Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
25/03/2013 23h58
ULTIMO DIA NO DESERTO

            Estou voltando. Esses dias no deserto foram experiência extraordinária. Primeiro pelo contato mais próximo com Deus. Agora tenho maior clareza da influência dEle na minha vida, sei da força que Ele tem na natureza inclusive em mim. Sei que Ele está disposto a me orientar a ajudar em qualquer conflito ou dificuldade que eu enfrentar, que Suas lições estão em qualquer lugar que dirigir o meu olhar, agora mais esclarecido.

            Agora, que fazer neste mundo material ao qual devo interagir e aprender minhas lições? Devo caminhar dentro de minhas convicções as quais foram reafirmadas serem provenientes de Deus, e que Ele quer que eu as cumpra, que seja minha missão. Neste ponto eliminei minhas dúvidas que são de tantos outros, que esse meu comportamento visa a busca desregrada do prazer sexual. Esses 40 dias no deserto mostrou que o sexo não exerce pressão sobre mim, não tive experiência sexual com ninguém, nem solitariamente também. Amanhã estarei liberado das limitações do deserto, mas não me passa pela cabeça nenhuma busca desvairada do sexo, como se estivesse sofrendo abstinência. Então, definitivamente, o sexo não exerce nenhum efeito central no meu comportamento, eu não tenho a motivação de procurá-lo em primeiro plano.

Por outro lado, não posso deixar que opiniões ou comportamentos de terceiros limitem ou até anule o que devo fazer. Tenho procurar o desenvolvimento de relacionamentos baseados no amor incondicional superando a força do amor romântico quando ele se fizer presente, até mesmo na forma de paixão. Mesmo que isso traga dor aos meus relacionamentos, quando perceberem que mais alguém fica incluído no meu circulo afetivo em função desse amor incondicional amplo, total e irrestrito.

A informação e educação da comunidade com relação essa nova aplicação de forças, de ensinar a preponderância do amor incondicional, e consequentemente a prática do amor inclusivo e detrimento do amor romântico. E para que faça isso com competência, esse ensinamento deve vir respaldado por todo corpo teórico presente nas demais formas de comportamento. Como estou dentro da Academia, tenho que elaborar todas essas ações em confronto com as leis espirituais e leis materiais.

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24/03/2013 11h50
MINHA CEGUEIRA

            Dizem que a luz intensa do deserto, o sol inclemente, a poeira que fustiga, podem cegar um homem. Eu tenho a minha experiência.

            Hoje estou no 39º dia do meu deserto mental, o último domingo da quaresma, domingo de Ramos, da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Também estou prestes a sair do meu deserto mental e entrar no mundo de forma integral, como antes, com todos os relacionamentos em atividade. Ao arrancar a folhinha para o dia de hoje, que anuncia o domingo de Ramos, vejo também uma mensagem que diz: “Eu vos digo que, se eles se calarem, as pedras gritarão.” Não diz quem é o autor, nem qual o contexto, mas acredito que foi dita por Jesus aos seus apóstolos.

            Este deserto mental deixou minha visão mais aguçada as coisas do espírito, de não ficar envolvido pelas malhas do egoísmo e ficar com dificuldade de expressar a vontade do Pai. Por outro lado, pode ter me deixado mais cego as coisas profanas, nesse sentido se aproxima da experiência real do deserto. Mas será que tudo não se equipara? Se eu estivesse no deserto real a minha visão fisiológica iria sofrer e até cegar, mas com certeza iria também adquirir mais brilho espiritual. Assim é como sucede no meu deserto mental. As coisas mundanas foram um tanto eclipsadas e passei ver com mais clareza as coisas do espírito.

