Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/06/2021 00h25
SALMO 8 INTERPRETADO – MAJESTADE DIVINA

            Senhor, Te compreendendo como o Criador de tudo que existe, posso considera-Lo como o Pai de tudo e de todos. Portanto, sou irmão de tudo e de todos. 

            Com essa definição, a Tua majestade é imensa por toda a Terra, por todo o Universo, conhecido e desconhecido. Porém, só pode prestar essa homenagem, quem tenha desenvolvido uma consciência complexa, avançada, que possa entender a Natureza, os diversos seres existenciais, sem a estimulação dos sentidos. Que possa extrapolar com o poder do raciocínio, da lógica, da coerência, a existência do mundo além de nossa percepção. 

            Sou um pequeníssimo grão frente a infinitude da criação e ao mesmo tempo um gigante que administra trilhões de pequenas expressões de vida organizada na forma de células, distribuídas pelos diversos órgãos e sistema do corpo biológico.

            Esta é a dimensão da minha consciência, que percebe a dimensão do macro e do micro além dos limites dos sentidos biológicos e do avanço tecnológico.

            Como imaginar adversários que possam Te atacar, inimigos que procurem vingança? Somente loucos ou completos ignorantes não sentem a Tua presença ou se recusam a aprender o que lhes é ensinado, que usam a lógica como instrumentos mal direcionados. Que cortam a alma se considerando órfãos de Deus?

            Que sou eu para o Pai está sempre perto de mim? Que constrói caminhos à minha escolha, que ensina por tantos métodos, que protege quando menos espero?...

            Sou filho de Tuas entranhas, partícula de Tua essência, princípio vital com potencial espiritual, capaz de aprender pela jornada em tantos corpos, até ser capaz de entender os princípios morais que estão acima das necessidades instintivas, da busca pelo prazer, da fuga do sofrer. Se hoje eu domino a natureza e domestico o selvagem, é porque ontem eu estava no lugar deles, nos bancos primários da escola evolutiva.

            Hoje aqui estou, Pai, sabendo que sou como a gota da chuva, que caindo das alturas sabe que veio da dimensão do mar, que vai cair na terra para fertilizá-la e faze-la produzir seus frutos, e que correrei com milhares de outras gotas na forma de rios, até chegar na fonte de onde sai... a imensidão do mar!

            Assim sou eu, Pai, uma gotinha do Teu amor, fertilizando a terra em que me colocastes e aspirando chegar logo, capacitado moralmente como cidadão do Reino dos Céus, à intimidade do Teu imenso amor.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/06/2021 às 00h25
 
25/06/2021 00h24
CIRCULO DO MAL DE HITLER (77) – ACORDOS E TRAIÇÕES

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

LXXVII

12 DE ABRIL DE 1943

SECRETARIADO DA CHANCELARIA, OBERSALZBERG

            Os dois, Speer e Göring, bolam um plano para acabar com a influência de Bormann. O primeiro passo era atacar e desacreditar um de seus joguetes em uma reunião sobre suprimento de mão de obra. Como chefe do ressuscitado Conselho de Defesa, Göring liderará o ataque. 

            O que aconteceu foi bem parecido com algo saído de uma corte medieval. Foi um ataque interpessoal, não focando diretamente Bormann. Para um novato na política, Speer formou uma coalizão improvável. Junto com Goebbels e Göring, eles podem baixar a bola de Bormann. Mas quando Speer chega, há algo errado. Goebbels não está presente, e Bormann tem um novo amigo: Heinrich Himmler.

            É de se imaginar que quando Speer entrou na sala e viu Bormann com Heinrich Himmler, pensou que essa reunião não acabaria bem. E logo piora. Göring sai do combinado e começa a atacar o vice de Speer. 

            Speer está chocado com o comportamento de Göring. Ele não está entendendo e teme que as forças tenham se unido contra ele. Sem Goebbels e com a mudança de Göring, está óbvio que Speer foi traído. Göring soube que Himmler estava se unindo a Bormann contra Speer e seu grupo, ele deve ter pensado que era melhor ficar do lado deles. 

