Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
22/09/2020 00h17
A BENEFICÊNCIA

            Encontrado, fortuitamente, um site que oportunizava a leitura do Evangelho ao acaso, cliquei para ver se nele estava alguma orientação do Pai para mim. Vejamos...

A beneficência (V)

Meus caros amigos, todos os dias ouço entre vós dizerem: “Sou pobre, não posso fazer a caridade”, e todos os dias vejo que faltais com a indulgência aos vossos semelhantes. Nada lhes perdoais e vos arvorais em juízes muitas vezes severos, sem quererdes saber se ficaríeis satisfeitos que do mesmo modo procedessem convosco. Não é também caridade a indulgência? Vós, que apenas podeis fazer a caridade praticando a indulgência, fazei-a assim, mas fazei-a largamente. Pelo que toca à caridade material, vou contar-vos uma história do outro mundo.

Dois homens acabavam de morrer. Dissera Deus: Enquanto esses dois homens viverem, deitar-se-ão em sacos diferentes as boas ações de cada um deles, para que por ocasião de sua morte sejam pesadas. Quando ambos chegaram aos últimos momentos, mandou Deus que lhe trouxessem os dois sacos. Um estava cheio, volumoso, atochado, e nele ressoava o metal que o enchia; o outro era pequenino e tão vazio que se podiam contar as moedas que continha. Este o meu, disse um, reconheço-o; fui rico e dei muito. Este o meu, disse o outro, sempre fui pobre, oh! quase nada tinha para repartir. Mas, oh! surpresa! postos na balança os dois sacos, o mais volumoso se revelou leve, mostrando-se pesado o outro, tanto que fez se elevasse muito o primeiro no prato da balança. Deus, então, disse ao rico: destes muito, é certo, mas destes por ostentação e para que o teu nome figurasse em todos os templos do orgulho e, ao demais, dando, de nada te privaste. Vai para a esquerda e fica satisfeito com o te serem as tuas esmolas, contadas por qualquer coisa. Depois, disse ao pobre: Tu deste pouco, meu amigo; mas, cada uma das moedas que estão nesta balança representa uma privação que te impuseste; não destes esmolas, entretanto, praticaste a caridade, e, o que vale muito mais, fizeste a caridade naturalmente, sem cogitar de que te fosse levada em conta; foste indulgente; não te constituíste juiz do teu semelhante; ao contrário, todas as suas ações lhe relevaste: passa à direita e vai receber a tua recompensa. — Um Espírito protetor. (Lião, 1861.) - (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 15.)

            Sim, serve de lição para mim. Há muito sei da importância da indulgência, de não me arvorar como juiz do próximo, mas sempre está acontecendo isso comigo, nos semáforos principalmente, onde mãos se estendem e sempre estou tentando ser justiceiro, de quem merece ou não aquela ajuda... minha mente racional diz que estou certo, eu devo ser prudente para não estar alimentando alguma maldade disfarçada naquela mão estendida. No entanto, vejo bem, aqui está uma mensagem do Pai que me diz o contrário. Não posso ser o juiz de ninguém, devo ser indulgente. Minha mente quer anular essa informação, mas minha lógica diz que se eu fizer assim devo anular todas as demais mensagens que recebo do Pai. Então, a lógica impede que a razão, da forma que surge na minha consciência, se materialize. Deve prevalecer a indulgência, a benevolência, mesmo que as minhas moedas assim distribuídas não tenham o peso daquele saco do pobre. 

            Mas pode ser o primeiro passo nessa minha dificuldade de tanto tempo e que talvez isso me afaste do Pai, como um filho desobediente.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/09/2020 às 00h17
 
21/09/2020 00h17
O BRASIL TEM UMA MISSÃO – FORMAÇÃO DA ALMA COLETIVA (14)

            Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no terceiro capítulo “Os degredados”.

Entretanto, nas fitas extensas da praia choram, desesperadamente, os dois degredados, dos vinte párias sociais que o Rei D. Manuel I destinara ao exílio. 

Os homens do mar se distanciam daqueles sítios, levando amostras da sua extraordinária riqueza. Em toda a paisagem há um largo ponto de interrogação, enquanto os dois infelizes se lastimam sem consolo e sem esperança. Os silvícolas amáveis e fraternos lhes abrem os braços; é dos seus corações rudes e simples que desabrocham, para a amargura deles, as flores amigas de um brando conforto. 