            Descobri a minha melhor forma de conversar com Deus, por incrível que pareça, um método muito diferente dos convencionais métodos de meditação, principalmente quando se quer estabelecer contato com a divindade. Esse método é o exercício físico associado com dança e acompanhado por músicas espirituais, com letras ou instrumentais. É de imediato a conexão, logo me sinto tomado pela influencia do Criador, que enche os meus pensamentos e sentimentos e fazem as lágrimas correrem sem vergonha. Sou colocado a ouvir suas mensagens através das letras das canções e provocado a responder com minhas convicções mais profundas. Tenho que ter ao lado um papel para deixar os tópicos de cada ensinamento, de cada intuição, de cada ordem que Ele me dar. Sinto em alguns momentos o meu corpo frenético no exercício físico, mas não sinto o cansaço, sinto apenas o suor correr pelo corpo e as lágrimas pelo rosto. É uma experiência fantástica que nenhum tipo de droga pode oferecer, acredito, já que nunca usei droga. Mas pelo que meus pacientes relatam, jamais chegam perto dessa experiência. Vejo em tudo ao redor um significado especial, em tudo vejo o projeto de Deus se desenvolvendo, vejo também o meu lugar nessa harmonia do cosmo e como contribuir para a afinação de sua harmonia.

            Perdi muito da minha cegueira espiritual nestes dias do deserto e espero que amanhã, quando estiver saindo, mantenha esta capacidade visual, que eu continuo vendo todos os sinais que o Pai coloca ao meu alcance, para que eu possa pensar, sentir e agir de acordo com Sua vontade.

            Que este domingo de Ramos, que é festejado como a entrada triunfal do Filho muito amado de Deus em Jerusalém, há mais de 2 mil anos, sirva como exemplo para mim entrar na minha Jerusalém, minha Natal querida, interpretando cada olhar de um irmão, cada aperto de mão, cada abraço, cada beijo... cada expressão de raiva ou ódio, como os Ramos que foram estendidos para o Divino Mestre, pelas pessoas que o aclamaram e que mais tarde o crucificaram.

            Peço ao Mestre a firmeza que Ele teve, de aceitar os arroubos de bênçãos e de alegria, e os ímpetos de raiva e maldição com a mesma serenidade de quem sabe que está fazendo a vontade do Pai.

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em 24/03/2013 às 11h50
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23/03/2013 20h37
A VOLTA DE JESUS

            Compreendo que a volta de Jesus se faça em vários níveis, mas não daquela forma suntuosa, alegórica, descendo dos céus para o julgamento dos vivos e mortos. Compreendo ser essa uma alegoria para grava na mente de todos a realidade dessa vinda. Compreendo que o Cristo já está dando sinais de sua volta espiritual no meio de nós, na sua condição espiritual, como demonstra diversos trabalhos, como a Nova Ordem de Jesus, As Cartas de Cristo, A Vida de Jesus ditada por ele mesmo, etc. Mas o nível da volta de Jesus mais importante é aquele que se dá em nosso coração, como a manifestação dEle em mim quando eu terei enfim assimilado com integridade a sua mensagem e a coloco em prática. Compreendo que a volta de Jesus é para mim uma questão íntima, e que depende da minha Reforma Íntima. Saberei quando Ele chegar, pois me sentirei pleno de amor.

            Espero chegar o dia em que eu possa compreender sua mensagem além das palavras; quando Ele disser que do templo não restará pedra sobre pedra, eu entender que esse templo de pedras não será mais necessário, pois o nosso corpo e coração está livre das impurezas do egoísmo e podem agora ser o próprio templo do Senhor.

            Enquanto isso procuro fazer a minha parte nessa limpeza do corpo, mente e coração, de todas as impurezas que for encontrando. Sei que não é tão fácil assim, tanto identificar essas impurezas do egoísmo que se esconde nas fibras mais íntimas do coração, quanto erradicá-las quando as encontrar. Este meu período no deserto também cumpre essa finalidade. É um momento propício para eu ser testado de todas as formas, nas circunstâncias que vivencio no dia-a-dia, quanto nos relacionamentos interpessoais. Estou perto do fim dessa minha estada no deserto que fiz pela primeira vez. Considero uma experiência gratificante que vai deixar reflexos importantes na minha conduta quando eu retornar em plenitude aos meus relacionamentos. Verifico com mais clareza que devo assumir a minha independência e liberdade com mais amplidão e assumir as suas consequências, com relação a limpeza e organização do meu espaço restrito. Não devo deixar penetrar nenhuma influência que traga desarmonia ao meu lar, este não é o meu projeto, viver em conflito com quem quer que seja. Que haja conflito, sei que não vai deixar de existir no atual nível de relacionamento, ma que não contamine o meu lar, que é o espaço que tenho o contato mais íntimo com Deus, e Ele não aprova esse tipo de sentimento que leva à desarmonia. Tenho que introduzir cada vez mais o comportamento de Jesus dentro de mim, como forma de aceitar a sua vinda, e isso implica ser firme com a negação do egoísmo em todas suas mais diversificadas formas.       

