Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.
Eu gostaria que você entendesse que você sempre será colocado diante de dois caminhos que você deverá escolher. Pois você é livre! Nunca julgue uma pessoa pelo que ela diz de si mesma. Como é que devo julgar uma pessoa? Julgue uma pessoa olhando para o que ela combate. Esse é o primeiro julgamento. Se um sujeito chega aqui e diz: eu sou a favor dos pobres, eu gosto dos pobres... como é que você vai saber que essa pessoa é boa ou má? Também a Madre Tereza de Calcutá amava os pobres, mas ela não era da Teologia da Libertação. Também, teólogos famosos e bispos famosos dizem que amam os pobres. Mas, como é que eu vou julgar essa pessoa? Se você quer um critério para julgar, você olhe sempre para o que essa pessoa está combatendo, contra o que ela está lutando. Quando de repente você ver uma pessoa que diz: eu amo os pobres, eu amo a justiça social, eu amo tudo aquilo que é o Evangelho, o Reino de Deus, Jesus, etc. e tal... tudo bem. Até agora ele disse o que ama. Isso não significa nada, pois isso pode ser mera propaganda. O que você tem de perguntar é o que essa pessoa está combatendo. Quando essa pessoa começa a combater tudo que nós temos de sagrado, quando ela combate a liturgia, quando é contra a disciplina que está no código de direito canônico e quando ela destrói a doutrina que está no catecismo da Igreja Católica, você começa a ver que “o gato se escondeu atrás da cortina, mas sempre deixa o rabo de fora”.
Como é que pode ser uma pessoa tão boa, que ama as coisas de Jesus, mas, quando na sua diocese, na sua paróquia, fazem uma missa de zumbi, trazendo a mãe de Santo para o altar, oferecendo pipoca, charuto e pinga, fazendo dança de Candomblé na frente do altar, e essa pessoa não combate isso, muito pelo contrário, você chega e diz: “escuta, pelo amor de Deus, vamos acabar com isso, olha que escândalo, essa missa profanou a Eucaristia, isso foi uma profanação à Eucaristia!” Essa pessoa diz: “não, nós temos que ser tolerantes à diversidade cultural, nós temos que ter inculturação”. E aí, tão logo, um padrezinho jovem, de batina preta, decide muito singelamente, celebrar uma missa de Pio V para um grupelho de fiéis, 5-6 fiéis, nada mais do que isso, essa pessoa tolerante desabafa contra esse pobre sacerdote, como se ele tivesse cometendo um crime de lesa majestade e como se ele tivesse fazendo a maior profanação eucarística da história da Igreja, ameaçando suspenção, transferência, e todo tipo de punição porque o sujeito cometeu o crime de querer celebrar a missa que a Igreja celebrou durante cinco séculos e que santificou tantos homens. Deixo bem claro para vocês. Eu não acho que celebrar a missa de Pio V seja a solução dos nossos problemas eclesiais. Eu, como vocês, celebro diariamente a missa de Paulo VI muito tranquilamente. Mas, estou exemplificando que não é possível que um sujeito que diz que ama a Deus, que serve a Igreja, desata toda a fúria infernal contra uma coisa santa como é a missa de Pio V, mas permanece como um impávido colosso diante de uma profanação como é uma missa de zumbi!
Não compre o produto pela propaganda! Leia a bula. Veja os efeitos colaterais. Você tem que saber em que ideologia você está entrando e aqui é que eu preciso ensinar a vocês a serem bons marxistas para rejeitar o marxismo ou abraça-lo.
