Nossa linha base de humor nunca é uma reta perfeita. Tem sempre os seus momentos de baixa (tristeza) e os momentos de alta (alegria). Em casos de transtornos mentais isso pode ficar exagerado, momentos de baixa chegam à depressão com potencial de auto-destruição e momentos de alta chegam a euforia, mania, com potencial de destruição também. Quando colocamos o fator espiritual em nossa vida, observamos que essas flutuações de humor agora são melhor gerenciadas e o conceito de inferno (depressão) e céu (euforia) podem ser melhor trabalhados por nossa consciência. Nada melhor para exemplificar isso, que uma pequena história oriental:
“Um dia um samurai procurou um velho sábio para que esse lhe explicasse o significado de inferno e de céu. O sábio olhou-o de alto a baixo e disse:
- Como queres, um homem porcalhão como tu, barbado, sujo, imundo, portando uma espada enferrujada pendurada num cordão, querer saber de coisas tão sublimes?
O samurai enraivecido sentiu o sangue lhe avermelhar a face e num ímpeto de ódio sacou da sua espada, levantou-a disposto a decepar a cabeça do impertinente.
Foi quando o sábio, sem alterar o tom de voz ou o ritmo de suas ações, disse:
- Isso é o inferno.
O samurai parou a espada no ar. Num relance avaliou que estava prestes a decepar aquele homem que teve a coragem de lhe dar uma lição tão profunda, com o risco da sua própria vida. Guardou a espada e com arrependimento no olhar disse:
Perdoe, senhor, pela brutalidade que eu queria cometer, por minha impulsividade, agressividade, intolerância...
O sábio mais uma vez sem alterações no seu gesto e voz, disse:
- Isso é o céu.”
É esse estado de espírito que cada um desenvolve dentro de sua mente, do seu coração, que nos deixa a viver no céu ou no inferno. Para quem já tem Deus no coração e na mente, tem um grande aliado para transformar os piores momentos que podem nos levar ao inferno e nos trazer de volta ao céu que é o nosso lugar. Agradeço a Deus pela ajuda que Ele me dá, nos momentos mais difíceis, pedindo perdão a quem ofendo e com coragem de realizar as coisas necessárias, por mais difíceis que elas pareçam.