Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/02/2012 23h31
EXCLUSIVIDADE

            Dentro da proposta do amor romântico, a exclusividade é um pré-requisito necessário. Existe a formação de um par e logo uma série de circunstâncias, de objetos, de situações as mais diversas se tornam característicos dos dois e é cobrado a exclusividade. Ninguém mais pode participar daquela situação, daquele enlevo com qualquer um dos elementos do par. Dentro da diversidade de nossas relações é muito improvável que isso seja cumprido até o fim da vida desse par. Por mais que eles sejam honestos e se esforcem para manter a exclusividade naquilo que eles consideram como característicos deles, sempre haverá uma outra pessoa, uma outra circunstância, onde aquele fator de exclusividade pode ser permutado. A outra pessoa que compõe o par romântico vai se sentir traída no relacionamento. O que acontece então é que a vida dos dois se desenrola com uma série de mentiras e omissões para que essa “traição” não venha ao conhecimento do outro. Quando isso acontece uma crise logo se instala e muitas vezes o relacionamento é rompido. Sabendo dessa evolução que é um fato natural, é bastante inteligente o casal decidir pela não exclusividade em todos os fatos da vida e que o relacionamento íntimo dos dois seja mantido com base na honestidade de sentimentos, no interesse em manter a convivência por isso trazer uma melhor qualidade de vida para cada um. Então, uma relação que é baseada na não exclusividade tende a ser mais firme ao longo do tempo, a não ser quando o contrato de não exclusividade é rompido por qualquer um elemento do par por qualquer pretexto. Eu já decidi que na minha vida não existe mais exclusividade para ninguém. Isso mata o romantismo dentro de uma visão pragmática de vida. Eu que sou na essência romântico, termino por ser na prática uma pessoa pragmática. A única saída que tenho para garantir a boa qualidade de minha vida e de minhas parceiras é que, quando estivermos juntos, possamos praticar todo o romantismo que as circunstâncias nos permitam. Que possamos usar os carinhos e as palavras dentro do mais puro romantismo, mas que não comprometa a nossa vida fora dos limites da nossa intimidade. Amanhã quando eu estiver distante e talvez juntos com outras pessoas, não posso exigir que nada do que se passou conosco não seja compartilhado alhures. Eu não posso me considerar traído nem traindo ninguém caso isso aconteça. Faz parte do contrato de não exclusividade. Pode até parecer muito frio, materialista... mas tenho certeza por minha própria experiência que isso traz uma riqueza enorme para a vida. De cara elimina logo o ciúme; a pessoa que partilha com minha companheira, algo que comigo foi muito romântico, traz para mim a felicidade de minha companheira está fazendo alguém feliz naquele momento da mesma forma que fez comigo ou até com mais eficiência, já que adquiriu experiência comigo. Essa é uma prática que considero importantíssima, a prática da não exclusividade, para o salto qualitativo da família nuclear para a família ampliada e daí para a família Universal que estará capacitada a formatar o Reino de Deus dentro de nossa humanidade como está previsto em todos os livros religiosos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/02/2012 às 23h31
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