Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
23/10/2018 23h59
UNÇÃO

            A unção significa que a uma pessoa pode ser aplicada azeite, óleo comestível, tinta cal com um objetivo espiritual. A pessoa se torna assim um ungido, um Cristo. No grego clássico a expressão descreve processos corriqueiros, como “esfregar levemente” ou “espalhar” cosmético (azeite, óleos) no corpo, após o banho. Também pode se referir ao preparo de flechas para a batalha aplicando veneno nas pontas, ou aplicar tinta, cal, em alguma superfície ou objeto.

            O padrão de tradução usado na LXX (Versão dos Setenta – Septuaginta) e traduzido pelo grego, remete ao ato de untar com azeite, óleo ou gordura. Esse padrão de tradução utilizado na LXX serviu de modelo para os escritores do Novo Testamento, razão pela qual é aconselhável priorizar o sentido hebraico (semítico) desses termos para uma melhor compreensão do vocábulo “Cristo”.

            Aplicado de forma rotineira ou cotidiana, o verbo “ungir” poderia se referir a ação de aplicar óleo ao corpo, passar óleo em um escudo, ou pintar uma casa.

            No contexto do ritual religioso judaico “ungir” envolvia a aplicação cerimonial de óleo no tabernáculo, no altar ou na bacia, ou até mesmo a aplicação de óleo sobre o animal que serviria de oferta pelo pecado

            No contexto da administração, o verbo “ungir” designava a investidura cerimonial em cargos de liderança, uma atividade que envolvia o derramamento do óleo que estava num chifre sobre a cabeça da pessoa investida no cargo.

            A unção em Israel, no âmbito religioso, indicava uma separação oficial para o serviço divino. No entanto, o título de Messias não evocava um catálogo fixo de atividades, deveres ou obrigações, antes, propunha a questão de se saber para qual atividade aquele ungido específico foi comissionado.

            Essa missão divina podia assumir diversas formas: 1) Deus unge ou comissiona Reis para representá-lo e para concretizar na Terra, seu reinado divino de justiça, retidão e paz; 2) Sacerdotes são ungidos para dirigir o culto; 3) Profetas são ungidos para comunicar a vontade de Deus e para combater práticas consideradas pecaminosas.

            É desconcertante o caso do Rei pagão da Pérsia, Ciro, nomeado nas escrituras hebraicas como “ungido” ou “messias”, já que Deus lhe entregou a tarefa de libertar os exilados hebreus, residentes na Babilônia no Séc. VI aC

            Essa história reforça a ideia de que não há um rol taxativo das tarefas típicas de um “messias”, ao contrário, demonstra que mesmo um pagão pode ser comissionado para uma missão divina.

            No contexto no qual o Brasil está indicado para ser a “Pátria do Evangelho e Coração do Mundo” necessita da unção de alguém para cumprir esta tarefa. Deus tem os seus próprios caminhos os quais muitas vezes não compreendemos. Na minha forma de raciocinar, Deus permitiu que o Brasil se cobrisse de escândalos, de corruptos e corruptores, que a nação se visse mergulhada na iniquidade, com prejuízos financeiros, sociais e morais, para que surgisse uma voz, mesmo simplória e até insignificante, como Davi frente à Golias, para que o povo despertasse para a justiça e fizesse a sua unção na forma de milhões de pessoas abarrotando as ruas das diversas cidades brasileiras, sem recursos financeiros, sem quaisquer estruturas políticas, inclusive rejeitando a verba pública para alimentar a campanha política por considera-la iníqua.

            Assim, Jair Bolsonaro, que tem Messias em seu nome, surge cada vez mais caracterizado como essa pessoa ungida capaz de concretizar a vontade de Deus em solo brasileiro, e para isso o seu slogan de campanha é bem significativo: “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos”.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/10/2018 às 23h59
 
22/10/2018 23h21
VONTADE DO ALTÍSSIMO

            A vontade soberana de Deus se sobrepõe as fragilidades e iniquidades humanas. Os propósitos de Deus que envolve o destino de um povo são amplos e inclusivos e se entende isso pela história do povo judeu, desde o patriarca Abraão, que se deslocou em busca da Terra Prometida, passando por Moisés até chegar em Jesus, o qual abriu o conceito de Deus para todos os povos.

