Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/06/2016 00h05
A COLA DO PROFESSOR - Conto

            - Renan, estou muito chateado com você. Percebi que você colou no trabalho que eu pedi para a turma fazer individualmente. A sua resposta está igual à da sua colega, e isso só pode significar cola! Vou anular o trabalho de vocês, não vão ter os pontos que poderiam ter se não tivessem colado.

            - Mas professor, eu não colei o meu trabalho com ninguém, mesmo porque a aluna que você identifica que colamos o trabalho, eu não tenho muita aproximação com ela... se tivesse que procurar uma cola eu iria fazer com meus amigos mais próximos. Mas o senhor mesmo sabe que eu me dedico às aulas, estou sempre lhe procurando para tirar minhas dúvidas e aprender o que é ensinado. Por que eu iria agora agir de forma tão diferente da forma que sempre ajo durante as aulas? Mesmo porque não preciso da nota desse trabalho para passar, já tenho pontos suficientes.

            Este diálogo se passava na sala de matemática, onde o professor conhecido por ser durão e perseguir os alunos com questões complicadas e vigiar a colaboração que qualquer um tivesse com o colega, estava irredutível. Mesmo Renan tendo colocado argumentos lógicos para não fazer cola e se beneficiar do conhecimento dos colegas, pois dominava todo o assunto como o professor bem sabia, mas como ele não podia aceitar que uma resposta parecida com outra fosse mera coincidência, não aceitou os argumentos e anulou o trabalho de ambos, deixando-os sem nota.

            Renan não havia sido tão prejudicado, pois passaria independente de ter ou não aquela nota. Mas sua colega de classe não, ela precisava da nota para evitar a prova final, que envolvia questões de todo o semestre e corria sério risco de perder aquela matéria.

            Renan considerava aquilo uma injustiça e o seu coração desejou se encher de ódio por aquele professor tão ranzinza. Mas a sua educação evangélica defendia que ele não podia guardar ódio, rancor ou ressentimento de ninguém. O Evangelho ensinava que devemos amar até mesmo os nossos adversários, que devemos orar por eles. Essa era uma lição difícil, mas Renan estava disposto a aplica-la na sua vida. Naquele momento o professor de matemática passou a ser considerado um adversário, um inimigo, pois colocou a sua honra em dúvida, que o acusou, julgou e condenou, sem considerar os seus argumentos, que não havia uma prova concreta, apenas suspeitas em função de uma coincidência. E o pior, havia uma vítima real, sua colega, que tão inocente quanto ele iria ser submetida a uma prova que colocaria em risco a sua integridade no boletim escolar e no tempo de conclusão do curso.

            À noite, quando foi para cama, Renan orou a Deus como sempre fazia e pediu para o Pai lhe dar forças para que ele não guardasse ódio no coração e que se comportasse no dia seguinte como um verdadeiro cristão.

            No outro dia quando Renan chegou ao Campus Universitário, sentiu uma forte intuição para procurar aquele professor e conversar com ele. Depois de muito meditar se isso seria conveniente, mesmo porque não precisava daqueles pontos, ele concluiu que deveria falar, pois tudo se transformou numa injustiça e essa conversa poderia dar uma chance do professor sair da posição de carrasco impiedoso e injusto na qual ele se metera. Foi em direção a sala do professor e felizmente o encontrou sozinho às voltas com suas elaborações equacionais que tanto gostava de aplicar em sala de aula.

            - Professor, com licença, poderia falar um momento com o senhor?

            - Sim, Renan, pode entrar.

            Apesar de tudo o professor gostava de Renan, sabia que ele era um aluno aplicado e não entendia porque ele resolvera colar com a sua colega. Talvez, pensou ele, tenha vindo aqui pedir desculpas pelo erro que cometeu.

            - Desculpe, professor, voltar aqui e lhe incomodar... mas fiquei preocupado. Claro, eu na condição de inocente da acusação que o senhor fez, e não precisando da nota, não necessitaria de vir aqui. Porém como sei que essa situação que foi formada é injusta, porque sei o que fiz e não colei, enquanto o senhor mantém a situação de injustiça pensando que o que imagina é verdade, percebo que frente a justiça divina o senhor é o mais prejudicado. Portanto, não venho aqui para recuperar os meus pontos ou protestar contra sua atitude, pelo contrário, venho lhe advertir do erro que o senhor cometeu e que está ameaçando ficar mais grave com o prejuízo da aluna que também sei que é inocente. Peço apenas que o senhor lembre dos fenômenos da não-localidade estudados pela física quântica para verificar que o que entendes como desculpa é uma possibilidade real.

