Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/04/2022 00h01
RATOS E CÃES

            Na seara de Deus, Ele criou uma comunidade chamada humana a qual disse: “Crescei e multiplicai-vos”.



            Esses seres humanos largados à própria sorte dentro da natureza selvagem, logo encontraram estratégias de sobrevivência inspiradas nos próprios seres componentes da biologia, da vida.



            Duas classes de seres humanos logo se destacaram dentro da comunidade: homens com instintos de ratos e os homens escolhidos para caça-los, os cães.



Os primeiros se especializaram em roer ou furtar todos os esforços do suor da humanidade, daqueles que tanto trabalhavam, alguns como verdadeiros escravos, para serem surrupiados e contribuírem, dessa forma forçada para a crescente gordura dos ratos.



            Então, a humanidade, escaldada de tanta corrupção, percebendo que precisavam de alguma estratégia, criou a classe dos cães. Tinham eles a função de por um fim na roubalheira dos ratos.



            Esses cães deviam ser instruídos pela batuta dos togados, cães de alto saber, chamados juízes.



            Mas os ratos eram ardilosos. Criaram ideologias para construírem falsas narrativas que deixavam os homens, sem saber, favoráveis às suas manobras de parasitarem o trabalho do próximo.



            A mais eficaz dessas ideologias foi chamada de Comunismo, onde todos os bens produzidos dentro da comunidade seriam de todos, não existindo milionários nem mendigos. Os ratos apenas ocultavam que quem estaria no poder conquistado eram eles, drenando todos os recursos que pudessem surrupiar para seus próprios bolsos, enquanto houvesse na comunidade alguém com disposição de realizar o trabalho a ser feito, sem ter o direito de se beneficiar do esforço de todo o trabalho.



            O lance mais perigoso para qualquer sociedade é quando os ratos assumem o poder e coopta pessoas com benefícios para se instalarem em posições estratégicas dentro das instituições públicas, principalmente naquelas que lidam com o Direito, com a Justiça. Nesse caso o cidadão de bem fica encurralado, sem poder nem reclamar das iniquidades que estão sendo praticadas.



            A Educação é outro pilar da sociedade que é alvo do ataque dos ratos. Até instituições poderosas dentro do conhecimento, como é o caso das universidades, podem ser contaminadas e a pluralidade do pensamento e debate, que é uma prerrogativa dessas instituições deixam de existir, um patrulhamento passa a ser o comum e que atinge os mais altos níveis.



            Por incrível que pareça, até as igrejas, instituições que devem estar associadas com o transcendental, com o mundo espiritual, sob a liderança direta de Deus, a suprema sabedoria do universo, também podem se infestar pela peçonha dos ratos, como um Papa Católico já advertiu sobre a fumaça de Satanás que penetrou na Igreja.



            Quando acontece tal infestação do poder corrupto dos ratos, como uma pandemia que cobre todo o planeta, isso parece sinalizar que o poder divino irá se manifestar para corrigir a situação, como ocorreu no dilúvio e a ação providencial através de Noé com a construção orientada de sua arca.



            As profecias parecem apontar para tal situação, principalmente com o livro do Apocalipse, quando as iniquidades se tornam tão fortes que dará condições do governo do Anticristo, aquele que se contrapõe a todo esforço feito pelo Cristo para nos colocar no caminho de Deus.



            Quando chegar esse apogeu planetário da “fumaça de Satanás”, é sinal que a barca física da Igreja de Cristo está afundada. Mas, tal como aconteceu no dilúvio, haverá uma arca de salvação para que a humanidade volte a sintonizar com Deus quando passar a fase de ranger dos dentes, com destruição maciça de milhões de vidas.



A Igreja sobreviverá no coração daqueles que não se deixaram cooptar pelo mal, que tiveram discernimento suficiente para não se enganarem com as falsas narrativas.



Esta é a nova arca que está sendo preparada agora, no coração de todos que estão resistindo a essa ofensiva do mal e que juntos refaremos a nova Igreja do Cristo, num planeta promovido a Planeta de Regeneração. Neste novo planeta poderão interagir todos que se arrependem do mal que praticarem e os que estão dispostos a perdoar.