Mas, Afonso Ribeiro, um dos condenados ao penoso desterro, avança numa piroga desprotegida e desmantelada, sem que os olhos da História lhe anotassem o gesto de profunda desesperação, a caminho do mar alto. Ao longe, percebem-se ainda os derradeiros mastros das caravelas itinerantes. O infeliz degredado anseia por morrer. Os últimos gemidos abafados lhe saem da garganta exausta. Seus olhos, inchados de pranto, contemplam as duas imensidades, a do oceano e a do céu, e, esperando na morte o socorro bondoso, exclama, do íntimo do coração: 

— Jesus, tende piedade da minha infinita amargura! Enviai a morte ao meu espírito desterrado. Sou inocente, Senhor, e padeço a tirania da injustiça dos homens. Mas, se a traição e a covardia me arrebataram da pátria, afastando dos meus olhos as paisagens queridas e os afetos mais santos do coração, essas mesmas calúnias não me separaram da vossa misericórdia! 

Nesse instante, porém, o pobre exilado sente que uma alvorada de luz estranha lhe nasce no âmago da alma atribulada. Uma esperança nova se apossa de todas as suas fibras emotivas e, como por delicado milagre, a sua jangada rústica regressa, celeremente, à praia distante. Em vão as ondas sinistras e poderosas tentam arrebata-lo para o oceano largo. Uma força misteriosa o conduz a terra firme, onde o seu coração encontrará uma família nova. 

Ismael havia realizado o seu primeiro feito nas Terras de Vera Cruz. Trazendo um náufrago e inocente para a base da sociedade fraterna do porvir, ele obedecia a sagradas determinações do Divino Mestre. Primeiramente, surgiram os índios, que eram os simples de coração; em segundo lugar, chegavam os sedentos da justiça divina e, mais tarde, viriam os escravos, como a expressão dos humildes e dos aflitos, para a formação da alma coletiva de um povo bem-aventurado por sua mansidão e fraternidade. 

Naqueles dias longínquos de 1500, já se ouviam no Brasil os ecos acariciadores do Sermão da Montanha. 

            A sabedoria do Cristo, executada pelo anjo Ismael, começa a dar um formato adequado para recebimento e divulgação do Evangelho ao povo brasileiro. Do ponto de vista de nossa consciência material, esse movimento espiritual com implementação dos fatos em busca de um objetivo, parece uma fabulação fantasiosa sem nenhuma implicação na realidade. Toda essa argumentação só gera lógica e coerência quando temos conhecimento do mundo espiritual e sua hierarquia, sendo Jesus o gestor de maior grau hierárquico, dentro do sistema solar, considerado o governador da Terra. Como toda influência que sofremos aqui vem da dimensão espiritual, pois a vida real se processa nesse plano, o relato de Humberto Campos se reveste de plena realidade. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/09/2020 às 00h17
 
20/09/2020 00h17
O BRASIL TEM UMA MISSÃO – DEUS, CRISTO E CARIDADE (13)

            Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no terceiro capítulo “Os degredados”.

Ismael recebe o lábaro bendito das mãos compassivas do Senhor, banhado em lágrimas de reconhecimento, e, como se entrara em ação o impulso secreto da sua vontade, eis que a nívea bandeira tem agora uma insígnia. Na sua branca substância, uma tinta celeste inscrevera o lema imortal: "Deus, Cristo e Caridade". Todas as almas ali reunidas entoam um hosana melodioso e intraduzível à sabedoria do Senhor do Universo. São vibrações gloriosas da espiritualidade, que se elevam pelos espaços ilimitados, louvando o Artista Inimitável e o Matemático Supremo de todos os sóis e de todos os mundos. 

Vejamos a crítica de Leonardo Marmo: O autor dessa inscrição seria Ismael que, de forma sutil, faz propaganda da Federação Espírita Brasileira, afinal, “Deus, Cristo e Caridade”, é o lema dessa instituição. Sentimos falta dos Espíritos terem destacado, também, o lema do Espiritismo “Fora da Caridade Não Há Salvação”, porque esse lema é a mais pura representação do Evangelho de Jesus, que deixa muito claro que não importa a crença de uma pessoa, pois se ela pratica a caridade, ela está agindo de modo correto. Alguém pode não acreditar nem em Deus, nem no Cristo, mas se praticar a Caridade, vai estar de acordo com a Lei de Justiça, Amor e Caridade. Portanto, o lema do Espiritismo, em nossa opinião, deveria ter sido destacado aqui, como o lema de uma pátria que é dita ser “a pátria do Evangelho”. 

