A professora Lúcia Helena, da Nova Acrópole, traz em uma das suas palestras - muito boas, todas, gostaria de assistir sempre – o significado dos dias da semana que vou reproduzir aqui o essencial para o deleite e cultura dos meus leitores.
Tem esse pequeno poeminha popular que diz o seguinte:
Domingo, manhãs silenciosas,
Segunda, cuidar dos jardins,
As terças escrevo em prosa,
As quartas eu guardo para mim
As quintas, há aves famintas,
As sextas, escolho as rosas,
Que sábado dou aos afins.
Ou seja, todos os dias tem alguma coisa que o dia me sugere. Talvez aqui haja um segredo, o simbolismo do tempo, necessidades nossas, precisamos de uma esperança por dia. Esperança é o combustível para nos movimentarmos mesmo por estradas muito esburacadas ou complexas.
Interessante pegar o simbolismo de cada dia, para cada um criar suas próprias esperanças, próprias daquele dia. Quando abrimos os olhos a cada despertar, é importante sabermos para onde caminhar, é uma questão de vida ou morte, ou você salta da cama ou sai empurrado por algum dever e passa o dia empurrado pela pressão e necessidade das circunstâncias. Isso não é uma forma humana de viver o dia. É importante que ao abrir os olhos, a esperança daquele dia lhe ajude a saltar da cama.
Nos contos de fadas sempre tem um desafio. Quando nos comprometemos com um desafio que dá o sentido de vida, e esse desafio é algo nobre, justo e bom, e você caminha nessa direção, no meio do caminho vão aparecer as armas mágicas, que vão aflorando até chegar no ponto de enfrentar a dificuldade armado até os dentes, com os poderes latentes ativados.
Encontramos pelo caminho, poderes internos e aliados externos, à medida que nos dispomos a chegar no sonho de vida que justifique a vida humana, algo nobre, justo e bom. Por que não tomar os dias como aliados? Esta é a proposta como exercício de imaginação.
O nosso calendário dos dias da semana é um pouco diferenciado. Em 563 dC, houve um sacerdote da Igreja, São Martinho de Dume, que propôs que a Semana Santa, período que não se trabalhava, era consagrada aos ritos da Igreja. O nome para essa folga, em latim, era féria. São Martinho propôs que nesta Semana Santa os dias fossem catalogados como féria, isso é primeira féria (domingo, dia do Senhor), segunda féria, etc. Essa proposta seria apenas para a Semana Santa, mas depois ficou aceito para todos os dias. Das línguas neolatinas, só o português e o galego adotaram essa posição. O resto permaneceram com a simbologia tradicional. Vamos fazer essa viagem simbólica.
Domingo, que isso quer dizer? Que esperança podemos tirar daí? É o dia de Deus, Dominus Dei. Na tradição antiga o nome é Sunday, dia do sol. No ideograma chinês, o domino é representativo pelo sol. Tem um ponto comum nessas três ideias. Porque Deus tem o símbolo mais representativo, a unidade, que não se divide, é única. Em nosso Sistema Solar, o sol representa algo parecido. É único e vital para toda essa esfera de vida. A esperança pode estar focada na conquista de um grau maior de empatia, de união com as pessoas, de ampliar a noção de família, em incluir a dor da humanidade como problema nosso. Agregar algum valor na vida do outro. O sol arde constantemente para dar a vida em tudo ao redor. Apropriado para se pensar na empatia e generosidade. O homem é do tamanho de sua generosidade, de iluminar o caminho daqueles que passam por nós.
