A Guerra Espiritual que estamos dentro dela há milênios tem os seus primeiros combates dentro de nós, no interior da alma.
Depois que encontrei os ensinamentos de Jesus e entender como o Caminho da Verdade que leva a Vida eterna, e que a lei de Deus está escrita em minha consciência, passei a coloca-la em prática com toda a honestidade que consigo fazer. Para fazer isso, o primeiro combate que tenho que enfrentar é domesticar o monstro do egoísmo que vive dentro de mim, na forma simbólica do Behemoth e suas sete cabeças, como a Bíblia registra.
Aqui vou relatar o primeiro round da minha batalha contra a cabeça da luxúria. Estava sozinho à noite em meu apartamento com a possibilidade de interagir sexualmente como meu Behemoth deseja. Logo ele coloca diversas opções em minha mente, mas cada opção deve passar pelo crivo do espirito, pois geralmente o que deseja o Behemoth prejudica a evolução espiritual de minha alma.
Fiz o convite para minha amiga de outros encontros inocentes, para voltar a nos encontrar nesta noite. Ouvi a justificativa de não poder por motivos profissionais. Ainda tentei contornar me ajustando às suas limitações, mas senti que não existia reciprocidade, e logo puxei o freio do Behemoth de não ficar colocando outras soluções, pois o espírito sentiu que a vontade do próximo não estava sintonizada com a minha.
Deixei o silencio permanecer em nossa conversa e mantive o clima de amizade e de fraternidade que pode permanecer assim até o fim, se o espírito não perceber a devida correspondência para um aprofundamento afetivo.
Fiz um convite velado a mais três amigas para um encontro nessa noite, mas de nenhuma senti a reciprocidade. Não insisti com nenhuma delas. A que mora mais distante, em outro município, deixou acertado o encontro na outra semana. Com esta tem uma maior profundidade afetiva, mas que não chegou ao nível da interação sexual; o espírito consegue controlar toda a força luxuriosa do Behemoth. Minhas ações até o momento só trouxeram benefícios para ela e isso deixa meu espírito triunfante, apesar da frustração do Behemoth.
A batalha mais forte com essa cabeça luxuriosa foi quando tive contato com pessoa fragilizada emocionalmente e que eu podia conforta-la afetivamente com forte intuito sexual. O espírito ficou mais atento, o Behemoth estava se contorcendo para avançar o sinal, de promover toques corporais, abraços mais demorados, beijos “fraternos”... mas o espírito segurava todas essas motivações instintivas. Deixei meu celular com essa pessoa e avaliei a possibilidade de sair com ela após nosso encontro inicial. Tudo dependia do que ela se mostrasse necessitada, este era o compromisso do Behemoth com meu espírito. Voltamos a nos comunicar, mas tudo girou em torno de suas necessidades emocionais que não incluía um aprofundamento afetivo comigo. Deixei tudo seguir nessa base sem provocar nenhum estímulo que fosse faze-la sentir-se obrigada a algo que fosse mais do meu interesse do que do interesse dela.
Outra opção de envolvimentos afetivos profundos como o Behemoth queria, passou por minha mente, mas foram todos descartados pelo crivo do espírito, por não ser útil à minha evolução espiritual e talvez levasse prejuízo a minha provável parceira. Inclusive outra pessoa com forte fragilidade espiritual me procurou, a qual meu Behemoth fez forte investida em nossa afetividade no passado, mas que o espírito percebeu o potencial negativo que podia ser gerado e parou todo tipo de iniciativa nesse sentido.
Acredito que apesar da frustração do Behemoth em todas as investidas, o Espírito se sente vitorioso.
Esta canção segue o trio anterior, mas parece dentro de outra perspectiva. Esta parece mais dirigida a mim do que ao cantor e sua performance de corromper as bases do Cristianismo. Nesta a meta é mostrar que eu também possuo intenções encobertas, que não tive coragem de colocar em prática na minha vida. Mas vejamos a letra...