O emissário de Jesus desce então à Terra, onde estabelecerá a sua oficina. Os exércitos dos seres redimidos e luminosos lhe seguem a esplêndida trajetória e, como se o chão do Brasil fosse a superfície de um novo Hélicon (Monte Hélicon é uma montanha na região de Téspias, na Beócia, Grécia, celebrada na mitologia grega. Com uma altitude de 1749 metros acima do nível do mar, localiza-se próximo ao Golfo de Corinto. Wikipédia) da imortalidade, a natureza, macia e cariciosa, toda se enfeita de luzes e sombras, de sinfonias e de ramagens odoríferas, preparando-se para um banquete de deuses. 

Os caminhos agrestes tornam-se sendas de maravilhosa beleza, rasgadas pelas coortes do invisível. 

Nessa hora, a frota de Cabral foge das águas verdes e fartas da Baía de Porto Seguro.

Parece-me que o lema mais apropriado para a bandeira seria mesmo “Deus, Cristo e Caridade” e a hipótese dela ter sido incluída para fazer propaganda da Federação Espírita pode ser confrontada com a hipótese dos membros da Federação Espírita que escolheram o lema, terem sido intuídos pelo próprio Ismael ou sua coorte. Continuo com a percepção de que o livro é um ótimo sinalizador das diretrizes divinas sendo colocadas em prática no Brasil. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/09/2020 às 00h17
 
19/09/2020 00h17
O BRASIL TEM UMA MISSÃO – ISMAEL TAMBÉM (12)

            Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no terceiro capítulo “Os degredados”.

OS DEGREDADOS

Todos os espíritos edificados nas lições sublimes do Senhor se reuniram, logo após o descobrimento da nova terra, celebrando o acontecimento nos espaços do Infinito. Grandes multidões donairosas e aéreas formavam imensos hífens de luz, entre a terra e o céu. Uma torrente impetuosa de perfumes se elevava da paisagem verde e florida, em busca do firmamento, de onde voltava à superfície do solo, saturada de energias divinas. Nos ninhos quentes das árvores, pousavam as vibrações renovadoras das esperanças santificantes, e, no Além, ouviam­-se as melodias evocadoras da Galiléia, ubertosa e agreste antes das lutas arrasadoras das Cruzadas, que lhe talaram todos os campos, transformando-­a num montão de ruínas. Afigurava­-se que a região dos pescadores humildes, que conheceu, bastante assinalados, os passos do Divino Mestre, se havia transplantado igualmente para o continente novo, dilatada em seus suaves contornos. 

Uma alegria paradisíaca reinava em todas as almas que comemoravam o advento da Pátria do Evangelho, quando se fez presente, na assembléia augusta, a figura misericordiosa do Cordeiro. 

Complacente sorriso lhe bailava nos lábios angélicos e suas mãos liriais empunhavam largo estandarte branco, como se um fragmento de sua alma radiosa estivesse ali dentro, transubstanciado naquela bandeira de luz, que era o mais encantador dos símbolos de perdão e de concórdia. 

Dirigindo­-se a um dos seus elevados mensageiros na face do orbe terrestre, em meio do divino silêncio da multidão espiritual, sua voz ressoou com doçura: 

— Ismael, manda o meu coração que doravante sejas o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro. Recebe­-a nos teus braços de trabalhador devotado da minha seara, como a recebi no coração, obedecendo a sagradas inspirações do Nosso Pai. Reúnem as incansáveis falanges do Infinito, que cooperam nos ideais sacrossantos de minha doutrina, e inicia, desde já, a construção da pátria do meu ensinamento. Para aí transplantei a árvore da minha misericórdia e espero que a cultives com a tua abnegação e com o teu sublimado heroísmo. Ela será a doce paisagem dilatada do Tiberíades, que os homens aniquilaram na sua voracidade de carnificina. Guarda este símbolo da paz e inscreve na sua imaculada pureza o lema da tua coragem e do teu propósito de bem servir à causa de Deus e, sobretudo, lembra-te sempre de que estarei contigo no cumprimento dos teus deveres, com os quais abrirás para a humanidade dos séculos futuros um caminho novo, mediante a sagrada revivescência do Cristianismo. 