Excelente esse ensinamento do Padre Paulo. É muito fácil aceitar a propaganda de uma pessoa sem conhecer suas reais intenções. Digo isso pois fui vítima dessa enganação. Por muito tempo militei em partido de esquerda, o PDT. Fui dirigente partidário, candidato por diversas vezes. Não consegui ser eleito apesar de ter uma boa influencia, pois por questões íntimas, nunca deixei que os fins justificassem os meios. Nunca fui favorável nem pratiquei a compra de votos por qualquer moeda, mesmo tempo muitas pelas quais poderia comprar os votos necessários para minha eleição. Mantive a minha consciência limpa e capaz de mudar com facilidade o meu posicionamento ideológico quando descobrisse a verdade, como de fato aconteceu. Ajudei a eleger Lula pelo PT, enquanto eu, filiado ao PDT, acreditava que ele fosse o melhor para o país. Depois de sua eleição, quando começaram a surgir os escândalos morais, do mensalão, por exemplo, e ele, como chefe do governo se esquivava com mentiras de que não sabia de nada, vi que estava embarcado numa nau que me levava para onde eu não queria. Passei a estudar com mais crítica, vi que estava enganado com relação ao meu apoio e participação em partidos de esquerda, sai do PDT, deixei de apoiar o PT e seu presidente, fiquei mais próximo do líder que eu sei hoje jamais me enganará com seus ensinamentos: Jesus Cristo. Por isso, quando o Paulo Ricardo coloca com tanta segurança os argumentos racionais do modus operandi do mal, através das ações de integrantes da esquerda, conscientes ou não do que estão fazendo, fico solidário e procuro ajudar na disseminação desse conhecimento.
Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.
No final dessa série de palestras você tomará uma decisão, se será um bom teólogo da libertação, competente, sabendo todo o trabalho de destruição que você tem que fazer dentro da Igreja, ou se você será um bom sacerdote, fiel ao Papa, à tradição da Igreja.
Eu não vou fazer sua cabeça. Essas palestras você pode usá-las de duas formas diferentes. Pode usá-las para o bem, sabendo a maldade que você deve evitar, mas pode usar também para o mal, sabendo que vou dar a você uma cartilha de como ser um bom marxista, um bom teólogo da libertação e como destruir a Igreja Católica. Vou ensinar as duas coisas. Você não está aqui para um padre lhe fazer uma lavagem cerebral. Você será sempre um homem livre. Terrivelmente livre! Dramaticamente livre! Perigosamente livre! Mas, é preciso que desde o início você enxergue isso, para que você saiba distinguir em que time está jogando, dentro dessa história da Revolução Cultural dentro da Igreja, dentro da história da Teologia da Libertação da Igreja. O que tem de ser entendido é o seguinte: nunca julgue uma pessoa pela propaganda que ela faz de si mesma. Não julgue o Padre Paulo Ricardo pelo que ele diz de si. É claro que as pessoas vão sempre falar coisas boas de si mesmo. Eu não vou chegar aqui e começar a falar mal de mim, se estou aqui é para convencer você, entende? Eu não estou aqui dizendo: olhe, eu não quero que você jogue no meu time, eu não quero que você se convença do que estou dizendo. É evidente que se estou aqui é porque tenho uma opinião, estou muito convencido de que esta opinião é o caminho correto. Eu, admiravelmente estou sempre de acordo comigo e gostaria de ensinar vocês e gostaria que estivessem de acordo comigo. Mas eu não vou lavar a sua cabeça. Você será livre. Evidente que eu quero mudar sua cabeça. Então, cuidado, eu vim aqui para mudar sua cabeça! Eu vim aqui para convencer você!
