Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907. Esta é a primeira parte da primeira parte, onde o Papa faz a “Exposição do Sistema e sua Divisão” começando pelo “O Modernista Filósofo”.
Começando pelo filósofo, cumpre saber que todo fundamento da filosofia dos modernistas assenta sobre a doutrina que chamamos agnosticismo. Por força desta doutrina, a razão humana fica inteiramente reduzida à consideração dos fenômenos, isto é, só das coisas perceptíveis e pelo modo como são perceptíveis; nem tem ela direito nem aptidão para transpor estes limites. E daí segue que não é dado a razão elevar-se a Deus, nem lhe conceder a existência, nem mesmo por intermédio dos seres visíveis. Segue-se, portanto, que Deus não pode ser de maneira alguma objeto direto da ciência; e também com relação à história, não pode servir de assunto histórico. Postas estas premissas, todos percebem com clareza qual não deve ser a sorte da teologia natural, dos motivos de credibilidade, da revelação externa. Tudo isto os modernistas rejeitam e atribuem ao intelectualismo, que chamam ridículo sistema, morto já há muito tempo. Nem os abala ter a Igreja condenado formalmente erros tão monstruosos. Pois que, de fato, o Concílio Vaticano I assim definiu:
Se alguém disser que o Deus único e verdadeiro, criador e Senhor nosso, por meio das coisas criadas não pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, seja anátema (De Revel, Cân. 1); e também:
Se alguém disser que não é possível ou não convém que, por divina revelação, seja o homem instruído acerca de Deus e do culto que lhe é devido, seja anátema (Ibid. Cân. 2): e, finalmente:
Se alguém disser que a divina revelação não pode tornar-se crível por manifestações externas, e que por isto os homens não devem ser movidos à fé senão exclusivamente pela interna experiência ou inspiração privada, seja anátema (De Fide, Cân. 3).
Agnosticismo vem do grego agnostos, “desconhecido”. Designa-se por este termo, em filosofia, toda a doutrina que considera impossível o conhecimento da realidade que se supõe existir para além da experiência sensível, por exemplo, à existência de Deus. Podemos entender assim que agnóstico é aquele que não tem religião, que não acredita em nada que esteja além do que os sentidos podem perceber. Sendo o agnosticismo o fundamento da filosofia dos Modernistas, se torna incompatível a sua aceitação por uma pessoa religiosa, que acredita em uma realidade espiritual que está além e acima desta realidade material onde os Modernistas dominam. Um padre que aceita como correta a ideologia e filosofia dos Modernistas, fica automaticamente fora da Igreja, pois o seu pensamento agora está proibido de transpor os limites da materialidade em busca do espiritual onde ele foi formado e até pouco tempo acreditava como a Verdade. Não pode agora se recolher na sua clausura e orar para um Deus que está além do que os seus sentidos físicos podem captar. Um Deus que não pode ser investigado pela ciência não pode ser considerado como real, não pode ser considerado como elemento significativo na história humana, a não ser para ser mostrado como exemplo de loucura ou de fanatismo insano. Esse padre que considera como verdadeiro o pensamento modernista deve por justa causa sair de imediato da Igreja que o formou de maneira errada até este dia que obteve a “verdadeira” consciência da realidade. Não precisaria ser advertido ou expulso por um Papa que deve defender os princípios da fé, os caminhos tão bem explicados pelo Mestre Jesus e que considerou a construção da Igreja onde o tal padre foi educado. Se esse tal padre continua dentro da Igreja Católica só podemos imaginar dois motivos: que ele é um néscio facilmente influenciado por ideias alienígenas, ou um farsante, maldoso agente cooptado pelo adversário do Cristo e que deve permanecer na Igreja para promover a sua destruição junto a outros iguais a ele com a mesma intenção. Portanto, está muito correto o Santo Papa Pio X quando diz que precisa ser expulso da Igreja Católica aquele que diz que Deus não pode ser conhecido pela luz natural da razão humana, que não podemos ser instruídos pela divina revelação de Deus, que não devemos ser movidos pela fé e sim, exclusivamente materialista, científica. Deve ser considerado como um adversário perigoso, pois está atacando os irmãos como se estivesse sintonizado com eles, na fé que todos comungam.
Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907. Esta é a primeira parte da primeira parte, onde o Papa faz a “Exposição do Sistema e sua Divisão”.
E para procedermos com ordem em tão abstrusa matéria, convém notar que cada modernista representa e quase compendia em si muitos personagens, isto é, o de filósofo, o de crente, o de teólogo, o de historiador, o de crítico, o de apologista, o de reformador; os quais personagens todos, um por um, cumpre bem os distinga todo aquele que quiser devidamente conhecer o seu sistema e penetrar nos princípios e nas consequências das suas doutrinas.
O Santo Papa está falando das pessoas que atuam no mundo e com certeza eu também estou incluído nessa análise. De todos os conhecimentos que já adquiri, dá fé racional que aceitei, eu posso me adiantar e fazer o meu próprio diagnóstico, tomando por base os critérios que o Santo Papa está usando em sua Carta.
São Pio X coloca a humanidade dividida em dois blocos: aqueles que conhecem o Cristo, aceitam os seus ensinamentos e procuram coloca-los em prática; o outro bloco é formado pelas pessoas que também conhecem o Cristo, mas não aceitam os seus ensinamentos e procura destruir conjunto ideológico que podemos chamar de Cristianismo. Entre os dois blocos existem aqueles que não conhecem o Cristo, não sabem dos seus ensinamentos, sua origem e destino.
Do ponto de vista da Fé, podemos considerar dois blocos distintos: os cristãos e os pagãos. Os cristãos procuram construir a família universal a partir da compreensão do núcleo central, de todos serem filhos do Criador e todos procurarem seguir a vontade do Pai, de se amarem uns aos outros como se fosse a si mesmo. Os pagãos não têm o mesmo respeito ou amor ao próximo e se dividem em diversos grupos, cada um com um tipo de Deus diferente.
O pensamento racional conclui que a melhor ideologia do ponto de vista individual e coletivo é a ideologia cristã que desenvolve a ética do bem comum e faz uma ponte com a eternidade, acima da efêmera fragilidade do nosso corpo material. A ideologia pagã apela mais para o egoísmo e tem o potencial de prejudicar o próximo, mas também a coletividades inteiras. Podemos muito bem ver onde está o Bem e o Mal em cada uma delas.
É esta encruzilhada dessas duas ideologias que temos o direito de opinar e decidir seguir ao longo da vida. Além do desempenho profissional que cada um nós teremos que desenvolver, o engajamento em um dos blocos ideológicos é o que na maioria das vezes sempre acontece.
Os dois blocos assim formados na dimensão material tem o comando localizado na dimensão espiritual, o primeiro pelo Cristo e o segundo por Lúcifer. O pensamento fica assim flutuando entre uma dimensão e outra, mas sempre mantendo a razão e a lógica para o discernimento dos caminhos a seguir que nos sãos oferecidos a cada momento.
Como os dois blocos são incompatíveis um com o outro, vai acontecer sempre o conflito, a luta pela hegemonia de um ou do outro. A minha razão aponta que o Cristianismo luta para a construção do reino abstrato administrado pela essência do Criador, da verdade, de Deus, do amor, a partir dos nossos corações; o paganismo luta para a construção de um reino material administrado pela essência do egoísmo, da mentira, do Demônio, do ódio, a partir dos nossos instintos.
Fiz a minha escolha pelos caminhos do Cristo. Posso trabalhar de forma equivocada por outros caminhos incoerentes com a minha decisão central, pois sou ainda muito ignorante e posso ser facilmente ludibriado pelas mentiras e falsas narrativas do Demônio e seus asseclas. Mas logo que eu perceba que esteja em caminhos errados para a minha consciência, eu corrijo a rota pedindo perdão pelo que fiz de errado. Foi assim que aconteceu quando eu defendia o aborto e quando militava em partidos de Esquerda. Logo que percebi a incoerência desses atos frente aos valores de minha consciência, deixei de defender o aborto e me desfiliei dos partidos de Esquerda.