            Hoje temos a promessa ou a indicação vinda do mundo espiritual de que o Brasil deverá ser o “Coração do mundo e pátria do Evangelho”. Da mesma forma que a missão judaica foi bombardeada pelas iniquidades dos baderneiros, construtores do Bezerro de Ouro, também somos fustigados pelos baderneiros da fé e corruptores da decência, que com suas iniquidades querem destruir o pilar da família e arrasar com a coerência de cidadãos preparados para o Reino de Deus.

            Os propósitos de Deus são inclusivos, já que se estende pelo território brasileiro, pelo continente americano, e ao redor do mundo. O projeto de Deus servirá como imã para as consciências sintonizadas com o amor, qualquer que seja a igreja, qualquer que seja o partido político ou quaisquer entidades exclusivistas.

            O trabalho digno será o botton demarcatório de cada cidadão que construirá o seu plano evolutivo em direção ao Criador, na medida que ajuda a quantos necessitarem de sua cooperação. Podem ser de quaisquer nacionalidades, brancos ou pretos, pagãos ou crentes, homens ou mulheres, crianças ou velhos, minorias ou maiorias, anônimos ou famosos, poderosos ou oprimidos... as personalidades não serão relacionadas como modelos de fidelidade e virtude, pois todos conhecem a fidelidade e a infidelidade, a virtude e o vício.

            Os propósitos divinos embora ameaçados pelo mal e pela inconstância do ser humano, não serão frustrados. Jesus, filho de Abraão, de Davi, se revelou como o Messias, comissionado para concretizar as promessas divinas num mundo em que a elite e os poderosos teimavam em resistir à vontade do Criador.

            Os seguidores do Cristo, vivemos num mundo abençoado, mesmo que o mal ainda prevaleça sobre o bem. Em nosso mundo atual Deus opera incessantemente apesar da conturbação, pois seus propósitos nem sempre são acolhidos.

            A comunidade cristã de bom coração tende a ser marginalizada por estruturas culturais, políticas, sociais e até religiosas (escândalos dentro de igrejas). Mas, a identidade cristã é forjada e fortalecida na crença de um coração puro, na racionalização e coerência, não se deixando cooptar por interesses dos iníquos, mesmo que venham fantasiados de anjos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/10/2018 às 23h21
 
21/10/2018 12h21
NARRATIVAS

            As narrativas são construídas por cada pessoa usando os argumentos que recebem de outras pessoas com base nos acontecimentos, vistos ou informados. A verdade e a mentira podem estar presentes numa mesma narrativa, e dependendo do narrador, das suas convicções, das informações que recebe e dos fatos testemunhados, a narrativa que ele constrói pode ter majoritariamente a verdade ou a mentira.

            Vivemos um momento importante no nosso País, onde surge uma personalidade política que se tornou porta voz da maioria da nação e sobre ele passam a surgir diversas narrativas de tons diferentes, uns puxados majoritariamente para a mentira e outros para a verdade. Interessante que tanto de um lado como do outro, os que querem destruir ou construir a personalidade do candidato, podem usar a mentira e a verdade. Isso é verdade, mas por outro lado, podemos constatar que um dos lados usa majoritariamente a mentira e com isso já conseguiu permanecer no poder por 13 anos e influenciar a mente de milhões de pessoas.

            O fato incontestável de que a gerência política dos partidos de esquerda no Brasil foi nefasta e criminosa, é ver o quanto de seus integrantes foram julgados e condenados, principalmente o seu líder, hábil mentiroso que chegar a se gabar das mentiras que diz; é ver o quanto de nosso capital financeiro fluiu para países de mesmo conteúdo ideológico com a anuência de quantos tinham responsabilidade de brecar essa sangria e não fizeram, por receberem propinas caracterizadas no escândalo do mensalão; é ver empresas importantes, ícones da nacionalidade, como a Petrobrás, serem destruídas no seu patrimônio, moral, e respeitabilidade frente ao mundo; é ver os pobres e doutores serem usados como massa de manobra por receberem benefícios que mitigam a fome de alimentos ou a sede de poder.