Este é um momento de forte honestidade do Padre Paulo Ricardo. Ele se coloca na posição de quem não é dono da verdade, que tem apenas uma opinião e que acredita nela, e que deseja que outras pessoas passem a acreditar nas mesmas ideias e que sigam o seu comportamento. Mas a pessoa é livre para raciocinar sobre os argumentos propostos e decidir qual o caminho que deseja seguir, se o bem ou o mal que o padre apregoa. Por isso ele fala em não querer fazer lavagem cerebral em ninguém, pois ninguém está sendo induzido, obrigatoriamente, a seguir suas ideias. A pessoa pode compreender que seguir a ideia do mal é mais conveniente para ela que seguir as ideias do bem e assim, seguir o que manda sua razão. Se deseja ser rico com o proveito de corrupções, de estar ao lado de ladrões para conseguir o que deseja, que não vai se importar com o mal que suas ações vão provocar de imediato sobre a vida dos outros, ele tem essa liberdade. A pessoa não vai seguir esse caminho, tal ou qual, simplesmente porque o Padre Paulo Ricardo indicou. Ele indicou os dois caminhos pelos quais a pessoa possa decidir de acordo com suas tendências, aprendizado ou engajamento ideológico. Observamos essa escolha dentro da população brasileira no atual momento histórico, onde a sociedade se polariza em duas posições, uma à esquerda e outra à direita. Observamos em qual delas está circunscrita o antro de iniquidades, de atos corruptos que quase destruíram a nação. Observamos o direcionamento comportamental de tantas pessoas que falam ser boas e querer o bem de todas, mas estão associadas aos elementos da iniquidade. Por que tomaram decisão tão contrária ao que pregam? Talvez seja por falso juízo das pessoas de quem ouviram tais mensagens. Isso o Padre Paulo Ricardo vai abordar em seguida.
Esta é uma forte estratégia da guerra espiritual, pois conseguiu penetrar na Igreja Católica, a principal opositora do mal, e reverter o trabalho evangélico em sua pureza cristã. Vejamos o que diz o Padre Paulo Ricardo em sua aula publicada no Youtube em 04-01-2012, com 394 visualizações na data de 15-04-2021.
Quando João Paulo II foi visitar Cuba, um jornalista perguntou a Fidel Castro como ele se sentia recebendo o homem que havia causado a queda do comunismo. Fidel Castro respondeu candidamente, dizendo: “eu não desprezaria assim Gorbatchov”, querendo dizer assim que quem derrubou o comunismo foi o próprio comunismo. Cada vez mais isso se torna claro e evidente, de caso pensado. Existem expressões do próprio Gorbatchov anteriores a queda do Muro de Berlim em que ele já dizia e os próprios comunistas já previam que seria necessário promover uma aparente morte do comunismo para que o espírito e o ideal comunista se alastrassem no Ocidente. Os próprios comunistas compreendiam que havia uma espécie de queda de braço e que se as coisas continuassem daquela forma o comunismo iria perder. Ou seja, havia uma guerra armamentista: os Estados Unidos estavam vencendo a corrida armamentista. Eles tinham armas muito mais potentes, tecnologicamente mais desenvolvidos, estavam numa situação muito melhor do que a União Soviética. Os Estados Unidos, dentro da Guerra Fria, estavam vencendo a batalha militar. Mas, os comunistas não estavam mais fixados numa batalha militar. Já há décadas que os comunistas já haviam que o caminho não era militar, o caminho era o cultural. Como é que surgiu isso? De uma linha que aparentemente parecia heterodoxa do comunismo, ou seja... vamos ao século XIX.
A ideia de Karl Marx é a seguinte: a sociedade que está aí é injusta, explora o trabalhador, o proletário. É preciso que nós, através de um método revolucionário, revolução armada, nós, classe trabalhadora, tomemos posse do governo para implantar uma ditadura do proletariado. Através de uma luta de classes, o proletariado vai tomar posse dos meios de produção, do governo, etc. para formar uma sociedade que será justa, sem classes e sem governo.
O ideal de Marx é, em palavras pobres é implantar aqui na Terra o paraíso. Implantar aqui neste mundo uma sociedade justa, perfeita... e como ele irá fazer isso? Pelo poder criativo do mal. Aqui é que está a perversão marxista na sua raiz mais absurda. Marx é somente o secretário. Satanás na verdade é Hegel. Marx é somente o porta-voz, a força criativa do negativo. Faça o mal produza o mal, destrua! Disto virá algo bom. É esse o princípio hegeliano. Uma vez que você tem uma antítese forte deste conflito, desta luta de tese e antítese, surgirá uma síntese superior. Essa luta será elevada. Na linguagem técnica hegeliana, será suprassumida, será elevada para cima. Então, num conflito, num duelo de vida e de morte surgirá o superior. Hegel ver que existe uma injustiça com o mal, com o negativo. Que o negativo foi demonizado, foi exorcizado de nossas vidas, e na verdade quando você exorciza e retira o negativo da vida das pessoas, você está criando um imobilismo, uma falta de vitalidade.
