Recebi o texto abaixo nas redes sociais, de um Centro Espírita, que merece a nossa reflexão.
Ao observador atento das páginas da história não passará despercebido que em todas as épocas em que as nações estiveram sob o comando de generais e cabos de guerra, a humanidade penetrou a noite sombria da guerra.
De Ciro a Dario I, de Catão, o velho, à Júlio César, de Napoleão ao Marquês de Lafaiette, até os contemporâneos líderes, com suas estrelas na lapela, quando a caserna passa a ser o centro do comando político, as estruturas são movimentadas em torno da máquina de guerra. Raramente na história das civilizações os poetas e filósofos estiveram na regência dos destinos das nações.
Quando surgiam, eram rotulados como excêntricos, subversivos ou simplesmente líderes religiosos, não ofertando maior risco à classe política dominante.
Em promovendo algum tipo de insurreição, eram sumariamente eliminados e o movimento desencadeado era extinto ou esvaziado.
Em tempos de quase supremacia da cultura materialista, onde o corpo se evidencia com maior destaque que a alma, o ser parece valer mais pelo que tem e pelo que exibe, diminuindo a influência do discurso pacifista.
Como solucionar querelas de território com verborragia, quando nos quartéis se amontoam soldados e armas prontos para agir?
A indústria de armas se posiciona, presentemente, como uma das mais poderosas da atualidade. Há uma cultura bélica em jogo onde, numa espécie de tabuleiro da influência mundial, fala mais grosso aquele que dispuser de maior tecnologia nessa área.
A nação militarizada intimida o país que vive da agricultura. O clube atômico, atualmente com 13 países possuidores de artefatos nucleares, se movimenta, agitado, ansiosos por deflagrar uma hecatombe de natureza nuclear, mesmo sabedores que após o cogumelo, a vida no planeta será praticamente extinta, e os poucos sobreviventes estarão entregues à contaminação radioativa, de consequência imprevisíveis.
As religiões, em um expressivo número, se fizeram partidos políticos disfarçados, disputando espaço no poder temporal e os religiosos se perderam na interpretação rigorista dos textos, mais confundindo as ovelhas desorientadas.
Nesse tiroteio de interesses escusos, nessa disputa insana por poder e domínio, o homem esqueceu de sua imortalidade, chumbando-se ao corpo precário, como se esse fosse uma cidadela inexpugnável pelo tempo. E todos os dias observa-se que inúmeros cabos de guerra perdem a batalha contra vírus e doenças oportunistas, demandando a noite do túmulo em desfile patético de suas derrotas morais.
O legado deixado constrange. Quase que imediatamente é substituído e em seguida esquecido. Suas trajetórias são exploradas em biografias não autorizadas, onde fatos e acontecimentos ocultos do público vêm a tona, revelando uma conduta em desacordo com o discurso pregado.
Atravessamos dias de inquietação. Tempos instáveis. Tragédias coletivas e brutais crimes individuais.
As cenas do cotidiano, espelhadas no noticiário, chocam pela hediondez. O ser tecnológico aparenta, em momentos, ser tão ou mais bárbaro que os grandes exércitos que pontuaram a Idade Antiga.
Não obstante a grave crise moral instalada, o planeta parece marchar na sua transição para um futuro risonho. Incontáveis indivíduos dão mostras diárias de profunda sensibilidade para com os mais vulneráveis. Grupos se articulam na ajuda humanitária em escala mundial. Sacerdotes do saber se fazem mestres das novas gerações. Mãos abençoadas plantam flores nos campos dominados por espinhos ou cercados de arame farpado.
Em meio à poluição sonora, encontramos grupos orando. Mecenas investem em fundações de amparo à infância desvalida ou socorrem animais sob maus-tratos, além de idosos desassistidos.
Lentamente, o amor vai inaugurando dia novo após a madrugada que negrejou, triunfante.
No governo espiritual do planeta permanece Jesus atento à movimentação das criaturas humanas. Aqui e ali, peças que se julgam indispensáveis são removidas pela morte, se fazendo passageiros do comboio funerário. E lideranças éticas, focadas na solidariedade, surgem de um momento para outro, inaugurando nova esperança em quem já em nada acreditava.
Ouviste algo sobre a Boa Nova. Tens notícias de um reino que se avizinha. Rifles se fazem enxadas. Tanques são convertidos em arados. Uniformes militares se tornam jalecos de trabalho.
Onde te inseres nessa nova sociedade, que surge dos escombros de uma outra que está desmoronando?
Qual teu campo de atuação?