No site https://casadocaminho-pae.org.br/temas-doutrinarios/perfil-quem-e-ismael, em 17-09-2020, foi retirada a seguinte informação sobre o anjo Gabriel. A primeira referência sobre Ismael consta no livro Gêneses, da Bíblia, em seu capítulo 16, que conta a história de Saraí, esposa de Abraão, que por conta da idade, seria estéril. Saraí pediu então que sua escrava Hagar concebesse um filho para o marido e nasceu Ismael. Muitos anos mais tarde, Saraí inesperadamente também concebe um filho, Isaac, o que deixa a relação entre as duas mulheres conturbada. Saraí pediu que Abraão dispensasse Hagar e Ismael de seu convívio, porém o homem se compadece, afinal, era seu filho. Por isso, Abraão vai conversar com Deus, que o tranquiliza, afirmando que Ismael seria o líder de uma grande nação e que ele poderia mandá-lo para fora junto com sua mãe sem se afligir. Ismael, mais tarde é referenciado como a origem dos povos árabes. O Ismael bíblico é considerado por estudiosos espíritas no assunto como o mesmo descrito pelo Espírito Humberto de Campos no livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”. Hoje, com própria passagem do tempo, Ismael também passou pelo processo de evolução, não tendo os mesmos caracteres psicológicos e morais de milênios atrás, ou seja, progrediu, como é a destinação natural do espírito. Humberto Campos relata que ele é, atualmente, um dos mais comprometidos trabalhadores do Cristo, mais consciente do seu papel, que na verdade se iniciara desde sua última encarnação no plano terrestre. Na obra, Humberto de Campos registra que a missão específica de Ismael para com o Brasil, assinalada por Jesus, seria implantar em nosso país o seu Evangelho e espalhá-lo daqui para o mundo. Ismael, assim, esteve na liderança espiritual de nossa nação desde o descobrimento, zelando pelo povo brasileiro em todos os acontecimentos, mesmo os mais conturbados (afinal, ainda estamos num mundo de provas e expiações). A própria formação do nosso povo, inicialmente pelos indígenas (que eram os mais simples de coração) e depois com os africanos (aqueles sedentos da justiça divina, a expressão dos humildes e dos aflitos) e europeus (que trouxeram os avanços do campo da ciência e outros conhecimentos), ainda que por caminhos tortuosos, seria um passo importante para formação da alma coletiva do nosso povo e a concretização do caminho espiritual planejado para o Brasil. A chegada em solo brasileiro de grupos de homeopatas, grupos de estudos de fenômenos espirituais (mesmo antes de Hydesville), dentre outros, também foi um trabalho atribuído aos esforços de Ismael e sua equipe, o que por fim culminou com o enraizamento da recém revelada Doutrina Espírita em nossas terras. 

Interessante que Deus afirmava a Abraão que Ismael seria o líder de uma grande nação, que hoje é reconhecida como o povo árabe. Mas Jesus também convoca Ismael para ser novamente líder de uma grande nação, desta vez o Brasil, local estratégico para difusão do Evangelho por todo o planeta.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/09/2020 às 00h17
 
18/09/2020 00h16
O BRASIL TEM UMA MISSÃO – A PROTEÇÃO DIVINA (11)

            Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no segundo capítulo “A pátria do Evangelho”, discorrendo sobre o trabalho de Hilel/Henrique de Sagres.

Henrique de Sagres, o antigo mensageiro do Divino Mestre, rejubila-se com as bênçãos recebidas do céu. Mas, de alma alarmada pelas emoções mais carinhosas e mais doces, confia ao Senhor as suas vacilações e os seus receios: 

— Mestre — diz ele — graças ao vosso coração misericordioso, a terra do Evangelho florescerá agora para o mundo inteiro. (Vejamos a crítica de Leonardo Marmo: Dizer que o Brasil é a terra do Evangelho faz parecer que o Espírito Helil está menosprezando o resto do mundo. Mesmo que se possa interpretar isso como sendo uma referência a uma “missão” especial do nosso país, Helil poderia ter dito “... a terra onde esperamos seu Evangelho florescerá e servirá de exemplo para o mundo inteiro...”). Dai-nos a vossa bênção para que possamos velar pela sua tranquilidade, no seio da pirataria de todos os séculos. Temo, Senhor, que as nações ambiciosas matem as nossas esperanças, invalidando as suas possibilidades e destruindo os seus tesouros...

