Quando defendemos e praticamos a liberdade dentro dos relacionamentos humanos, principalmente na esfera sexual, vem logo a preocupação da libertinagem. Não deixa de ter um fundo de verdade. Vejamos o que aconteceu no movimento hippie cujo símbolo de Paz e Amor estava alicerçado no tripé sexo-drogas-rock. O sexo praticado nessas circunstâncias podemos considerar como libertinagem. A liberdade individual de cada um permitia os encontros íntimos mais com base no prazer dos sentidos do que na responsabilidade com as conseqüências. Os filhos gerados nessas condições, as doenças sexualmente adquiridas, os afetos construídos e menosprezados, todos, são conseqüências negativas desse exercício de liberdade. Não havia responsabilidade com essas conseqüências. Quando a liberdade que se têm gera conseqüências negativas na vida de terceiros, merece ser desclassificada para libertinagem e considerado comportamento inadaptado ao projeto evolutivo na Natureza. Por outro lado, a liberdade de amar quem desenvolve sintonia afetiva concomitante, um para o outro, correspondente, que a direção dos afetos leva a uma relação íntima, sexual, que as conseqüências são avaliadas e assumidas sem levar prejuízos à terceiros, aí sim, o ato sexual tem o pleno aval da liberdade e em seu nome é exercido. Nenhuma outra força externa associada a qualquer tipo de conceito dentro da cultura humana, deve inibir ou extirpar essa liberdade, pois deixará a consciência do indivíduo encarcerada e todos os seus valores prejudicados na origem. Sei que essa abertura que a liberdade nos dá, de poder nos relacionar sexualmente, parece num primeiro momento que seja libertinagem, mas se tivermos o cuidado de nos aprofundar na forma que está sendo feito, na avaliação positiva das conseqüências, veremos que é um caminho importante para a difusão do amor e de conquistarmos o Reino de Deus com mais eficiência.