O Evangelho segundo o Espiritismo e uma multiplicidade de livros que hoje descortinam o mundo espiritual e sua influência no mundo material. Temos diversos espíritos de Deus, como Joanna de Ângelis, Bezerra de Menezes, André Luiz, Emmanuel, Tomé e tantos outros que seguindo as instruções do Mestre e a vontade do Pai, estão constantemente ao nosso lado, intuindo e orientando de acordo com nossas convicções.

            Eu sei que já tenho raízes profundas, já posso defender a aplicação do Amor Incondicional em qualquer situação e colocar isso como a vontade de Deus como forma de construção da família universal. Fazendo assim estou dando provas de minha fé em Deus e de seguir as lições do Mestre Jesus, quando deixou bem claro que a principal Lei era: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Tenho tido significativo sucesso comigo mesmo, submeti os meus interesses pessoais em favor da ideia coletiva do Reino de Deus em qualquer circunstância. No entanto, não encontrei até o momento ninguém que tenha tido sucesso semelhante. Mesmo que considerem a verdade do que defendo e a sua origem divina, que tenham intenções de seguir por esse caminho, mas logo que se veem confrontados com outros interesses, principalmente do amor romântico, se mostram duras e inflexíveis. Podem até mesmo no círculo íntimo dessas discussões, aprovarem com veemência a prioridade do amor incondicional, mas no primeiro teste em confronto com o mundo material e suas leis egoístas, esquecem tudo isso e se comportam como antagonistas da irmã, como adversária, até mesmo como inimiga. Em função disso reconheço que a força contrária que se opõe a força do Amor Incondicional, é a força do amor romântico com todas as derivações que a fortalecem. É dessa força que surgem todas as perseguições que o amante incondicional passa a sofrer, até ser enxotado de casa como um marginal por aquela pessoa que chegou a amar de forma intensa, mas de forma passional, apaixonada, exclusivista, como aconteceu comigo.

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em 10/05/2013 às 06h44
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09/05/2013 08h47
ENCONTRANDO O TOM

            Jeremias era um profeta relutante que precisava encontrar o seu tom. Deus o chamou para pregar a nação rebelde de Judá. O profeta respondeu dizendo que não estava preparado para a tarefa: “Ó, Senhor meu Deus, eu não sei como falar...” (Jeremias 1:6).

O profeta era medroso e tímido. Consigo me identificar com ele, pois a forma como fui educado, pela mão rigorosa da minha avó que tentava evitar a minha “perdição” entre os pecados do sexo e das bebidas alcoólicas que ela comercializava para sobreviver, terminou gerando em meu comportamento forte conteúdo de medo e timidez. Felizmente a parcela de verdade que fui descobrindo nos livros acadêmicos e espirituais, permitiu que eu me livrasse dessa excessiva carga, apesar de ainda permanecer com traços até hoje.

Também posso aprender com a experiência de Jeremias. Apesar do reconhecimento de suas deficiências ele foi em frente para proclamar a mensagem impopular de que a corrupta Judá seria destruída (Jeremias 20:4). Três coisas que o ajudaram foram:

1 – A promessa de Deus – “...Eu estarei com você para protegê-lo” (1:8);

2 – A palavra de Deus – “Ele mandou que eu ficasse ali e anunciasse ao povo a mensagem do Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel.” (7:2; 19:2);   

3 – A capacitação de Deus – “Farei com que você seja (...) como um forte muro de bronze” (15:20).

Embora Jeremias, às vezes, lutasse contra o medo e o desespero (20:10,18), ele finalmente encontrou coragem e esperança no Deus misericordioso que “...livra os pobres do poder dos maus” (v.13).

Jeremias encontrou o seu tom quando se apegou a promessa de Deus, a sua palavra e capacitação.

Posso fazer o mesmo? Sei que já tenho a Sua promessa, entendo que o Pai esteja a todo instante ao meu lado, para me proteger e instruir, inclusive com essa leitura acima tirada do livreto Pão Diário de 2013 que tão bem se encaixa nas necessidades de entendimento do caminho que Ele me reservou. Também tenho a consciência da missão que Ele destinou para mim, que eu aplicasse o Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos, principalmente os afetivos com potencial de intimidade, com o objetivo de melhor colocar os alicerces do Seu Reino, na construção da Família Universal. Também sinto que estou capacitado, que Ele me protegeu e instruiu durante todos os dias da minha vida, mesmo nos momentos em que eu duvidava da Sua existência, mesmo nos dias em que eu convivia com a face prazerosa do pecado, nos cabarés da minha avó, no burburinho machista da Marinha, nas farras com parentes e amigos...

