Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
23/03/2013 20h37
A VOLTA DE JESUS

            Compreendo que a volta de Jesus se faça em vários níveis, mas não daquela forma suntuosa, alegórica, descendo dos céus para o julgamento dos vivos e mortos. Compreendo ser essa uma alegoria para grava na mente de todos a realidade dessa vinda. Compreendo que o Cristo já está dando sinais de sua volta espiritual no meio de nós, na sua condição espiritual, como demonstra diversos trabalhos, como a Nova Ordem de Jesus, As Cartas de Cristo, A Vida de Jesus ditada por ele mesmo, etc. Mas o nível da volta de Jesus mais importante é aquele que se dá em nosso coração, como a manifestação dEle em mim quando eu terei enfim assimilado com integridade a sua mensagem e a coloco em prática. Compreendo que a volta de Jesus é para mim uma questão íntima, e que depende da minha Reforma Íntima. Saberei quando Ele chegar, pois me sentirei pleno de amor.

            Espero chegar o dia em que eu possa compreender sua mensagem além das palavras; quando Ele disser que do templo não restará pedra sobre pedra, eu entender que esse templo de pedras não será mais necessário, pois o nosso corpo e coração está livre das impurezas do egoísmo e podem agora ser o próprio templo do Senhor.

            Enquanto isso procuro fazer a minha parte nessa limpeza do corpo, mente e coração, de todas as impurezas que for encontrando. Sei que não é tão fácil assim, tanto identificar essas impurezas do egoísmo que se esconde nas fibras mais íntimas do coração, quanto erradicá-las quando as encontrar. Este meu período no deserto também cumpre essa finalidade. É um momento propício para eu ser testado de todas as formas, nas circunstâncias que vivencio no dia-a-dia, quanto nos relacionamentos interpessoais. Estou perto do fim dessa minha estada no deserto que fiz pela primeira vez. Considero uma experiência gratificante que vai deixar reflexos importantes na minha conduta quando eu retornar em plenitude aos meus relacionamentos. Verifico com mais clareza que devo assumir a minha independência e liberdade com mais amplidão e assumir as suas consequências, com relação a limpeza e organização do meu espaço restrito. Não devo deixar penetrar nenhuma influência que traga desarmonia ao meu lar, este não é o meu projeto, viver em conflito com quem quer que seja. Que haja conflito, sei que não vai deixar de existir no atual nível de relacionamento, ma que não contamine o meu lar, que é o espaço que tenho o contato mais íntimo com Deus, e Ele não aprova esse tipo de sentimento que leva à desarmonia. Tenho que introduzir cada vez mais o comportamento de Jesus dentro de mim, como forma de aceitar a sua vinda, e isso implica ser firme com a negação do egoísmo em todas suas mais diversificadas formas.       

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em 23/03/2013 às 20h37
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22/03/2013 20h25
EM VERDADE VOS DIGO...

            Quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dEle os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, disse-lhes: “Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.”

            Estar no templo, orar, meditar, sintonizar com as questões espirituais é uma necessidade de todos nós. Entretanto, necessário também é, sair do templo, buscando vivenciar todos os ensinamentos ali recolhidos. Jesus nos dá o exemplo, cabe a cada um segui-Lo de acordo com o entendimento particular.

            Pela narrativa de Lucas (24, 1-14) esse acontecimento aconteceu após o excelente ensinamento dado por Jesus, quando da oferta da viúva pobre. Interessante observar a invigilância dos discípulos, que mesmo após o Mestre ter mostrado a eles que o importante não era o aspecto exterior das coisas, ou mesmo os valores amoedados, fizeram questão de chamar a atenção de Jesus justamente para a estrutura física do templo. É o mesmo que ocorre conosco quando, diante da oportunidade de uma lição edificante, valorizamos mais o instrumento que o veicula, do que a própria lição a ser aprendida...  não atentamos para o que já dizia o apóstolo, “porque a letra mata, e o espírito vivifica.”