            Dito isso Renan saiu da sala do professor antes que ele se recuperasse da surpresa. Dera seu recado, agora era só esperar o trabalho da consciência

 

 Conto baseado em história da vida real.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/06/2016 às 00h05
 
06/06/2016 07h55
TERAPIA FAMILIAR AMPLIADA (23) – O PERDÃO

            No dia 04-06-16, as 20h30m, foi iniciada a reflexão em família com a leitura do texto “O perdão e as batatas” onde um professor ensina aos seus alunos que guardar ódio ou ressentimento das pessoas dentro da mente, é como guardar batatas dentro de um saco e andar com elas pra todo lugar que formos. Elas logo irão se deteriorar, apodrecer e aquilo só está fazendo mal a quem as conduz. Mesmo assim é o sentimento de ódio por alguém que o guarda dentro da mente. Com o tempo esse sentimento vai deteriorando e causando tanto mal a quem lhe guarda que não consegue nem ver o que de bom existe ao seu redor. Depois da leitura todos fizeram suas reflexões, mas duas foram bastante fortes. Primeiro, R. que diz ter sido injuriado por seu professor que o acusou de ter copiado uma tarefa que valia pontos. Como a resposta estava parecida com a resposta dada por uma colega de sala, o professor imaginou que eles haviam copiado um do outro, sem considerar a possibilidade de coincidência. Por essa falsa acusação e a injustiça de ter sido desconsiderado todo o trabalho que ele e a colega haviam feito, foi gerado um grande ódio dentro de si e que pensou em várias formas de retaliação. Essa atitude do professor não o prejudicou tanto, pois já tinha nota suficiente para passar, porém a sua colega vai ter que fazer a prova final. Confessa que guardou essa batata em sua mente, mas que vai fazer um esforço para tirá-la, antes que ela apodreça e possa interferir nas suas atividades saudáveis. O segundo relato foi de Si que coloca a questão como uma dúvida, pois não entende que guarde ódio em sua mente, pois já perdoou o que aconteceu com ela. Diz que foi convidada para o aniversário de F. e foi junto com Nt. Diz que se sentiu humilhada pela atitude da mãe da filha de F. que procurava sempre se destacar com histórias que não eram pertinentes naquela ocasião, que ficaram sentadas em locais de pouca importância, mesmo ambas estando ali na condição de convidadas. Diz que não guarda ódio dentro de si por essa pessoa, mas que não quer ficar mais uma vez na sua presença, pois sabe que não irá se sentir bem. Acredita que essa sensação de distância que deseja ter com relação a ela não seja ódio, pois toda notícia que ela vem a conhecer e que pode beneficiar a ela, faz questão que ela conheça também e que possa ser beneficiada. Também elogia atitudes positivas que ela tomou, como defender a vida da filha quando engravidou de forma inesperada e o pai orientou fazer o aborto. Mesmo ela sabendo que não iria ter o apoio presencial dele e que iria enfrentar forte oposição de sua família, resolveu ter a filha enfrentando todas as críticas, dificuldades e retaliações por parte de seus parentes. Todos esperavam também o relato de N. pois todos sabem da grande dificuldade que ela tem com o marido, dos pensamentos obsessivos que guarda dentro da mente, que ela não consegue perdoar o que imagina ter acontecido. Mas ela preferiu não fazer nenhum comentário neste momento, mesmo porque não estava se sentindo bem fisicamente. F. conclui chamando a atenção para a aproximação dos dois textos, o que foi lido na semana passada sobre a amizade e este sobre o perdão. Quando existe amizade é importante que as coisas ruins que o amigo faça seja escrita na areia, é uma forma de perdão. Mas quando uma pessoa que não tem conosco uma relação de amizade nos faz uma coisa ruim, a tendência é que deixemos a batata do ódio guardada na mente. O texto de hoje mostra que isso não é saudável, irá apenas deteriorar a nossa mente devido a deterioração que o sentimento ruim traz, que termina extrapolando sem mesmo ter a intenção nos relacionamentos com outras pessoas, apesar de atrair as vibrações nocivas do mundo espiritual. Fica aqui a grande lição composta: escrever na areia o que de ruim nossos amigos fazem, e não guardar na mente as batatas do ódio por causa das coisas ruins que as pessoas de nossas relações fizeram conosco.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/06/2016 às 07h55
 