Segunda feira é Lunes, é Monday é lua. No ideograma chinês a segunda-feira é representado pela lua. Ela não possui luz própria, guarda a luz do sol para quando chegar a noite, ter alguma luz para dar. Guardar os momentos mais luminosos, as coisas mais belas, as palavras mais inspiradoras, as experiências mais profundas, a luz que recebemos de alguém, que em geral recebemos, pois somos também receptores de luz e não criadores, enriquecedores dos dons da vida, para presentear todos aqueles que estiverem na noite dos tempos. Se tornar uma lua cheia, plena de luz, capaz de ajudar aqueles que estão na escuridão e que não foram capazes de guardar tanta luz. Na mitologia nórdica, é dia de Frik ou Frica, deusa da fertilidade, da doçura, uma mãe. É um dia para acalentar as esperanças dos outros e doar aquilo que se tem de melhor quando se faz maior escuridão. Quem tem luz, mesmo que seja pequena, quando se faz escuridão, pode ser visto à distância. Ter uma luz dentro de nós, permanentemente acesa é um ato de generosidade. A melhor coisa que podemos fazer com aqueles que amamos e crescer como ser humano, manter a nossa luz acesa, não apenas por nós, mas por aqueles que estão completamente mergulhados na escuridão. E a esperança que este dia oferece. Repetir o que a luz faz.
Terça-feira, em outras línguas é martes em espanhol, é Tuesday em inglês, que é o dia de Tir, na Mitologia nórdica. Marte é o deus greco-latino da guerra, Ares na Grécia, Marte em Roma, é aquele deus bélico que defende o Olimpo, que defende aquela civilização, o guardião nos atritos, nas situações de guerra. No ideograma chinês a terça-feira é o dia do fogo, dia de combate, da batalha interior, contra formas mentais e emocionais de desânimo, de revolta, de egoísmo e todas coisas que paralisam e enchem de sentimentos negativos e minam a força para ir adiante. Quando nos sentimos assim, não queremos crescer, queremos vingança. Isso nos imobiliza. Terça feira é o grande dia da faxina, onde fazemos a guerra interior, jogar para fora de nós todos esses invasores da nossa paz e esperança. Limpar tudo aquilo que reduz o nosso esforço, nosso protagonismo, a capacidade de caminhar em direção aos nossos sonhos. Quando o sol vem amanhecendo, a primeira coisa que ele faz é combater contra as trevas. Levantemos cedo para lutar ao lado de Rá, o sol, contra as sombras. Terça féria, dia de faxina.
Quarta feira vem de mieles no espanhol, vem de Mercúrio, um deus mensageiro. Na tradição grega é Hermes, um deus que comunica céu e terra, é o intermediário, que tem o dom da palavra, de levar para lá e para cá, palavras válidas, sagradas. Na Mitologia escandinava é o dia de Odin que era considerado o pai de todos os deuses, que tinha como atributos, a profecia, o conhecimento, a sabedoria, a magia e a poesia. Chegou a dar um olho para enxergar coisas que ainda não via, prever o futuro, saber um pouco mais do mundo em que vivia. Parecido com a mitologia de Horus, que perde um olho físico e conquista um olho metafísico, capaz de ver no plano sutil e no plano material. No ideograma chinês é representado pela água, uma energia sempre vertical, que flui do céu para a terra. Nos inspira o conhecimento de coisas profundas, saber se comunicar, de falar palavras com sabedoria, que trazem alguma diferença ao mundo, ao próximo, aqueles que pretendem caminhar e as vezes precisam só de um empurrãozinho, aquela motivação, aquele sentido que eles não estão vendo, relembrar ou construir os seus sonhos. Mais do que mil palavras sem sentido, vale uma única palavra que traz consolo a quem ouve. Quarta feira é o dia da comunicação, e não simplesmente tagarelar, mas trazer à tona a palavra sagrada, que é capaz de fazer diferença no mundo. Procurar a sabedoria, aprender a cada dia uma coisa nova, que nos aproxime da sabedoria, que nos permita viver um pouco melhor. É um convite à sabedoria, uma palavra...