 Jesus, porém, confiante, por sua vez, na proteção de seu Pai, não hesita em dizer com a certeza e a alegria que traz em si: 

— Helil, afasta essas preocupações e receios inúteis. A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopéia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração. (Mais uma vez, a crítica de Leonardo Marmo: Em primeiro lugar, “a epopeia do Evangelho de Jesus” deveria ser realizada em toda a Terra. Jesus diz no Evangelho: “Ide e pregai a todas as Criaturas...” e também “...tenho ovelhas que não são desse redil...”. Em segundo lugar, todos os rincões do planeta são carinhosamente cuidados por nosso Mestre Jesus. Alguns leitores e/ou confrades poderiam alegar que Humberto de Campos escreve de acordo com “as tradições do mundo espiritual”, conforme o próprio autor espiritual assevera na Introdução do livro “Brasil, coração...”. Essa alegação, por si só, já faz com que devamos ter um cuidado ainda maior na leitura da respectiva obra e nas inevitáveis inferências. Entretanto, somente esse argumento não explica, e muito menos justifica, os problemas da obra. E isso fica claro se compararmos o livro “Brasil, coração...” com “Crônicas de Além-Túmulo” [Campos, 1998] e “Boa Nova” [Campos, 2004], nos quais Humberto também utiliza de algumas informações obtidas das chamadas “tradições do mundo espiritual”, mas sem cometer os vários lapsos presentes em “Brasil, coração...”). As injunções políticas terão nela atividades secundárias, porque, acima de todas as coisas, em seu solo santificado e exuberante estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os espíritos. Sobre a sua volumosa extensão pairará constantemente o signo da minha assistência compassiva e a mão prestigiosa e potentíssima de Deus pousará sobre a terra de minha cruz, com infinita misericórdia. As potências imperialistas da Terra esbarrarão sempre nas suas claridades divinas e nas suas ciclópicas realizações. Antes de o estar ao dos homens, é ao meu coração que ela se encontra ligada para sempre. 

Nos céus imensos, havia clarões estranhos de uma bênção divina. No seu sólio de estrelas e de flores, o Supremo Senhor sancionara, por certo, as bondosas promessas de seu Filho. 

E foi assim que o minúsculo Portugal, através de três longos séculos, embora preocupado com as fabulosas riquezas das índias, pôde conservar, contra flamengos e ingleses, franceses e espanhóis, a unidade territorial de uma pátria com oito milhões e meio de quilômetros quadrados e com oito mil quilômetros de costa marítima. Nunca houve exemplo como esse em toda a história do mundo. As possessões espanholas se fragmentaram, formando cerca de vinte repúblicas diversas. Os Estados americanos do Norte devem sua posição territorial às anexações e às lutas de conquista. A Louisiana, o Novo México, o Alasca, a Califórnia, o Texas, o Oregon, surgiram depois da emancipação das colônias inglesas. Só o Brasil conseguiu manter-se uno e indivisível na América, entre os embates políticos de todos os tempos. Ê que a mão do Senhor se alça sobre a sua longa extensão e sobre as suas prodigiosas riquezas. O coração geográfico do orbe não se podia fracionar. 

            Leonardo Marmo procura colocar uma lupa crítica no conteúdo do livro. Tenho uma forma diferente de ver. Vejo que o texto não agride a lógica do que já adquiri de conhecimento do mundo espiritual, aceito todo o texto sem fazer reparos, pelo contrário, consigo encaixar fatos da atualidade dentro dessa missão do Brasil e a proteção divina para que isso se viabilize. É o caso da eleição de Bolsonaro como presidente, contra todas as previsões, contra todas formas de eleição existentes no Brasil e no mundo, com o objetivo de sanar a onda de corrupção que estava ameaçando a missão há tanto tempo planejada e posta em execução.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/09/2020 às 00h16
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