            Neste novo planeta regenerado não virá mais espíritos com almas de ratos e certamente teremos necessidades de poucos cães.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/04/2022 às 00h01
 
25/04/2022 00h01
INSPIRAÇÕES PARA A ALMA

            Ninguém muda ninguém. Podemos ajudar no processo, fornecendo dados que alimentem a racionalidade e desperte os valores morais e éticos.



Assim, eu posso mudar quando tenho a percepção de outros ângulos da vida, que ampliam a minha consciência e, com a alma inspirada por novos valores, posso tomar novas decisões.  



Quando esse mecanismo de mudança comportamental não é utilizado e eu preciso evoluir, como é o proposito de todos os entes dentro da Natureza, o mecanismo da dor se impõe. Cumpro o velho adágio: quem não evolui pelo amor, evolui pela dor.



            Procuro seguir alguns conselhos para orientar e inspirar a minha alma no caminho do Bem.



Procuro ser na vida como um girassol, sempre me posicionando na direção da luz, mesmo que as trevas queiram me cooptar, oferecendo benefícios fáceis, cheios de iniquidades.



            É melhor que eu fique sempre atentos comigo mesmo, naquilo que o Behemoth, o monstro energético criado por Deus e que funciona dentro do Ego, deseja para mim, mesmo que traga prejuízos para o próximo. É melhor que eu perceba um defeito em mim mesmo, que eu tenha oportunidade de corrigir, do que apontar dezenas de defeitos que o próximo tenha, pois não tenho nenhuma autoridade para fazer o que é competência dele.



            Mesmo que eu ainda não tenha alcançado a vida que pretendo, que não tenha atingido as metas pelas quais dirijo minha vida, provavelmente tenho a vida que muitos sonham. Darei valor ao que tenho, mesmo que ache que seja pouco.



            Procurarei evitar os sete nãos para a vida: não reclamar; não criticar; não julgar; não me sentir incapaz; não ficar fixado no ontem; não desistir de meus projetos; e não deixe de ter fé.



            O sorriso e o silêncio são duas poderosas ferramentas que poderei usar nos momentos oportunos: o sorriso me ajudará a resolver muitos problemas, e o silêncio a evita-los.



            Perdoar não significa que deverei concordar com o ato errado; perdoar significa que serei livre de um peso que não fiz por merecer.



A cada boa ação e a cada gesto de humildade, sentirei o meu caráter se fortalecer cada vez mais.



            Todos precisamos de três coisas: prudência no ânimo, silencio na língua e vergonha na cara.



            Nunca serei prisioneiro do meu passado. O que aconteceu de ruim, os erros que cometi, foram apenas uma lição, não uma sentença.



            Preciso permitir que as coisas lindas aconteçam, porque a felicidade bate na porta, mas não gira a maçaneta. Quem decide se quero que ela entre sou eu e não ninguém.



            O espírito enriquece-se com o que recebe; o coração com o que dá.



            Caráter é quando falamos a verdade mesmo quando não nos beneficia.  


Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/04/2022 às 00h01
 
24/04/2022 00h01
TORTURA, SERVE PARA QUE?

            Um tema que sempre me encuca é a tortura. Serve para alguma coisa? Eu que tenho um forte viés espiritualista, que pretendo seguir a vontade de Deus, e trabalho numa instituição (UFRN) cuja meta é procurar a verdade onde ela se encontrar, não devia de cara repudiar qualquer tipo de tortura seja qual for seu objetivo? Mas, vejamos este texto abaixo que circula nas redes sociais...



Olá, meu nome é Bruno Scheid, sou brasileiro, filho da terra, pecuarista e agricultor no Estado de Rondônia.



Agora que me apresentei, deixe-me contar uma história..., uma breve história:



Eu e minha família sentimos na pele o que é ter o MST e a LCP na porteira das nossas propriedades.



Tivemos diversos animais abatidos, pasto queimado, máquinas destruídas, nossas casas alvejadas por disparos de armas de fogo (ilegais, antes que alguém fale bobagem) e por aí vai.



Isso já seria mais do que suficiente para qualquer um desistir da lida no campo, não?!



Imagine viver esse pesadelo por 10 anos ininterruptos. Já é o suficiente para você?!