            Para Himmler, ainda controlando com zelo o trabalho em seus campos, qualquer tentativa de Speer para ganhar mais poder é uma ameaça. Himmler não quer que a influência de Speer fique maior do que já é. Essa reunião pode ser interpretada como Himmler reafirmando sua influência na esfera econômica e relembrando a Speer quem é a figura mais importante. Para Speer é um doloroso lembrete de que seus rivais do círculo farão de tudo para proteger suas posições pessoais acima das crises da Alemanha. Mas ele aprende rápido. Sua luta pelo controle da economia da guerra ainda não acabou. 

            Essa é uma prova que dentro do círculo do mal, ninguém pode confiar em ninguém, ninguém pode se sentir seguro, que os interesses pessoais estão muito acima de quaisquer outros interesses, que a pátria com seu povo é somente instrumento para se atingir objetivos. Aqui no Brasil as figuras do mal conseguiram colocar suas pessoas teleguiadas em cargos-chaves da nação, e agora, mesmo o chefe não estando no poder, julgado e condenado, esses elementos fazem de tudo, nas ruas e nos gabinetes, para jogar suas falsas narrativas para iludir a nação e os países ao redor do mundo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/06/2021 às 00h24
 
24/06/2021 00h23
CIRCULO DO MAL DE HITLER (76) – GUERRA TOTAL

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

LXXVI

GUERRA TOTAL É A GUERRA MAIS CURTA

18 DE FEVEREIRO DE 1943

BERLIM, SPORTPALAST

            Discurso de Goebbels: “Eu lhes pergunto. Estão prontos para seguir o Führer, apoiar as tropas combatentes como a falange da pátria e lutar essa batalha com total determinação em todas as voltas do destino até a vitória ser nossa?” 

            Em frente de um público selecionado, Goebbels aproveita a chance de transformar Stalingrado em uma história de sacrifício heroico e dizer ao povo alemão que é a hora de se juntarem ao esforço de guerra.

            De certa forma, foi o melhor momento de Goebbels por ter reconhecido a gravidade da situação. Ele sabia que era uma derrota que não poderia ser encoberta. Mas não era apenas um chamado “churchilliano” às armas. Goebbels quer mostrar a Hitler que todos os alemães estão prontos para fazer o que for preciso.

            “Eu lhes pergunto: Estão determinados a seguir o Führer rumo à vitória, enfrentando obstáculos, e dispostos a aceitar fardos pessoais bem pesados?”

            Aplausos ululantes... “Sieg Heil (viva a vitória)! O Führer ordena, nós obedecemos.”

            O discurso fez o plano de Speer e Goebbels voltar à ação. Milhares de mulheres alemãs se registram para trabalhar, e o Führer fica impressionado. Goebbels se aproveitou disso, buscando a oportunidade de participar mais do esforço de guerra alemão. É hora de atacar Bormann, e eles acham uma brecha em sua armadura burocrática, uma forma de vencer o conspirador em seu próprio jogo. Eles reúnem o máximo de pessoas de pensamentos similares para ressuscitar o Conselho de Defesa, que era atuante até 1939, mas que agora estava moribundo. 

            Embora o Conselho de Defesa esteja dormente, seus poderes ainda existem. E se ressuscitado, poderia ser usado para contornar barreiras burocráticas de Bormann até o Führer. Mas há um problema. O homem encarregado dessa agência dormente também está fora de ação. Este era o problema. O chefe do Conselho de Defesa era Hermann Göring. 

            Speer e Goebbels precisam de Göring, mas é incerto se ele está à altura do trabalho. Ele não é muito confiável. Ele ainda tem o péssimo vício em morfina. Está bem adverso a fazer algo para resolver os problemas da Alemanha. 

            Alguém precisa tirar Göring de seu poço. Mas ele nem fala mais com Goebbels porque a Guerra Total levou ao fechamento de seu restaurante favorito. Então, cabe a Speer a tarefa de trazer o velho lutador de volta ao ringue. 

            Speer dizia que não era um político selvagem, mas era político quando preciso, e nesse caso ele usou a percepção de Göring quanto a Bormann. Usa a aversão e desconfiança mútua que tinham quanto a Bormann. Speer e Göring eram de origens bem diferentes de Bormann. Os dois o desprezam, mas entendem bem sua forma de agir, e Speer lembra a Göring o efeito gradual da técnica de Bormann. Ele sempre está ao lado do Führer e fala contra eles. E a gota d’água de Bormann aos olhos de Göring foi Speer ter falado: “Ele está atrás do seu emprego. Quer ser o sucessor no partido e na nação, e você está no caminho.” Isso foi decisivo para Göring. 

