Todos na vida passam por problemas, alguns verdadeiras crises, catástrofes... assim encontrei uma pessoa nessa situação. Abandonada pelo marido, sem ajuda financeira, sozinha com dois filhos menores, desempregada, sem nenhum outro familiar para lhe dar apoio. Em depressão, o pensamento de morte é uma constante. A situação dos filhos passam a não ter prioridade, a não ser o seu sofrimento que procura alívio. Já ensaiou tomando vários comprimidos. Todos tem seus problemas e geralmente os nossos parecem ser maior do que os dos outros. Mas não tem como, aquela mulher tem um problema muito maior do que os meus. Estou na posição de ajudar, mesmo que minhas limitações impeçam de dar uma resposta definitiva. Orientar, apoiar, encaminhar, atestar e motivar para fazer o enfrentamento do problema por maior que ele seja. É o que posso fazer. Ficar torcendo para que ela volte no próximo mês com algum apoio mais sólido. De quem? Do Estado? Da sociedade organizada? Onde estou depois que deixo meu papel profissional neste campo da solidariedade humana. Tenho atividades voluntárias, bem sei, mas parece tão pouco quando vejo situações tão extremas e que precisam de resposta tão profunda e imediata... a crise também é minha?