Que utilidade tens dado aos teus talentos?
Conquanto não pareça, o Cristo tem certa pressa em tua definição. Em cima do muro, já não dá mais pra ficar.
Quem com Ele não ajunta, espalha!
Marta, Juazeiro, 05.01.2024
Merece um reparo o início das considerações desse texto, pois aqui no Brasil, no período do governo do Regime Militar iniciado em 1964, a pedido da população, foi uma época de progresso, mesmo sendo agredida pelo discurso e pelas armas dos revolucionários comunistas. Enquanto o governo seguinte, de um poeta, Sarney, foi um período medíocre favorável à corrupção.
Lembro dos ensinamentos do Cristo, de que a Verdade nos libertará. Ele deixou a frase suspensa numa espécie de vácuo, pois só vamos entender depois que tivermos condição de perceber onde está a Verdade.
Lembro que fiquei muito tempo da minha vida trabalhando em favor das iniquidades sem saber que era isso que eu estava fazendo.
Fiquei muito tempo na militância política em partidos de Esquerda, principalmente o Partido Democrático Trabalhista (PDT), o Partido onde fiquei mais tempo. Felizmente a minha tendência honesta evitou que eu fosse cooptado pelas Trevas, característica desse tipo de Partido.
Eu entrava nas diversas campanhas eleitorais, candidato a diversos cargos, como vereador, deputado estadual, deputado federal e até vice-governador, mas nunca deixei o meu primeiro slogan: “Pela Dignidade Humana”. Não queria que o eleitor votasse em mim porque eu tinha feito algum favor para ele, com uma consulta, com uma amostra grátis... dinheiro não conseguia dar a quem se mostrava necessitado, pois nunca recebi nem fui atrás de verbas partidárias para tocar a minha campanha. Eles, meus companheiros, não tinham interesse em serem transparentes e eu não achava justo gastar o dinheiro da população em cargos que iriam me beneficiar.
Passei a me sentir impotente em resolver essa situação. Todos os companheiros de Partido tinham essa mesma disposição. Os eleitores eram parceiros deles. O mesmo eleitor que se considerava meu amigo, que eu sabia que realmente ele votava em mim, mas por suas dificuldades financeiras ele passava a trabalhar como cabo eleitoral de outros candidatos. Levava para o candidato que dava benefícios em troca de votos, dezenas de pessoas, enquanto naquele setor eu só tinha o voto dele.
Mesmo assim, eu não percebia a iniquidade que estava dentro desse tipo de comércio. Eu procurava sintonizar a minha consciência com os ideais de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, de Justiça Social, que vinha jogando grupos sociais uns contra os outros desde a Revolução Francesa.
Só consegui perceber a ponta do iceberg das iniquidades como motor das lutas políticas em busca do poder, quando verifiquei que o candidato que ajudei a eleger como Presidente do Brasil, mentia descaradamente no escândalo do mensalão, onde era visível o seu envolvimento na compra dos votos dos deputados.
Foi nesse momento que percebi que estava no lugar errado, fazendo a coisa errada. Aprofundei os meus estudos em busca da Verdade e encontrei o grande líder, Jesus Cristo, que combatia justamente todo o tipo de iniquidades.
Mas o estrago já estava feito. Devido a doutrinação que recebi durante toda a minha vida, fui um inocente útil para essa gangue de criminosos que se apresentavam de colarinho branco, desviando bilhões de nosso suado dinheiro, como o país que mais arrecada impostos no mundo.
Agora estou vivendo num país dominado pelas Trevas, indefeso contra os males que jogam nas cabeças de todos nós que queremos ser justos, honestos, patriotas e cristãos. Nos obrigam a sermos injetados com substâncias experimentais, impedem que façamos protestos públicos ou mesmo que possamos divulgar a Verdade que descobrimos. Não temos nenhuma instituição pública que possa nos defender.
Somente à Justiça Divina podemos recorrer, mas temos de pagar a penitência por não ter percebido a ação do mal à mais tempo e tê-lo deixado prosperar.
Quando reconheço a vontade de Deus na consciência, encaro como se fosse uma ordem que devo obedecer. Minha primeira atitude é dizer ao Pai que sim, que irei cumprir a Sua vontade. Acontece que quando chega o momento, de alguma forma a vontade do Pai não é cumprida, entra na minha consciência outro desejo para fazer outra coisa, ou a fragilidade da minha vontade, que revela uma desobediência por incompetência.