Quinta feira é thursday no inglês, que vem de Júpiter, que é o mesmo Zeus grego. Tem a ver com Thor, na Mitologia nórdica, deus do trovão. No ideograma chinês tem a madeira como símbolo. O atributo é poder, majestade, responsabilidade, proteção. É o que mais protege todos que estão sob seus cuidados. Dia de Thor, o poderoso e protetor dos mundos. A madeira simbolizada, é aquilo que queima para gerar luz. Usar do poder para iluminar, para proteger. Do cruzar de duas madeiras nasce o fogo, se incendeia para gerar luz. A quinta feira convida ao poder e proteção. Não fazer culto à debilidade, não se vitimizar, estar consciente do seu poder e usá-lo para proteger todos aqueles que você pode alcançar. Criar, promover, trazer mudanças. Poder de vida, de palavras, de autoconhecimento, de protagonismo, de compromisso. Usar o poder que você conquistou para proteger o máximo de pessoas, de coisas, de instituições, de momentos, para gerar vida. Tudo que estiver ao alcance e talvez até mais, pois não sabemos até onde o nosso poder pode alcançar, até usá-lo. A quinta feira convida para usar o poder para proteção, preservar tudo que merece ser preservado, dentro e fora da pessoa.
Sexta feira é viernes vem de deusa do amor, Vênus, Afrodite, associada à beleza e fertilidade também. No ideograma chinês é o dia do metal que foi retirado da terra e lapidado pelo fogo. Como um convite para extrair de dentro de nós o poder interno da vida interior, trabalhar com o fogo das ideias, da espiritualidade, dos valores, e extrair daí um elemento resistente, sólido, da personalidade. Um bom sentimento para a esperança. Deixar transparecer a beleza que há em nós em todas nossas expressões, para extrair esse metal de dentro da natureza interior, trazer à tona em sua maior beleza. O amor e a beleza andam juntas. Perpetuar o que fizemos de belo em todos os campos. É um excelente dia para embelezar o mundo, não apenas no plano físico, mas no metafísico também, das ideias, nossas e daquelas que vierem ao nosso conhecimento. Fazendo com que aquele que fez um ato belo, aquilo foi visto e fez diferença para nós. Confúcio disse: “Por que compro arroz e flores? Compro arroz para viver e flores para ter pelo que viver.” Outro provérbio chinês bastante conhecido diz: “Se tiveres dois pães, vende um e compra um lírio.” Não é só alimentar o corpo, você precisa do lírio, precisa de estética, de metafísica, isso é alimento da alma que não pode morrer de inanição. Precisamos de beleza que nos dá a autoconfiança; que embelezemos a vida das pessoas ao nosso redor. Este é o convite da sexta feira.
Sábado vem do hebraico, shabbath, o dia que Deus descansa depois de trabalhar por seis dias ininterrupto. É o dia do descanso que vai dar origem ao nosso sábado. Na tradição cristã o dia sagrado é o primeiro, domingo, dia do Senhor. Em inglês, é saturday, dia de Saturno, Cronos, na Grécia. Sugere o tempo, trabalhar com o tempo em profundidade e não na extensão. Durante um dia podemos fazer uma série de coisas que podem fazer diferença para o mundo e para nós. Uma vida humana pode ir da absoluta ignorância à absoluta sabedoria. Não podemos deixar a maior parte do nosso tempo ser jogado no buraco negro da inconsciência, como isso frequentemente acontece. Se aspiramos a vencer a morte, sinônimo de inconsciência, o primeiro passo é vencer a inconsciência dentro da vida, ou vence-la após a vida. Se passamos a maior parte do tempo estamos na inconsciência, e se ela é sinônimo de morte, então, estamos vivos ou estamos mortos? Aprofundar o tempo, viver o tempo real que se mede pelo deslocamento em direção ao ideal humano, ao sonho pessoal de cada um. Se hoje eu venci um pouco do meu egoísmo, da minha irresponsabilidade, da minha desorganização, estou vivendo o real. Se eu não crescer absolutamente nada, o dia de hoje não existiu. O tempo real não é o do relógio, mede-se por deslocamento em direção ao sonho, ao ideal humano. Sábado é o da para pensarmos em qual valor tenho usado o meu tempo, trabalhar para ocupa-lo com consciência, cada vez um passo adiante em direção ao meu sonho, fugindo da dispersão, da desorganização que rouba tempo, e tempo é sinônimo de vida. Sábado é um convite a trabalhar melhor o tempo, em profundidade, com mais essência, com mais sentido.
Esses são os convites que os dias fazem, que podemos usar para pautar nossas esperanças, ou criar um código próprio. Mas é importante usar a simbologia para impulsionar nossas esperanças todos os dias.
Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.
O Manifesto Comunista termina assim: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!” Ele previa que os trabalhadores da França iriam se unir com os trabalhadores da Alemanha, da Inglaterra, da Itália, e eles iriam se unir contra a classe capitalista e impor a Ditadura do Proletariado. Problema. Isso não aconteceu. Marx morreu e não viu a profecia vir abaixo, não se realizar. Ele previa uma grande guerra que ele chamava de Guerra Pan-Europeia. Essa guerra que de fato aconteceu, foi a Primeira Guerra Mundial. Todo mundo previa um pouco que haveria essa guerra. O próprio Papa São Pio X, quando ele morreu há 100 anos, dizia continuamente: a guerra grande acontecerá. E de fato aconteceu, a Primeira Guerra Mundial. Só que, para total confusão dos marxistas, os trabalhadores não se uniram. Eles, ao contrário, pegaram as armas para matar, horror dos horrores, outros trabalhadores. Ou seja, os trabalhadores franceses pegaram em armas para matar os trabalhadores alemães, para defender os interesses de classe dos seus patrões, dos capitalistas. Como é possível?
Depois que terminou a I Guerra Mundial, o marxismo estava em plena crise teórica. Como era possível que os trabalhadores estivessem tão alienados, que deveriam ter uma consciência de classe, segundo Marx, e defendessem os direitos de sua classe, como era possível que eles agora pegassem armas para matarem outros trabalhadores para defender os interesses dos seus patrões? Quem foi que os alienou dessa forma? Um pouco dessa resposta, o próprio Marx já havia identificado. Quando ele diz aquela famosa frase, de que a religião é o ópio do povo. Queria dizer que, você está sofrendo, e os métodos anestésicos da época não eram muito eficazes. O ópio foi uma grande descoberta enquanto possibilidade de fazer a pessoa fugir do sofrimento, da dor, e do sofrimento existencial, se drogando.
Ora, como seria diferente, uma teoria construída com dados falsos de realidade, poderia prever o que aconteceria na realidade. Os mentirosos constroem números, destroem a verdade com suas falsas narrativas, mas não podem construir a realidade. Infelizmente, as falsas narrativas continuam circulando com força pelas redes sociais, escolas, igrejas e vai se multiplicando, impondo o ostracismo à verdade. Mas a verdade pode ser escondida durante algum tempo, mas ela sempre surge na mente das pessoas. Então, dependendo do grau de honestidade e coragem dessa pessoa para se colocar contra o que aprendeu de errado, ela vai mudar a forma de pensar e de se comportar.
Jesus informou que o Reino de Deus estava próximo, que posso me preparar para ser cidadão desse Reino a partir da limpeza que consiga fazer no meu coração, detodo o egoísmo que seja prejudicial ao próximo. Feita essa limpeza, voltada para a interioridade, para a Reforma Íntima, estarei capacitado a construir o Reino de Deus à minha volta. Mesmo porque, no processo da Reforma Íntima, estarei fazendo a prática de interioridade, mas sempre com relação meu comportamento com o próximo que está mais próximo.
Chega um ponto que o meu trabalho de interioridade, de Reforma Íntima, de burilamento do coração estará tão avançado que é preciso ensinar ao próximo, a duplicar o que aprendi e alcancei.
Essa etapa do desenvolvimento pessoal entra no movimento de se voltar para fora, se derramar para o próximo. Esse movimento do Ser para fora de si é geralmente associado aos prazeres, as diversões, que tende a levar o homem a viver constantemente fora de si, amalgamado a essas situações prazerosas, externas. Isso pode ser criticado.
Mas o discípulo de Jesus, que limpou suficientemente o seu coração, pode ensinar esse caminho de se tornar um cidadão do Reino de Deus ao próximo, acredito que é isso que o Pai quer e Jesus ensinou. Essa crítica de estar voltado à exterioridade com frivolidades, não se aplica. Essa pessoa não está se exteriorizando para se impregnar com os prazeres do mundo, e sim, para oferecer ao mundo aquilo que ele conquistou e que é de valia muito mais superior que os prazeres efêmeros que possam ser conquistados.