            Jair Bolsonaro, um deputado federal sem tanta influência, mas que era uma voz que sempre se manifestou sozinha no Congresso Nacional, como uma voz que bradava no deserto contra as iniquidades que ele via acontecendo, que evitava se contaminar por elas e acusava os seus autores com veemência, como acontecia com João Batista, nas suas falas enquanto batizava no Rio Jordão, terminou sendo reconhecido por isso.

            Enfim, o povo brasileiro, sofrido na ignorância e escravizado pela carga de impostos, revoltou-se quando a justiça começou a apontar os roubos escandalosos na forma de corrupção em todos os níveis e encheram as ruas das principais cidades do país pedindo uma saída dessa situação, que culminou com o impeachment da Presidente. As mentiras continuaram forjando narrativas falsas como a existência de um “golpe” no país que repetiam maquinalmente em todos os círculos, onde existiam pessoas associadas a essa verdadeira quadrilha que assolava o País, como bem identificou o Ministério Público.

            Hoje, com a quase certa vitória do obscuro deputado, que dava voz a nossa voz, as narrativas destrutivas contra a sua personalidade são vistas em demasia. É importante que nós, capazes também de construir nossas próprias narrativas, sem obrigatoriamente ter que seguir a narrativa de qualquer pessoa ou grupo, sejamos capazes de, honesta e de livre pensar, definir a relação desse personagem com o passado, quais as circunstâncias que motivaram o seu posicionamento, com o intuito de destacar sua importância para o presente.

            Seguir as narrativas, positivas ou negativas, sem se dar a esse trabalho crítico em busca da coerência e a da verdade, minimiza nossa condição humana e nos nivela a meros papagaios, marias vai-com-as-outras.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/10/2018 às 12h21
 
20/10/2018 02h17
DIA DO POETA

            CAMINHOS

Tenho a alma coberta pelo amor

De cores diáfanas, luminosas

Que me fazem navegar por essas terras

Tão cheias de perigos, de mentiras

 

Cada um que de mim se aproxima

É um porto onde ancoro a minha alma

É uma alma que da minha compartilha

É um caminho que o Pai abre pra mim

 

Assim eu vou pelos caminhos desta vida

Tantos amando, mas por poucos sendo amado

Tanto doando, mas de poucos recebendo

Tanto ensinando, mas por poucos entendido

 

Mas o Mestre já me disse que é assim

Que os meus atos de amor que distribuo

São sementes que eu planto nos caminhos

Mas nem todos são tão férteis quanto espero

 

Nessa estrada tão estreita e espinhosa

De semear tanto amor quanto eu possa

Pelos caminhos que surgem a cada dia

Sinto a dor da prepotência, ingratidão

 

Nem sabem eles que recebem tais sementes

Que nelas tem o meu sangue, o meu suor

Que estou doando neles minha vida

Temperadas com a Graça do meu Pai

 

Agora o tempo vai pintando meus cabelos

Minha pele se encolhe com o frio da idade

Minha força lentamente se esvai

Meu coração cada vez fica mais frágil

 

Agora eu vejo com os olhos da minh’alma

Agora eu rego as sementes com as lágrimas

Agora eu sinto tua dor mais que a minha

Agora eu sei ser mais o Mestre que aluno

 

Vejo á frente do caminho onde sigo

Uma luz que cada vez fica mais forte

Uma força que me atrai com compaixão

Sinto que enfim, vou encontrar quem tanto amo

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/10/2018 às 02h17
 
19/10/2018 22h23
EDITORIAL DO ESTADÃO

            Circula hoje nas redes sociais o editorial do jornal “O Estado de São Paulo” e achei interessante colocar aqui para raciocinar junto com meus leitores sobre o que acontece no cume da nossa política nacional.

            Consciente de que será difícil reverter a vantagem de Jair Bolsonaro (PSL), o PT decidiu fazer campanha para deslegitimar a eventual vitória do oponente, qualificando-a como fraudulenta. É uma especialidade lulopetista.