Não?!



Então, continue prestando atenção.



Nessa era petista (tempo que não deixa saudades), também fui sequestrado dentro da minha própria fazenda e por pessoas que se tratavam por “companheiros” e, minha nossa, vestiam a desgraça da camisa do 9 dedos.



Ainda acha pouco?!



Pois, veja: nesse episódio, fui torturado e humilhado na frente da minha família. Fui amarrado nu em frente à minha mãe, mulher e filha. Tive os pés martelados, fui eletrocutado e espancado durante 12 horas seguidas e perdi as contas de quantas vezes ouvi: "seu vagabundo, essa área é nossa!



E quer saber mais. Daqueles desgraçados, uma coisa eu sei dizer: além de serem parte de uma engrenagem suja e pérfida, nenhum ali jamais pegou uma enxada na mão e foi bater uma terra.



Dúvida?! Vá no G1, digite meu nome e procure!



Não quero passar por nada parecido outra vez e não desejo o que vivi para ninguém.



E se você não quer passar pelo mesmo, não se esqueça que é "Jair" ou "Já Era".



Bruno Scheid, Brasileiro, Trabalhador, Patriota, 100% Agro, 100% Bolsonaro.



OBS. Se você leu até aqui e ainda cogita colocar um ladrão como o Lula no poder, lamento dizer que você não é apenas burro, também é cúmplice.



Não se enganem, Lula vai desistir em favor de Eduardo leite, já está tudo combinado. Ciro, Moro, Simone Tebet vão apoia-lo. Essa é a Nova Ordem Mundial financiada por George Soros, Zukenberg e a esquerda globalista.



Num futuro próximo me lembre de ter dito isso.



A nossa única chance é Jair ou já era!



Deixando de lado o viés político, quero focar a atenção na denúncia de tortura que foi descrita, parecida com aquela que foi denunciada que os militares faziam quando estavam no poder. No entanto, toda uma onda de críticas, de punição para os autores e benefícios para as vítimas eram e continuam sendo colocadas como uma prioridade ética. Mas, esses torturados do presente não são também pessoas que pertencem a humanidade, como aqueles torturados do passado e que devem ser respeitados como tal? Que não podem ser torturados ou vilipendiadas em sua dignidade? Por que isso não acontece?  



Por questão de justiça temos que nos debruçar cognitivamente sobre esses fatos. Qual era a motivação dos militares? Quais são as motivações dos integrantes do MST e LCP, como foi denunciado? Por que a imprensa, os Direitos Humanos, e as demais instituições que dizem defender a ética, justiça e dignidade humana não se manifestam com a mesma veemência contrária, e procuram punir esses torturadores e beneficiar as vítimas?



Eu pertenço a uma dessas instituições que trabalham para que a verdade seja descoberta no meio de tantas falsas narrativas e teses tendenciosas e que assim a justiça seja feita para preservar as virtudes e combater as iniquidades. Não poderia ficar calado tendo essa dúvida surgida na minha consciência.



Francisco das Chagas Rodrigues



Professor da UFRN-CCS-DMC


Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/04/2022 às 00h01
 
23/04/2022 00h01
CORAÇÃO ATROPELADO

            Que assunto mais bizarro... um coração atropelado! Podemos pensar em qualquer coisa, um ser humano, velho ou moço, fêmea ou macho, qualquer tipo de animal... mas um coração? Como pode ser atropelado, se ele não sai de dentro do peito?



            Mas vou contar minha história e no final vocês podem me dar, ou não, a razão.



            Fui um adolescente como qualquer outro da minha idade. Sonhava encontrar a mulher dos meus sonhos, casar com ela e ser feliz para sempre.



            Meus olhos sempre estavam a investigar todas as moças ao meu redor, apesar de certo grau de timidez que eu possuía. Isso impedia o meu avanço, de procurar fazer amizade com uma desconhecida ou mesmo conhecida.



            Resolvi um dia pegar um atalho para ir à minha casa a pé. Era a chance de conhecer outra opção de chegar na minha residência, e ao mesmo tempo alimentar minha curiosidade de ir em busca de coisas novas.



