Recebi hoje pela manhã uma visita do meu passado. Passado não tão passado, cerca de três anos. Minha ex-companheira que me expulsou de casa e até hoje não perdoou a causa pela qual agi. Permanece com a mesma quantidade de raiva da última vez que nos encontramos. Sei que ela tem suas razões, mesmo que eu não concorde com elas, mas as aceito e se isso nos deixa incapacitado de vivermos juntos como companheiros, que seja feita a separação. O que não consigo entender é como dois corações que um dia se descobriram apaixonados e desenvolveram o amor chega a esse nível. Sei que o meu coração não sofreu esse processo de tamanha raiva, mesmo tendo também os seus motivos para agir como ela. Sei toda a injustiça que sofri, mas a minha mente contemporiza, coloca as razões dela num patamar superior as minhas razões então nada de ruim chega ao coração com relação a ela. Continuo sem raiva e com todo o amor que aprendi a ter por ela. Sinto falta do seu contato, da sua voz, do seu sorriso, do jeito de cuidar de mim... Lembro tudo que ela fez de bom para mim, escrevo no mármore da minha memória. Procuro não ver os equívocos que ela comete com relação a mim e que chega até a atingir o nosso filho. A sua avaliação que eu sou o mal que deve ser evitado ficar perto dela e do nosso filho, é muito forte para mim, mas mesmo assim, respeitarei o seu pensamento e me afastarei o máximo possível com minha forma de amar, pois é isso que a faz pensar assim. Espero que nosso Pai consiga esclarecer a mim ou a ela, para que tão forte conflito seja corrigido na consciência de quem esteja errado. Enquanto isso, peço ao Pai que me nutra com o seu infinito amor, para que eu não deixe de o derramar por todos que me são significantes ou não.