Observo que nesse fluxo inverso, do interior para o exterior, o quantitativo que é buscado fora, com a quantidade de pessoas que possam ser melhor direcionadas na vida real, do espírito eterno e não da carne passageira. É transmitido o qualitativo da Reforma Íntima, da limpeza do coração, para o quantitativo dos irmãos perdidos nos comportamentos em busca de prazeres fugazes. Não seria conveniente para o Pai, que tudo o quanto conquistei pela interiorização ficasse para sempre perdido num mero comportamento contemplativo.
Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.
O Papa professa publicamente de que lado ele está. Nós iremos nesses dias estudar quem é o outro lado. Quem são as pessoas que, ao contrário do Papa, que quer preservar a herança cultural de Jerusalém, de Atenas e de Roma, quem são as pessoas que querem destruir e porque querem destruir. Por que é importante isso? Temos que saber porque apanhamos, porque quando ingenuamente, com toda simplicidade e candura, um padre celebra sua missa, usando sua casula, incenso, os coroinhas com batinas sobrepeliz, porque será que você será hostilizado como se você fosse Satanás em pessoa? Por que tanto ódio? Então, é um pouco disso que nós queremos ver nesses dias.
Lá atrás, Hegel e Marx, que nos coloca diante dessa realidade do trabalho do negativo, do trabalho da destruição. É necessário destruir. Hegel quer através do trabalho do negativo, do trabalho da destruição, trazer abaixo uma ordem e um sistema que ele diz está oprimindo o trabalhador, está oprimindo o proletário. Porém, Marx como profeta, foi um profeta pela metade. Por que? Porque ele profetizava o futuro de uma sociedade justa, sem classes e aliás, sem governo, perfeita! O paraíso aqui na Terra. Só que ele previu que isso iria acontecer através de uma revolta dos trabalhadores. Nota de rodapé, diga-se de passagem, que ele sabia perfeitamente que isso não era verdade. Ele inclusive falsificou os dados das pesquisas, ele vivia na Inglaterra, foi fazer pesquisas a respeito da situação dos trabalhadores a partir dos dados do governo britânico, e ele, falsificando os números, disse que a situação dos trabalhadores era insuportável, eles iriam explodir uma revolta. Ele sabia perfeitamente que as coisas não eram do jeito que ele estava explicando. Marx é além de pseudoprofeta, um mentiroso e um sujeito intelectualmente desonesto. Não há dúvida nenhuma disso. Ele previa que os trabalhadores iriam sofrer tanto debaixo da pressão dos capitalistas, dos burgueses, que “a panela de pressão iria estourar”. Os trabalhadores iriam se unir contra os capitalistas opressores.
Posso observar aqui o poder da propaganda sobre a verdade. Quando pessoas querem destruir ou construir uma personalidade, uma reputação, o meio da propaganda é infalível. Isso porque a verdade não é veiculada tão maciçamente como é a falsa narrativa. Lembro que por muito tempo eu idealizava Marx, Lenin, todo o bando comunista, revolucionários, como uma espécie de ídolo. Chegava a ter camisetas do Che Guevara com frases que me impressionavam: “Há de ser duro, mas sem perder a ternura, jamais!” Hoje que sei o quanto perverso e sanguinário ele era, tenho vergonha do meu passado, o que pensavam as pessoas que sabiam a verdade, que foram prejudicadas por ele, que tiveram um parente ou amigo fuzilado sem nenhuma consideração por agente tão macabro. No entanto, até hoje, são idealizados como heróis, cujos aliados e seguidores são presos em flagrantes delitos e se colocam para a imprensa com o punho levantado como se tivessem lutando por uma boa causa. Vem então, uma pergunta, essa pessoa é na verdade um criminoso ou um inocente útil, ofuscado pela fumaça de Satanás, comete crimes tão bárbaros acreditando serem pegos como heróis. É o caso de Marx, tão bem identificado pelo Padre Paulo Ricardo como pseudoprofeta e mentiroso e ao mesmo tempo tão venerado pela sociedade, inclusive nos meios acadêmicos e eclesiásticos, como valentes e inteligentes arautos de uma sociedade pacata, harmônica e justa, um paraíso na Terra.
Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.
O marxista sabe muito bem o que é propaganda e o que é o verdadeiro intento. O bom marxista sabe que ele está dentro da Igreja e ele precisa fazer uma cortina de fumaça, de propaganda, e dizer o quanto ele ama a tradição da Igreja, mas a verdadeira tradição. Não essa tradição engessada, tridentina, encarquilhada, sem vitalidade. Ele ama os pobres, ele ama os santos, mas os santos comprometidos. Ele gosta da liturgia, mas uma liturgia inculturada, que fale ao povo. Veja, tudo isso são frases que você ouvindo assim, você não tem nada para dizer contra elas. Que você vai dizer de uma frase dessa? Que você vai objetar ao sujeito que diz que ama aos pobres? Você vai dizer, pois bem, meu senhor, sim senhor, é isso mesmo. Mas, o que você tem que entender é que o princípio de ação marxista é o princípio do trabalho do negativo, é o princípio do trabalho do destruidor, é o princípio do trabalho daquilo que põe abaixo, e o que eles querem por abaixo?
O Papa Bento XVI, recentemente esteve em seu país, na Alemanha. E ele esteve no Congresso Nacional, no Bundestag, e dirigiu uma palestra aos congressistas, aos parlamentares do seu país, na qual palestra ele foi efusivamente, longamente aplaudido. Pode ser visto o vídeo, está a disposição no site do Vaticano, dia 22 de setembro, na viagem apostólica à Alemanha. Ele foi efusivamente aplaudido de pé, pela assembleia inteira, exceto por uma área da assembleia onde havia bastante cadeiras vazias, sinal de congressistas que não foram, que se recusaram a participar e os poucos que foram daquele partido, ficaram de braços cruzados enquanto todos os outros aplaudiram o Papa ostensiva e longamente.
Nesse discurso, o Papa, nas palavras conclusivas disse o seguinte: “A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma. Do encontro entre a fé do Deus de Israel (Jerusalém), a razão filosófica dos gregos (Atenas) e o pensamento jurídico de Roma. Esse tríplice encontro forma a identidade íntima da Europa e na consciência da responsabilidade do homem diante de Deus e no reconhecimento de sua dignidade inviolável de cada homem. Esse encontro fixou critérios do direito cuja defesa é nossa tarefa neste momento histórico.”
O Papa está dizendo que nós temos que defender essas três grandes colunas da cultura ocidental. A fé cristã, o direito romano e a filosofia grega. Por que existe um movimento revolucionário que quer trazer abaixo essas três colunas, ou melhor, está derrubando essas três colunas. Elas já estão no chão, em frangalhos, e nós precisamos reergue-las. Então, aqui está o grande conflito. A grande batalha cultural, a grande guerra cultural. Essa guerra cultural que se expressa na destruição dessas três colunas básicas da cultura ocidental. Ou seja, do legado de Jerusalém, de Atenas e de Roma.
Interessante, visualizar nossa cultura ocidental com base nessas três colunas. Essa estrutura básica nos fez caminhar por mais de dois milênios num processo de constante evolução, de procura pelo bem-estar maior para a humanidade. Deixamos de lado espetáculos cruentos e mortais como a luta dos gladiadores nas arenas romanas, pelo jogo de futebol nas arenas do mundo todo, sem que a plateia se delicie pedindo com a posição do dedo a morte de A ou B que se comportaram bem ou mal no duelo. Agora, surge um movimento reptício que deseja destruir essas três colunas oferecendo algo melhor aos incautos que se deixam hipnotizar pelas falsas propostas. O comunismo, surgido e aplicado por mentes pervertidas e viciadas, usam de falsas narrativas para cooptar com a mente de pessoas, principalmente jovens, com muita disposição e pouca crítica. De onde surgiram tais ideias que se materializam em ações tão maléficas à humanidade? Só posso imaginar da fumaça invisível de Satanás que hoje impregna até a Santa Igreja Católica.