            Ao passar pelo centro daquela rua fiquei admirado. Observei, postado na abertura de uma janela o par de olhos mais bonitos que eu já vi. Emoldurava o rosto de uma jovem que olhava para o horizonte como se estivesse imersa em um sonho. Fiquei tentado a parar e melhor admirar aquela visão beatífica. Mas minha timidez não permitiu. Ela podia notar que eu tinha parado para lhe observar. Eu ficaria na posição de observado e não de observador. Eu devia continuar minha caminhada, devagarinho, olhando de soslaio.



            Este passou a ser o meu caminho habitual e sempre eu pensava em encontra-la postada em sua janela, e quase sempre tinha êxito. Em um desses dias, o olhar dela encontrou o meu. Meu coração recebeu uma espécie de descarga. Passei a acreditar que aquele Cupido brincalhão da mitologia, na verdade existia e ele acabava de me acertar uma flechada. Acredito que a moça percebeu meu vacilo, meu andar desajeitado, como se eu tivesse andando numa passarela com milhares de fotógrafos estourando os seus flashes nos meus olhos. Desenhou um ar de riso em seus lábios e ao invés de eu ficar ressentido, fiquei cada vez mais encantado.



            Desde este dia em diante, minha passagem pela rua deixou de ser indiferente. Sempre ela estava em sua janela, agora como uma sentinela pronta para avaliar o meu desempenho na “passarela”. Eu não precisava me enfeitar, pois o meu rosto quente, ruborizado, já fazia esse trabalho. Felizmente ela não conseguia perceber o trote desembestado do meu coração dentro do peito, como se quisesse saltar e se agasalhar em seu colo. Cada vez mais eu tinha a sensação romântica de que havia encontrado a mulher dos meus sonhos, que era com aquela moça que eu iria casar. Agora, ela tinha que saber dos meus intentos. Eu tinha que me esforçar, de sustentar o meu olhar com o dela e devolver o sorriso que ela sempre fazia em minha direção.



            Foi assim que começou o nosso namoro. Sem nenhum dos dois dizer qualquer palavra, trocando olhares fugidios e sorrisos marotos. Mas o meu coração devia estar sintonizado com o dela, pois eu conseguia perceber em alguns momentos o rubor tomando conta da sua face. Era como se meu pensamento de a abraçar e beijar tivesse se manifestado em sua mente e ela sentisse telepaticamente as minhas carícias.



            O meu amor crescia desta maneira. Suas raízes se espalhavam por todo meu corpo, minha mente, meus pensamentos. Eu não conseguia ficar nem mais um momento sem pensar nela. Todo meu futuro, minhas metas, ficavam comprometidas somente com o dia seguinte, de eu passar novamente por aquela rua e interagir com o rosto de minha amada.



            Nem á noite eu ficava sozinho, pois bastava Morfeu chegar perto de mim com sua dose de sono, para ela entrar em meus sonhos e soletrar todas as técnicas do Kama-Sutra que nós nunca tínhamos lido ou, acredito, imaginarmos. Tinha vezes que eu despertava e fazia questão de voltar a dormir e entrar novamente no sonho que eu não conseguia alcançar na realidade.



            Mas o meu coração começou a se tornar exigente, não queria permanecer para sempre caminhando por aquela rua. Queria alcançar a meta que sempre traçara, de encontrar a mulher dos sonhos, namorar e casar com ela, viver para sempre num ninho de amor.



            Comecei a fazer planos para ir ao encontro deste meu amor encantado. Eu intuía, tinha quase certeza que ela sentia o mesmo por mim e que estava esperando apenas eu ir até ela. A linguagem dos nossos olhares era inconfundível. Ela esperava por mim e eu esperava a coragem. Mas tudo dependia de mim.



            Depois de muito treinar a forma de chegar e me aproximar e me confessar, e lhe pedir o coração em troca do meu, e da promessa de seguirmos juntos para sempre na jornada na vida, um dia aconteceu.



            Cheguei na sua casa determinado e pedi à sua mãe, quando esta abriu a porta, que desejava falar com sua filha. Ela fez um ar de surpresa e perguntou para dentro que tinha um rapaz querendo falar, se era possível. Uma voz, para mim maravilhosa, assentiu, e disse que aguardasse só um instantinho que já estava chegando. Meu coração sambava enlouquecido dentro do meu peito, como se fosse ele o protagonista da apresentação... mas talvez fosse mesmo, e hoje acredito que era mesmo!