            A frase que Lucas coloca, “Jesus, porém, disse-lhes...” muda a direção da conversa fazendo-a mais instrutiva. Parece simples, contudo temos que aprender em nosso dia-a-dia a fazer isso, pois não somos obrigados a nos envolver em questões desinteressantes ao nosso processo evolutivo, nem podemos agir de modo deseducado quando tal acontece. O Evangelho nos ensina a ser sutil, porém sem abrir mão do que já conquistamos.

            Foi o que aconteceu comigo no último domingo, na praia. Deixei me envolver nas conversas e atividades frívolas dos meus convidados e não fiz a condução, por um momento sequer, para as coisas do divino. O tom de melancolia que se instalava algumas vezes em meu semblante era como se a consciência quisesse dizer que eu estava sendo omisso com o Pai, que o estava negando, com todos os argumentos de natureza material.

            O bom Mestre ensina partindo daquilo que o educando consegue entender. Deste modo, Jesus salienta o exterior – “tudo isto” – porque é o que conseguimos ver, assim faz Ele, com o objetivo de mostrar o que está para lá de nossa pouca visão, pois, ao ver tudo isto que se nos apresenta de forma imediata, quase sempre estamos vendo pouco do que existe mais além.

            Tudo que Jesus diz é verdade, porém quando Jesus faz o destaque: “Em verdade vos digo...” é porque há de nossa parte uma necessidade maior de prestarmos atenção no ensinamento que vem após.

            É este sentido do que Jesus fala que eu procuro perceber e interpretar adequadamente. Foi a partir daí que eu cheguei a conclusão do Amor Incondicional como a maior força do Universo, que corresponde a essência do Criador e que os amores paralelos que surgem, como o amor romântico, todos a ele devem ser subalterno. A partir daí a consequência lógica é desautorizar toda norma baseada no amor romântico, como o casamento, desde que ele venha desautorizar ou impedir a livre expressão do Amor Incondicional. Por isso é importante prestarmos atenção redobrada quando o Cristo diz: Em verdade vos digo...

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em 22/03/2013 às 20h25
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21/03/2013 23h59
NORMA REAL

            Roma tinha uma reputação de justiça em seus tribunais mundialmente reconhecida. Foi em consonância com os procedimentos da casa começou. Pilatos perguntou quais eram as acusações contra Jesus. Em resposta os líderes judeus acusaram Jesus de três ofensas: a) subverter nossa nação; b) proibir o pagamento de impostos a César; e c) declarar ele próprio, “o Cristo, um rei. As duas primeiras acusações pareciam um tanto imprecisas, mas a terceira era uma séria acusação de traição. Além disso, ela despertou as suspeitas de Pilatos. O prisioneiro não tinha a aparência de rei. Que tipo de rei seria ele? Sua norma real, Jesus explicou, era dar testemunho da verdade.

            Esta declaração de Jesus para mim é fundamental, pois Ele determina o fundamento de Sua realeza, a NORMA principal, DAR O TESTEMUNHO DA VERDADE. Naquela época dar esse testemunho da verdade, através do Seu Evangelho, no meio de pessoas ainda muito bárbaras, apesar do seu verniz de civilização, era muito perigoso, podia levar a morte como de fato aconteceu.

            Hoje, passados mais de 2000 anos da voz da Verdade entre nós, fizemos grandes avanços. Reconhecemos a Verdade que o Cristo nos ensinava como tal, as suas lições são reproduzidas e divulgadas no mundo todo e o homem construiu diversas formas de igreja para divulgar essas lições. Agora, na minha compreensão, a essência da Verdade que o Mestre ensinou, apesar de ser reconhecida e ensinada, não consegue ser aplicada na prática com toda sua pureza: o Amor Incondicional! São usados os artifícios que antes eram necessários para conter o egoísmo que tendia ao bestialismo entre os homens, para manter a sociedade enquadrada em padrões rígidos de comportamentos que colocam o amor em ambientes estanques que não podem fazer comunicação um com os outros. Um desses artifícios e talvez o mais consistente e resistente a transformações, é o casamento. Aceito por diversas culturas em formatos diferentes, sempre tendem a manter o isolamento afetivo dos envolvidos, com raríssimas exceções. Também serve para proteger a mulher e os filhos dos interesses egoístas do homem. Mas para quem aceita o Amor Incondicional como norma real em sua vida, da verdade que é a maior Lei do Universo, que representa a essência do Criador, essa lei humana perde valor. Quem conseguir aplicar o Amor Incondicional em sua vida prática, vai ver que não poderá cumprir a legislação do casamento, jamais poderá casar ou conviver com qualquer pessoa com os princípios do casamento. As leis do casamento então não podem mais o atingir, como o adultério, por exemplo, já que ele não é casado com ninguém, nem tem qualquer companheira com o formato prático de uma esposa, que exija dela a exclusividade do amor. O amante incondicional segue a bússola comportamental ensinada por Jesus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Como é que eu posso dar afeto, carinho, compreensão e amor a outra pessoa, agindo com ela como eu gostaria que alguém agisse comigo, se estou atado a leis de matrimônio que impede e limita as minhas ações amorosas?