05/06/2016 13h24
GRUPO F20 (02) – PRIMEIRO PASSO

            Após a primeira ação de sensibilização para a criação de um grupo focado nas ações que socializem e dê um melhor sentido de pertencimento dos portadores de esquizofrenia com a realidade, já que eles vivem dentro de um mundo deformado por suas próprias percepções e emoções. Na teoria, o trabalho terapêutico com essas pessoas defendem que seja procurado se atingir esse objetivo, mas devido a carência de serviços, profissionais e recursos mais individualizado que atenda às necessidades de cada um, desde que o espectro consciencial das pessoas que podem ser enquadradas neste diagnóstico é muito variado. Vamos encontrar pessoas num estágio avançado da doença ou que tem a doença instalada numa base psíquica já danificada, com muita dificuldade de sair desse mundo paralelo, e até pessoas com alto nível intelectual, ganhadores de prêmio Nobel, que enfrentam os sintomas com um bom nível de racionalidade.

            Este é o desafio que iremos enfrentar, como fazer tal grupo funcionar com integração e harmonia, todos procurando o mesmo objetivo de adequação ao meio social e ao juízo de realidade, incluindo dentro disso a compreensão da patologia mental.

            O primeiro passo foi dado por I., que possui a intelectualidade mais desenvolvida no sentido de compreender melhor o mal que o acomete e usar a inteligência para compreender tudo com mais profundidade. Usa com habilidade os recursos da net para procurar novas fontes de informações e sugestões de prática.

            Esta foi a primeira postagem que ele fez:

            “Prezados(as) amigos(as), após bastante refletir resolvi criar este grupo de discussão no whatsapp. Pode ser o embrião de uma futura associação. Existem vários formatos. Este documentário creio que pelo que pesquisei dá um norte de um formato digamos “ideal”. http://www.esquizofrenia24x7.com/di-capacitados. Além deste site tem os seguintes sites interessantes:

 http//www.abrebrasil.org.br/web/index.php/esquizofrenia; http//www.sardaa.org/about-sardaa/, dentre outras associações estaduais. Enfim, como é um desejo antigo em ter um grupo de discussão resolvi criar um para que possamos amadurecer a formatação ideal dos trabalhos que porventura venham a ser idealizados. Irei ver como configurar todos os incluídos neste momento como administradores para que possam incluir mais pessoas interessadas. Poderíamos fazer uma reunião inicial com mais pessoas interessadas para assistirmos e debatermos o documentário. Abraços a todos. ISSJ.

            Consegui alterar todos para administradores do grupo. Segue outro documentário da abre de São Paulo. https://m.youtube.com/watch?v=U9C746EPK1Qhttps%3A%2F%2F%www.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DU9C746EPK1Q.

            Bom dia a todos.”

            Enfim, começamos nossa tarefa especial.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/06/2016 às 13h24
 
04/06/2016 19h31
AUTODESCOBRIMENTO (12) – EXAME DO SOFRIMENTO

Podemos verificar que o sofrimento está associado à dor e que a forma de sensibilidade da pessoa que sofre está associada ao seu grau de evolução, ao seu nível de consciência. No livro “Evolução em dois mundos” ditado pelo espírito André Luiz ao médium Chico Xavier, ele defende três formas: a) dor-expiação relacionados com os erros (pecados) cometidos no passado, por isso o nosso planeta, classificado como “de provas e expiações”, é o escola adequada para esse tipo de aprendizado; b) dor-auxílio, aquela que vem corrigir um erro cometido na presente existência, por exemplo, alguém que exagera na alimentação pode desenvolver em função disso a obesidade, hipercolesteremia ou diabetes; e c) dor-evolução, aquela promovida por um espírito bem evoluído, como Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, e o próprio Jesus, que passaram por sofrimentos com o único intuito de ajudar o próximo, a comunidade.

