É obrigatório ou necessário o sofrimento solidário quando o outro sofre? Acredito que não, pois senão não teríamos paz neste mundo onde o sofrimento está sempre presente, em qualquer intensidade. Mesmo que a pessoa seja muito próxima, íntima até, tem tipos de sofrimentos, a maioria deles, que é encargo da pessoa o sofrer sozinha e aprender com ele. A solidariedade pode consistir em ter empatia por aquele que sofre, ter compaixão, mas nunca ombrear com ele e passar a sentir a mesma dor. Mesmo porque cada pessoa é única neste mundo e seus relacionamentos também são muito próprios. Como então deixar os meus relacionamentos e mergulhar nos relacionamentos daquela pessoa e sofrer com ela todas as suas agruras? Tenho minhas próprias necessidades de evolução, meus desafios... o desafio e sofrimento daquela pessoa podem também fazer parte dos meus, mas não em sua totalidade no sentido de eu deixar tudo o que faço e me absorver nos sofrimentos dela. Da mesma forma não quero que ajam assim comigo. Ninguém pode mergulhar completamente em meus problemas e sofrimentos e esquecer da sua própria evolução. Pode até mesmo estar se divertindo enquanto eu estou chorando, faz parte da liberdade que todos nós clamamos. Com certeza, no momento em que o coração disser que é importante a nossa presença e solidariedade até nas lágrima, isso será feito, mas nunca de forma obrigatória, ritualística. Este conceito está dentro dos meus paradigmas de vida e é importante que todas as pessoas significativas tenha esse conhecimento, pois alguém pode pensar muito diferente e isso constituir uma incompatibilidade que inviabilize uma relação mais íntima. Amar também significa deixar o outro sofrer na solidão do que é preciso para sua reflexão e auto evolução. Amar não significa estar colado a cada momento que o outro diz ai.