Lembro da parábola que o Mestre contou, que tinha um pai e que se dirigiu ao primeiro filho, pedindo que fosse trabalhar na vinha; esse disse que não iria. O pai foi a segundo filho que concordou, disse que ria fazer o que foi pedido. Acontece que o primeiro, usou da consciência e foi trabalhar na vinha. O segundo arrependeu-se do que tinha prometido e não compareceu ao trabalho. Dessa forma o Mestre faz uma pergunta de resposta obvia: qual deles fez a vontade do pai?
Sinto-me na condição do segundo filho. Digo ao Pai constantemente que vou fazer a Sua vontade e logo me envolvo com outras tarefas ou me sinto incapaz de realizar tal promessa. Como posso sair dessa situação? Será porque estou tão preso às exigências materiais que não consigo fluir nas exigências espirituais?
Jesus também sofria essa pressão das exigências materiais, principalmente por parte de sua parentela. Talvez impelido pelos extremos de contrariedade, que suscitava sua família, chegou a colocar com muita firmeza seu direito de exercer a liberdade espiritual de fazer o que tinha como missão, como registrou Mateus em seu Evangelho (12:46-50) – “Jesus falava à multidão quando a mãe e os irmãos dele chegaram do lado de fora, querendo falar com ele. Alguém lhe disse: - A tua mãe e teus irmãos estão lá fora e procuram falar contigo. – Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos? – perguntou ele. Estendendo a mão para os discípulos disse: - Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos! Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
Com essa resposta o Mestre deixou claro onde estava a sua prioridade. Se por acaso ele estivesse reunido com a família e chegasse alguém de fora para conversar com ele, muito provavelmente a pessoa que recebesse o pedido nem iria incomodar o Mestre. Simplesmente diria para o interessado que o Mestre estava reunido com a família e quando terminasse poderia falar com ele. Mas a situação era inversa. Jesus estava reunido com os discípulos, portanto a família do Mestre tinha a prioridade, poderia interferir com a reunião. O Mestre aproveitou a ocasião para colocar na prática o exercício de suas lições, da construção do Reino de Deus.
É esta capacidade firme de cumprir às ordens de Deus que Jesus demonstrou, colocando os interesses materiais, parentais, em segundo plano, de forma que não interferissem com o sucesso de sua missão. Esta é a força moral que ainda não consigo exercer, e os apelos materiais sempre se colocam como prioridade, como forma de atender de forma rápida as necessidades do corpo e as responsabilidades para ele assumidas.
As responsabilidades para com o Pai, sempre ficam em segundo plano, para mim, reconheço com tristeza. Afinal o Pai é bondoso, compreensivo, tolerante, tudo perdoa... talvez seja assim mesmo, mas com certeza a qualidade do amor que tem pelo filho que lhe obedece às ordens é bem maior do que o amor que dedica a mim, filho desobediente, indolente, procrastinador.
Lembro do batismo de Jesus, registrado por Marcos (1:11), como prova do que estou dizendo agora: “Então houve uma voz vinda dos céus – Tu és o meu filho amado, em ti muito me agrado.
Este é um dilema colocado pelo Cristo, conforme escreveu o apóstolo João em seu Evangelho 11:25-26 - “Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá”.
Estou vivo e creio no Mestre, então isto significa que nunca morrerei. Mas sei que o meu corpo biológico, assim como o de todos os meus antepassados e de pessoas que passaram por esta terra, também se deterioraram e estão se deteriorando e um dia esse corpo morre e volta a se decompor dentro da terra.
Certamente o Cristo não se referia com essa frase ao corpo biológico. Certamente se referia ao corpo espiritual. O corpo biológico certamente morre e se decompõe, independe de qualquer fé que tenhamos. O corpo espiritual, formado de energia vibracional, que tinha a função de gerenciar o corpo biológico, não experimenta morte similar a que acontece com o corpo material.
O Cristo ensinou que existe um mundo espiritual no qual reside o Pai espiritual, Criador de tudo que existe. Como nós somos suas criaturas, filhos do mesmo Pai, por isso todos nós somos irmãos. Na qualidade de irmãos, é interesse do Pai que todos vivamos em harmonia, fraternidade, nos amando uns aos outros como se fosse a nós mesmos.
Se não cremos nessas lições, após a morte do corpo físico a consciência não reconhece o mundo espiritual onde foi conduzido pela lei natural. Permanece conscientemente na morte do corpo físico.