Hoje estou mais centralizado nos ensinamentos do Cristo e por isso tanto me interessa esta Carta Encíclica escrita pelo Santo Papa Pio X, pois acredito que venha a me esclarecer muita coisa que ainda tenho por ignorância.
Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907.
Esta é a quinta e última parte da introdução onde o Papa fala dos inimigos da fé que já começam a se manifestar com força dentro da Igreja Católica.
Mas vos bem sabeis, Veneráveis Irmãos, como tudo foi debalde; pareceram por momento curvar a fronte, para depois reergue-la com maior altivez. Poderíamos talvez ainda deixar isso desapercebido se tratasse somente deles; trata-se, porém, das garantias do nome católico.
É gratificante reconhecer a sabedoria e o compromisso do Santo Pastor com a Igreja que o Cristo desenhou, discernir onde estão os inimigos mesmo que estejam dentro dela e vestindo as mesmas estolas sacerdotais conforme os ritos. Ele percebe que mesmo esses inimigos estejam circulando aparentemente com a mesma sintonia, mas a prática do comportamento mostra o distanciamento das lições do Cristo e que o aconselhamento e até punições não são suficientes para eles mudarem de opinião, pois essas pessoas possuem defeitos de caráter que não percebem ou não querem perceber o mal que estão causando em função de defender os próprios interesses.
Há, pois, mister quebrar o silêncio, que ora seria culpável, para tornar bem conhecidas à Igreja esses homens tão mal disfarçados.
Certamente que foi de importância a quebra do silêncio do Santo Papa, mas confesso que não teve impacto suficiente na mente dos cristãos. Esses inimigos internos, mesmo punidos e mostrados ao mundo o porquê da condenação, continuaram com o mesmo comportamento e iludindo a maioria dos fiéis que passaram a imaginar como eles queriam, que a Igreja deveria fazer a opção prioritária pelos pobres, como Judas criticou a mulher que gastou ou óleo precioso para acolher o cansaço do Mestre. Até hoje, com todo o conhecimento que a internet nos trouxe, com tantas pessoas que despertaram para essa falsa ideologia cristã de Teologia da Libertação, a maioria ainda está hipnotizada dentro dos erros que trazem tanta desgraça ao mundo.
E visto que os modernistas (tal é o nome com que vulgarmente e com razão são chamados) com astuciosíssimo engano costumam apresentar suas doutrinas não coordenadas e juntas como um todo, mas dispersas e como separadas umas das outras, afim de serem tidos por duvidosos e incertos, ao passo que de fato estão firmes e constantes. Convém, Veneráveis Irmãos, primeiro exibirmos aqui as mesmas doutrinas em um só quadro, e mostrar-lhes o nexo com o que formam entre si um só corpo, para depois indagarmos as causas dos erros e prescrevermos os remédios para debelar-lhes os efeitos perniciosos.
Este trabalho que o Santo Papa se propõe realizar está fora do alcance das ovelhas e até de muitos bispos bem conhecedores da Fé. Certamente o Santo Papa Pio X foi instruído pelo Espírito Santo para este trabalho tão importante para o reconhecimento dos verdadeiros adversários do Cristo, estejam eles onde estiverem, com quais cargos estejam agindo, que pode ser mesmo até com o cargo de Papa, como acontece hoje na atualidade, como reflexo do resultado do ataque profundo dos inimigos no seio da Santa Igreja.
Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907.
Esta é a quarta parte da introdução onde o Papa já fala dos inimigos da fé que já começam a se manifestar com força dentro da Igreja Católica.
Batida, pois, esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias: porquanto, fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há consequências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos. Acrescente-se lhes ainda, coisa aptíssima para enganar o ânimo alheio, uma operosidade incansável, uma assídua e vigorosa aplicação a todo o ramo de estudos e, o mais das vezes, a fama de uma vida austera. Finalmente, e é isto o que faz desvanecer toda esperança de cura, pelas suas mesmas doutrinas são formadas numa escola de desprezo a toda autoridade e a todo freio; e, confiados a uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor de verdade o que não passa de soberba e obstinação. Na verdade, por algum tempo esperamos reconduzi-los a melhores sentimentos e, para este fim, a princípio os tratamos com brandura, em seguida com severidade e, finalmente, bem a contragosto, servimo-nos de penas públicas.