Estou agora no ponto em que Jeremias estava, lutando contra o medo e o desespero. A minha luta é contra meus adversários internos, a preguiça, a gula, principalmente, mas também tenho medo das consequências até da força e coragem que peço ao Pai para implementar a minha missão com mais eficiência e objetividade. Lembro-me do fato daquela pessoa que rezava fervorosamente e diariamente a Deus pedindo para que Deus abrisse seu coração, pois era uma pessoa muito rude e insensível. E o que aconteceu? Foi submetido a uma cirurgia onde foi necessário abrir o seu peito e corrigir as alterações anatômicas do coração. É um exemplo de que posso pedir algo ao Pai e Ele pode até me atender se achar que é conveniente para o meu crescimento e aperfeiçoamento, mas a forma disso acontecer é que não posso prever, depende da sabedoria do Pai que é bem maior que a minha. Então, o medo das consequências sociais da implementação da minha missão se soma com o medo do que o Pai pode fazer para me ajudar nessa tarefa. É um medo duplo! Pior que o de Jeremias que era apenas o medo de realizar a tarefa do Senhor. Mas assim como Jeremias encontrou o seu tom e conseguiu realizar sua tarefa, tenho esperança que também possa encontrar o meu e realizar da mesma forma que ele o meu trabalho. Mantenho a convicção, a vontade e a fé que isso vou conseguir, pois apesar de tudo tenho comigo as lições do Mestre Jesus e a proteção e instrução constante do Pai.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/05/2013 às 08h47
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08/05/2013 16h51
CAMINHO ATÉ DEUS

            A Inteligência suprema aos nos criar na forma de espíritos ignorantes e habitáveis num corpo biológico cheio de instintos materialistas como forma de aprendizado, mas com a perspectiva de alcançar a angelitude, a proximidade com Ele, também deve ter deixado caminhos para nos aproximar dEle. Mesmo que ainda sejamos excessivamente ignorantes, que ainda não consigamos privilegiar a existência espiritual em detrimento da material, mesmo assim o Criador deve ter criado caminhos que o conduzam a Ele e que assim possamos usar a inteligência e o livre arbítrio.

            A Bíblia Sagrada sempre está colocando essa questão em todos seus livros, desde o antigo ao novo testamento. Ela diz que tão logo Deus tirou o povo de Israel da escravidão do Egito, desejou habitar com o homem (Êxodo 15:17). Deu a Moisés instruções precisas para que se construísse um “tabernáculo” no qual descansaria a “arca”, uma espécie de cofre que, por sua estrutura e conteúdo, é um símbolo do Cristo. Tudo isso ficava no meio de um recinto chamado “átrio”.

            Se examinarmos bem a ordem que os diferentes elementos que compunham o tabernáculo são apresentados, compreenderemos que Deus fez todo o necessário para conceder aos pecadores um acesso a Si mesmo. As instruções dadas ao povo de Israel começaram pela arca (figura do próprio Cristo) e continuavam com o altar onde as vítimas eram sacrificadas e queimadas, impressionante tipo do Senhor Jesus, santa vítima que tomou nosso lugar na cruz e suportou o juízo divino contra o pecado. Por último, a única porta de acesso ao átrio era enorme, pois tinha uns cinco metros de largura. Ainda hoje ressoam estas palavras do Senhor Jesus: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á (João 10:9).”

            Esses escritos sagrados dão sempre a ideia de um caminho para Deus, desde um objeto material até o comportamento de um homem íntegro que serviu como modelo. Observamos assim uma evolução nesses conceitos e hoje não é possível mais acreditar nem no objeto material, nem que um espírito vem nos salvar de forma passiva. A lição que devemos acolher em nossa consciência, é que o seu comportamento mostra como devemos agir para seguir em direção ao Pai. Este é o caminho, a reforma íntima que devemos fazer constantemente para ajustar o nosso caminho ao do Pai e sairmos das veredas instintivas do comportamento animal, essencialmente egoísta. Devemos reconhecer a força que emana do Pai, o Amor Incondicional, e procurar segui-lo; não nos deixar envolver pelos derivativos do amor, conjugal, filial, fraternal, romântico, etc. e atropelar a lei maior.

            É este o caminho que pretendo trilhar e que tanto conflito traz ao meu redor com as pessoas que ainda confundem a lei maior com as leis menores. Este é o caminho de Deus, e não o caminho de uma namorada, de um filho, de um irmão, de um amigo, etc. Todos podem existir e coexistir, mas todos subordinados a Lei Maior, ao Amor Incondicional, senão sairemos do caminho do senhor.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/05/2013 às 16h51
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