            Os desgastes biológicos que nossos corpos sofrem pela ação do tempo e efeito da entropia natural leva à sensação de dor, tanto física (sensações) quanto moral (emoções). A pessoa pode não aceitar o fluxo natural da vida e sofrer com suas rugas, com a perda progressiva das funções fisiológicas, a capacidade de se autogerir. Com certeza, com uma atitude desse tipo o sofrimento tem uma característica negativa, comparada com outra pessoa que compreende melhor essa evolução da vida e da importância desse tipo de sofrimento para o aperfeiçoamento espiritual. Afinal, quando não compreendemos a dor ela nos dilacera, quando entendemos sua finalidade ela nos aperfeiçoa.

            Conquistar uma consciência capaz de entender a finalidade e utilidade do sofrimento, implica em termos que emergir da condição natural de inconsciência, de escaparmos das forças automáticas dos instintos biológicos, ampliando a percepção das coisas e a lucidez do que chega ao nosso alcance. Só assim sairemos da inconsciência e  alcançaremos o nível de consciência capaz de aspirações elevadas, altivez emocional e abnegação pelo bem.

            Quando saímos do nível da inconsciência, passamos a construir nossa individualidade que visa a integração universa, a ressonância cósmica com a harmonia da criação. Lembrar sempre que a evolução espiritual é individual, mas ela só é verdadeira quando o ser humano se realiza como ser coletivo. Quem se limita ao individual perde-se no egoísmo.

Para se alcançar a consciência lúcida devemos superar a amargura, desespero e infelicidade que o sofrimento tende a nos contaminar com esses sentimentos. Temos que desenvolver uma qualidade psíquica que seja capaz de fazer a diferença, de não responder aos estímulos do meio de forma estereotipada, sempre obedecendo aos prazeres corporais. Iremos ver que a mesma agua fervente que amolece a batata também torna o ovo duro. Não são as circunstâncias que mudam as pessoas, mas sim o que elas conquistaram dentro de si.

As raízes do sofrimento sempre estão localizadas nos erros que cometemos no passado, quer seja na atual vivência ou nas vivências anteriores, que guardam irremediavelmente todos os acontecimentos nas estruturas perispirituais. Quanto maior tenha sido a intensidade do acontecimento infeliz, maior será a gravidade do sofrimento.

As ações degeneradoras que possam ter sido causadas de um indivíduo sobre outro, sempre gera o sentimento de culpa na consciência, poios lá está a Lei de Deus, na pequeníssima fagulha que Ele deixou inclusa na nossa criação, mesmo simples e ignorantes. Os sentimentos depurados, as emoções cultivadas, os pensamentos habituais, tudo isso girando em torno da consciência, envia impulsos constantes para a estrutura cerebral que irá formar a personalidade. Enquanto não for compensado os erros que geraram acontecimentos infelizes, esse bombardeio não para. Toda questão não resolvida sempre retorna complicada e cheia de sofrimento.

Essas experiências negativas geram automaticamente as tensões que levam pressão para o indivíduo sair da zona de sofrimento. A sua vontade é quem vai direcionar para onde o comportamento irá disparar, como uma flecha que é lançada pelo arco retesado. Se a pessoa dirige esse comportamento para atividades como uso de drogas para atenuar o sofrimento, demonstra uma vontade fraca ou uma consciência obnubilada pelos impulsos instintivos. Espera-se que a pessoa resista a essas tentações de aliviar artificialmente o sofrimento, entendendo a sua função saneadora dos erros pretéritos.

Muitas vezes se observa o efeito dessa chuva de pensamentos, sentimentos e emoções associados ao complexo de culpa, sobre o corpo através do Modelo Organizador Biológico do perispírito, que gera as doenças psicossomáticas mais diversas, atuando na organização molecular e devido a maleabilidade corporal. Se devidamente compreendido essa atuação na organização corporal tende a ser corretiva, mas, caso contrário, a atuação é destrutiva. No filme “Cidade dos Anjos” tem uma frase que exemplifica essa lição: “Talvez a emoção se torne tão intensa que transborda do corpo. Sua mente e seus sentimentos tornam-se poderosos demais. E seu corpo chora.”