Os perigosos inimigos internos da Santa Igreja Católica apresentam essa característica bem citada pelo Santo Papa: soberba e obstinação.
Somos testemunhas de alguns desses inimigos, admoestados quanto a formação de grupo ideológico dentro da Igreja, como a Teologia da Libertação, de inspiração comunista/marxista majoritária. Esse grupo defende a luta de classes como uma opção pelos pobres, não se intimida em pegar em armas e integrar grupos terroristas. Como fazer tudo isso e ainda levantar a bandeira de Cristo que defendia que todos somos irmãos e que devemos fazer ao próximo aquilo que desejamos para nós? Certamente jogar bombas para matar prováveis adversários ou inocentes que estejam no caminho não seja comportamento que o Cristo tenha nos ensinado. Até mesmo inocentes no ventre de suas mães não estão a salvo dessa sanha ideológica que se abriga e levanta a bandeira do aborto dentro da Igreja Católica.
O nosso povo, ovelhas confiantes em que estejam sendo pastoreadas pelos sacerdotes verdadeiros cristãos, não suspeitam que ali estejam lobos em pele de pastor. Se deixam conduzir pelos caminhos nefastos e não percebem que a base principal do alicerce cristão, a família, está sendo fortemente agredida pelos aparentemente inofensivos, lúdicos e instrutivos programas de televisão, principalmente as telenovelas que levam inconscientemente a mudança de opinião pública.
Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907.
Esta é a terceira parte da introdução onde o Papa já fala dos inimigos da fé que já começam a se manifestar com força dentro da Igreja Católica.
Pasmem, embora homens de tal casta (aqueles que dentro da Igreja fazem um trabalho contrário ao que Cristo ensinou), que Nós os ponhamos no número dos inimigos da Igreja; não poderá, porém, pasmar com razão quem quer que, postas de lado as intenções de que só Deus é juiz, se aplique a examinar as doutrinas e o modo de falar e de agir de que lançam eles mão. Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que meneiam eles o machado.
Excelente a percepção do Santo Papa, certamente intuído pelo Espírito Santo que tem a missão de iluminar a consciência dos homens, principalmente àqueles de bom coração, isto é, de personalidade firme dentro dos caminhos do Senhor e não de caráter fixo nos interesses egoístas capitaneados pelo Behemoth à serviço do Mal.
O Santo Papa via alguns colegas sacerdotes, desviados da verdadeira Fé, praticando as doutrinas do Cristo de forma distorcida, falando e agindo sem sintonia com o Pai, como os inimigos mais perigosos. Sim, perigosos pois eles estavam atuando de forma perniciosa dentro da própria Igreja e com inteligência tramam seus conselhos nefastos associados a outras ideologias que são frontalmente contrárias aos ensinamentos do Cristo, como é o caso do socialismo e comunismo.
Imagino como o Santo Papa hoje estaria ainda mais preocupado com esses inimigos perigosos, pois eles agora adquiriram tal proporção de força que o atual Papa está associado aos seus projetos transformadores do tipo de Fé ensinada pelo Cristo. Pessoas assim, que conhecem com profundidade as intimidades do Cristianismo, do papel combativo que a Igreja Católica Apostólica desenvolve no mundo, sabem com mais precisão onde aplicar os golpes fatais de destruição dessa hierarquia que tem o Cristo e o papado como o ápice da pirâmide.
Observamos no atual Sínodo da Sinodalidade conduzido pelo fervor franciscano do atual Papa, fortes desvios da tradição cristã que vinha sendo aplicada em todo mundo há 2 mil anos. Observamos que acontece uma convocação onde todos os grupos que apresentam desvios da Fé cristã são chamados de forma ecumênica onde ficam de fora apenas aqueles que lutam para defender a tradição dos ensinamentos deixados pelo próprio Cristo. Eles conseguiram viabilizar uma revolução vindo de baixo para cima, tirando o poder dos pastores e deixando com as ovelhas.