            A ofensiva da tigrada está assentada na acusação segundo a qual a candidatura de Bolsonaro está sendo impulsionada nas redes sociais por organizações que atuam no “subterrâneo da internet”, segundo denúncia feita anteontem na tribuna do Senado pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, que lançou o seu J’accuse de fancaria.

            “Eu acuso o senhor (Bolsonaro) de patrocinar fraude nas eleições brasileiras. O senhor é responsável por fraudar esse processo eleitoral manipulando e produzindo mentiras veiculadas no submundo da internet através de esquemas de WhatsApp pagos de fora deste país”, afirmou Gleisi, que acrescentou: “O senhor está recebendo recursos ilegais, patrocínio estrangeiro ilegal, e terá que responder por isso. (...) Quer ser presidente do Brasil através desse tipo de prática, senhor deputado Jair Bolsonaro?”

            Como tudo o que vem do PT, nada disso é casual. A narrativa da “fraude eleitoral” se junta ao esforço petista para que o partido apresente ao eleitorado – e, mais do que isso, à História – como o único que defendeu a democracia e resistiu à escalada autoritária supostamente representada pela possível eleição de Bolsonaro.

            Esse “plano B” foi lançado a partir do momento em que ficou claro que a patranha lulopetista da tal “frente democrática” contra Bolsonaro não enganou ninguém. Afinal, como é que uma frente política pode ser democrática tendo à testa o PT, partido que pretendia eternizar-se no poder por meio da corrupção e da demagogia? Como é que os petistas imaginavam ser possível atrair apoio de outros partidos uma vez que o PT jamais aceitou alianças nas quais Lula da Silva não ditasse os termos, submetendo os parceiros às pretensões hegemônicas do demiurgo que hoje cumpre pena em Curitiba por corrupção?

            Assim, a própria ideia de formação de uma “frente democrática” é, em si, uma farsa lulopetista, destinada a dar ao partido a imagem de vanguarda da luta pela liberdade contra a “ditadura” – nada mais, nada menos – de Jair Bolsonaro. Tudo isso para tentar fazer os eleitores esquecerem que o PT foi o principal responsável pela brutal crise política, econômica e moral que o País ora atravessa – e da qual, nunca é demais dizer, a candidatura Bolsonaro é um dos frutos. Como os eleitores não esqueceram, conforme atestam as pesquisas de intenção de voto que expressam o profundo antipetismo por trás do apoio a Bolsonaro, o PT deflagrou as denúncias de fraude contra o adversário.

            O preposto de Lula da Silva na campanha, o candidato Fernando Haddad, chegou até mesmo a mencionar a hipótese de “impugnação” da chapa de Bolsonaro por, segundo ele, promover “essa campanha de difamação tentando fraudar a eleição”. Mais uma vez, o PT pretende manter o País refém de suas manobras ao lançar dúvidas sobre o processo eleitoral, assim como já havia feito quando testou os limites legais e a paciência do eleitorado ao sustentar a candidatura de Lula da Silva. É bom lembrar que, até bem pouco tempo atrás, o partido denunciava, inclusive no exterior, que “eleição sem Lula é fraude”.

            Tudo isso reafirma, como se ainda fosse necessário, a natureza profundamente autoritária de um partido que não admite oposição, pois se julga dono da verdade e exclusivo intérprete das demandas populares. O clima eleitoral já não é dos melhores, e o PT ainda quer aprofundar essa atmosfera de rancor e medo ao lançar dúvidas sobre a lisura do pleito e da possível vitória do seu oponente.

            Nenhuma surpresa: afinal, o PT sempre se fortaleceu na discórdia, sem jamais reconhecer a legitimidade dos oponentes – prepotência que se manifesta agora na presunção de que milhões de eleitores incautos só votaram no adversário do PT porque, ora vejam, foram manipulados fraudulentamente pelo “subterrâneo da internet”.

            O editorial traduz com perfeição a inteligência do eleitor que não tem compromissos escusos e viu o descalabro da administração petista dos últimos anos. Eles podem ser hábeis em escamotear a verdade, construindo falsas narrativas, mas felizmente a verdade surgiu de forma suficiente para derreter máscaras e falsas peles de lobo.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/10/2018 às 22h23
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