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em 23/03/2013 às 20h37
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22/03/2013 20h25
EM VERDADE VOS DIGO...

            Quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dEle os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, disse-lhes: “Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.”

            Estar no templo, orar, meditar, sintonizar com as questões espirituais é uma necessidade de todos nós. Entretanto, necessário também é, sair do templo, buscando vivenciar todos os ensinamentos ali recolhidos. Jesus nos dá o exemplo, cabe a cada um segui-Lo de acordo com o entendimento particular.

            Pela narrativa de Lucas (24, 1-14) esse acontecimento aconteceu após o excelente ensinamento dado por Jesus, quando da oferta da viúva pobre. Interessante observar a invigilância dos discípulos, que mesmo após o Mestre ter mostrado a eles que o importante não era o aspecto exterior das coisas, ou mesmo os valores amoedados, fizeram questão de chamar a atenção de Jesus justamente para a estrutura física do templo. É o mesmo que ocorre conosco quando, diante da oportunidade de uma lição edificante, valorizamos mais o instrumento que o veicula, do que a própria lição a ser aprendida...  não atentamos para o que já dizia o apóstolo, “porque a letra mata, e o espírito vivifica.”

            A frase que Lucas coloca, “Jesus, porém, disse-lhes...” muda a direção da conversa fazendo-a mais instrutiva. Parece simples, contudo temos que aprender em nosso dia-a-dia a fazer isso, pois não somos obrigados a nos envolver em questões desinteressantes ao nosso processo evolutivo, nem podemos agir de modo deseducado quando tal acontece. O Evangelho nos ensina a ser sutil, porém sem abrir mão do que já conquistamos.

            Foi o que aconteceu comigo no último domingo, na praia. Deixei me envolver nas conversas e atividades frívolas dos meus convidados e não fiz a condução, por um momento sequer, para as coisas do divino. O tom de melancolia que se instalava algumas vezes em meu semblante era como se a consciência quisesse dizer que eu estava sendo omisso com o Pai, que o estava negando, com todos os argumentos de natureza material.

            O bom Mestre ensina partindo daquilo que o educando consegue entender. Deste modo, Jesus salienta o exterior – “tudo isto” – porque é o que conseguimos ver, assim faz Ele, com o objetivo de mostrar o que está para lá de nossa pouca visão, pois, ao ver tudo isto que se nos apresenta de forma imediata, quase sempre estamos vendo pouco do que existe mais além.

            Tudo que Jesus diz é verdade, porém quando Jesus faz o destaque: “Em verdade vos digo...” é porque há de nossa parte uma necessidade maior de prestarmos atenção no ensinamento que vem após.

            É este sentido do que Jesus fala que eu procuro perceber e interpretar adequadamente. Foi a partir daí que eu cheguei a conclusão do Amor Incondicional como a maior força do Universo, que corresponde a essência do Criador e que os amores paralelos que surgem, como o amor romântico, todos a ele devem ser subalterno. A partir daí a consequência lógica é desautorizar toda norma baseada no amor romântico, como o casamento, desde que ele venha desautorizar ou impedir a livre expressão do Amor Incondicional. Por isso é importante prestarmos atenção redobrada quando o Cristo diz: Em verdade vos digo...

