Festa profana que envolve toda a comunidade, quer seja envolvido dentro das festividades com todo o apelo sexual que ela oferece, quer seja aproveitando o feriado e praticando atividades opostas como aquelas de natureza religiosa ou mesmo simples lazer, na praia ou no campo. Tem também o aspecto da idade, das características de personalidade de cada um. Tomando a mim como exemplo, vejo que no passado existia dentro de mim um apelo erótico muito mais forte nessas ocasiões, mas sempre tolhido pela rigidez da educação e pelo comportamento introvertido. Então o carnaval nunca foi aproveitado por mim em sua integridade, como vejo tantos jovens fazerem. Hoje, na maturidade da vida, percebo que isso não me fez falta, pelo contrário, o meu distanciamento dessas festas proporcionou que eu aprofundasse em outras questões da vida que hoje dou a maior importância, como a espiritualidade, por exemplo. A comunidade acaba de entrar novamente nos festejos monescos e eu estou envolvido com atividades de lazer, trabalho, filosóficos, espirituais, e apenas uma testemunha da farra que acontece ao meu redor. Tendemos a fazer a crítica daqueles que não agem como nós, que aproveitam os prazeres da vida com sofreguidão, mas evito entrar nesse clima. Acredito que a vida seja um caleidoscópio, sempre multivariado, sempre mudando de posição e que todos tem a sua importância. Sei que no processo evolutivo a força sexual, emocional, irá dar espaço cada vez maior para as forças espirituais, sentimentais.