JURA SECRETA
Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que eu não roubei
A jura secreta que eu não fiz
A briga de amor que eu não causei
Nada do que eu posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que quero me suprime
Do que, por não saber, inda não quis
Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que eu não sofri
Talvez essa Jura Secreta, este sentimento de que fui incapaz de fazer algo que tanto desejei no passado, seja uma constante para a maioria dos meus irmãos. As três canções anteriores incentivam para isso ser realizado, mesmo com uma máscara, uma personalidade que não seja a nossa. A Jura Secreta que a maioria de nós possui e que nos entristece, se mantém ao longo dos anos na memória e que se torna ativa em momento de reflexões. Um beijo roubado rotulado de amor, é um exemplo do que não tive coragem de fazer, pois na minha intimidade ainda estava forte o respeito pela vontade e desejo do próximo, que eu não poderia colocar a minha vontade acima do outro para atender os meus desejos, os meus prazeres. Mesmo que isso causasse uma briga, que logo volto a colocar o rótulo de amor, não quero que ninguém perceba que nesse ato está simplesmente a procura prioritária pelos meus desejos, atropelando a vontade e os desejos do outro. Mesmo assim, esse ato pernicioso conforme o que Jesus nos ensinou, tem força de se manter em nossa mente com energia alucinante, de trazer imagens e fatos que não tem existência na realidade. Tudo isso permanece no campo da inconsciência, que mesmo não sabendo o que é, me traz sofrimento, que não consigo dizer o que é, o que não consigo alcançar, até mesmo um simples brilho do olhar. Essa mensagem serve como uma contraofensiva das trevas, que pretende mostrar que eu possuo fraquezas internas para alcançar prazeres que se eu entrasse na sintonia do que diz Secos e Molhados, eu estaria mais satisfeito com a minha vida, com nada de coisas que eu não consegui fazer a me entristecer. Teria feito tudo, roubado beijos, provocado brigas, faria tudo para preencher a minha alma e teria no olhar o brilho que tanto desejo. Esta é uma tentação forte que está nos rondando a qualquer momento de nossas vidas, na minha em particular, pois já a coloquei como um espelho para cada um se mirar dentro do meu comportamento e ver dentro dele a sua própria alma. Por isso colocarei nos próximos textos exemplos dessas batalhas que enfrento a cada dia.
Interessante colocar mais esta música do mesmo cantor com a mesma ideologia para completarmos uma trilogia como se fosse um estandarte de combate à Trindade da divindade. Vejamos...
O PATRÃO NOSSO DE CADA DIA
Eu quero o amor
Da flor de cactos
Ela não quis
Eu dei-lhe a flor
De minha vida
Vivo agitado
Eu já não sei se sei
De tudo ou quase tudo
Eu só sei de mim
De nós
De todo o mundo
Eu vivo preso
A sua senha
Sou enganado
Eu solto o ar
No fim do dia
Perdi a vida
Eu já não sei se sei
De nada ou quase nada
Eu só sei de mim
Só sei de mim
Só sei de mim
Patrão nosso
De cada dia
Dia após dia
A partir do título verificamos o combate dentro da Guerra Espiritual sendo posto de forma velada para os ingênuos. O Pai Nosso ensinado por Jesus para nos sintonizarmos com Deus, agora Ele é colocado como o patrão que geralmente possuímos nas relações profissionais da dimensão material. O amor continua sendo a meta humana, mas agora cercada de espinhos, que é oferecido junto com uma vida agitada, mas o próximo não quer, mas isso não interessa. A pessoa confessa a confusão mental, não sabe o que acontece em nada ou em tudo, mas pensa que sabe de si, o que está fazendo, o que o outro ou todo mundo precisa fazer, receber ou doar. Mas a confusão permanece no fim do dia, no fim da vida. Sente que está preso à uma senha alienígena, que é enganado. Solta o ar que está preso dentro do peito como deseja soltar a alma presa pela senha escondida nas trevas. Sente que perdeu a vida, que na realidade não sabe de nada. É como se o cantor estivesse vendo um vislumbre da realidade na qual está preso e sendo instrumento para enganar aos outros e que mesmo não sabendo de nada ou quase nada, esse quase é o que sabe de si, só de si. Finalmente sopra o refrão que foi ensinado de misturar o patrão com o Pai, mas talvez nesse momento ele queira no seu íntimo voltar a conexão com o Pai a cada dia... a cada dia... dia após dia...