O sofrimento é o grande instrumento que o Criador usa para corrigir os erros que o nosso livre arbítrio ignorante provoca. Ditadores, corruptos, traficantes, todos geram o cadinho consciencial que levar as mais diversas enfermidades, genéticas ou adquiridas. Podem escapar da justiça humana, mas nenhum escapará da justiça divina.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/06/2016 às 19h31
 
03/06/2016 23h59
IMUNIZAÇÃO COGNITIVA

            Vou reproduzir um texto que encontrei na internet e que traz uma boa explicação para algumas dúvidas que já citei neste espaço sobre a situação do Brasil e a postura cognitiva de pessoas com boa base intelectual e que para mim pareciam fora do contexto lógico. Dizia assim o texto:

            Os estudiosos explicam como é a imunização cognitiva.

            Cognitiva vem de cognição, que é o processo de aquisição do conhecimento, incluindo o pensar, a reflexão, a imaginação, a atenção, raciocínio, memória, juízo de valor, o discurso, a percepção visual e auditiva, a aprendizagem, a consciência, as emoções. Envolve os processos mentais que influenciam o comportamento de cada pessoa.

            A imunização cognitiva é um escudo que permite que as pessoas se agarrem a valores e credos, mesmo que fatos objetivos demonstrem que eles não correspondem a verdade. A pessoa cognitivamente imunizada está no terreno da fé, que dispensa o raciocínio lógico. Para ela, argumentos lógicos não tem relevância.

            Coisas assim acontecem ao longo de toda a história da humanidade: grupos de pessoas que, mesmo diante das mais claras de perigo, de más intenções, de risco, permanecem seguindo líderes visionários, malucos ou simplesmente desonestos. Como é possível que tanta gente se recuse a ver a verdade?

            E então assistimos gente com formação acadêmica, inteligente, articulada, que sabemos que não está tirando nenhum proveito material, defendendo em público o indefensável. Como é que essas pessoas chegam a esse ponto?

            Existem ao menos cinco fases no processo de imunização cognitiva.

            Primeira fase: isolamento de quem tem opiniões contrárias, protegendo suas ideias. a pessoa vai eliminando de seu convívio ou mesmo de sua atenção, quem pensa diferente.

            Segunda fase: redução da exposição às ideias contrárias. Passa a ler e ouvir apenas as opiniões em linha com seus credos. Nos estados totalitários, é quando a liberdade de expressão passa a ser ameaçada, quando a imprensa perde a liberdade, quando vozes dissidentes são caladas. É quando os processos educacionais adotam opiniões selecionadas, com autores e textos cuidadosamente escolhidos para seguir apenas uma visão de mundo.

            Terceira fase: conexão dos credos a emoções poderosas. Se você não seguir aquelas ideias, algo de ruim vai acontecer. Lembra do “se você pecar, vai para o inferno”? se você não votar naquele candidato, sua vida, suas economias, seus benefícios estarão em perigo...

            Quarta fase: associação a grupos que trabalham para combater as ideias dos grupos contrários. Gregarismo cognitivo, isso acontece não só em política, mas até mesmo na ciência, quando métodos de investigação científica focam nas fraquezas das teorias adversárias, ignorando os pontos fortes.

            Quinta fase: a repetição. Repetição, repetição, repetição. Cria-se um tema, um slogan que materializa um determinado credo ou visão, que passa a ser repetido como um mantra, numa técnica de aprendizado. O grito “não vai ter golpe”, por exemplo, não é uma criação espontânea, obra do acaso. É pensado, calculado. Sua repetição imuniza cognitivamente as pessoas contra os argumentos a favor do impeachment.

            Os especialistas em psicologia das massas sabem que nossas mentes evoluíram muito mais para proteger nossos credos que para avaliar o que é verdade e o que é mentira. E os especialistas em comunicação constroem retóricas fantásticas, com a intenção de desviar o tema principal e, especialmente, imunizar cognitivamente os soldados da causa.

            Quando o imunizado chega a essa fase, não adianta mostrar o vídeo, o recibo, o cheque, o testemunho do caseiro, a ordem da transportadora, o grampo telefônico... O imunizado cognitivo está vacinado contra fatos objetivos.

            Se você está se sentindo entorpecido das ideias, incapaz de descer do muro, provavelmente alguém está lhe ministrando umas doses de imunizante cognitivo.

            Perfeito!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/06/2016 às 23h59
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