            Não! Prefiro seguir as lições do Mestre, de continuar difundindo a Verdade que Ele ensinou, mesmo que isso vá de encontro as culturas humanas que criamos. Sigo essa norma real como sendo minha, pois aceito a condição de Jesus como o grande Mestre da humanidade, governador do nosso planeta e a Ele sou submisso. Essa é a verdade plena do que Ele ensinou, assim sinto em meu coração e consciência, e aonde eu dou toda a permissão ao Pai para sondar a minha alma e ver se existe algum erro, se existe algum mal escondido, se existe algum interesse escuso. Meu livre arbítrio dá toda licença ao Pai para que Ele jogue sobre mim a sua luz e identifique com clareza a VERDADE pois é ela que quero divulgar e praticar. Não temo o julgamento do mundo, como fizeram com Jesus e o levou a crucificação, só temo estar de alguma forma errado. Por isso peço com tanta veemência ao Pai, não permitas que eu caminhe por uma estrada errada, por erro de avaliação. Se o Amor Incondicional não é para ser praticado na sua integridade, então Pai, me dês essa informação pelos mais diferentes meios que Vós dispondes, pois até agora só recebo a confirmação de que estou no caminho correto!

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em 21/03/2013 às 23h59
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20/03/2013 13h20
EU SEI QUE TU ME SONDAS

            A temperatura no deserto, cada vez que chega próximo do fim da quarentena, parece que aumenta mais. Qualquer situação que eu procure sintonizar dentro das areias escaldantes do meu apartamento vazio, sinto a presença do divino chegar perto e me deixar sensibilizado.

            Hoje pela manhã, ao me pesar como sempre faço, verifiquei que não atingi a marca dos 75 kg que estava previsto. Parou a balança marcando apenas 76 kg, justo. Faltava eu perder apenas 100 grama para ficar com 75,9 kg, portando dentro da faixa do esperado. Como faltava 15 minutos para ir ao trabalho, decidi que faria exercício até perder a 100 gramas.

            Passei a correr no mesmo lugar, a técnica que eu mais utilizo para exercício dentro de casa, seguido de exercícios deitado para o abdome e para o tórax, pernas e braços. Vez por outra ia até a balança e verificava que continuava no mesmo ponto: 76 kg. Resolvi acelerar os movimentos da corrida no mesmo lugar e alternava com movimentos de polichinelo; lembrei também do refrão que eu pensava usar na maratona que eu participei há dois anos e passei a repeti-lo: “Deus é nosso Pai, Jesus é nosso Mestre!” A partir daí veio na mente a canção “Eu sei que tu me sondas” e como não sei a letra fiquei cantando apenas essa frase como se fosse um mantra.

            Foi aí que o divino invadiu a minha alma. Acelerei os movimentos da corrida e já não sentia tanto cansaço. Deixei de cantar só o “mantra” e frases novas surgiam na minha mente que tentarei reproduzir aqui e agora, mas sei que não terá a beleza e força espiritual do que cantei e experimentei no momento:

            “Eu sei que tu me sondas, Senhor

            Entrai na minha alma, ilumina o coração

            Vê onde está sujo e retira as impurezas

            Eu sei que tu me sondas, Senhor

            Eu quero que me sondes, Senhor

            Vais até onde eu não posso

            E tires todo o mal

            Eu quero ficar limpo, Senhor

            Eu quero estar limpo... Senhor!”