Esta é outra música que faz parte de um trio que chegou no mesmo pacote, como aulas que são jogadas em nosso inconsciente e em não tem olhos e ouvidos para ver e ouvir não conseguem entender para onde elas querem nos levar inconscientemente. Vejamos esta nova letra...
O VIRA
O gato preto cruzou a estrada
Passou por debaixo da escada
E lá no fundo azul
Na noite da floresta
A lua iluminou
A dança, a roda, a festa
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomem
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Bailam corujas e pirilampos
Entre os sacis e as fadas.
E lá no fundo azul
Na noite da floresta
A lua iluminou
A dança, a roda a festa.
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomem
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Esta música traz um mantra forte para a transfiguração do homem em bicho. Inicia com os rituais místicos de agouro e má sorte, do gato preto e de passar por baixo de escada. Mas existe um fundo azul na noite da selva, iluminada pela lua, o astro que reflete a luz que vem do sol e que agora vai afastar um pouco as sombras e permitir a dança que evoca o sensualismo na roda onde todos pertencem a todos na grande festa dos sentidos. Isto parece muito com o ecumenismo defendido pela atual direção da Santa Igreja Católica, no atual Sínodo da Sinodalidade. É nesse ponto que a música entra no mantra para o homem virar o seu caráter, a sua personalidade, deixar de ser ético e preocupado com o bem-estar do próximo para se tornar um animal dirigido pelos instintos, comandado pelo Behemoth, em busca dos prazeres, indiferente em quem esteja usando, pisando ou matando.
Durante o trabalho de pesquisa para a conclusão do texto do dia anterior, fui desviado para a canção “Sangue Latino”, composição de João Ricardo e Paulinho Mendonça e defendida por Ney Matogrosso do grupo “Secos e Molhados). Vejamos a letra e o que ela quer dizer...
SANGUE LATINO
Jurei mentiras e sigo sozinho
Assumo os pecados
Os ventos do Norte não movem moinhos
E o que me resta é só um gemido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos
Meu sangue latino
Minha alma cativa
Rompi tratados, traí os ritos
Quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo
E o que me importa não é está vencido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos
Meu sangue latino
Minha alma cativa
Não voltarei a dizer isto que vou dizer agora... os meus textos têm um direcionamento que vai além das minhas intenções. Como estou sintonizado com o Cristo e pretendo fazer a vontade do Pai como Ele ensinou, certamente a minha frágil sabedoria é ajudada por irmão que na dimensão espiritual procuram ajustar o meu pensamento, as minhas ações, num contexto mais apropriado para repassar o meu conteúdo mental, na forma de catequese que fui habilitado para fazer.
Essa canção e esse cantor fazem parte da minha história, gostava e ainda gosto muito da música e letra do que ele canta. Mas agora tenho uma nova compreensão, ajustada aos conteúdos informativos que adquiri sobre a Guerra Espiritual que estamos dentro dela há milênios. O trabalho desse cantor e seu grupo servia para sensibilizar mentes de jovens como eu para uma mudança de direção na forma de pensar. Eu, cristão, tradicionalista, achava legal a forma de cantar, os trejeitos, as máscaras faciais que tiravam a característica humana para um ser alienígena, de gênero transformista. Não fui à fundo no que eles sugeriam, não combinava tanto com minha personalidade.
A letra da música passava uma forte mensagem. Diz que a pessoa jura mentiras e segue sozinho, que assume os pecados que está cometendo, que os ventos do Norte, aqueles que abrem a nossa visão, que falam do desconhecido e permitem a luz do sol, a verdade de Deus, pois faz com que os céus se abram ao afastar as nuvens, esses ventos não movem os moinhos do trabalho material. Sente o gemido na consciência, pela vida de pecados, pelos mortos que produz, pelos caminhos tortos longe do Cristo. Sente o sangue corrupto e a alma cativa, pois rompeu com acordos e ritos, que fez desde a pia batismal, o confessionário... quebrou a penitência que o livraria do pecado e lançou as consequências no espaço, num grito, num desabafo. O que importa é está vivo e que sente está vencendo na vida, mesmo por cima dos mortos que produz em seus caminhos tortos. Afinal de contas tem um sangue corrupto e tem a alma cativa... de quem? Não diz, mas fica subentendido por quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, como eu não tinha antes e nada disso percebia.