Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/02/2012 09h38
A SENHA

             Lembro que nos primeiros momentos da minha caminhada espiritual, o sexo foi colocado como um grande obstáculo. Queria viver em fidelidade aquilo que tínhamos prometido ao padre até o fim da vida. No entanto o corpo, os instintos, me pressionavam para dividir prazeres sexuais com minhas amigas que desejavam ser minhas namoradas, mesmo sabendo da minha condição de casado, de amar a minha esposa e de não ter nenhuma intenção de deixá-la para ficar com outra pessoa. De tanto meditar na questão, de reconhecer que eu tinha um compromisso assumido com minha esposa e perante Deus de somente fazer sexo com ela, senti que a qualidade do meu relacionamento começava a deteriorar, pois eu me sentia prisioneiro dentro desse relacionamento, pela promessa feita, pelo que a natureza do meu corpo agora exigia. Eu não via obstáculos éticos em me relacionar sexualmente com outra pessoa, desde que tudo estivesse esclarecido entre nós, que ninguém estivesse enganando ninguém para obter esse prazer tão fugaz. Depois de muito tempo e de muitos argumentos dessa natureza, terminei por admitir na consciência esse encontro sexual com minhas amigas. Como num passe de mágica a relação com minha mulher voltou a normalidade, da harmonia, do amor recíproco. Mesmo assim a minha consciência ainda não permitiu a realização do ato. O senso de justiça se apresentou e colocou o argumento de que se eu procedesse assim, deveria dar o mesmo direito da minha mulher, em iguais circunstâncias ter o mesmo prazer que eu agora queria obter. Mas isso ia de encontro aos meus preconceitos machistas que também eram fortes. Não obtive a senha para praticar o ato sexual que eu tanto queria. Mas agora, esse obstáculo, nada tinha a ver com minha mulher. Era eu mesmo, os meus preconceitos que me paralisavam. Foi necessário muita leitura de livros, de autores de diversas formações, técnicas, literárias, religiosas, para que no processo de comparação, avaliação, racionalização eu quebrasse os meus preconceitos e obtivesse a senha para ter minha relação sexual tão desejada: PERMITIR A MINHA COMPANHEIRA TER O MESMO DIREITO! Hoje já vou avançado em minha caminhada, com bastante experiência e uma forte solidificação dos meus atuais paradigmas de vida em textos espirituais e acadêmicos. Hoje sinto uma relação próxima com o Criador, falo com Ele nas minhas orações com regularidade e recebo dEle orientação através de diversos canais, musicas, leituras, filmes, ou até mesmo na contemplação da Natureza. Hoje quando qualquer pessoa se aproxima de mim e tem o potencial de desenvolver intimidade sexual, coloco em primeiro plano todas essas informações e mostro a necessidade de se obter a senha para que os nossos desejos se realizem: que ela aceite também o meu envolvimento sexual, tanto com quem já estou envolvido como com quantas cheguem, assim como ela, e desperte a sintonia do coração. Fazer o sexo sem estar de posse da senha não é inteligente, justo ou honesto, para consigo mesmo, para com Deus e para com todos que estão ao seu redor. Vai entrar em pecado com grande dose de sofrimento moral que não compensará o prazer fugaz recebido no sexo. Sei que não é fácil obter a senha, lembro ainda hoje do sofrimento que passei para a adquirir. Não posso condenar ninguém que não a obtenha com rapidez, ou queira a obter. Faço apenas orientação e peço a Deus em oração que a pessoa entre em contato imediato com Ele, peça ajuda para sentir em seu coração se quer realmente quer receber essa senha ou não, se o seu caminho espiritual é compatível com o meu... e isso pode levar tempo, bem sei!

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/02/2012 às 09h38
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.