            Foi mais ou menos assim, mas sei que palavras fogem agora da minha memória, mas naquele momento o conjunto do que eu cantava e sentia era encantador e revigorante; eu sentia as lágrimas correrem na face, mas sem sofrimento, e o meu corpo correndo na sala, mas sem sentir o cansaço.

            Fui para a balança e vi que marcava 75,8 kg. Perdi 200 gramas. Já passava meia hora do meu compromisso de sair para o trabalho, mas acho que valeu a pena, mais essa experiência.

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em 20/03/2013 às 13h20
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19/03/2013 09h38
A NEGAÇÃO

            Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: “Antes que duas vezes cante o galo, você me negará três vezes.” E se pôs a chorar. (Marcos, 14:72).

            A caminho do Getsêmani, Jesus havia previsto que Pedro o negaria. Mas o impetuoso Pedro havia negado veementemente essa possibilidade: “Ainda que todos se escandalizem de ti, eu, porém, nunca!” (Marcos, 14:29). E repetia com mais ardor: “Ainda que seja preciso morrer contigo, não te renegarei.” (Marcos 14:31).

            Todos os quatro evangelistas registram a negação de Pedro. Todas as negativas têm lugar no pátio da casa do sumo sacerdote ou próximo dali.

            Primeiro, uma das criadas do sumo sacerdote fixou os olhos em Pedro que se aquecia, e disse: ”Também tu estavas com Jesus de Nazaré.” Ele negou: “Não sei, nem compreendo o que dizes.” (Marcos, 14:66-68).

            Segundo, a criada que o vira começou a dizer aos circunstantes: “Este faz parte do grupo deles.” Mas Pedro negou outra vez. (Marcos, 14:69-70).

            Terceiro, um grupo de espectadores foi a Pedro e o desafiou diretamente dizendo: “Certamente tu és daqueles, pois és Galileu.” Então ele passou a praguejar e a jurar: “Não conheço esse homem de quem falais.” (Marcos, 14:70-71)

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            Lembro do último domingo quando estava na praia com parentes e amigos, e me coloco no lugar de Pedro. Eu também neguei o Pai, talvez mais de três vezes. Não era porque alguém me acusava, mas a consciência lembrava que eu devia ser testemunha da vontade do Pai, cumprindo aquilo que Ele me determinara e eu me omitia com diversos motivos:

            - Não vou desligar as músicas excitantes da turma para fazer preleções;

            - Não vou interromper as piadinhas, conversas picantes e divertidas para falar das coisas sérias do Pai;

            - Não vou agrupar todos que jogam bola, passeiam na praia, bebem cerveja, jogam dominó, peteca.. para falar de um Reino de Deus.

            Não foi preciso apenas que um galo cantasse para eu ter a consciência da minha negação. Foi preciso mais! Foi preciso que Deus me colocasse sozinho na sala de trabalho, no momento que eu estava disposto a lhe relatar com orgulho tudo que acontecera, toda a ajuda incondicional que eu havia dado, com firmeza, a moça que precisava de ajuda, que Deus fez lembrar esse detalhe que até o momento passava despercebido na minha mente: “Tu não fostes testemunha de mim frente a teus parentes e amigos.” Pronto, caiu a ficha!!! Desabou na minha consciência toda a dimensão da minha omissão, da minha negação! Não consegui segurar o pranto!

            Imaginei o que teria sentido Jesus com a negação de Pedro...

            Imaginei o que eu sentiria se alguém que eu considerasse da família, que povoasse os meus pensamentos e que morasse em meu coração, chegasse a mim diretamente e dissesse: “Eu não sou da sua família!”

            Acredito que se tal acontecesse, eu iria parar, pensar e acreditar que seria a mão de Deus usando seus instrumentos humanos para mostrar um pouco do que sente o coração divino com a negação!

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em 19/03/2013 às 09h38
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