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em 22/03/2013 às 20h25
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21/03/2013 23h59
NORMA REAL

            Roma tinha uma reputação de justiça em seus tribunais mundialmente reconhecida. Foi em consonância com os procedimentos da casa começou. Pilatos perguntou quais eram as acusações contra Jesus. Em resposta os líderes judeus acusaram Jesus de três ofensas: a) subverter nossa nação; b) proibir o pagamento de impostos a César; e c) declarar ele próprio, “o Cristo, um rei. As duas primeiras acusações pareciam um tanto imprecisas, mas a terceira era uma séria acusação de traição. Além disso, ela despertou as suspeitas de Pilatos. O prisioneiro não tinha a aparência de rei. Que tipo de rei seria ele? Sua norma real, Jesus explicou, era dar testemunho da verdade.

            Esta declaração de Jesus para mim é fundamental, pois Ele determina o fundamento de Sua realeza, a NORMA principal, DAR O TESTEMUNHO DA VERDADE. Naquela época dar esse testemunho da verdade, através do Seu Evangelho, no meio de pessoas ainda muito bárbaras, apesar do seu verniz de civilização, era muito perigoso, podia levar a morte como de fato aconteceu.

            Hoje, passados mais de 2000 anos da voz da Verdade entre nós, fizemos grandes avanços. Reconhecemos a Verdade que o Cristo nos ensinava como tal, as suas lições são reproduzidas e divulgadas no mundo todo e o homem construiu diversas formas de igreja para divulgar essas lições. Agora, na minha compreensão, a essência da Verdade que o Mestre ensinou, apesar de ser reconhecida e ensinada, não consegue ser aplicada na prática com toda sua pureza: o Amor Incondicional! São usados os artifícios que antes eram necessários para conter o egoísmo que tendia ao bestialismo entre os homens, para manter a sociedade enquadrada em padrões rígidos de comportamentos que colocam o amor em ambientes estanques que não podem fazer comunicação um com os outros. Um desses artifícios e talvez o mais consistente e resistente a transformações, é o casamento. Aceito por diversas culturas em formatos diferentes, sempre tendem a manter o isolamento afetivo dos envolvidos, com raríssimas exceções. Também serve para proteger a mulher e os filhos dos interesses egoístas do homem. Mas para quem aceita o Amor Incondicional como norma real em sua vida, da verdade que é a maior Lei do Universo, que representa a essência do Criador, essa lei humana perde valor. Quem conseguir aplicar o Amor Incondicional em sua vida prática, vai ver que não poderá cumprir a legislação do casamento, jamais poderá casar ou conviver com qualquer pessoa com os princípios do casamento. As leis do casamento então não podem mais o atingir, como o adultério, por exemplo, já que ele não é casado com ninguém, nem tem qualquer companheira com o formato prático de uma esposa, que exija dela a exclusividade do amor. O amante incondicional segue a bússola comportamental ensinada por Jesus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Como é que eu posso dar afeto, carinho, compreensão e amor a outra pessoa, agindo com ela como eu gostaria que alguém agisse comigo, se estou atado a leis de matrimônio que impede e limita as minhas ações amorosas?

            Não! Prefiro seguir as lições do Mestre, de continuar difundindo a Verdade que Ele ensinou, mesmo que isso vá de encontro as culturas humanas que criamos. Sigo essa norma real como sendo minha, pois aceito a condição de Jesus como o grande Mestre da humanidade, governador do nosso planeta e a Ele sou submisso. Essa é a verdade plena do que Ele ensinou, assim sinto em meu coração e consciência, e aonde eu dou toda a permissão ao Pai para sondar a minha alma e ver se existe algum erro, se existe algum mal escondido, se existe algum interesse escuso. Meu livre arbítrio dá toda licença ao Pai para que Ele jogue sobre mim a sua luz e identifique com clareza a VERDADE pois é ela que quero divulgar e praticar. Não temo o julgamento do mundo, como fizeram com Jesus e o levou a crucificação, só temo estar de alguma forma errado. Por isso peço com tanta veemência ao Pai, não permitas que eu caminhe por uma estrada errada, por erro de avaliação. Se o Amor Incondicional não é para ser praticado na sua integridade, então Pai, me dês essa informação pelos mais diferentes meios que Vós dispondes, pois até agora só recebo a confirmação de que estou no caminho correto!

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em 21/03/2013 às 23h59
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