Hegel, traz para dentro da Filosofia aquilo que já era visto pela arte, pelo romance, pelos satanistas. Se for lido o Fausto, de Goethe, uma das cenas iniciais, Mefistófeles, o demônio, aparece para Fausto e se identifica. Ele quer saber: quem é você? (o demônio, Satanás) e ele diz: eu sou aquela força do mal que sempre produz vida. Pelo menos é isso que o mal diz de si. Não estou dizendo que é a verdade, estou dizendo que é a propaganda que ele faz de si. Existe criatividade no mal, existe vitalidade no mal. Você dê asas ao mal e vai acontecer algo de bom. Hegel coloca isso na Filosofia, sua dialética. Marx leva isso à prática, da teoria hegeliana para a práxis política, em que matar, destruir, hostilizar a civilização, trazer abaixo a ordem irá produzir uma ordem bem superior. Este é o princípio que não devemos esquecer, porque ele governa a vida de muitos sacerdotes, bispos, dentro da Igreja Católica hoje. Não que eles tenham estudado isto, porque isso aqui, deixe eu dizer para você... qual a missão da vida de Padre Paulo Ricardo? Colocar notas de rodapé naquilo que todo mundo faz automaticamente sem saber de onde vem.
Interessante o que observamos na Segunda Guerra mundial com essas colocações do Padre Paulo Ricardo. Duas ideologias que praticam o mal, nazismo e comunismo, podem se unir para destruir o inimigo comum, o Ocidente, que tem forte religiosidade, representado principalmente pela Inglaterra e pelos Estados Unidos. Num momento seguinte, o nazismo tenta capturar sua aliada, a Rússia, e se apossar dos seus recursos materiais. Vejo também que ambas defendem o bem-estar humano, principalmente dos seus integrantes, mas quando são implementadas, um banho de sangue se verifica e o autoritarismo se instala, a verdade é exilada e o terror uma prática de cooptação, fuga ou morte. Estamos neste momento singular no Brasil. Temos o conhecimento que a história nos trás, sofremos a pressão das forças do mal, com suas falsas narrativas, destruição de reputações, aparelhamento maquiavélico das instituições, e nós, cidadãos conscientes e aliados do bem, como aqueles da Rússia e da Alemanha que observavam que acontecia, passivamente, vamos deixar a história se repetir? Deixar o mal se manifestar como se fossemos ovelhas a ser tosquiadas por qualquer falso pastor?
A Igreja Católica, que se coloca desde o início como a responsável pela transmissão e aplicação dos ensinamentos de Jesus, pode ser considerada como a mãe desses ensinamentos, como Maria foi a mãe de Jesus.
A Igreja Católica, mãe dos ensinamentos de Jesus, desde a igreja primitiva até os dias de hoje, com todas as divisões que sofreu, tem o Papa, o Santo Padre, como o Pai, aquele que deve ter o dom da infalibilidade, desde que seja um pai correto, que se mantenha sempre fiel aos ensinamentos que recebeu.
O filósofo e legislador egípcio Hermes Trismegisto (três vezes grande) que ensinava que o que está em cima é como o que está embaixo, aplicando isso a tudo que se observa na natureza, podemos aplicar esse conhecimento na alegoria pai/mãe e Igreja Católica, como se fossem uma família funcional. Nesse caso, a família natural, homem e mulher que se associam de preferência afetivamente, para conviverem e gerarem filhos. Se a família iniciada pelo homem/mulher não tiver condições de gerar filhos que possam se consorciar com o gênero oposto e assim construírem novas famílias, se caracterizam como anômalos e não contribuem para a expansão da coletividade.