            O círculo do mal começa a perceber o desastre que se aproxima. Só Hitler em sua soberba e arrogância não percebe os sinais. Goebbels, que incorporou bem a essência do mal, inteligente, percebe que suas falsas narrativas não serão bem aceitas no confronto com a realidade. Vendo o lado prático que Churchill imprimiu na Inglaterra frente a ameaça da invasão nazista, na convocação do povo, quis fazer o mesmo na Alemanha. Acontece que a Inglaterra estava sendo atacada, era a vítima, não tinha o que esconder nada, nem de manipular as pessoas. No caso de Goebbels, a Alemanha era a agressora, cheia de mentiras para o público externo e interno. E Goebbels era o principal protagonista nessa farsa cruenta, desalmada. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/06/2021 às 00h23
 
23/06/2021 00h22
CIRCULO DO MAL DE HITLER (75) – MENTIRA X REALIDADE

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

LXXV

A CIDADE DE BERLIM SAÚDA O FÜHRER

SAUDAÇÕES A ADOLF HITLER

O FÜHRER ORDENA, NÓS OBEDECEMOS

30 DE JANEIRO DE 1943

BERLIM

            São esses os cartazes observados nas ruínas de Berlim. No aniversário da ascensão do Führer ao poder, Göring, tentando disfarçar seu próprio fracasso, diz às tropas alemãs perecendo na neve que seu sacrifício não será esquecido. Quando as pessoas vierem à Alemanha, diga-lhes que nos viu dar nossas vidas em Stalingrado, como a lei para segurança do nosso povo comandou.

            A tão apregoada ponte aérea que traria alívio a Stalingrado foi um grande fracasso. E Göring tem a ousadia, a audácia de fazer esse discurso. E para eles, parece um discurso fúnebre. 

            Mas a humilhação de Göring está apenas começando. Ao iniciar seu discurso, as sirenes soam em Berlim. O mais irônico é que, enquanto ele faz o discurso, mosquitos da Grã-Bretanha sobrevoam Berlim para bombardeá-la. 

            Pela primeira vez, os Aliados estavam confiantes para atacar Berlim em plena luz do dia. É um lembrete humilhante de outra promessa que Göring não cumpriu. Ele disse: “Se um dia uma bomba britânica cair em Berlim, pode me chamar de Herr Meyer.” Algo como: “Pode me chamar de ‘Seu Zé’”, passaria a ter um nome comum. Claro, pouco depois disso, bombas britânicas são jogadas em Berlim, então, entre o povo alemão, ele é chamado de Herr Meyer. 

            Enquanto bombas caem em Berlim, o Führer está se recuperando da morte de mais de 200 mil homens em Stalingrado. Em frente da equipe, Hitler culpa os italianos, romenos e húngaros lutando ao lado de seu Sexto Exército. Mas no círculo íntimo, todos sabem que Göring é o verdadeiro culpado.

            É mais um dos fracassos de Göring, que começaram na Batalha da Grã-Bretanha. Depois houve o fracasso em Stalingrado. Fica claro para Hitler que Göring não serve para o serviço. Ele havia sido um ótimo piloto no passado. Mas não é um ótimo Reichsmarschall.

            Humilhado, o antigo heroico piloto de caça volta aos velhos hábitos. Ele foi um piloto incrível, um herói, um ás da aviação, uma figura glamourosa emergindo da Primeira Guerra Mundial, mas ele ficou ferido após o Golpe da Cervejaria.

            Em 1923, durante a fracassada tentativa dos nazistas em tomar o poder na Alemanha pela primeira vez, Göring foi baleado e ficou gravemente ferido. Ele foi baleado na perna, o levaram para o hospital, mas durante sua recuperação, ele desenvolveu um vício muito grave por morfina. E agora, mais uma vez, quando seu vício volta à tona, o velho combatente está perdendo a vontade de ser o sucessor de Hitler. Já o poder de Martin Bormann continua a crescer ao, cinicamente, explorar a preocupação de Hitler com a Frente Oriental. 

