A compatibilidade entre as pessoas significa uma simbiose na forma de pensar. Quando surge uma distorção em qualquer assunto, com opiniões contrárias de um e de outro, é importante que a questão seja reavaliada por ambos e que se possa voltar à sintonia. Todos os argumentos devem ser colocados à luz da razão para que a consciência os analise e decida pela propriedade de mudança ou não no modo de pensar. Para fazer essa avaliação cada pessoa desenvolve uma técnica que é uma característica da sua forma de ser, do seu caráter. Até mesmo essa técnica pode ser muito diferente para um e para o outro. Deve entrar em cena outro aspecto: a tolerância. Somente ela pode refrear os impulsos de querer resolver a situação de imediato. Isso pode acender um estopim de resistência e que se não for apagado logo tem o potencial de explodir todo um relacionamento construído ao longo do tempo, de anos até. O bom senso sugere que nesses momentos de divergência de opiniões, não é positivo forçar o outro a mudar a sua posição. Isso não acontece de imediato. O outro tem que ponderar todas as informações contrárias que recebeu, fazer uma série de reflexões dentro de sua memória com exemplos os mais diversos, encontrar uma lógica, uma razão, uma meta, enfim, é todo um trabalho cognitivo que deve ser processado. É importante que dessa forma os dois coloquem esse assunto em banho Maria e somente voltem a abordá-lo em outra ocasião, quando a razão já elaborou melhores considerações e que a excitação das emoções tenha perdido a sua força. Eu já teria rompido muitos relacionamentos que chegaram nesse ponto e por inabilidade foi tentado a resolução de imediato. Apesar de todo o desgaste feito para fugir da situação nesse momento crítico, se não fosse a capacidade de perdão o relacionamento estaria irremediavelmente perdido. Não é que assim eu defenda o meu ponto de vista e ao voltar novamente à discussão eu o tende defendê-lo de todas as formas. Pelo contrário, devo sempre avaliar os prós e os contras de cada opinião, comparar o presente com o passado e verificar até que ponto minha coerência interna fica alterada ou não com a perspectiva de uma decisão.