Assim podemos esperar, com essa alegoria, que também saiam filhos da Santa Igreja Católica, na forma de novas religiões, que não sendo iguais, tem o mesmo DNA. As diversas religiões cristãs que podemos constatar tem essa pater/maternidade. Os integrantes da Igreja Católica, defensores do tradicionalismo, se constituem as células atuantes para a vida da instituição ao longo dos séculos. Eles têm razão ao defenderem com vigor, como faz o bispo Viganò, acusando toda a apostasia que se verifica dentro da Igreja. Se alguém dentro da Igreja Católica pensa de forma diferente da Madre, então deve sair de casa em formar sua nova religião, como se observa nas famílias naturais.
Tenho o meu próprio exemplo. Nasci dentro da Igreja Católica, meu nome foi escolhido devido uma promessa feita a São Francisco para eu escapar com vida do parto difícil que sofri. Durante o tempo que estava dentro do serviço militar, na Marinha do Brasil, entrei para a Igreja Evangélica, a Assembleia de Deus. Perdi a sintonia com a religião quando percebi que ela se confrontava com a ciência, que eu dava todo o valor e elogiava a grandiosidade do homem ter ido e voltado da lua, enquanto a Igreja criticava e condenava. Fiquei um tempo fora da religião, duvidando da própria existência de Deus. Fui resgatado pelos livros do Espirito Ramatis e entrei para a Doutrina Espírita, que defende a aplicação dos ensinamentos de Jesus na prática, com a caridade, respeitando os achados da ciência, como forma de descoberta dos segredos da Natureza.
Hoje tenho a minha fé fortalecida, respeito a Santa Igreja Católica, admiro aqueles que defendem a sua existência contra os ataques da apostasia, mas não me sinto inclinado a integrar os seus rituais, sua forma de salvação. A minha forma de pensar leva para outros nichos de fé que não encontro em nenhuma igreja que tenho conhecimento, por isso sou inclinado a criar a Igreja que minha forma de pensar acha que está faltando, também alicerçada nos ensinamentos do Cristo, portanto, mais uma das filhas da Madre Igreja Católica, mesmo que seja criticada pelos fiéis tradicionalistas que a sustém.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LXXXIV
Na Toca do Lobo, a caçada pelo bombardeio continua. Bormann fica sabendo que, logo antes da explosão, um coronel maneta foi visto saindo do local. Só poderia ser um homem, um veterano herói de guerra: Claus von Stauffenberg. Ele esteve na reunião onde a bomba foi colocada.
Claus von Stauffenberg era a única pessoa que poderia ter se aproximado de Hitler para cometer o assassinato. Ele sofreu pela Alemanha, era considerado confiável e honorável. Tinha origem aristocrática. Era um militar do tipo antiquado. Ele não era um democrata, era um alemão nacionalista, mas não queria ver o nome da Alemanha ser jogado na lama.
A participação de Stauffenberg de ter colocado a bomba foi uma notícia chocante para o círculo. Significava que o Exército alemão tramou tudo. É uma revolta moral contra as atrocidades nazistas em nome do Exército alemão, muitos dos quais sabiam das execuções em massa de judeus na Frente Oriental. Não era como as outras tentativas de assassinato de Hitler. Desta vez, veio de dentro. E é a pior traição para Hitler.
Mas Hitler sobrevive e quer se vingar. Stauffenberg, acreditando que o Führer estava morto, correu para Berlim e comandou a tomada pelo exército, a chamada Operação Valquíria.
Era um plano oficial de que o exército reserva assumiria caso Hitler morresse. A trama para afastar os nazistas está a todo vapor. Se der certo, o Exército controlará a Alemanha.