            Bormann é uma figura cada vez mais importante. Há uma briga constante dentro do círculo para influenciar Hitler e tirar Bormann do caminho. Apesar da crise de Stalingrado ter feito Hitler permitir que Speer e Goebbels executassem medidas da Guerra Total, Bormann continuamente procura minimizar o alcance e impacto deles. Ele não pensa de forma neutra. Goebbels e Speer pensam de forma neutra no que é melhor para a Alemanha. Eles consideram a situação. Bormann só pensa no que é melhor em termos de manter a relação dele com Hitler e manter seu poder.

            Para Joseph Goebbels, o rei da propaganda, há outra forma de contornar Bormann e mostrar a Hitler que a Alemanha está pronta para a Guerra Total: ir a público e deixar o povo decidir. 

            Interessante, como os vícios que são características do mal, são vistos em cada elemento dentro do covil de Hitler. Mesmo que por um momento algum deles tem um pensamento nobre de defender os interesses da nação, mas outro tenta usurpar esse desvio que aqueles fizeram na luta pela proximidade e influência no poder, nesse caso a influência no próprio ícone do mal: Hitler. O país começa a se deteriorar com o início do bombardeio à capital. Mas as mentiras, as falsas narrativas, principal arma do Mal, continuam sendo forjadas, mesmo que sejam tão discrepantes da realidade que todos veem.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/06/2021 às 00h22
 
22/06/2021 00h21
CIRCULO DO MAL DE HITLER (74) – ARROGÂNCIAS E BAJULAÇÕES 

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

LXXIV

NOVEMBRO DE 1942

STALINGRADO, RÚSSIA

            Stalingrado. Com a volta do inverno russo, o sexto exercito do Führer é cercado pelas tropas de Stalin. Mas Hitler não permitirá uma retirada tática. Seus homens devem manter a cidade por princípio.

            Por ter o nome de Stalin, Hitler fica obcecado pela ideia de tomar Stalingrado. Militarmente, não faz sentido. O plano original era focar a destruição da capacidade industrial da cidade e controlar seu rio, o Volga, uma rota de suprimentos crucial para a Rússia central.

            Os alemães chegaram ao Volga em agosto de 1942, na margem norte de Stalingrado, cortando uma importante tábua de salvação da economia soviética. Mas de agosto de 1942 em diante, os alemães usaram mais recursos para conquistar Stalingrado, mas conquista-la não era importante.

            Mas agora, após meses de combates sangrentos, seu exército precisa muito de suprimentos. Mas um homem tem um plano para salvar o dia e sua própria reputação. Göring, incrivelmente, viu na crise iminente uma forma de ganhar e se elevar na estima do Führer. Ele propõe um plano audacioso para usar sua Luftwaffe para criar uma ponte aérea e abastecer as tropas sitiadas. Ele faz uma grande exibição, dizendo: “Mein Führer, eu consigo fazer isso. A Luftwaffe está pronta para realizar essa missão.  Stalingrado será tomada, mein Führer, seu sonho será realizado.” O Führer não podia rejeitar. 

            Enfrentando gelo, neve e névoa congelante, os pilotos de Göring iniciaram uma tarefa que até sua equipe sênior temia ser impossível. A estimativa é de que seriam necessárias cerca de 800 toneladas diárias para abastecer os soldados. Mas eles conseguiam levar menos de 100 toneladas ao dia. 

            Os dias viraram semanas sem combustível e comida, o Sexto Exército está perdendo soldados tanto pela fome e pelo frio quanto por tiros do inimigo. A promessa de Göring foi catastroficamente vazia. Ele não tinha as aeronaves nem os pilotos para conseguir realizar a tarefa. O abastecimento dos soldados alemães em Stalingrado foi uma ponte aérea longe demais para a força aérea alemã. 

            Esse fato mostra como a vingança, oportunismo e maldade, pode desviar um foco objetivo para alcançar uma meta mais importante. Também mostra a força de um grupo sintonizado com a maldade do seu chefe, Hitler, que as decisões desfocadas recebem apoio dos componentes do grupo, todos querendo bajular o chefe, mesmo apoiando decisões estapafúrdias do ponto de vista estratégico. Por que não pediram a opinião dos oficiais do exército alemão? Pelo contrário, fizeram essas lideranças capacitadas pelo estudo e treinamento nas estratégias de guerra, seguirem a contragosto essas decisões em função do cargo de máximo poder, que o chefe, o Führer, exercia.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/06/2021 às 00h21
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