            A cortina da sala onde eu me encontrava com sua mãe, deu passagem a uma cadeira de rodas, dirigida por aquela figura amada que era dona do meu coração.



            Meu coração ficou abobalhado, vendo o sorriso da amada, agora com sua voz aveludada, se apresentando e procurando saber o motivo da vinda. Por outro lado, a minha mente estava fixa na cadeira de rodas, na zombaria dos amigos ao saber que eu estava namorando uma deficiente, uma cadeirante, que não podia ir a praia com eles, não podia fazer caminhadas pelas trilhas, pedalar de bicicletas, se abraçar e beijar sem se agachar... e o sexo? Como seria?



            Enquanto o coração sorria para a rainha da sua vida, a mente, ranzinza, tomava a inciativa e dizia para a jovem que tinha interesse em saber o seu nome, pois sempre a notara na janela e ficara curioso. Não permitiu que o coração se expressasse. Até queria fazê-lo parar de bater.



Resolvi sair logo daquela casa, com medo que algum dos meus amigos tivessem me visto entrando.



            Fui embora para minha casa e nunca mais passei a andar por aquela rua. Mas percebi que meu coração não mais batia... claro, batia para jorrar o sangue, mas parou de bater para jorrar a vida. Meus sonhos murcharam... meus olhos perderam o brilho... meu riso deixou o ninho... meus amigos? O medo que eu tinha deles rirem de mim, da minha namorada, se transformou num olhar de estranheza, como se no lugar do amigo estivessem vendo um zumbi.



            Minha mente começou a perceber essa nova realidade e agora fazia um novo diagnóstico. Viu que fora excessivamente severa com meu coração, ou melhor, fora covarde em não ter deixado o coração ter se expressado e manifestado todo sentimento de amor que havia armazenado dentro de si. Sentiu-se arrependido e decidiu que iria consertar tudo. Voltaria aquela casa e diria toda a verdade. A covardia que sentiu ao ver aquela cadeira de rodas e não deixou que seu coração se expressasse. A mente também tinha certeza que seu coração e o coração da amada sintonizavam plenamente e tudo seria perdoado e eles viveriam felizes para sempre.



            Voltou aquela casa com plena disposição de tudo corrigir, de tudo confessar, mas ao chegar encontrou-a fechada. Os vizinhos não sabiam para onde as duas pessoas que moravam ali se mudaram. Sabiam dizer apenas que foram embora com grande ar de tristeza, e até a mocinha, que apesar de sua cadeira de rodas era alegre e sonhadora, partira com lágrimas nos olhos.



            Eu fiquei paralisado. Minha mente não sabia o que fazer. Meu coração enregelou, trincado em mil pedaços como se a qualquer momento fosse se partir.



            Eis aqui a minha história e porque eu digo que meu coração foi atropelado. Atropelado por uma cadeira de rodas!



E você, caro leitor, pode pensar o contrário, mas a minha mente racional, preconceituosa, que jamais aprendera a sinalização do amor, não poderia dirigir o meu corpo, pois agora eu vegeto na multidão com um coração paraplégico, muito mais deficiente do que aquele coração que se locomove numa cadeira de rodas.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/04/2022 às 00h01
 
22/04/2022 00h01
O JOGO DO CRIADOR (poesia)

O Criador, ocioso



De não ter nada a fazer



Inventou um tal jogo



Chamado de livre arbítrio



 



Criou o homem do barro



Soprou em suas narinas



Fez da costela a mulher



E da fruta fez o pecado



 



O livre arbítrio postou



Na mente dos dois parceiros



E dentro deles também



Desejo de comer fruta



 



“Comendo a fruta morrerás”



Disse aos dois jogadores



Mas o desejo, aguçado



Venceu do homem o arbítrio



 



O Criador se alegrou



Com o jogo reproduzindo



Milhões de novos parceiros



Tentam vencer os desejos



 



O Criador se diverte



Sondando os corações



De tanto ver desmantelo



Terminou todo Seu ócio


Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/04/2022 às 00h01
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