Os conspiradores pretendiam usar o plano oficial da Operação Valquíria de controlar Berlim e outras cidades proeminentes. Mas há uma falha na trama. Eles deixaram Goebbels com uma conexão telefônica à Toca do Lobo, então ele poderia fazer planos.
Quando a escala do golpe fica clara, o círculo íntimo vira uma confusão. Todo mundo é suspeito. Eles querem saber até onde vai essa trama. Foram só os generais? Só os aristocratas prussianos? Ou tem nazistas envolvidos?
Hitler manda Heinrich Himmler ir até Berlim e controlar a situação. Ele foi um dos grandes beneficiários da trama da bomba. Há uma tremenda necessidade de segurança e coleta de informações, o que recai sobre a SS. Ele pode perseguir todos os inimigos do Reich dos quais tem arquivos.
Himmler manda sua Gestapo investigar qualquer conexão que o círculo íntimo possa ter com a bomba. Seu principal suspeito é um homem conhecido por seus contatos nos negócios alemães e círculos aristocráticos: Hermann Göring. Ele era um herói de guerra da Primeira Guerra. Possuía várias medalhas. Tinha um estilo bem ostentador. Então, era um alvo fácil para os membros mais radicais do alto escalão nazista.
Sem saber que seu velho inimigo Himmler, está de olho nele, Göring sai de sua mansão para se juntar a Hitler na Toca do Lobo. Embora esteja com os tímpanos perfurados, queimaduras e um corte na mão, Hitler insiste que a planejada visita de Mussolini aconteça.
Acontece um grande encontro social na Toca do Lobo naquela tarde. Quando Göring chega, Bormann fica de olho nele. O não sofisticado e impopular Bormann nunca gostou do glamouroso herói de guerra.
Com excesso de suspeitas e tensão, o encontro logo vira uma discussão. O almirante Dönitz culpa o Exército pelo esforço de guerra fracassado. Göring concorda. Mas Dönitz lhe diz que o desempenho da Luftwaffe também era responsável. Dönitz vai além e diz: “Está perdendo a guerra, Göring.”
Então agora tem-se uma espécie de briga familiar no círculo íntimo. Enquanto isso, Mussolini brinca com seu bolo como uma criança com massinha. Hitler não aguenta mais. Ele tem um ataque de fúria que dura uma hora e meia. Não disposto a aceitar a responsabilidade pelo desastre que criou, Hitler busca um bode expiatório, terminando seu discurso inflamado com uma frase megalomaníaca: “Estou tendo dúvidas se o povo alemão está à altura dos meus grandes ideais!”
Logo depois, Hitler, avesso a câmeras, é filmado junto com Bormann e Göring se despedindo de Mussolini. Esse será o último encontro entre os dois ditadores. Quando o trem parte, eles voltam ao trabalho. A trama da bomba.
O mal sempre suscita na comunidade o levantamento de pessoas mais sintonizadas com valores positivos. É o caso do grupo nazista com suas ondas de atrocidades, dentro e fora do seu país, que evoca dentro do exército a reação de pessoas que não concordam com o que está acontecendo. Porém, as amarras do Poder impedem que o mal seja corrigido, se é o próprio mal que coordena ou impõe sua vontade sobre a nação. Aqui no Brasil tem uma situação parecida, mas diferente. Aqui não é o mal que detém o poder central, adquirido pela força do voto. Aqui o mal se manifesta através das diversas instituições públicas, administrativas, legislativas, judiciárias e até eclesiásticas, que foram contaminadas pela corrupção e mantem pessoas com o “rabo preso” às iniquidades, favorecendo os criminosos que um dia os colocaram em tal posição de poder. Tanto lá na Alemanha, como cá no Brasil, quem sofre com essas ações maléficas é a população, que parece não ter o poder de reação, como tivemos quando fomos às ruas e exigimos a saída dos corruptos das estruturas do poder. Mas os ratos continuam roendo e querendo quebrar a estabilidade governamental de quem não está disposto a alimentar suas iniquidades.