Se cremos nas lições de Jesus, após a morte do corpo físico compreenderemos que o nosso espírito entra na dimensão espiritual, que não estamos mortos. E que por mais que venhamos a administrar novos corpos em outras vivências, isso servirá apenas de aprendizagem para que possamos evoluir seguindo o Caminho da Verdade proposto pelo Cristo, em direção à Vida eterna incorporados ao Criador.
Este dilema que se transforma em dúvida, também acometeu a mãe de Jesus. Tinha dúvidas de que a trajetória da vida que seu filho levava lhe conduziria inexoravelmente à morte precoce e dolorosa, e que ele dizia tudo ser da vontade do Pai.
Quando Jesus demonstrava à mãe a necessidade do seu sacrifício, a pobre mãe recorria à oração a Deus, submetendo-se a vontade dEle, mas solicitava o favor da resignação, que Ele lhe proporcionasse provas evidentes de que seu filho se encontrava na Luz. Pedia o apoio que faltava à sua fé, a esperança... uma luz que possa clarear o entendimento, que a tornasse segura que seu filho não enlouquecera, então o seu amor de mãe sucumbiria sob o poder do amor divino.
Um dia o Mestre estava sozinho com a mãe, e percebendo o seu dilema, pegou uma varinha e escreveu na areia: “Tenho que morrer para glorificar a Deus, ou viver para ser desonrado diante de Deus”.
Em poucas palavras o mestre demonstrou para mãe e para todos nós a decisão que devemos tomar: morrer para glorificar a Deus ou viver desonrado perante Deus.
Qual será a minha ou a sua, caro leitor. Se eu tenho a compreensão da minha missão, de cumprir a vontade de Deus, então a minha resposta é que preciso morrer biologicamente para glorificar a Deus espiritualmente.
Sei que tenho uma missão determinada pelo Pai, mas sei também que tenho limitações que impede essa realização. Consciente disso, a oração seria o instrumento mais eficaz de corrigir esses defeitos, pois era isso que Jesus fazia constantemente, e ele nem demonstrava ter qualquer defeito. Mas quando as inquietações da natureza humana, instintiva, lhe atingiam a alma, ele engrandecia os desejos espirituais e alimentava seu coração com o fogo do amor divino através da oração.
Dessa forma, a esperança das alegrias celestes escondia as sombras trazidas pelos instintos materiais na sua vida de homem. Isso lhe apresentava como uma chama sublime das ternuras da alma e das alianças do espírito em meio da matéria.
Depois do Cristo orar, ele só se ocupava de Deus. Depois dos delírios da matéria, dos desejos instintivos, insanos, ele se sentia mais forte e os seu pensamento era transmitido com mais nitidez às estruturas cerebrais por onde passavam os eflúvios instintivos da carne.
O Mestre se aproximava dos companheiros após ter se nutrido espiritualmente com a oração, e fazia-os participar da sua liberdade de espírito, recém reforçada. Reunia-os tão estreitamente na sua felicidade futura, na construção do Reino de Deus, que os discípulos, mesmo não entendendo completamente a missão do Mestre, passavam a reverencia-lo com tal inspiração que beijavam suas vestes com fé e entusiasmo.
Tenho também a minha missão, mesmo não sendo tão divina quanto à do Mestre. Mas como provém de Deus, não deixa de ter alguma divindade, mesmo que mínima.
Alguns paralelos com a missão do Cristo eu posso fazer, principalmente com relação ao comportamento das pessoas ao redor, incluindo os próprios parentes.
Toda a minha família biológica, nuclear e ampliada, não conseguem penetrar na essência da minha missão, talvez nem saibam que eu possuo uma, assim como cada um deles também possuem. Vejo que eles recebem com certa ironia no olhar e no falar, quando eu digo que recebo mensagens constantes do Pai e que a minha prática comportamental, tão distante do comportamento da maioria, se faz assim por vontade expressa do Pai.
A consequência dessa minha firmeza em agir de forma tão diferente, faz com que eu me torne incompatível com as mulheres que tentam ser minhas companheiras. No começo se relacionam comigo tentando mudar o meu comportamento, e quando veem que não conseguem, terminam perdendo a paciência e me expulsam de suas convivências.
Apesar de toda essa reação, muitas vezes agressiva e até violenta, tenho a consciência limpa de que não enganei nenhuma delas. Todas sabiam que eu me comporto de tal forma porque entendo ser isto necessário para o cumprimento da minha missão. Se isso implica na minha vida solitária, por não encontrar nenhuma mulher capaz de ser carne da minha carne, estou disposto a pagar esse preço, mesmo que a minha alma tenha a necessidade de caminhar, harmonizado, com uma parceira.